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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Quarta-feira, 20 de Agosto de 2008

O FADO, O MAR, A VIDA


 

 


 

Mistério de Lisboa


 


Devo-vos revelar um mistério transcendente


Lisboa surgiu do mar trazida por um tridente


Deus Neptuno a quis plantar virada ao poente


desejando-lhe criar marinheira a sua gente


que ao mundo soube dar,  novos mundos por semente.



 

Versos de: Carlos Alberto Giudicelli (português de raiz a viver no Brasil)


 

 


 

 O mar sem fim é português...


O Fado canta a alma portuguesa e são o desafio lusitano ao fatalismo que o destino (fatum, em latim) encerra. É uma canção antiquíssima e muito rara. Quando as naus partiram, os navegadores portugueses procuraram os novos limites da malázia, para provarem á  Terra que o Mar não era fronteira, abismo ou cerco, era rua larga e estrada azul, para lá da linha fria do horizonte. E cantavam, como quem reza pela protecção divina do espírito, para que a Terra fosse toda uma.


A música que os acompanhou lá foi o Fado. E esta canção dorida, que força a intimidade com o destino, é uma canção temida, porque reconhece na adversidade o anúncio da grandeza.


Há quem lhe atribua contornos misteriosos — sem conseguir explicar por quer. Desafiando o destino, canta o êxtase e a mágoa dos momentos supremos: a paixão e a morte. Tem o mistério que o destino tem. E a saudade. A mesma que nos versos de Fernando Pessoa estão na origem do sal do mar — aquele de que são feitas as lágrimas dos Portugueses.


Sendo o destino, todos os fados estão certos, todos os caminhos se cruzam, com encontros e desencontros, partidas e regressos, tristezas e alegrias, tragédias e glórias.


Por sobre as ondas que vão repousar no Tejo navegam os textos dos grandes poetas e o sortilégio da nossa saudade. O Fado torna-se então mais português e, assim, cada vez mais universal. Como também escreveu Pessoa: "O mar com fim será grego ou romano: o mar sem fim é português". Poderão querer tirar-nos muita coisa, mas o desvendar da espuma será sempre nosso.


João Braga

 


 


 

O certo para mim é que  tudo isto é Vida, é Fado....
 

 

                      Já ouvi mais do que uma vez

                      Ao falarem do passado

                      Que do pranto português
                      É  que o mar ficou salgado


 

 

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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
publicado por Vítor Marceneiro às 20:53
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