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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Sábado, 29 de Setembro de 2007

O Povo de Cabo Verde, Canta e Homenageia Lisboa

 

TITINA canta LISBOA, Capital de Sôdade

 


 

É com muito orgulho, como português e fadista, que publico esta página, em que os nossos  irmãos caboverdeanos cantam à nossa Lisboa, contribuindo assim para a causa de colocar Lisboa no guiness, como a Cidade mais Cantada do Mundo.

Ninguém pode negar, que Lisboa ocupa um lugar muito especial no coração dos caboverdeanos.

É o que  pretendem demonstrar  com a composição da morna “Lisboa, Capital di Sôdade.

Obrigado amigos

                                       
 
            

Rui A. Machado                 OS AUTORES                        Manuel D´Nova

 

                                                                                                 

 A letra é da nossa autoria, mas na realidade foi escrita por dezenas de

caboverdianos com quem conversamos sobre o tema, antes de passar para o papel os seus sentimentos sobre Lisboa.

Mas esses sentimentos são comuns a muitos outros povos que, em épocas difíceis das suas vidas emigraram para Lisboa. Judeus e não Judeus, Franceses, Belgas, Alemães, Austríacos, Polacos, grande parte deles devendo a sua saída dos territórios ocupados a Aristides de Sousa Mendes, Cônsul Português em Bordéus, ou outros que optaram por rotas mais complicadas, como via Casablanca, e mais recentemente os emigrantes dos Países de Leste, todos encontraram na população Lisboeta o auxílio e o carinho de que estavam carenciados.

In: www.ruimachado.com, de A.Rui Machado

Filme: Filmado no Auditório da Aula Magna de Lisboa, quando da apresentação do CD, sendo  realizado por Rui A. Lopes da Silva

 


 

LISBOA, CAPITAL de SÔDADE

LISBOA, CAPITAL DA SAUDADE

 

Êsse ê qu´ê Lisboa                                Esta é Lisboa

Nôs Terra d’adoçon                              Nossa Terra de adopção

 

Qui recebê-no                                        Que nos acolheu

Quónd nô tive d’imigrá                          Quando tivemos de emigrar

Quónd tchuva kabá                                Quando deixou de chover

E nôs fidje                                               E os nossos filhos

Tive fôme                                               Tiveram fome

Ês qu´ê nos vida                                     Eles que são as nossas vidas

 

Lisboa tem                 )                           Lisboa tem

Aquel ’ curaçon         ) Coro                  Aquele coração

Bem Potuguês           )                           Bem Português

 

Nês nôs aventura                                   Na nossa aventura

Aventura  d’ imigraçon                          Aventura de emigração

Oi Tónt Port , tónt Cidade                     Oh quantos Portos, e quantas

                                                                                                        Cidades

 

Nô conchê nês mundo                            Conhecemos nesse mundo

 

Má nenhum tocó-ne más fundo              Mas nenhuma tocou mais fundo

Na nôs coraçon                                       No nosso Coração

 

Porque Lisboa tem     )                            Porque Lisboa tem

Grandi amor,              ) Côro                   Um grande  amor

Amor qu´ê criol           )                            Amor que é crioulo

 

Se Boston ê Pâ tâ Kête                           Se Boston e Pawtucket

Más ê djar Fogo e dja Braba                  É só Fogo e Brava

E Roterdam ê Sampadjud                       E Roterdão é S. Vicente

Luxemburgo ê suek                                 Luxemburgo é Santo Antão

E Roma ê Patchin Parloa                         E Roma é S. Nicolau

Câ têm ôte moda Lisboa                          Não há outra como Lisboa

Porqu’li el djuntá                                      Porque aqui ela juntou

Tud nôs, tud Cabo Verde                         Todos nós, todo Cabo Verde

                                              

Lisboa têm Camões                                  Lisboa tem Camões

Fêra d’areloje e Fátima                            Feira do Relógio e Fátima

Sporting, Benfica má Porto                      Sporting, Benfica e Porto

Enclave e B . Léza                                    Enclave e B . Léza

E na Sociaçon tâ baióde                            E na Associação dança-se

Tê na hora d’almoço                                  Até na hora do almoço

 

Lisboa sô câ têm mar )                              Lisboa só não tem mar

Má pâ consolo-ne       ) Côro                    Mas para nos consolar

Êle ranjá Têjo             )                              Ela arranjou o Tejo

                                                          

Quónd tchiga                                             Quando soar, enfim,

Óra di no regressá                                     A hora de regressarmos

Câ bô fká triste                                          Não fiques triste

Nem câ bô tchorá                                       Nem  chores

Si Praia ê                                                    Se Praia é

Capital di nôs Terra (quirida)                    A Capital da nossa Terra

                                                                                                     (querida)

Lisboa ê                         )                             Lisboa é

Capital  di sôdade          ) Côro                   A capital da saudade

Di nôs Mundo (spaióde) )                           Do nosso Mundo (espalhado)

D’Imigraçon                   )                            Da Emigração

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música: LISBOA, CAPITAL de SÔDADE por Titiana
publicado por Vítor Marceneiro às 11:10
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Sexta-feira, 28 de Setembro de 2007

MARIA CLARA

Meus caros leitores, foram muitos os pedidos para saber do paradeiro da saudosa  Maria CLara, posso afirmar de fonte fidedigna, que felizmente ainda  está entre nós, com a bonita idade de 84 Anos


 

MARIA CLARA

A FELICIDADE DE SER ARTISTA

Voz límpida e clara na dicção Maria Clara, senhora de uma agilidade vocal surpreendente, sabia dar a tudo o que cantava a medida certa, "o tom" ideal. Seriam esses os ingredientes do grande sucesso que teve, aliados a um conjunto de melodias, numa altura de poucas congeminações extra-musicais.

O seu nome de baptismo é Maria da Conceição, mas pelas suas qualidades vocais impôs o nome artístico de Maria Clara.

A Maria Clara ficará para sempre ligada a “Canção da Figueira” de António de Sousa Freitas e Carlos Correia, mas a cançonetista foi um das rainhas das marchas de Lisboa sendo sua a criação da “Marcha do Centenário” (1940) de Raul Ferrão e Norberto de Araújo para além de variadas outras marchas que fizeram Lisboa cantar nas décadas de 1940, 1950 e 1960.

Maria Clara começou como amadora numa colectividade do bairro lisboeta das Necessidades, Grupo Dramático e Escolar Os Combatentes, de onde viriam aliás outros grandes nomes do panorama artístico português, designadamente Tony de Matos e Aida Baptista.

Numa entrevista à revista Super Música a intérprete recordou: “naquela altura era muito natural. Nós fazíamos as nossas peças, as nossas revistas e depois iam lá empresários sempre à caça de novos talentos e um dia calhou-me a mim”.

Estreou-se no teatro com um elenco de luxo, ao seu lado outro estreante, o agora realizador António Vilar.

“Estreei-me na Costureirinha da Sé, com o António Silva, a esposa, Josefina Silva, a Luísa Durão, o Costinha, eu é que não era ninguém. Mas era uma grande camaradagem, todos muito meus amigos. Só não andavam comigo ao colo, eu era a mais nova”.

Depois seguiram-se várias operetas, nomeadamente “A Invasão” e “Fado” e logo o convite da editora Valentim de Carvalho para gravar, o que fará num ritmo alucinante para a época, dado o êxito que fazia.

“Depois da ‘Costureirinha’ gravei vários números da opereta ‘Fado’ e por aí adiante. Se gravava é porque vendia, e iam muito ao teatro buscar números que tinham êxito”, recordou nessa mesma entrevista.

O percurso de Maria Clara é um pouco o inverso da época, começa no teatro e só depois a rádio, pois nas primeiras provas que fez para a Emissora Nacional “não agradaram lá muito” mas acabará por entrar para os quadros da Emissora e participou, entre outros programas, nos famosos "Serões de Trabalhadores".

Referindo-se a estes programas afirmou “aquilo era indescritível, havia gente em todo o lado, só faltava pendurarem-se. Mas eram espectáculos muito bons e completos. Havia um momento de ópera ou apenas a orquestra sinfónica da Emissora e depois a parte mais ligeira onde eu entrava e outros, lembro-me por exemplo do Zé António, das Irmãs Meireles, a Maria de Lurdes Resende e muitos outros. Éramos muitos. Havia naquela época uma grande riqueza quer de intérpretes quer de quem escrevesse e compusesse”.

Além das muitas marchas de Lisboa que interpretou e gravou, Maria Clara recuperou temas do cancioneiro popular português para além do repertório romântico com canções como “De cá para lá”, “Alfazema do monte” ou “Hás-de voltar”, “As pedras que tu pisas” ou “Na mesa do canto” e as muitas sobre terras portuguesas, refira-se “Santa Luzia” (Fernando Carvalhos/Campos Monteiro), relativa a Viana do Castelo e “Canção de Faro” (Tavares Belo/Hernâni Cidade).

De Lisboa a sua cidade natal além da “Marcha do Centenário” destaca-se “A casa de Santo António” (João Nobre/José Galhardo), “Menina Lisboa” (João Nobre) ou o grande sucesso que foi “Lisboa velha amiga” (Manuel Paião/Eduardo Damas).

Numa outra entrevista, ao mensário Ecos de Belém referindo-se à catalogação que se faz de nacional-cançonetismo a um período correspondente ao Estado Novo (1933-1974) afirmou: “Eu não gosto dessa coisa de ‘nacional-cançonetismo’ porque foi dado com sentido pejorativo e, isso eu não aceito! Nem percebo, nem sei o que querem dizer com semelhante coisa; ou no fundo eu percebo, mas faço de conta... Não aceito que as pessoas ponham rótulos nos que cantavam nessa época no nosso país esquecendo ou procurando ignorar que todas as pessoas tiveram de andar com muito cuidado porque tinham medo. E o medo não envergonha ninguém! Cada um procurava fazer a sua vida sem causar problemas nem tê-los. Eu trabalhava na Emissora Nacional, a emissora era do Estado e eu trabalhando ali com a maior seriedade sem fazer diferença entre as pessoas, fossem da Extrema-Esquerda, fossem da Extrema-Direita, eu não admito que comigo tivessem ideias a esse respeito ou pusessem rótulos. Isso magoa e eu não aceito isso de ninguém. Cantava porque gostava e até tive problemas na família”.

Nessa mesma entrevista revelava o seu gosto pelo “fado musicado”: ”Eu gosto muito do fado-canção, tenho muito apreço, e gosto de gravar com a guitarra portuguesa que tem um som extraordinário. Tem uma doçura inigualável”.

Referindo-se à sua profissão declarou: “Só me deu satisfação e momentos de felicidade. A minha vida profissional foi a mais feliz possível, não só graças ao público, como aos colegas que tive, havia um grande companheirismo”. Guardado lá no fundo está o orgulho de um dia ter ouvido um elogio de Alfredo Marceneiro. “Ele quase nunca falava. Mas nós sabíamos que o que ele dissesse era sagrado. E certa noite, no Teatro Avenida, creio eu, ele virou-se para mim e disse-me: 'A menina canta muito bem, canta mesmo muito bem, nessa noite fiquei nas nuvens, eu nem me queria deitar”. (*)

Nuno de Almeida Coelho

 

(*) O destaque é meu - Vítor Duarte Marceneiro - as minhas desculpas ao autor

 

 Maria Clara canta:

 

Marcha do Centenário 1947

 

Letra: Norberto Araújo

Música: Raul Ferrão

 

I

Toda a cidade flutua

No mar da minha canção.

Passeiam na rua

Retalhos de lua

Que caem do meu balão.

 

Deixem Lisboa folgar,

Não há mal que me arrefeça,

A rir, a cantar,

Cabeça no ar,

Eu hoje perco a cabeça

.

 Estribilho

 

Lisboa nasceu

Pertinho do Céu

Toda embalada na fé.

Lavou-se no rio,

Ai, ai, ai, menina,

foi baptizada na Sé.

Já se fez mulher,

E hoje o que ela quer

É trovar e dar ao pé.

Anda em desvario,

Ai, ai, ai, menina,

Mas que linda que ela é!

 

II

Dizem que eu velhinha sou

Há oito séculos nascida

Nessa é que eu não vou

Por mim não passou

nem a morte , nem a vida

 

Um pajem me fez um fado,

um vali me leu a sina:

não ter namorado,

nem dor, nem cuidado,

e ficar sempre menina

 

III

Como as cidades famosas,

também tive horas de glória.

De tranças mimosas,

toquei-me de rosas,

enchi de rosas a história,

 

A grinalda inda me resta,

que em Lisboa há sempre flores.

E agora na festa,

minha sina é esta

encher Lisboa de amores.

 

IV

 

Trago um balão enfeitado,

e enfeitado o coração,

vou de braço dado,

não me dá cuidado

que gostem de mim ou não.

 

Ai que bom andar ao léu,

mais linda do que é preciso!

Todo o mundo é meu,

p'ra ganhar o céu,

basta atirar-lhe um sorriso,

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música: Marcha do Centenário
publicado por Vítor Marceneiro às 20:14
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Quinta-feira, 27 de Setembro de 2007

JOSÉ COELHO

JOSÉ COELHO

Era um dos nomes do cartaz do Retiro da Severa quando Amália se estreou. Com a fadista apresentou-se também pela primeira vez no Coliseu dos Recreios do Porto. Entre os seus êxitos refiram-se as suas criações «Eu gosto daquela feia», «Alerta!», «Pecados quem os não tem», «Sexta-feira da Paixão» e «Passei ontem em Alcobaça». Participou em vários progra­mas radiofónicos, nomeadamente da Rádio Graça, Peninsular e Clube de Lisboa. Preso político em Caxias, deixa Lisboa para se radicar em Bengue!a, onde organiza várias noites de fado e recebe colegas sempre que es­tes passavam por aquele ci­dade angolana.

Gravou apenas dois dis­cos, um EP para a CBS com os

fados «Gosto daquela feia», «É tão triste não te ver», «Lábios carminados» e «Quadras sol­tas», e já na década de 1980 participa num LP com outros nomes da sua geração (Frutuoso França, Júlio Vietas, Manuel Calisto, Gabino Ferreira e Júlio Pe­res) intitulado O Fado da Velha Guarda (Riso&Ritmo).

Natural de Lisboa, onde nasceu a 23 de Novembro de 1914, faleceu na mesma cidade a 9 de Janeiro de 1992, tendo reto­mado esparsamente a carreira artística, quer na década de 1970 à frente do Solar da Madragoa, onde tinha já actuado na década de 1960, para gáudio dos fãs que deixara em Lisboa, quer em espectáculos nos arredores de Lisboa com o mesmo grupo de fadistas com que gravara o LP.

Além do Retiro da Severa, José Coelho, até à década de 1950, antes de partir para Angola em Agosto de 1949, cantou no Ca­fé Luso, Os Marialvas do Fado, Casablanca, Café Mondego, Ca­fé Latino e o Retiro da Severa.

In: “Amália” de Nuno de Almeida Coelho

 

José Coelho canta:

É Feia Mas Gosto Dela

Letra de Albino Paiva

Música de Júlio Proença

Fadistas da Velha Guarda

= JÚLIO PERES = JÚLIO VIEITAS = FRUTUOSO FRANÇA = GABINO FERREIRA = JOSÉ COELHO E MANUEL CALISTO

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música: É Feia Mas Gosto Dela
publicado por Vítor Marceneiro às 22:09
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Poema para o Pintor José Dominguez

Ama-se Lisboa de diversa formas e meios, o mais visível é-nos dado pelos artistas,  quer a cantar ou a pintar,  etc.
Verifico que em muitos dos poemas que tenho compilado sobre Lisboa, esta é muitas das vezes o cenário descrito,  para enquadramento de outros temas ou figuras.
Quando a poetisa Armanda Ferreira me enviou este poema, como se tratava de um pintor que me constou que "cantava Lisboa" pintando, e com um estilo e uma técnica diferente do que até aqui tenho usado neste blog.
Telefonei-lhe e pedi-lhe autorização para publicar um ou dois dos seus quadro, que desde logo acedeu.
José Dominguez vive para arte, destacando-se na pintura, é proprietário de  uma loja/exposição:
Au Petit Peintre Rua de S. Nicolau 102 – 104    em Lisboa, que vale a pena visitar, para além do exposto é local de encontro dos mais variados artistas. 

Ao José Dominguez , com um abraço de amizade
Lisboa, 01 Julho 2007
Armanda Ferreira
 
REVIVER LISBOA
 
 
Lisboa já deixou de ser quem era.
Com o tempo vai perdendo as tradições.
Perdeu até o cheiro a Primavera…
Já quase não há pombos no Camões
 
Apenas tu a fazes reviver,
Nas cores com que pintas os teus quadros
Lisboa é Cidade e é Mulher,
Rossio de um sonho iluminado.
 
E em cada traço, em cada pincelada,
A urbe turbulenta e apressada
Ganha ares de cidade mais moderna
 
Mostras-nos a cidade do futuro
Que traz no peito o coração tão puro
Desta Lisboa nossa - sempre eterna!

 Quadro de Lisboa

JOSÉ DOMINGUEZ
Nasceu em Lisboa a 13 se Janeiro de 1952.
Iniciou as suas actividades em 1963, precisamente no espaço, de que hoje é proprietário , local frequentado por grandes mestres da pintura portuguesa.
È sócio da Sociedade Nacional de Belas Artes
 

EXPOSIÇÕES:

 

Bienal – Alenquer

Câmaras Municipais de  Arruda dos Vinhos, Abrantes, Cadaval, Sintra, Óbidos, etc.

Em diversa Juntas de Freguesia                                                                    

Galerias Ginásio Lisboa, Alcabideche , Via Graça

Sociedade Nacional de Belas Artes

Banco de Portugal, Ministério das Finanças, Ministério da Agricultura

Associação Comercial de Lisboa

Instituto E. F . Profissional

Cruz Vermelha Portuguesa (C. V. P.)

Sala Primavera Paço D, Arcos

Caixa Geral de Depósitos

Cordoaria Nacional

Fórum Lisboa

Museu Jorge Vieira (Beja)

Capela da Ordem Terceira do Carmo

Fórum Romeu Correia Almada

Galeria Fernando Pessoa (Lisboa)

Instituto PIAGET

Assembleia da Republica

Etc.

 

Quadro de Lisboa

 

REPRESENTAÇÕES:

E. U . A.
Alemanha
Inglaterra
Canada
Brasil
Espanha
Anuário Internacional de Arte 2003-2006
Assembleia da Republica (Museu)
Livro de Ouro da Arte Contemporânea em Portugal

Homenagem a Cruzeiro Seixas (C. M. Amadora)



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publicado por Vítor Marceneiro às 22:05
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Segunda-feira, 24 de Setembro de 2007

MARIA JOSÉ DA GUIA

MARIA JOSÉ DA GUIA 1929 – 1992

Nasceu em Angola, tendo vindo com os pais muito jovem para a Metrópole.

Estreia-se a cantar fado em público aos 15 anos, numa verbena de Lisboa, teve enorme sucesso, pelo que não deixou de ser notada,  quer pelo público, quer pelos empresários, e passa a ser solicitada para actuar em espectáculos.

Faz a sua carreira essencialmente nas casas de fado, tendo estado uns bons par de anos seguidos, como cabeça de cartaz, no Restaurante Típico A Severa.

Grava vários discos essencialmente para a Etiqueta Estúdio, temas como Assim que eu Gosto, Fui ao Baile, Sonho Fadista, Fado e Toiros, para Etiqueta Movieplay , Máscara, Não é Preciso, Fado é Um Só, Um Golpe de Vento, A Saudade Que me Deste, Ciúme de uma Verdade,  e muitos mais temas, cantou praticamente temas de todo os poetas. 

Em 1953 é convidada por Eugénio Salvador à altura a explorar o Teatro Maria Vitória, para ser atracção na revista “Saias Curtas” em que canta o fado «Fui ao Baile». Como se sente muito presa aos horários da revista, sai antes do final das exibições e é substituída por Fernanda Batista, que obtém um grande êxito com o tema.

Tinha um público muito fiel pelo seu estilo muito próprio e bem castiço.

 © Vítor Duarte Marceneiro

 

Maria José da Guia canta:

MÁSCARA

Letra de:José Pereira

Música de: Frutuoso França

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música: Máscara
publicado por Vítor Marceneiro às 22:59
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Domingo, 23 de Setembro de 2007

Rainha Santa Isabel homenageada pelo povo, pelo Fado

A RAINHA DONA ISABEL

Isabel de Aragão era  filha do rei de Aragão, D. Pedro III, e nasceu no ano de 1271.
Contava apenas 12 anos quando recebeu o pedido de casamento da parte de três príncipes, entre eles, o nosso D. Dinis.
Os reis de Aragão decidiram consagrar a mão de sua filha, ao rei português, dada a proximidade e as boas relações entre os reinos.
Casaram por procuração a 11 de Fevereiro de 1282, apenas 4 meses depois ela atravessaria a fronteira, por Trancoso, afim de celebrar o acontecimento. Trancoso seria então incluído no dote oferecido por D. Dinis à rainha, assinalando o seu local de entrada no reino.
Dona Isabel gostou tanto de Portugal e do povo que se tornou uma das rainhas mais importantes e mais conhecida. Por onde passava, fazia transparecer o seu amor e bondade. Gostava muito de ajudar os pobres, embora o seu marido não gostasse muito.
 D. Dinis cedo se revela um homem violento, infiel e de má vontade no seu casamento. É conhecida a numerosa prole do rei, que, mantendo diversas relações extra-conjugais , acabava produzindo uma descendência ilícita que trazia para a Corte. Aqui se destaca o comportamento da rainha, que, apesar de humilhada, terá mantido o respeito e a bondade para com D. Dinis, acolhendo, amando e educando os filhos ilegítimos do marido, como se seus fossem.
Confeccionando roupas para pobres, visitando enfermos e idosos, patrocinando a construção de albergues ou um hospital para os mais necessitados, escolas, um lar para meretrizes convertidas, outro para órfãos, para além de conventos e de todo um trabalho junto das ordens religiosas.
Consta que uma das suas obras de caridade consistia na distribuição assídua de pão pelos mais pobres. Sendo o ano de 1333 um ano de carência e maior fome, ter-se-á o rei oposto a este tipo de prática, que constituiria grande despesa para a sua Casa. Isabel terá então vendido algumas das suas jóias para poder comprar trigo, que lhe permitisse manter o hábito. Ora, num desses momentos de distribuição o rei terá aparecido, indignado, reagindo a rainha com a ocultação dos pães que trazia consigo no regaço, procurando evitar a censura do marido. Percebendo o seu gesto apressado, D. Dinis terá perguntado – Que tendes em vosso regaço senhora? – Ao que Isabel teria respondido – São rosas senhor…! – Rosas em Janeiro?! Deixai que as veja então! – E soltando as vestes, eram de facto rosas que caíram ao chão, pelo que diz a lenda que teria sido este o seu primeiro milagre.
Fez tantos milagres e evitou tantas brigas e lutas que era conhecida pela "Rainha Santa" e "Rainha Medianeira".
Dona Isabel, Rainha de Portugal, faleceu em Estremoz, a 4 de Julho de 1336.
Foi beatificada pelo Papa Leão X em 1516, vindo a ser canonizada, por especial pedido da dinastia filipina, que colocou grande empenho na sua santificação, pelo Papa Urbano VIII em 1625.
in Wikipédia
Alfredo Marceneiro canta:

"RAINHA SANTA"  

Letra de: Henrique Rêgo

Música de: Alfredo Marceneiro

 

Não sabes Tricana linda

Porque chora quando canta

O rouxinol no choupal

É porque ele chora ainda

P´la Rainha mais Santa

Das Santas de Portugal

 

                                                     Rainha, que mais reinou

                                                     Nos corações da pobreza

                                                     Que no faustoso paço

                                                     Milagreira portuguesa

                                                     Que no seu alvo regaço

                                                     Pão em rosas transformou

 

E as lindas rosas geradas

Por um milagre fremente

Que a Santa Rainha fez

Viverão acarinhadas

Com amor eternamente

 No coração português

 

                                                      Santa Isabel, se algum dia

                                                      Seu nome de eras famosas

                                                      Fosse esquecido afinal,

                                                      Outro milagre faria

                                                      De nunca mais haver rosas

                                                      Nos jardins de Portugal.

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música: Rainha Santa por Alfredo Marceneiro
publicado por Vítor Marceneiro às 16:10
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Sábado, 22 de Setembro de 2007

FERNANDO PINTO RIBEIRO - Poeta e escritor

Fernando Pinto Ribeiro.

Natural da Guarda. Nasceu em 1928. Ao 17 anos vem para Lisboa após completar o Curso Liceal, inscrevendo-se na Faculdade de Direito, cujo curso não chegou a completar. Já em jovem começa a rimar as palavras, nunca deixando de escrever quadras soltas, tendo aos catorze anos escrito, o seu primeiro soneto a que dá o título de “Soneto dos 15 Anos”.

Colaborou nas Revistas Flama , Panorama, Páginas Literárias, em Jornais, como Diário de Notícia, Diário Ilustrado e em vários jornais regionais, tendo também sido publicados  no Brasil alguns poemas de sua autoria.

Foi Director da Revista de Letras e Artes “CONTRAVENTO” (1968), da qual só se conseguiram editar quatro  números, dado que o seu cariz intelectual e democrático, não podia de deixar de ser amordaçado pela censura.

Pertence aos corpos sociais da Sociedade da Língua Portuguesa, Sócio da Associação Portuguesa de Escritores, Cooperador da Sociedade Portuguesa de Autores, Sócio da Colectividade Grupo Dramático e Escolar “Os Combatentes”. (Colectividade Popular Centenária)

Frequenta algumas noites de Fado e fica fascinado com o ambiente da noite fadista, começando sem que se aperceba, a identificar-se com  a “expressão fadista” o que apela  à sua alma de poeta, começando a escrever alguns fados que desde logo foram bastante elogiados. Compositores de Fado colaboraram,  e a qualidade dos seus poemas é tal, que logo houve nomes do panorama musical do Fado que os quiseram interpretar, fadistas como: Ada de Castro, Alexandra Cruz, Anita Guerreiro, António Mourão, António Laborinho António Passão , António Severino, Arlindo de Carvalho, Artur Garcia, Beatriz da Conceição, Branco de Oliveira, Carlota Fortes, Chico Pessoa, Estela Alves, tia e sobrinha, Fernando Forte, Francisco Martinho, Humberto de Castro, Julieta Reis e sua filha Sara Reis, Lenita Gentil, Lídia Ribeiro, Maria Jô-Jô Pedro Lisboa, Lurdes Andrade, Natércia Maria, Simone de Oliveira Toni de Almeida,, Tonicha , Tristão da Silva, Xico Madureira, e outros. No início Fernando Pinto Ribeiro usava o pseudónimo "SÉRGIO VALENTINO".

Alguns das suas letras para fado mais conhecidos, são: Às Meninas dos Meus Olhos, A Cantiga dos Pardais, Era um Marinheiro, Fado Alegre, Hino à Vida, Nas Ruas da Noite, Bom Fim de Semana, Noites Perdidas, Pensando em Ti, Lisboa vai,  Pensando em Ti, , etc.

 © Vítor Duarte Marceneiro

LISBOA VAI ! (MARCHA)

Letra de: Fernando Pinto Ribeiro

 

A bailar pela Avenida,

Num balançar de canoa,

vai de varina vestida

Rainha Dona Lisboa

 

Vai abraçar do Castelo,

Plo Tejo nos mares deitado,

O marinheiro mais belo

Das caravelas do Fado

 

Vai aonde a alma voa

Desde os mundos do passado

Até onde o mar entoa

Teu nome por todo o lado

  

 Refrão

 

Vai, vai, Lisboa,

Santo Antoninho te guia

Da Estrela e da Madragoa

à Graça e à Mouraria.

 

Vai, numa boa,

Vai na vida ser vadia,

Vai, até que o andar te doa,

Rumo à Praça da Alegria!

 

Vai nos pregões a cantar

Camões, a Amália, Pessoa…

Vai na marcha popular

Rainha Dona Lisboa

(*)

Vai de Alfama e do Dafundo

a São Bento e a Belém

E sobe à Rua do Mundo

Do Poço do Borratém …

 

Vai sair na Boa-Hora,

Com foguetes e balões,

A São Vicente de Fora,

de dentro dos corações

 

(*) Quadro a óleo do Mestre Real Bordalo- Beco de Alfama
ÁS MENINAS DOS MEUS OLHOS
Canta Beatriz da Conceição
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música: As Meninas dos Meus Olhos- Beatriz Ferreira
publicado por Vítor Marceneiro às 10:53
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Quinta-feira, 20 de Setembro de 2007

FRANCISCO JOSÉ

FRANCISCO JOSÉ

Acompanhei grande parte do «percurso artístico» do Chico Zé que, um dia, teve a coragem de trocar as «engenharias» pelas cantigas que eram, afinal, a sua grande paixão. Testemunhei, inclusivamente, os seus primeiros passos com o Prof. Mota Pereira, no Centro de Preparação de Artistas da Rádio, onde des­pontaram algumas das grandes «estrelas» do microfone que principiaram a bri­lhar por volta dos anos 50.

O Chico Zé impôs-se, rapidamente, como uma das vozes mais bonitas e mais românticas da Rádio que, na época, era o meio de comunicação por excelência, em Portugal. As jovens sonhadoras e apaixonadas desse tempo suspiravam exta­siadas ao ouvirem aquela voz bem timbrada (a que não faltava sequer um ligeiro «toque» alentejano) e acorriam, frenéticas, às salas de espectáculo onde o seu ídolo se apresentava.

O saudoso poeta e homem da Rádio, José Castelo, um dos responsáveis do popular «Comboio das seis e meia» que animava os fins de tarde no Politeama e no Capitólio, começou um dia a chamar-lhe «o coração que canta» e o «slo­gan» ficou. Com a chegada da Televisão a Portugal, o sucesso do Chico Zé ganhou uma nova dimensão e um dia surgiu a hipótese de viajar até ao Brasil. Atraído pelo sabor da aventura, o Chico Zé lá foi e o sucesso foi estrondoso, não sem que, antes, tivesse de travar uma sucessão de duras «batalhas» que sempre conseguiu superar. Creio que para lá do seu estilo romântico, servido por uma voz invulgarmente agradável e bem timbrada, o seu triunfo no Brasil ficou a dever-se a uma perfeita dicção que permitia entender tudo aquilo que ele cantava. Um amigo meu, jornalista do grande país irmão, disse-me uma vez a propósito do sucesso do nosso artista em terras brasileiras: «Você sabe que nós nem sempre entendemos, com facilidade, tudo o que um português está falando mas com o Francisco José a coisa é diferente – não perdemos uma só palavra do que ele canta e isso é muito importante, em especial se os versos são gostosos de se ouvirem...»

Artur Agostinho

 

 

 

Nota: A coragem e oportunidade de Francisco José,  ao actuar em directo num programa,  na RTP antes do 25 de Abril, denunciou a falta de apoio  dado aos artistas portugueses quer na Rádio, quer na Televisão. As suas palavras caíram que nem uma "bomba" nos poderes de então, de tal  forma, que a partir daquele incidente, os programas em directo na RTP,  foram proibidos, e Francisco José  foi considerado "persona non grata" quer na RTP quer na Emissora Nacional.

Qaunto a mim o panorama hoje está na mesma, ou ainda pior, excepção feita a dois ou três eleitos (do lobbie).

 

 

Francisco José canta:

 

 

RECADO A LISBOA

 

Letra de:João Villaret

Música de Armando da Câmara Rodrigues

 

Lisboa querida mãezinha

Com o teu xaile traçado

Recebe esta carta minha

Que te leva o meu recado

 

Que Deus te ajude, Lisboa

A cumprir esta mensagem

Dum português que está longe

E que anda sempre em viagem

 

Estribilho

 

Vai dizer adeus à Graça

Que é tão bela, que é tão boa

Vai por mim beijar a Estrela

E abraçar a Madragoa

E mesmo que esteja frio

Que os barcos fiquem no rio

Parados sem navegar

Passa por mim no Rossio

E leva-lhe o meu olhar

 

Se for noite de S. João

Lá pelas ruas de Alfama

Acende o meu coração

No fogo da tua chama

 

Depois leva-o p´la cidade

Num vaso de manjerico

Para matar a saudade

Desta saudade em que fico

 

Estribilho

 

Monte e Igreja da Graça

 

 

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música: Recado a Lisboa
publicado por Vítor Marceneiro às 22:52
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Sexta-feira, 14 de Setembro de 2007

JULIETA FERREIRA, Romancista e Poetisa

Julieta Ferreira nasceu em Lisboa em 1952.

Desde criança sentiu uma grande paixão pela leitura e pela escrita.

Licenciou-se em Filologia Românica na Universidade de Lisboa.

Em 1983, emigrou para a Austrália, onde começou por trabalhar como tradutora e intérprete.

Em 1987 foi convidada para leccionar Língua e Cultura Portuguesa na Universidade de Queensland, Brisbane, onde se manteve até 1999.

Compilou e publicou um Curso de Língua Portuguesa para principiantes e organizou várias conferências para divulgação da História e Cultura de Portugal.

Organizou programas de treino para educadoras de infância e professores e apresentou  workshops e seminários, versando temas como a diversidade,  o racismo, a discriminação e o multiculturalismo.

Nos vários projectos, tem defendido, com muita paixão, os direitos dos imigrantes e refugiados e tem lutado pela inclusão e aceitação de todas as raças, na sociedade australiana. (*)

Ao longo dos anos tem escrito poemas e contos e em 1999 publicou uma pequena novela em inglês, Nothing stays the same.

É muito entusiasta por tudo o que é português e, desde que tem estado ausente do seu país, tem apreciado ainda mais as suas origens, na sua visita a Portugal, em 2005, surgiu a inspiração para a escrita de “Regresso a Lisboa” concretizando assim um sonho antigo. Este seu primeiro romance, de carácter autobiográfico, é a expressão de um amor muito intenso pela pátria e, em particular, por Lisboa.

Em 2007, publicou o seu primeiro romance de ficção, “Sem ponto final”, assim como um livro de poesia, “Pedaços de mim”. Alguns dos seus poemas foram incluídos numa Antologia de Autores Portugueses Contemporâneos, Poiesis – Vol. XV, editada pela Editorial Minerva.

Biografia fornecida pela própria

(*) Curiosamente foi votada nas Nações Unidas no dia 13 de Setembro de 2007, Resolução, a que se obrigam no respeito pela minorias. Embora aprovado pela maioria da Assembleia das N.U., teve os votos contra da Austrália e do Estados Unidos !!!

 


 

Poema sobre Lisboa, retirado do seu livro de poesia

 

"Pedaços de Mim" 

RECORDO-TE  CIDADE!

 

O sol banha-a rendido aos seus encantos

Fadistas choram seus prantos em canto magoado

Cauteleiros de pé firme nas esquinas

Na Brasileira um passado de rimas

Mendigos ostentam lamúrias e chagas

O Tejo une-se a ela num abraço enamorado

Poetas que a versejaram foram tantos.

 

Gatos espreguiçam-se nas varandas floridas

Roupa branca esvoaça nos estendais das ruelas

Crianças buliçosas rodopiam nos quintais

Quiosques vendem os matutinos jornais

Flausinas passeiam-se de mãos dadas

Amantes perdem-se pelas antigas vielas

Passos ressoam nas calçadas carcomidas.

 

Os ventos sopram doçuras nas colinas

Vendedores deambulam pelas avenidas

A luz reflecte-se no vermelho dos telhados

Escritores em esculturas imortalizados

Crentes rezam suas preces caladas

O prazer ofertado das mulheres perdidas

Bandeiras desbotadas mostram suas quinas.

 

Odores de rio e café na baixa do Marquês

Floristas dispõem ramalhetes coloridos

Engraxadores aguardam clientes pressurosos

Turistas contemplam monumentos famosos

A brisa fustiga as tristezas soluçadas

O adeus penoso que entorpece os sentidos

A dor amarga dos que já não vês.

 

No metro atulhado acotovelam-se os alfacinhas

O som plangente e vivo da guitarra sem idade

Mulher velha pedinte resguarda-se do frio

Som alegre do acórdão nos passeios do Rossio

Estátuas erguidos tributos de eras passadas

O Parque Mayer despovoado invoca a saudade

Nas igrejas do Chiado murmúrio de ladainhas.

 

O castelo fala-nos de História

Gaivotas conversam com o rio amigo

Dançam sensuais em volta de veleiros

Miradouros sobranceiam casarias caiados

Pombas esvoaçam alegres pelas praças

Reis atestam a nossa glória

Velozes fendem as águas os cacilheiros

E eu na solidão dos meus cuidados

Tento soltar-me das mordaças

Anseio voltar para o teu abrigo.

 

Recordo-te saudosa

Nesta terra que me tolhe a liberdade

Quero ficar

Essa é a minha verdade!

 

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publicado por Vítor Marceneiro às 20:54
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DANIEL GOUVEIA- Fadista, compositor, letrista e escritor

 Daniel Gouveia, nasceu em Lisboa, na freguesia de Arroios, em 1943.

Frequentou a Faculdade de Letras de Lisboa, até ao 3º ano do curso de Românicas.

Embora não tenha acabado o curso, tem uma tendência natural para a escrita, e nunca deixa de nos surpreender com a sua capacidade de comunicação dos seus excelentes textos.

Profissionalmente, é consultor de empresas em Gestão Comercial, consultor literário de duas editoras livreiras e editor.

Tem colaborado em variados jornais e revistas.

A sua ida para o serviço militar e posterior mobilização para África levou-o a escrever o livro “Aracanjos e Bons Demónios”, que é uma narrativa da sua experiência na Guerra do Ultramar.

É ainda autor de diversos contos publicados e de um estudo universitário sobre «Alcunhas – Génese e importância da caricatura verbal».

Membro honorário da Estudantina Universitária de Lisboa.

É durante o serviço militar, já com 25 anos de idade, que Daniel Gouveia começa a dar mais atenção ao Fado. Tomou-lhe o gosto e não mais parou.

Membro da Academia da Guitarra Portuguesa e do Fado, de 1996 a 2001 (galardoado com o título de Sócio do Ano em 1997).

Sócio da Associação Portuguesa dos Amigos do Fado.

Sócio Honorário da Associação Benaventense dos Amigos do Fado.

Membro fundador da confraria fadista “Confraria do Velho Graal”.

Membro do Conselho Consultivo o Museu do Fado.

Autor dos textos de apoio de várias  edições discográficas da editora Valentim de Carvalho.

Numa iniciativa da APAF, fez parte do elenco da opereta fadista “O Julgamento do Chico do Cachené”, de Linhares Barbosa, no papel de Juiz e como autor e intérprete da letra do fado de abertura das representações.

É autor de letras e músicas de fados de Lisboa, cantados por Julieta Estrela, Teresa Tapadas, Linda Leonardo, Ana Margarida, Nuno de Aguiar, Carlos Zel, Rodrigo Costa Félix, Abel Coutinho, Paulo Penim, André Ramos.

A sua letra “Versículo da Mariquinhas” foi publicada na colectânea Um Século de Fado (Ediclube, 1999) e a do “Fado da Internet” foi gravada por Carlos Zel no CD «Com Tradição» (Movieplay, 2000).

Em 2002 voltou a apresentar-se no “Espaço das 7 às 9”, no Centro Cultural de Belém. Em 2002 gravou, como intérprete, 3 faixas do CD Lisboa em Vários Tons, do qual foi compositor de 6 músicas, tendo uma delas (“Cuidado, Louca Gaivota”) sido considerada Fado Tradicional, incluído na catalogação organizada por José Manuel Osório, que lhe deu o nome de "Fado Daniel".

Em Novembro 2003 integrou a homenagem póstuma a Carlos Zel feita na Grande Noite do Fado desse ano, no Teatro Municipal de S. Luís, cantando o «Fado da Internet».

Como investigador e conferencista, apresenta regularmente as palestras «Os Sons e as Palavras do Fado de Lisboa», «Aspectos da Poética de Carlos Conde», «Recordar Alfredo Marceneiro», «Recordar Maria Teresa de Noronha», «Arquivos do Fado – Caracterizações» e, ocasionalmente, sessões de divulgação de Fado, em instituições, escolas e universidades, com exemplos cantados ao vivo, pelo próprio e por convidados.

Em parceria com Teresa Machado, co-apresenta e canta os espectáculos «O Fado Explicado e Cantado», em inglês, francês, castelhano e italiano, para audiências estrangeiras, e «Nós é que pomos a mesa – Fado, poesia e humor».

Em parceria com Vítor Duarte Marceneiro, co-apresenta e canta em espectáculos com diaporamas biográficos e evocações do repertório de Alfredo Marceneiro, Hermínia Silva, Vicente da Câmara e Paulo de Carvalho.

Biografia fornecida pelo próprio

 

 Daniel Gouveia canta:  

 

HÁ CHORO NA MOURARIA

 

Letra : Carlos Baleia 

Música : Marcha de Manuel Maria 

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música: Estas Meninas do Tejo
publicado por Vítor Marceneiro às 20:45
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Segunda-feira, 10 de Setembro de 2007

PADRÃO DOS DESCOBRIMENTOS, TORRE DE BElÈM, RIO TEJO

 

Padrão dos Descobrimentos

Vista parcial do Monumento aos Descobrimentos.

O Monumento aos Descobrimentos, bem destacado na margem do rio, em Belém, Lisboa foi construído em 1960 para assinalar os 500 anos da morte de D.Henrique o Navegador.

Foi encomendado pelo regime de Salazar, tem 52 metros de altura e celebra os marinheiros, patronos reais e todos os que participaram no desenvolvimento da Era dos Descobrimentos.

O padrão dos descobrimentos que podemos hoje observar já não é o original. O original foi desmontado em 1958. Com efeito o actual foi inaugurado em 1960, e é, construído em betão e com esculturas em pedra de lioz, uma réplica do original, construído em materiais frágeis, que fora construído para a Exposição do Mundo Português, em 1940, pelos arquitectos Cottinelli Telmo (1897-1948) e Leopoldo de Almeida (1898-1975).

O monumento tem a forma de uma caravela com o escudo de Portugal nos lados e a espada da Casa Real de Avis sobre a entrada. D. Henrique, o Navegador, ergue-se à proa, com uma caravela nas mãos. Em duas filas descendentes, de cada lado do monumento, estão as estátuas de heróis portugueses ligados aos Descobrimentos. Na face ocidental encontram-se D. Manuel I, que segura uma esfera armilar, o poeta Camões, com um exemplar de Os Lusíadas, o pintor Nuno Gonçalves com uma paleta, bem como famosos navegadores, cartógrafos e reis.

 A rosa-dos-ventos construida com mármores policromos

A norte do monumento uma rosa-dos-ventos de 50 metros de diâmetro, desenhada no chão, foi uma oferta da África do Sul em 1960. O mapa central, pontilhado de galeões e sereias, mostra as rotas dos descobridores nos séculos XV e XVI.

No interior do monumento existe um elevador que vai até ao sexto andar, e uma escada que vai até ao topo de onde se tem um belo panorama de Belém e do rio. A cave é usada para exposições temporárias.

Torre de Belém foi construída na era das Descobertas (quando a defensa da cidade era de extrema importância) em homenagem ao santo padroeiro da cidade, São Vicente.
Para melhorar a defesa de Lisboa, o rei João II desenhou um plano que consistia na formação de uma defesa constituída por três fortalezas junto do estuário do Tejo. Formava um triângulo, sendo que em cada ângulo se contruiría uma fortaleza: o baluarte de Cascais no lado direito da costa, a de S. Sebastião da Caparica no lado esquerdo e a Torre de Belém na água (já mandada construir por D. Manuel I).
Este monumento está repleto de decoração Manuelina que simboliza o poder do rei: calabres que envolvem o edifício, rematando-o com elegantes nós, esferas armilares, cruzes da Ordem Militar de Cristo e elementos naturalistas.
Com o passar do tempo, e com a construção de novas fortalezas, mais modernas e mais eficazes, a Torre de Belém foi perdendo a sua função de defesa.

Durante os séculos que se seguiram, desempenhou funções de controle aduaneiro, de telégrafo e até de farol.
Foi também prisão política, viu os seus armazéns transformados em masmorras, a partir da ocupação filipina (1580) e em períodos de instabilidade política. Finalmente, em 1983 a UNESCO classificou-a Património Cultural de Toda a Humanidade.

In: Wikipédia

 


Maria Armanda canta: 

 LISBOA E O TEJO

 

Letra de: Mário Rainho

Música de: Fontes Rocha

 

Lisboa também tem um namorado

E também tem ciúmes como nós

Lisboa quando sofre canta o fado

Com um soluço triste em sua voz

 

Lisboa é namorada delicada

Vaidosa e orgulhosa de assim ser

Lisboa fica às vezes amuada

se o seu amor, amor não lhe oferecer

 

Chama-lhe marinheiro          ­

Fala d'ele na rua

E sente ciúmes dos olhos da Lua

 

Chama-lhe marinheiro

Sem rumo nem rota

Sempre atrás das asas d'alguma gaivota ­

Ele numa onda atira-lhe um beijo

E assim namoram Lisboa e o Tejo

 

Lisboa tem arrufos com o namoro

Se o vê fazer olhinhos às estrelas

E então vai mirando ao miradouro

que não vá o diabo tecê-las

 

Lisboa quando desce uma colina

Para namorar com ele toda se enfeita

Lisboa veste saia de varina

para ouvir os piropos que ele lhe deita

 

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música: Lisboa e o Tejo
publicado por Vítor Marceneiro às 20:00
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Domingo, 9 de Setembro de 2007

AMO-TE LISBOA

AMO-TE LISBOA VIRADA AO TEJO

 Poema de: Rogério Martins Simões

 

Dizem que um dia alguém cantou

Que por amores Lisboa se perdeu,

Por amores se perde quem lá voltou

Por amores se perde quem lá nasceu.

 

Dizem que um dia alguém contou

Que uma moira cativa no Tejo desceu

Por amor, Lisboa a moira libertou,

De amores por Lisboa a moira morreu.

 

Juntaram-se os telhados enfeitiçados

Apertadinhos os dois e entrelaçados

Num fado castiço numa rua de Alfama

 

E o Tejo, que é velho, beija a Cidade

Morre-se de amores em qualquer idade

Perde-se por Lisboa quem muito a ama!

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publicado por Vítor Marceneiro às 21:16
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Sexta-feira, 7 de Setembro de 2007

EUCLIDES CAVACO - POETA - DECLAMADOR

EUCLIDES CAVACO, nasceu no concelho de Mira, distrito de Coimbra.

Muito jovem decidiu ir para Lisboa a fim de arranjar um emprego e poder simultaneamente conciliar o seu grande sonho de estudar, anseio que consumou tendo assim concluído em Lisboa o curso geral dos liceus e frequentado posteriormente os estudos superiores.  
Euclides Cavaco
começou a escrever poesia nos seus anos académicos e dela tem feito uma constante da vida. Incondicionalmente apaixonado pelo FADO, foi talvez no FADO que encontrou a sua inspiração maior. Por ele nutre uma transparente admiração consagrando-lhe grande parte da sua obra. Escreve-o para fadistas, declama-o com grande estro poético e essencialmente dá a conhecer ao mundo.
Na década de 60 parte para Angola, onde fez o seu estágio para locutor da Rádio.

Em 1970 num impulso de aventura optou por se radicar no Canadá, onde continua a residir. Em 1974 com um grupo de amigos funda o programa de televisão Saudades de Portugal, de cujo foi apresentador.

Em 1976 é nomeado Comissário Público pelo Governo do Ontário.

Em 1980 liga-se à criação da RÁDIO VOZ DA AMIZADE, de que é director e locutor há mais de 25 anos.

Pelo seu mérito na divulgação da Língua e Cultura Portuguesa, tem recebido diversas distinções honoríficas entre as quais se destacam:   

Condecoração oficial com a medalha de honra pelo Governo Federal do Canadá em 1992.  

Agraciado com a medalha e diploma de reconhecimento pelo Ministério da Cultura Canadiana em 1993.

Premiado com o PRECOM da literatura em 2000 na cidade de Toronto.  

Destacado pelo “ Free Press” numa edição especial em Maio de 2000, como: “ The King of Little Portugal ” 

Homenageado pela Assembleia da República Portuguesa com a medalha de mérito em 2001.  

Distinguido com o troféu Prestígio e Dedicação das Comunidades Portuguesas pela revista Portugal em 2004.

1º Prémio no concurso literário da Associação Cultural Poética – Mensageiro da Poesia em Maio de 2006 

É membro de diversas academias e associações poéticas entre cujas sobressaem: Associação Portuguesa de Poetas, Grémio Literário da Língua Portuguesa, Mensageiro da Poesia Tertúlia de Bocage, Membro Académico da Abrali, Membro da  Academia Brasileira de Letras e outras.

 

ESPAÇO NA NET: ECOS DA POESIA, é a sua página na Internet www.euclidescavaco.com, dedicada à POESIA PORTUGUESA quase a atingir ás 200.000 visitas,  dá peculiar relevância à POESIA DECLAMADA, contendo RÉCITAS, POEMAS ILUSTRADOS, FADOS, BALADAS, CANÇÕES, ETÇ.
OBRAS DO AUTOR: PEDAÇOS DO MEU PAÍS, (obra poética, em cujos poemas preconiza o seu grande amor à Pátria que o viu nascer e deixa nitidamente transparecer com todo o sentimento a sua paixão pelo FADO). VOZ DA ALMA, ECOS DA POESIA, NATAL DA DIÁSPORA, RETALHOS DE FADO, (CD e livro E-book) TERRAS DA MINHA TERRA, QUANDO O MEU CANTO É POESIA e PARTICIPAÇÃO EM DIVERSAS ANTOLOGIAS POÉTICAS. Outros trabalhos em curso a serem oportunamente editados.  

O seu género poético tem atraído a admiração e preferência de diversos intérpretes do FADO, da canção e das baladas. Mais de 120 temas seus já foram gravados em CD.

Editou também já 5 CDs com mais de 60 récitas suas e assina diversas rubricas de poesia publicadas em conceituados jornais e revistas e, mantém participação activa em muitíssimas páginas na Internet.

Continua a recitar poesia com grande convicção Lusíada nas frequentes aparições e entrevistas concedidas à rádio, TV e nos espectáculos para onde é convidado, procurando glorificar sempre o nome de Portugal e DESTE POVO QUE NÓS SOMOS.

In: www.ecosdepoesia.com

 


Com a sua alma Lusa e coração fadista, Euclides Cavaco não podia deixar de se associar a este projecto “Lisboa no Guiness como a Cidade mais Cantado no Mundo”, desde a primeira hora, só na base de dados já constam cerca de 80 poemas seus, sobre Lisboa.

A sua veia poética e o seu amor às causas do fado, quis homenagear mais a nossa querida Lisboa, compondo um poema, que abaixo se transcreve e do qual fiz um Vídeo-Clip, como preito de homenagem e admiração ao homem e à sua obra

Bem-haja

EUCLIDES CAVACO

 

 

L  I  S  B  O  A

A Cidade mais cantada do mundo

 

Ó Lisboa minha musa

À beira Rio plantada

És a cidade mais Lusa

Desta Pátria minha amada.

 

Tu és verso e és poema

Cidade que nos ufana

Há oito séculos suprema

Como gesta Lusitana...

 

Inspiração de poetas

És tema de mil canções

Tuas ninfas predilectas

Já inspiraram Camões.

 

Ostentas reino lendário

Onde a saudade é reinado

No teu trono relicário

Vive um Rei chamado Fado...

 

E o que mais alto ressoa

No País das cinco quinas

É ver que a nossa Lisboa

Também tem sete colinas...

 

Ó Lisboa da saudade

Nestes versos exaltada

Pelos teus dotes...CIDADE

És no mundo....A MAIS CANTADA!...

 

  

 

Video-Clip: Lisboa a Cidade mais Cantada do Mundo
Poema: Euclides Cavaco
Declamador: Euclides Cavaco
Produção e Realização: Vítor Duarte Marceneiro

 

 


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música: A Cidade Mais Cantada do Mundo
Viva Lisboa:
publicado por Vítor Marceneiro às 13:46
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Quinta-feira, 6 de Setembro de 2007

ALBERTO RIBEIRO

Albert Ribeiro canta 

Adeus Lisboa

 

ALBERTO RIBEIRO nasceu em Ermesinde em 1920.

Oriundo de uma família de artistas, tinha um irmão e uma irmã que também cantavam, mas que não foram muito conhecidos.

Com a sua voz extensa, de grande facilidade nos agudos, de timbre quente, que se podia colocar ao lado dos grandes cantores da sua época mesmo no estrangeiro, onde também era apreciado.

Obteve grande de popularidade, surgiu como intérprete principal do filme "Capas Negras" contracenando com Amália Rodrigues, continuando no período que se lhe seguiu como vedeta de cinema em várias películas nacionais e internacionais.

Em 1946 é inaugurada no Parque Mayer a “Sala Júlia Mendes” sendo Alberto Ribeiro primeira figura de cartaz ao lado de Amália Rodrigues.

Foi o galã de inúmeras operetas, quer pela sua figura, quer pelo seu cantar era o intérprete ideal, para um espectáculo muito em voga na época, mas muito cedo se retirou de cena sem que houvesse uma quebra de popularidade e de prestígio, que o justificasse.
Eis que vinte e cinco anos depois da primeira apresentação da opereta "Nazaré" reaparece novamente, igual a si mesmo, sem a mínima perca nos dotes da sua voz, que tantos admiradores conquistou.
Passado pouco tempo, retira-se novamente de cena, sem que ninguém o compreenda, remetendo-se a um silêncio que ninguém conseguiu até hoje quebrar, mas o público não o esquece, e com os seus a serem reeditados consecutivamente,  são a prova definitiva que a fidelidade dos admiradores de sempre tem arrastado consigo novos ouvintes interessados, e também eles fascinados por uma voz cujas raras qualidades perduram, a despeito da sua inexplicável decisão de se afastar dos palcos, no apogeu da sua carreira.

 

ADEUS LISBOA

Letra de: Alberto Dias Ribeiro

Música de. Amadeu do Vale

 

Adeus velha Lisboa

das guitarras

Plangentes de amargura

pelas vielas

Lisboa dos pardais

Lisboa das cigarras

Do sol  batendo em cheio

Nos vidros das janelas

 

Adeus Lisboa

Da velha Alfama sombria

Lisboa da Mouraria

Lisboa da tradição

Adeus Lisboa

Cheia de luz e de cor

Lisboa do meu amor

Amor do meu coração

 

Adeus velha Lisboa

Das canções

De pares de namorados

Pelas esquinas

Das tardes outonais

Das graças dos pregões

Da cor verde do Tejo

Dos olhos das varinas

 

Adeus Lisboa

Da velha Alfama sombria

Lisboa da Mouraria

Lisboa da tradição

Adeus Lisboa

Cheia de luz e de cor

Lisboa do meu amor

Amor do meu coração

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música: Adeus Lisboa
publicado por Vítor Marceneiro às 16:30
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Segunda-feira, 3 de Setembro de 2007

ANTÓNIO DOS SANTOS

António dos Santos canta: 

Partir é morrer um pouco

 

António dos Santos (1919 – 1993), nasceu em Lisboa

Inicialmente fadista jocoso, género que abraçou quando do início de carreira com apenas 15 anos.

Começa a abordar outros géneros de actuar, e sem quase se aperceber antecipa um estilo que nos anos sessenta se tornaria importantíssimo. Começa a cantar poemas, com um estilo nostálgico e dolente, numa abordagem tipo balada coimbrã.

António dos Santos, pelas suas interpretações despretensiosas, mas carregadas de sentimento granjeou muitos admiradores e amigos.

Era proprietário de uma casa típica num recanto de Alfama, “O Cantinho do António”, onde ele actuava para os clientes e amigos que o visitavam, homem afável e simpático era frequentemente visitado pelos fadistas que faziam questão de o abraçar e cantar no seu recinto.

Meu avô nutria por António dos Santos uma grande amizade, indo muitas vezes a Alfama de propósito para o visitar e fazendo questão de o ouvir, pois admirava muito o seu estilo, e porque era sempre muito bem recebido, como não havia guitarrista contratado, pois António dos Santos acompanhava-se a si próprio à viola, foi a única vez que ouvi meu avô cantar em público acompanhado só à viola, pelo próprio António dos Santos.

António dos Santos, punha uma postura inconfundível nas suas actuações, gravou pouco e não deixou seguidores do seu estilo inconfundível

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música: Partir é morrer um pouco
publicado por Vítor Marceneiro às 21:44
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