CAROS AMIGOS, QUE O ANO BISSEXTO DE 2008
VOS TRAGA TUDO DE BOM,
TAL COMO DESEJO PARA MIM E PARA OS MEUS.
Em termos de Fado, desejo que as altas competências acabem por iniciar o processo da candidatura da nossa querida Lisboa ao Guiness Book of Records " como a cidade mais cantada do mundo, na recolha feita para a base de dados constam todas as formas de cantar/homenagear, Fados, Canções, Sonetos, Poemas e Prosas, mas tal como eu tinha previsto é o Fado quem mais escreve e canta sobre Lisboa.
Veremos se em 2009 já estaremos no Guiness .
Ainda ao findar este ano, a minha sincera homenagem a todos o que amam o Fado, com duas vozes femininas , uma do Porto, outra de Lisboa, cada uma cantando à sua cidade.
LISBOA JÁ É MULHER
Letra de: Gonçalo Lucena
Música de: Pedro Rodrigues
Canta : Ana Marina
PORTO SENTIDO
Letra de: Carlos Tê
Música: de Rui Veloso
Canta: Sandra Cristina
Letra de : Henrique Rego
Música de Alfredo Marceneiro
" O NATAL DO MOLEIRO "
Que noite de Natal, tristonha agreste
De neve amortalhava-se o caminho
E o vento sibilada do nordeste
Por entre as frinchas da porta do moinho
Sentado na velha mó, já carcomida
Onde incidia a luz d´uma candeia
O moleiro de barba encanecida
Com a mulher comia a parca ceia
Próximo do moinho, ouviu-se em breve
Uma voz e o moleiro abrindo a porta
Viu um velhinho todo envolto em neve
Vergado ao peso d´uma esperança morta
Entrai meu peregrino da desgraça
Disse o moleiro ao pálido ancião
Aqui não há dinheiro, existe a graça
De haver carinho, piedade e pão
Vinde comer agasalhar-se ao lume
Festejar o nascer do Deus Menino
Porque a vida somente se resume
Na escravidão imposta p´lo destino
Então o velhinho com uma voz sonora
Pronunciou levando as mãos ao peito
Abençoado seja a toda a hora
Este moinho que é por Deus eleito
Feliz Natal e um bom Ano Novo
São os votos sinceros deste vosso amigo
Vítor Duarte Marceneiro
Viva a Solidariedade
Que bela imagem de Solidariedade, os animais fazem-no por instinto, os homens muitas das vezes, não o fazem por ganância!
Este pequeno filme que é uma maravilha, foi-me enviado há uns meses por um amigo , e desde logo pensei que iria usá-lo, achei oportuno divulgá-lo agora, que estamos em época natalícia, onde a solidariedade é mais falada, mas infelizmente logo esquecida. Natal devia ser todos os dias, e será sempre que um homem queira.
Com base neste pequeno filme e na mensagem que ele encerra, pedi a três poetas meus amigos que escrevessem algo para eu publicar conjuntamente com o mesmo, acederam ao meu pedido, é pois com muita gratidão, que aqui transcrevo as prosas que me enviaram.
Depenicar no Destino
por: Carlos Escobar
depenicar no destino
depenicar no que cai
às migalhas do vizinho
nem o peixinho lá vai
e... à falta de migalhas
há tanta gente que ao calhas
tem natal tão pobrezinho
que depenica migalhas
à espera de um bom patinho
DOM DE COMPARTILHAR
por: Euclides Cavaco
Qual imagem de candura
Nos inspira este patinho
Neste gesto de ternura
Transcendente de carinho.
Num afecto transparente
Tão singelo a repartir
Mesmo aos de raça dif’rente
Sem nada em troca exigir.
Exemplo de magnitude
Que dum patinho apreendo
Um desígnio de virtude
Que os homens vão esquecendo.
Bem dentro de mim eu sinto
Quando o contemplo melhor
Que há para além do instinto
Cândida prova de amor.
Que bom seria afinal
Se ele pudesse inspirar
Os homens neste Natal
O dom de compartilhar .
Na mesma simplicidade
Com que este patinho o faz
Toda a nossa humanidade
Teria mais pão e paz !...
ao pão da minha fome
por: Fernando Pinto Ribeiro
rompendo a terra
para a florir
e repartir
por toda a gente
o pão
é mão que encerra
todo o porvir
numa semente
o pão é mão
que dá o que recebe
e Deus lhe deu
fome que come
quanto sofreu
e pede à sede
água do céu
A primeira gravura "Olhando a árvore" é pintada com a boca por Erich Krell.
A segunda gravura "Natal na Praça" é pintada com a boca por R.Christensen
Luisa Melo, nossa compatriota está radicada há muito no Canadá, ama o Fado e a guitarra, é na guitarra que vive o seu Fado.
Nasceu a 1 de Fevereiro de 1955, em Vila do Porto na Ilha de Santa Maria, nos Acores.
É casada Dinis Semião de Melo, natural da Ilha de S.Miguel Acores, tem dois filhos nascidos no Canada, a Sonya e o Steve, que já lhe deu um neto.
Esteve em Lisboa de férias e ficámos amigos, e foi graças à sua inicioativa que fui convidado a ir ao Canadá cantar, fiquei hospedado na sua casa onde me senti da família.
Pedi ao poeta e escritor Euclides Cavaco, para escrever sobre esta grande senhora e guitarrista, que ele há muito conhece, para aqui lhe prestar uma sincera homenagem.
PERFIL DE UMA GUITARRISTA
HISTÓRIA INVULGAR DE AMOR AO FADO E À GUITARRA
A guitarra portuguesa é sem dúvida um dos mais atraentes instrumentos musicais
que tem a virtude de ser a musa inspiradora de poetas e trovadores e muito peculiarmente dos talentosos intérpretes do nosso FADO, que dele fazem a Alma Portuguesa.
Inseparável companheira do FADO , tem sido dedilhada quase exclusivamente por homens e, sem saber porque razão, apenas muito raramente por senhoras.
É de facto esta singularidade que motivou este registo digno de destaque por nos apresentar a rara particularidade de uma SENHORA GUITARRISTA, que para além do seu amor ao FADO e à guitarra ,
narra sobre essa sua paixão uma história que nos toca emocionalmente.
LUÍSA MELO, é o nome desta talentosa guitarrista , nascida em Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, Açores, que ao expressar a sua afeição extremosa pelo FADO e pela guitarra portuguesa afirma ter nascido com o fado na alma cuja propensão herdara de seus pais.
Desde muito jovem que Luísa começou a ouvir o FADO através da rádio e desde tenra idade se sentiu atraída pela sua nostalgia criando com o FADO e com a guitarra uma verdadeira afinidade que originou nela o ardente desejo de aprender a tocar guitarra. Todavia , as carências de recursos na sua terra natal não lhe permitiram lá consumar este seu sonho.
Em 1972 Luísa decide radicar-se no Canadá, trazendo na bagagem a sua contínua paixão pelo FADO e pela guitarra que continuam inalteráveis almejando SEMPRE um dia tornar-se guitarrista.
Já no Canadá , Luísa contactou então o guitarrista José Bairos, que lhe ensinou com muito carinho, tudo o que sabia, abrindo assim as portas ao seu tão ambicionado desígnio.
Depois já com alguns conhecimentos de guitarra tem a felicidade de encontrar na região de Toronto , o grande mestre e professor de guitarra António Amaro , que com a sua sapiência conseguiu dar asas ao grande sonho
de Luísa, transformando-a na guitarrista que hoje é.
Concluída a aprendizagem , Luísa inicia então a acompanhar noites de FADO como guitarrista e a fazer actuações púbicas em clubes e associações , tendo alcançado rapidamente a admiração do público em geral
e por mérito próprio conquistado alguns prémios e menções honrosas que muito têm prestigiado a sua carreira , entre os quais se destaca um prémio especial que lhe fora atribuído pela Fundação do saudoso mestre da guitarra portuguesa Mariano do Rego.
Luísa tinha assim consumado o seu grande sonho, mas o destino reservou-lhe um FADO MAIS TRISTE,
que é talvez o ponto fulcral de toda a sua biografia.
No auge deste seu grande júbilo, Luísa é dramaticamente surpreendida com o diagnóstico de um cancro.
Em face desta pavorosa notícia, a sua vida toma então um novo rumo. Obviamente triste e desmoralizada chegou mesmo a pensar que tinha chegado o fim . Mas Luísa acreditava contudo que a fé pode fazer mover montanhas , tal como acontecera com a concretização do sonho de ser guitarrista.
Baseada nesta mesma filosofia, Luísa desafia a terrível doença sem NUNCA desistir de poder curar-se , continuando abraçada à sua guitarra , dedilhando-a sempre como que um bálsamo, com a convicção de que a sua fé e o amor à sua guitarra eram mais fortes do que a apavorante doença que a torturava.
Quase como que miraculosamente, Luísa acabou mesmo por recuperar da aterrorizadora doença,
atribuindo esta consequência à fé que a sua amada e inseparável guitarra lhe inspirou, à qual quase
religiosamente presta culto por lhe ter devolvido a vida e a alegria de viver.
Esta é pois a invulgar biografia da guitarrista Luísa Melo, cuja paixão pela guitarra e pelo FADO,
motivaram nela a coragem que a levou à vitória. Luísa expressa assim com ênfase o seu sentimento:
Existem momentos na vida em que as palavras não revelam o que o coração triste sente e, neste momento o meu revela a alegria que me domina em poder continuar a tocar a minha guitarra. A fé NUNCA me abandonou.
Lutei e venci. Quando a morte chegar morro feliz porque realizei o meu sonho: O FADO A GUITARRA E EU.
Texto do Poeta e Escitor Euclides Cavaco
Luisa de Melo vai gravar brevemente, como ainda não tenho essa produção, dedico-lhe uma música da autoria do meu avô.
Fado Pagem
Autor: Alfredo Marceneiro
Execução na guitarra por: Arménio de Melo
Recebi do meu querido amigo, poeta e escritor, que tanto tem feito pela divulgação do Fado, do nosso país e da nossa cultura, é com muito orgulho que apresento esta linda homenagem que ele faz ao meu projecto.
LISBOA NO GUINESS
Projecto de Vítor Marceneiro
celebração das 100.000 visitas
Já Lisboa no Guiness ”
Adquiriu CEM MIL visitas
E todos os dias cresce
Sendo já das favoritas.
Só em apenas dez meses
Provou total aderência
Visitada cem mil vezes
Já é portal de Excelência.
Parabéns pelo projecto
Altruísta e pioneiro
Do nosso Vítor que é neto
Do Alfredo Marceneiro.
Que Lisboa no Guiness ”
Seja facto consumado
Por isso elogios merece...
Ao Vítor nosso obrigado !...
Euclides Cavaco
Nota: O "facto consumado" ou seja fazer a candidatura ao Guiness , agora só depende dos responsáveis políticos , pois o meu trabalho está feito, para esse efeito, mas continuarei a escrever sobre Lisboa e sobre o Fado, "até que as mãos me doam".
Quando do arranque deste projecto, a noticia da Lusa deu a volta ao mundo, espero não virmos a ser ultrapassados, e outras cidades se candidatem aproveitando a ideia.
Já agora informo que Lisboa não tem nenhum registo no Guiness Book .
NO MOMENTO EM QUE PUBLICO ESTA PÁGINA, REGISTA-SE MAIS DE 110.000 VISITANTES
Manuel Silva Cardoso nasceu no Porto na freguesia de Miragaia em 1962
A paixão pelo o Fado vem-lhe desde muito jovem, seu pai tocava guitarra, começando assim a cantar fados sobre Lisboa e de Coimbra, mas já ia metendo versos seus nas músicas mais conhecidas.
Neste livro de poemas anseia acima de tudo “injectar sangue novo” no Fado, gostaria de ouvir cantar também sobre o Minho e o Norte em geral, para que não seja só cantados Fados sobre Lisboa, esperando quem se disponha a cantá-los.
São poemas carregados “de histórias verídicas da vida do dia a dia, quer do Porto quer de Braga” dando-nos bem o retrato e a tradição das gentes de Portugal.
Sendo sua mãe bracarense, acabou por se radicar em Braga há cerca de 10 anos.
Continua a cantar como amador, e os seus poemas já começaram a ser musicados.
É de realçar que a venda do livro reverte a favor de uma ajuda humanitária.
Quando da minha actuação na 7ª Grande Noite do Fado de Braga que homenageava meu avô Alfredo Marceneiro, Manuel Silva Cardoso, quis associar-se a essa homenagem, e compôs estes versos que aqui transcrevo, e que muito me sensibilizou.
"ALFREDO MARCENEIRO"
A minha voz já está trémula
Dizia ele cantando
E quando não mais podia
Então cantava chorando
O Alfredo sempre foi
Considerado entre os fadistas
Quando o Alfredo partiu
Partiram mais dois artistas
Alfredo tinha pró Fado
Muito talento e valor
Além de afamado fadista
Era escritor e compositor
Estas humildes palavras
São o sentimento do povo
Em memória do Alfredo
Ao Fado vamos dar sangue novo
EU AMO LISBOA
Poema de: José Murta Loureço
Voz de: Luis Gaspar
Sonorização: (http://www.estudioraposa.com/)
Música de: Joaquim Campos (Rua do Silêncio)
Guitarrista: Raul Nery
Realização Vítor Duarte Marceneiro
EU AMO LISBOA
Eu amo Lisboa.
E eu quero escrever sobre Lisboa porque a amo.
Mas que Lisboa devo eu amar?
Sobre que Lisboa devo eu escrever
se há tanto em Lisboa
de que não gostar?
Eu gostaria de escrever sobre as caravelas
os monumentos, os barcos a dormir no cais
as colchas em festa nas janelas
as aldrabas nos velhos portais.
Eu gostaria de escrever sobre a Lisboa que fica
no coração do marinheiro a embarcar
sobre os telhados da velha Bica
dizendo adeus à outra margem
e aos barcos a largar.
Eu gostaria de escrever sobre a Lisboa das vielas
sobre o cheiro a cravo e a manjerico no ar
sobre o cheiro das sardinhas nas ruelas
e na noite o meu povo a cantar.
Eu gostaria de escrever sobre os jardins floridos
sobre os velhos repousando nos seus bancos
sobre o verde da relva dos seus parques esquecidos
e de vistosas flores por todos os cantos.
Eu gostaria de escrever sobre a Lisboa antiga
sobre os azulejos e as fachadas coloridas.
Eu gostaria de escrever sobre as suas cores vivas
e eternizá-los na letra de uma cantiga.
Mas sou forçado a escrever sobre o sujo do rio
e sobre toda a imensa sujidade
aquela que existe
se vê e ninguém viu
ou se passa por ela
olhando de lado.
Mas eu amo Lisboa.
E por isso sobre ela escrevo.
Sobre o que tem de bom e o reverso.
E amo Lisboa mesmo assim
porque como filho lhe devo
o amor que o filho deve a sua Mãe.
Nota: Este lindo poema, foi retirado de um livro de poemas que me enviaram, fiz várias diligências para falar com o poeta, não o consegui, mas achei que publicar esta sua obra é uma singela homenagem.
ALFREDO DOS SANTOS conhecido por (ALFREDO CORREEIRO).
Era natural de Lisboa, exerceu no Arsenal do Exército a profissão de correeiro, foi por tal facto que lhe adveio a alcunha com que se tomou conhecido no meio do fado.
Com 16 anos de idade já cantava nos retiros (Ferro de Engomar, Pedralvas, Charquinho, José dos Pacatos, Montanha, Caliça, António da Rosa e Quebra Bilhas) e em cervejarias e cafés: Rosa Branca, Boémia, Estrela d'Alva, Jansen, Avenida Bar e Café dos Anjos. Exibiu-se também no Salão Artístico de Fados e em vários teatros: Apolo, Avenida, Coliseu dos Recreios, Coliseu da Rua da Palma, Eden- Teatro, Fantástico, Ginásio, Joaquim de Almeida, Maria Vitória, Politeama, Trindade, Variedades e Teatro da Rua dos Condes, mas Alfredo Correeiro só se profissionalizou em 1928.
Cantava, habitualmente, apenas acompanhado à viola, por Georgino de Sousa.
Era assíduo frequentador das esperas de touros em que o fado marcava presença obrigatória, participou em festas nos salões dos condes de Sousa Rosa, de Burnay, de Fontalva, da Torre, da Anadia e do marquês de Castelo Melhor, bem como na casa do lavrador de Vila Franca de Xira, José Pereira Palha Blanco.
Elemento activo do Grupo dos Propagadores do Fado, são da sua autoria diversas composições, tais como o “Fado Três Tons”, “Fado Marcha Alfredo Correeiro” (gravado por Maria Alice) e “Marcha Boémia”, tendo obtido grande êxito na interpretação do fado Louca Paixão.
Ainda em relação aos mais de 100.000, que rectificar o não ter por lapso mencionado o meu amigo Daniel Gouveia ( que não vê o blog porque não tem tempo) mas que está sempre à minha disposição para colaborar, como têm feito, pelo lapso peço desculpa, mas ele até sabe que não foi por falta de consideração.
Permitam-me ainda dar um destaque especial á mensagem que abaixo transcrevo, 5.000 visitatntes depois:
Caro Lisboa no Guiness,
negocioseriscos, deixou um comentário ao post 100.000 VISITANTES EM 10 MESES às 03:12, 2007-11-30.
Caso pretenda responder a este comentário, poderá fazê-lo, usando este link.
Comentário:
É sempre agradável contemplar a árdua tarefa junto do seu criador, e se contribuímos com uma ínfima parte, mais nos satisfaz, pois é um pouco de nós a juntar ao todo do criativo. No universo, o projecto deverá ser a criação, a evolução com harmonia, mas às vezes com alterações violentas e caóticas, para o que tudo e todos contribuímos desde o mais ínfimo ao infinito sem nos preocupar o resultado final pois só o grande mestre sabe quando e como acaba. O penoso trabalho do Vítor Duarte está à vista e já foi observado por mais de cem mil, motivo de orgulho, como é óbvio, pois esse será o estímulo para que se complete até ao final. Na tragicomédia da vida de cada um de nós temos que a assumir a realização, a encenação, o ensaio, a actuação, a bilheteira, e na falta de espectadores, resta-nos a solidão de sermos o único a apreciar o resultado. Na realidade existem milhões de projectos no universo que contribuem para o todo, e que por uma questão de tempo e dimensão só são apreciados por uma minoria. Mas, a obra fica e isso é mais importante do que a mediocridade de nada fazer. Vítor, perdoa-me mas sinto um pouco de inveja neste teu trabalho, pois já tens cem mil em tão pouco tempo, e eu até à data de hoje, sinto-me espectador solitário de tudo o que fiz na vida. Só posso gritar ”BRAVO”, aplaudir de pé, e enviar-te aquele abraço.
Acácio Monteiro
Meu caro amigo Acácio Monteiro,
Não posso deixar de ficar deveras sensibilizado com a tua mensagem, com os teus elogios, que sei são sinceros.
Conhecemo-nos há um par de anos, e devo-te dizer que estás a ser injusto contigo próprio, podes crer que todos os que contigo convivemos e trabalhámos, sempre te admirámos, és um profissional competente em tudo o que metes a fazer, aprendi muito contigo, quando andámos nas andanças da fotografia, muito aprendi contigo, e acima de tudo nunca me afectou os elogios que te davam quando pegava nalgum trabalho que já tinha passado pela tua mão.
Estivemos meia-duzia de anos sem conviver e agora há cerca de um ano que nos voltámos a encontrar, quem nos visse diria que somos loucos... ou seja eu sou completamente doido, recomeçámos a nossa relação tal qual nos tivéssemos despedido na véspera, fenónemo que só acontece com quem é amigo ...digo AMIGO.
E continuo a fazer tudo há pressa ( o que é contra os teus hábitos) só falo aos gritos, mas tu ris-te, e discutimos, discutimos, mas depois rimos e voltamos a fazer coisas que nos dão muito gozo, como deves ter reparado, já não passamos sem nos, cumprimentar-mos, discutir-mos todos os dias, e sobretudo rimos... o riso é um vírus que não tem vacina, e nós felizmente estamos infectados...
Houve momentos nestes anos de ausência que muitas vezes em ti pensei, e sempre estiveste naquela pasta do "cérebro/coração" que tem o título "AMIGOS DO PEITO"
Espero que durante muitos mais anos leves com o meu "dito mau feitio" que a ti em nada te afecta, porque sabes que é pura «extroversão».
AMIGOS
Se alguma coisa me consome e me entristece é que a roda furiosa da vida, não me permite ter sempre ao meu lado,
Morando comigo
Andando comigo
Falando comigo
Vivendo comigo
Todos os meus amigos
· Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
· Tenho amigos que não percebem o amor que lhes devoto.
· Tenho amigos que não imaginam a necessidade que tenho deles.
· A alguns dos meus amigos não os procuro, basta-me saber que eles existem.
· Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles... eles não iriam acreditar.
· Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
· Se um dos meus amigos morrer, eu ficarei torto para um lado.
· Se todos os meus amigos morrerem, eu desabo!
· Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
Muitos dos meus amigos irão ler esta crónica e não sabem, não fazem ideia, que estão incluídos
...na sagrada relação de meus amigos.
A gente não faz amigos, reconhece-os.
PARTIR É MORRER UM POUCO
Canta: Anónio dos Santos
Chegou a cantar e dançar folclore no “ Restaurante Folclore” da Central de Cervejas, talvez influenciada por seu irmão o bailarino Mário Valejo , mas não continua por lá muito tempo, pois não era aquela a sua inclinação, prefere cantar Fado
Começa a cantar fado em restaurantes e colectividades, e é em Sesimbra no Restaurante Ribamar, do meu amigo Chagas, onde cantava às sextas-feiras, que a conheço, e passámos a ser amigos.
Foi por mim apresentada aos proprietários do Timpanas , que logo a contrataram, ao lado de Filipe Duarte e Natalino Duarte, e foi aqui que começou a sua carreira profissional com contrato fixo (1965) .
Tem uma voz muito bonita, é uma bonita rapariga, muito simpática, reunindo assim as condições para vir a ter êxito que teve.
Conhece Eduardo Damas e Manuel Paião, que lhe compõem alguns dos seus maiores êxitos, como O Segredo que Eu Te Disse e Como Posso Ter Ciúmes.
Maria Valejo pisa os palcos da revista, a convite de José Miguel, e torna-se figura de cartaz no Parque Mayer, estreou-se na revista “Zona Azul, actuou ainda em revistas como “Roupa na Corda”, Vivóvelho 2” e “Com Paio e sem Laranjas”, uma revista itinerante ao lado de Joel Branco.
Vai ao Brasil onde obtém enorme êxito, quer na televisão, quer em noites esgotadas em espectáculos no carioca “Lisboa à Noite”.
Entra em vários programas de televisão, sendo o último como convidada conjuntamente comigo por António Pinto Basto, para a «RTP Internacional» no programa "Fados de Portugal".
Foi proprietária do restaurante de típico “A Taverna de El-Rei”, que mais tarde abandona, continuando a sua carreira a cantar quer em espectáculos, quer em Casas de Fado, penso que a última casa em que esteve a cantar contratada foi no Faia.
© Vítor Duarte Marceneiro