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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Domingo, 26 de Agosto de 2012

Alfredo Duarte - Porquê Marceneiro como nome artístico

Depois de apresentar alguns dados sobre Alfredo Correeiro, na publicação anterior, poderão agora verificar  como o "DESTINO MARCA A HORA" e como a festa de homennagem ao Alfredo Correiro,  ficou ligada à ascensão de ALFREDO DUARTE, marceneiro de profissão e fadista (cantador de Fados , estilista criador de inumeros Fados cládssicos, leia-se músicas), porque o destino (o  seu Fado),  assim o determinou, passou a ser conhecido para todo o sempre como ALFREDO MARCENEIRO.


Para quem ainda não percebeu! eu sou seu neto, seu biógrafo e filho do seu filho, o Fadista Bailario- Alfredo Duarte Júnior, aliás somos (fomos) a primeira família fadista a terem o palmarés de rem  cantado juntos "TRÊS  GERAÇÕES"... até gravámos em disco.


Dueto no Fado A Lucinda Camareira cantam o Avô- Alfredo Marceneiro e o Neto - Vítor Duarte

P*oema de Henrique Rego

Música Fado Bailartico de Alfredo Marceneiro



Escreveu a poetisa Maria José Praça


 

No sangue que Deus me deu

 

Há pós de fado enrolados

 

Que cantam pregões ao vento

 

Desta Lisboa dos fados

 

 

 

Dos fados que vão correntes

 

Em vozes d'inibriar

 

À lareira das guitarras

 

Em ondas soltas de mar

 

 

 

A tradição rezou jura

 

De pai p´ra filho , p'ra neto

 

Marceneiro , é fado-d'alma

 

Asa d'um fado que freme... 



Mas vamos aos factos: 

O jovem Alfredo fazia questão de andar sempre muito bem vestido, de fato, camisa muito bem engomada com o laço ao pescoço e calçando polainites de polimento. Desse seu aspecto elegante nasceu a alcunha de «Alfredo-Lulu» — Lulu era equivalente ao «Janota» dos dias de hoje. (Como se pode observar nas fotos inseridas)
Em meados de 1920, um grupo de fadistas decide organizar no recinto Clube Montanha, uma Festa de Homenagem a dois nomes grandes do fado de então: Alfredo Correeiro e José Bacalhau.
O poeta Manuel Soares, responsável pela organização do evento, não prescindiu de convidar Alfredo para fazer parte dele
No dia em que juntamente com o guitarrista José Marques, estavam a ultimar os detalhes para a composição dos cartazes de promoção da festa, chegaram à conclusão de que ambos desconheciam o apelido do Alfredo. Como acharam que «Lulu», como então ele era alcunhado, não seria o mais apropriado, decidiram por bem mandar imprimir os cartazes, anunciando em destaque "Alfredo MARCENEIRO", visto que esta era a sua profissão.
Os seguidores do Fado, que nunca perdiam a oportunidade de comparecerem a estes espectáculos, sentiram grande curiosidade em saber quem era aquele Alfredo Marceneiro, de quem nunca tinham ouvido falar e que tinha merecido tamanha evidência!
Assim não foi de admirar que rapidamente a lotação se tivesse esgotado.
Alfredo cantou, pondo tal ênfase na sua actuação, que no final foram para ele todas as honras da noite. Dos comentários a esse espectáculo saiu extraordinariamente prestigiado o seu nome.



" O MARCENEIRO"

Com lídima expressão e voz sentida
Hei-de cumprir no Mundo a minha sorte
Alfredo Marceneiro toda a vida
Para cantar o fado até à morte.

Orgulho-me de ser em toda a parte
Português e fadista verdadeiro,
Eu que me chamo Alfredo, mas Duarte
Sou para toda a gente o Marceneiro.

Este apelido em mim, que pouco valho,
Da minha honestidade é forte indício.
Sou Marceneiro, sim, porque trabalho,
Marceneiro no fado e no ofício.

Ao fado consagrei a vida inteira
E há muito, por direito de conquista.
Sou fadista, mas à minha maneira,
À maneira melhor de ser fadista.

E se alguém duvidar crave uma espada
Sem dó numa guitarra para crer,
A alma da guitarra mutilada
Dentro da minha alma há-de gemer.

E foi assim que o Alfredo «Lulu» passou a ser para todos e, para sempre, conhecido por ALFREDO MARCENEIRO.
Mais tarde, o poeta Armando Neves escreveu um poema que lhe dedicou, ao qual deu o título: "O Marceneiro".
Estes versos com música de sua própria autoria foram o "seu Cartão de Visita", e passaram a ser tema obrigatório nas suas actuações.

 

Assim principiou a carreira de Alfredo Marceneiro, precisamente na altura em que o fado, saído dos cafés iluminados a gás (onde se ouvia ao piano, na voz de camareiras e faias), começava a impor-se no mundo do espectáculo. Ouvir então cantar a chamada canção nacional que, no entanto havia de manter-se nos retiros «fora de portas» e na garganta dos participantes das cegadas, em dias do Carnaval lisboeta, já não era uma perigosa aventura. É a partir daí que o fado, na sua forma estilizada, irá chegar ao teatro ligeiro e, mais tarde, ao cinema. Por outro lado, poetas como José Régio, Augusto Gil, António Botto ou Silva Tavares, encontram no próprio fado, inspiração para muitos dos seus versos. Aparecem novas vozes e, em breve, o fado passa a mostrar-se ao mundo, com foros de atracção internacional.

 

© Vítor Duarte Marceneiro in “Recordar Alfredo Marceneiro”

 

 

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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
Viva Lisboa: Muito saudoso e... vaidoso
música: Dueto avô e neto
publicado por Vítor Marceneiro às 22:05
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Quarta-feira, 22 de Agosto de 2012

AS MENINAS DOS MEUS OLHOS

Beatriz da Conceiçaõ canta

As Meninas dos Meus Olhos

De: Fernando Pinto Ribeiro e Fontes Rocha


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Viva Lisboa: Olhos da minha filha
música: As Meninas dos Meus Olhos
publicado por Vítor Marceneiro às 23:50
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Terça-feira, 21 de Agosto de 2012

BEATRIZ DA CONÇEIÇÃO

Conhecida no meio do Fado por (Bia) nasceu no Porto em 1939.

Numa vinda a Lisboa vai ouvir fados ao Solar da Márcia Condessa, é desafiada a cantar, interpreta de tal maneira que logo é contratada pela dona da casa.

Fica a viver em Lisboa e rapidamente o seu estilo de cantar lhe granjeia muitos admiradores, acabando por fazer várias épocas em quase todas as casas de fado.
Na revista, onde obteve grandes êxito, em, Fado Para Esta Noite e John Português.
Grava todo o repertório que estreia, que é êxito assegurado.

Faz várias digressões ao estrangeiro, actuando para as comunidades emigrantes, actua em diversos festivais internacionais de música, festas de beneficência.
Beatriz da Conceição, canta com um estilo muito pessoal verdadeiro, diz muito bem e divide o verso como deve ser, é irreverente mas tem uma alma fadista incontestável. Tem um vasto repertório, porque raros foram os poetas que não lhe escrevessem poemas, como Artur Ribeiro, Vasco de Lima Couto, ou José Carlos Ary dos Santos que em parceria com Fernando Tordo, escreveram o Fado da Bia,

Continua a actuar em programas de televisão, espectáculos ao vivo, na gravação de discos e, é presença assídua nas casas de fado.

 

 

                                           Beatriz da Conceição

 

                                 O fado já não lhe chega,

                                           Mas como nada lhe falta

                                           Tanto canta numa adega

                                           Como à luz de uma ribalta!

 

                                           E embora sentindo a chama

                                           Que leva à celebridade,

                                           Não se deslumbra na fama

                                           Nem se perde na vaidade!

 

                                           A Beatriz da Conceição

                                           Não é somente fadista,

                                           Muito mais do que atracção

                                           Ela impõe-se como artista!

 Poema de Carlos Conde


   

CANÇÃO DE LISBOA

Cantado por Beatriz da Conceição 

Letra de: Artur Ribeiro

 

Vejo do cais, mil janelas

Da minha velha Lisboa

Vejo Alfama das vielas

O Castelo, a Madragoa

E os meus olhos rasos de água

Deixam por toda a cidade

A minha prece de mágoa

Nesta canção de saudade

 

Estribilho

 

Quando eu partir

Reza por mim Lisboa

Que eu vou sentir Lisboa

Penas sem fim Lisboa

Saudade atroz

Que o coração magoa

E a minha voz entoa

Feita canção Lisboa

 

E se ao voltar

Me vires chorar, perdoa

Que eu abra a porta à tristeza

Para depois rir à toa

Tenho a certeza

Que ao ver as ruas

Tal qual hoje as vejo

Nesse teu ar de rainha do Tejo

Hei-de beijar-te Lisboa

 

Hei-de beijar com ternura

As tuas sete colinas

E vou andar à procura

De mim p’las esquinas

E tu Lisboa

Hás-de vir aqui ao cais

Como agora

P’ra eu te dizer a rir

O que hoje minha alma chora

 

Estribilho

 

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música: Canção de Lisboa
Viva Lisboa: Grande Bia
publicado por Vítor Marceneiro às 00:00
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Domingo, 12 de Agosto de 2012

FILME FADO - Carlos Saura, Carlos do Carmo & CIA.

Corria o ano de 2007,  e já alguém vaticinava o que se iria passar.

Estão em curso vários processos em tribunal por ilegalidades da produção, fugas ao fisco, direitos autorais não pagos, utilização abusiva de direitos conexos,  E O FADO VERSÍCULO ?, etc...

Alguém  (tribunal de contas e não só), já terá perguntado se já foram feitas as contas do dinheiro que todos nós pagámos... UM MILHÃO DE EUROS... 

E se lerem o contrato, logo verão o embuste...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Dr. Manuel Falcão, homem ligado aos audiovisuais, escreveu um artigo sobre o caso "FILME FADO -CARLOS SAURA -  CARLOS DO CARMO ". que não resisti a transcrever , pois é uma pessoa com conhecimentos da causa,  para se poder pronunciar objectivamente,  como faz  neste artigo publicado no Jornal Boa-Hora de distribuição gratuita.

Recebi um convite da EGEAC , para a apresentação do filme no Cinema S. Jorge, porque entra o meu avô, mas decidi não ir... também não comento, para já, aguardo ansiosamente o que se vai passar, e qual vai ser a reacção das gentes do Fado!

"ESPEREMOS QUE NÃO SEJA COMO A "FÁBULA DO REI VAI NU", PORQUE ENTÃO, O ÊXITO É ASSEGURADO, ISTO PORQUE OS ILUMINADOS ASSIM O IRÃO AFIRMAR"

 


 

DESFADOS

Anda por aí um grande alarido em torno de uma coisa chama­da "Fados", uma operação

pro­pagandística impulsionada e protagonizada por Carlos do Carmo, que logrou um inusita­do investimento público, à re­velia de todas as regras vigen­tes em matéria de financiamen­to ao audiovisual, para conse­guir um filme onde ele próprio brilhasse no papel de inspira­dor da obra. Para dar um ar cosmopolita à coisa arregimentou o sempre disponível Carlos Saura, que nos últimos anos se especializou em fazer bilhetes postais em torno de géneros musicais - primeiro o flamen­co, depois o tango e agora o fado. Claro que estes filmes não foram nem grátis nem rentá­veis e claro que houve sempre vários poderes a pagar a factu­ra, o que faz sentido porque na realidade eles foram usados     es­sencialmente como peças pro­pagandísticas. Pena é que o re­sultado final tenha sido sempre mais favorável a Saura e aos produtores que foram buscar os dinheiros públicos, do que aos países que financiaram a

operação, e, sobretudo, na reali­dade pouco fizeram a médio­-longo prazo pelos géneros mu­sicais cuja imagem no mundo se dizia irem exponenciar.

 

DO QUE LI E OUVI, APOSTO QUE ESTE É MAIS UM CASO DE DINHEIROS PÚBLICOS DEITADOS À RUA

 

O  mentor e os produtores do filme gabam-se de que ele esta­rá colocado em duas dezenas de mercados e sublinham o enorme valor que isto tem para a divulgação da cultura portu­guesa. Vamos por partes: pri­meiro é preciso ver que merca­dos são estes, em que circuns­tâncias vai o filme aparecer (para que audiências, em que circuitos, se estamos a falar de redes de salas de estreia, se sa­las e circuitos de filmes de au­tor, ou se de canais de televisão abertos); depois, é fundamental ver bem o que o filme é - e a esse nível as primeiras notícias são alarmantes na descaracteri­zação, na falta de rigor, no faci­litismo e até no pirosismo a que se recorreu.

No fundo a questão aqui é per­ceber se os tais imensos merca­dos onde dizem que o filme vai passar são relevantes em ter­mos de audiência e, depois, se o produto e o seu conteúdo con­tribuem para afirmar a marca de Portugal e a sua cultura ou se apenas aumentam a confu­são e a descaracterização. Do que li e ouvi, aposto que este é mais um caso de dinheiros pú­blicos deitados à rua para satis­fação de umas quantas vaida­des e interesses pessoais.

 

*mfalcao@gmail.com www.aesquinadorio.blogspot.com

 

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Viva Lisboa: Desolado com tudo isto
publicado por Vítor Marceneiro às 20:26
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Quarta-feira, 8 de Agosto de 2012

Saudade dos Santos

Nasceu em S. Pedro de Alva, em 1939, mas veio viver para o Distrito de Lisboa ainda muito jovem.
Desde muito nova tem a paixão da poesia, o que  contribui para começar a tomar atenção ao fado, e toma-lhe o gosto.
Em 1957 num concurso de fados organizado no Luso é “Eleita Rainha das Cantadeiras”.
Faz várias digressões artísticas no Ultramar e nas Ilhas onde obtém acentuada êxito, faz teatro, cinema e televisão, grava vários discos e é muito tocada nas rádios.
Saudade dos Santos tem uma voz melodiosa que nos atrai, aliada à sua bonita figura e simpatia pessoal.
Era frequentemente convidada para cantar nos salões dos casinos, e em várias Casa de Fado, por último contratada na “Severa” e quando está no auge da sua popularidade, casa-se com o conhecido empresário (*) Emílio Mateus, da Etiqueta Discos Estúdio.
Saudade dos Santos toma a opção de abandonar a vida artística para dedicar todos os seus momentos ao lar e à educação dos filhos.
Continua a escrever poesia e esperemos que edite o seu trabalho, pois seria um desperdício o não fazer, porque tem poemas muito bem estruturados e de agradável leitura.

 

(*) Emílio Mateus é um homem que há muito frequenta o fado, é conhecedor profundo das coisas do fado, foi decerto nos anos setenta o editor que mais oportunidade deu aos fadistas de terem a sua voz em disco, penso até que deveria pensar em editar em livro as suas memórias pois decerto que teríamos muitas supressas
 
 
 
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Viva Lisboa:
publicado por Vítor Marceneiro às 00:00
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Segunda-feira, 6 de Agosto de 2012

TEREZA TAROUCA

Tereza de Jesus Pinto Coelho Telles da Silva, nasceu em Lisboa a 4 de Janeiro de 1942, oriunda de uma família ligada à música e grandes amantes de Fado. É bisneta dos Condes de Tarouca, prima afastada de Maria Teresa de Noronha e prima de Frei Hermano da Câmara.

O Salão dos Bombeiros de Oeiras, foi palco da estreia de Tereza Tarouca, em que cantou o fado tinha apenas 13 anos, afirma que teve influências de Amália Rodrigues e Maria Teresa de Noronha.

Gravou seu primeiro disco para a RCA em 1962.

Fez vários programas de televisão.

Cantou poemas e músicas de Fados clássicos de autores de nomeada,  como D. António de Bragança, João de Noronha, Casimiro Ramos, João Ferreira-Rosa, Francisco Viana, Alfredo Marceneiro, D. Nuno de Lorena, Pedro Homem de Mello e Maria Manuel Cid. 

Tereza Tarouca ganhou vários prémios nacionais e internacionais e actuou em muitos países como Dinamarca, Bélgica, Espanha, Estados Unidos e Brasil.

Em 1989 publicou um álbum emblemático da sua carreira: Tereza Tarouca Canta Pedro Homem de Mello.

 

Dos seus principais êxitos, destacam-se:
"Mouraria",
"Deixa Que Te Cante Um Fado",
"Fado",
"Dor e Sofrimento",
"Passeio à Mouraria",
"Saudade,
"Silêncio e Sombra",
"Não Sou Fadista de Raça",
"Meu Bergantim",
"Zé Sapateiro".

 

 

 Tereza Tarouca canta: Cai Chuva no Céu Cinzento

Festival da RTP - 1993

 

 

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Viva Lisboa: Grande Fadista
música: Cai Chuva no Céu Cinzento
publicado por Vítor Marceneiro às 00:00
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Quinta-feira, 2 de Agosto de 2012

ZECA AFONSO - 25 Anos de Saudade

José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, filho de um juiz e de uma professora primária, nasceu, em Aveiro, em 2 de Agosto de 1929, tendo passado os primeiros anos de vida entre a terra natal, Angola e Moçambique.

"Bicho-cantor" foi a alcunha que lhe deram no liceu, por cantar serenatas durante as praxes. Nesta altura conhece a vida boémia e os fados tradicionais de Coimbra.

Entre 1946 e 1948, enquanto terminou o liceu, conheceu a costureira Maria Amália de Oliveira, com quem casou às escondidas, devido à oposição dos pais.

Quando, em 1949, ingressou no curso de Ciências Histórico Filosóficas, da Faculdade de Letras, revisitou Angola e Moçambique, integrado numa comitiva do Orfeão Académico da Universidade de Coimbra.

Em 1953, nasceu o primeiro filho, José Manuel, e, enquanto dava explicações e fazia revisões no "Diário de Coimbra", viu os primeiros discos serem editados.

O Emissor Regional de Coimbra, da Emissora Nacional, foi o local escolhido para a gravação dos dois discos, de 78 rotações, com faixas de fados de Coimbra.

"Fados de Coimbra" é o título do primeiro EP, editado em 1956. Nos finais dos anos 50, princípios de 60, começou a frequentar colectividades e a cantar, com regularidade, em festas populares.

Em 1963, concluiu o curso, com uma tese sobre Jean-Paul Sartre e a nota de 11 valores.

A senha para o início da Revolução de Abril, "Grândola Vila Morena", nasceu após Zeca Afonso se ter inspirado numa actuação na Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, em Maio de 1964.

O único disco editado pela Valentim de Carvalho, "Cantares de José Afonso", é desse ano, altura em que regressou a Moçambique, onde viveu e leccionou durante três anos.

O regresso a Portugal deveu-se à oposição José Afonso ao sistema colonial . O destino, desta vez, foi Setúbal, onde foi colocado como professor, tendo sofrido uma grave crise de saúde que o forçou ao internamento hospitalar durante vinte dias. Quando recuperou, ficou a saber que tinha sido expulso do ensino oficial, passando a viver de explicações que dava.

O PCP chegou a convidá-lo, por esta altura, a entrar para o partido, mas José Afonso recusou alegando a sua condição de classe.

O álbum "Contos Velhos Rumos Novos" e o single "Menina dos Olhos Tristes", que contem a canção popular "Canta Camarada" , são editados em 1969.

Seguem-se "Traz Outro Amigo Também", em 1970, gravado em Londres, "Cantigas do Maio", em 1971, gravado em Paris, e, no ano seguinte, "Eu Vou Ser Como a Toupeira", editado em Madrid.

Em Abril de 1973, foi preso, passando vinte dias em Caxias, e no Natal desse ano gravou, em Paris, "Venham Mais Cinco", com a colaboração musical de José Mário Branco, então exilado na capital francesa.

Muitas outras canções, espectáculos e prémios surgiram nos anos posteriores à revolução e, em 1982, os primeiros sintomas da doença que lhe causou a morte, uma esclerose lateral amiotrófica, começaram a manifestar-se.

No último álbum, "Galinhas do Mato", editado em 1985, Zeca Afonso já não conseguiu cantar todos os temas, sendo substituído por muitos cantores portugueses, como Luís Represas e Janita Salomé.

Dois anos mais tarde, em 1987,  no dia 23 de Fevereiro, às 3:00 h, José Afonso morreu, no Hospital de S. Bernardo, em Setúbal.

in: http://delta02.blog.simplesnet.pt/

 

 

 

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Viva Lisboa: SAUDADES ZECA
música: A MORTE SAIU À RUA
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