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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Sábado, 27 de Julho de 2013

Alfredo Marceneiro - O Patriarca do Fado



Alfredo Marceneiro
 
— Mais do que um fadista, Alfredo Marceneiro é a carne e o sangue, o coração e a alma do Fado. O próprio Fado. Aquela voz estranha, semi-rouca, cava, — que não é dado a todos, sentir nem compreender... — dá-nos todas as gamas de sensações imagináveis, traduz todos os estados de alma. Acaricia e arranha. Dulcifica e amarga. Fere e cura. Às vezes parece suave como ondas filigranadas aflorando na areia. Outras, áspera com vagalhões insubmissos corroendo graníticos rochedos. Tão depressa parece murmura blandícias como, logo, dolorida e corrosiva, nos aniquila na expressão viva, funda e profunda dos desesperos humanos. É tempestade a rugir e brisa a refrescar. Epopeia de vencido e amargura de triunfador. Por isso, o Alfredo — é grande...
 
Francisco Radamanto
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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
Viva Lisboa: Marceneiro é só Fado...
publicado por Vítor Marceneiro às 12:00
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Quarta-feira, 24 de Julho de 2013

Fado.... a alma do Povo Português

                                             

 

 


 O Fado nasceu no mar
                                              Ao balanço de ondas mil
                                              Por berço teve um navio
                                              Por cobertura um céu de anil
                                              Numa barquinha vogando
                                              Batida pelo luar
                                              Ouvi um nauta cantando
                                             “O FADO NASCEU NO MAR”
                                              E mal a gente põe os pés
                                              Nos sobrados do convés,
                                              Levamos da terra a imagem
                                              e a cantar, toda a viagem
                                              O Fado, de lés-a-lés!
 
In Ao sabor das ondas – Linhares Barbosa
 

 Fado.... a alma de um povo.

 
As viagens encetados pelos portugueses no século XVI, é um paradigma do destino de um povo que partiu durante séculos à procura do desconhecido, que nos criou um modo colectivo de ser e estar no mundo. É um gene da identidade portuguesa.
Naquelas horas da partida para a imensidão gigantesca dos mares, fizeram brotar lágrimas de todas as mães, de todos os pais, de todos os filhos, de todas as esposas, as noivas, os parentes e amigos, que ao dizerem adeus com soluços nos corações, na praia de Belém, que foi apelidada por isso mesmo de “Praia das Lágrimas” confrontavam-se com a descoberta da amargura da ausência.
Foi uma vivência que moldou as almas, era um povo aflito que via partir as naus com as suas gentes, sabe-se lá para onde iam, para o outro mundo ?
  
                         Ó Mar salgado, quanto do teu sal
                         são lágrimas de Portugal !

 

                         Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
                         Quantos filhos, em vão, choraram!
                         Quantas noivas ficaram por casar,
                         Para que fosses nosso, ó Mar!
 
                         Valeu a pena? Tudo vale a pena
                         Se a alma não é pequena.
                         Quem quer passar além do Bojador
                         Tem de passar além da dor.
                          Deu ao Mar o perigo e o abismo deu,
                          Mas nele é que espelhou o Céu
 

Poema de: Fernando Pessoa

 
É vida , é destino, é Fado, é a alma do nosso povo.
 
                             Em tão longo caminho e duvidoso,
                             Por perdidos as gentes nos julgavam,
                             As mulheres com choro piadoso ,
                             Os homens com suspiros que arrancavam;
                             Mães, esposas, irmãs, que o temerosos
                             Amor mais desconfia, acrescentavam.
                             A desesperação e frio medo
                             De já não nos tornar a ver tão cedo
 
Camões, Os Lusíadas, canto IV, 89)
 
Esta mentalidade, criada de uma vivência bivalente, amargurada por um lado, alegre por outro, isto porque o ritual da partida o medo a tristeza, o espectro da morte, se misturaram com a esperança, o sonho e quanto era maravilhoso estar vivo no regresso,  tais sentimentos moldaram a consciência que se cristalizou na música e no canto, com uma tonalidade própria, inconfundível e original como é a sua matriz..
O Fado é português, é toda uma mentalidade, é toda uma História, se o povo português é o único que canta o Fado, é porque também foi protagonista de uma vivência que mais nenhum povo teve.
 
Notas: In Fado, A alma de um povo M.L.Guerra
           In Fado, Mascarenhas Barreto
 

 

                                         O FADO É PORTUGUÊS

  

                       O Fado é tão português, que, de arnês,

                                     bateu-se em Fez;

                                     esteve em Alcácer-Quibir;

                                     arrostou o mar profundo

                                     e ao Mundo

                                     deu novo Mundo,

                                     na senda de Descobrir!

                                     Esteve em Malaca e Ormuz

                                     e, à luz do signo da Cruz,

                                     construiu impérios novos;

                                     da Guiné até Timor,

                                     com ardor,

                                     foi defensor

                                     do Destino doutros povos!

                                     Fê-lo Deus aventureiro:

                                     foi guerreiro

                                     e marinheiro;

                                     missionário, ou de má-rês

                                     e — vá ele p' ra' onde for —

                                     ­cante a dor,

                                    ou cante o amor,

                                     o que canta é Português!

Poema de: Mascarenhas Barreto  

 

 

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música: Fado.... a alma de um povo.
Viva Lisboa: Viva o Fado
publicado por Vítor Marceneiro às 16:00
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Sábado, 13 de Julho de 2013

Fernando Mauricio

 

Nasceu em Lisboa, na Rua do Capelão,  no Bairro da Mouraria a 21 de Novembro de 1933.
Faleceu em Lisboa, a 13 de Julho de 2003
Voz genuína, espírito livre e homem arreigado nas sua raízes de lisboeta, foi também um

grande intérprete do Fado. A sua autenticidade, o seu apego a uma forma popular de estar e sentir a vida da cidade, o seu enorme talento fizeram dele  um fadista admirado e principalmente o orgulho, do seu bairro  «A Mouraria».

Como profissional actuou em diversas casas típicas, Café Luso, Adega Machado, Adega

Mesquita, O Faia, Nau Catrineta etc.
Em Junho de 1989, com a presença de Amália Rodrigues, são descerradas duas lápides
evocando a sua figura e a de A Severa.
A 31 de Outubro de 1994 a CML, organiza no S.Luiz a sua festa das "Bodas de Ouro Artísticas"
Em 12 Maio de 2001, foi agraciado pelo Presidente da República, com a Comenda da Ordem de
Mérito.
Foi ainda agraciado com a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa.


Fernando Maurício canta:

Igreja de Santo Estevão

Letra: Gabriel de Oliveira

Música Fado Vitória de Joaquim Campos


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Viva Lisboa:
publicado por Vítor Marceneiro às 23:00
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Quarta-feira, 10 de Julho de 2013

Varina da Madragoa

 

 

 

Há Chaputa linda.... oh! freguesa quem é que me acaba o resto...


Quando uma varina passa,

passa a velha Madragoa,

num pregão que esvoaça

a graça que tem Lisboa

Versos de; José Rodrigues Estronca

 

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Viva Lisboa: Viva Lisboa
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publicado por Vítor Marceneiro às 00:00
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Domingo, 7 de Julho de 2013

Pregões de Lisboa

Pregões de Lisboa

 

Poema  de: Euclides Cavaco

 

Mal rompeu a madrugada,

Já Lisboa era acordada,

Com seus pregões matinais,

Pela varina peixeira ,

Lá prós lados da Ribeira,

Ou o ardina dos jornais.

 

A Rita da fava rica,

Que vem do bairro da Bica,

Traz pregões à sua moda.

E o homem das cautelas,

Diz p’las ruas e vielas,

Amanhã, é que anda a roda…

 

Apregoa-se a castanha,

Desde o Rossio ao Saldanha,

Os pregões são sempre assim,

Flores na Praça da Figueira

E diz cada vendedeira

Ó freguês!.. compre-me a mim !…

 

E de canastra à cabeça,

Quase até que anoiteça,

Há em mil bocas pregões.

Mas não se vê já passar,

A figura popular,

Da Rosinha dos limões !…

 

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Viva Lisboa: Lisboa tão linda ÉS
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