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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Sexta-feira, 28 de Fevereiro de 2014

ARMANDINHO - Armando Augusto Freire

ARMANDINHO “O MAGO DA GUITARRA PORTUGUESA”

De seu nome Armando Augusto Freire, nasceu em Lisboa a 11 de Outubro de 1891.
Desde miúdo esteve ligado à música seu pai tinha um bandolim em que tocava, aos oito anos de idade já tocava com a palheta melhor que o pai, mas a arte estava-lhe nas veias e aos 10 anos de idade arranja uma guitarra e nunca mais para de dedilhar, dedilhar até dominar o instrumento.
Aos 14 anos estreia-se no Teatro das Trinas.
Executante de eleição cedo se torna uma lenda viva marcando uma época única na história do Fado de Lisboa.
Armandinho tocava de ouvido, mas foi um compositor e improvisado que lhe permitia criar melodias que eram admiradas por quem com ele teve o prazer de privar, infelizmente por não haver a facilidade de gravar como hoje muito da sus obra se perdeu
Meu avô Alfredo Marceneiro nunca escondeu se não fosse o Armandinho a ter a genialidade de apanhar os seus estilos e as musicar, talvez hoje o espólio de Marceneiro em termos de música de Fado não existisse. Eram assim naquele tempo... honestos uns com os outros... sem atropelos... sem invejas, enfim outros tempos outras gentes.

Foi um dos membros fundadores, em 1927, da Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses, antecessora da S.P.A. - Armandinho responsabilizou-se pela recolha de inúmeras melodias da tradição fadista e pela creditação dos seus autores naquela sociedade, trabalho paciente que hoje nos permite conhecermos muitas das composições mais antigas do género, (hoje alguns entendidos já contestam)  e foi igualmente por sua iniciativa que muitos deles se inscreverem na SECTP, entre os quais o meu avô Alfredo Marceneiro.

Armandinho foi também empresário do Salão Artístico de Fados, inaugurado em 1930 no Parque Mayer, e gravou muitos discos dos de massa de 78 rpm, insuficientes, infelizmente, a qualidade, mesmo que digitalizada, não dá para que hoje o seu talento seja devidamente admirado. 

A Câmara Municipal de Lisboa acabou de dar o seu  nome a uma rua da edilidade.

Deixou-se de ouvir o trinar da sua guitarra em 21 de Dezembro de 1946.

 

 

A guitarra — alma da raça
Amante do meu carinho,
Tem mais perfume e desgraça
Nas mãos do nosso Armandinho.
Benditos os dedos seus
Que arrancam assim gemidos
Tal como se a voz de Deus
Falasse aos nossos ouvidos
Alfredo Marceneiro, fala de Armandinho
 
Versos de: Silva Tavares
Nota de apontamente do poeta  Rogério Martins Simôes

Armandinho. Sempre ouvi contar ao meu pai, José Augusto Simões, que meu avô António Antunes Simões, natural da Pampilhosa da Serra, exímio guitarrista que à data em que veio morar para Lisboa, 1897, no Pátio do Quintalinho, junto à Rua das Escolas Gerais, e o seu conterrâneo Bernardino Lameiras, terão ensinado o Armandinho a tocar guitarra. Meu avô falava muito do seu amigo Armandinho quando lá ia à terra e que tocava guitarra nas tavernas de Alfama junto às Escolas Gerais. Hoje, ao consultar um documento da autoria de António Adriano, encontrei algo que poderá ajudar a compreender melhor a mais que possível influência que o meu avô teve no Armandino. Vejamos o que encontrei: "Armando Augusto Freire nasceu em Lisboa a 11 de Outubro de 1891, no Pátio do Quintalinho, junto à Rua das Escolas Gerais. Aos oito anos já tocava o bandolim do pai, o qual trocou aos dez anos pela guitarra portuguesa, instrumento que melhor lhe permitia exprimir o seu sentimento" Coincidência foi do meu avô, guitarrista, e trabalhador na descarga do carvão ter ido morar para o mesmo local Pátio do Quintalinho. Ou seja quando meu avô foi para ali morar quando o Armandinho tinha 6 anos de idade e 4 anos depois já o Armandinho tocava guitarra.

Um abraço

Rogério Martins Simões

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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
Viva Lisboa: Grande Armandinho
música: Marceneiro fala de Armandinho
publicado por Vítor Marceneiro às 19:00
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Quinta-feira, 27 de Fevereiro de 2014

ÁLVARO DA SILVEIRA - Construtor de Guitarras

Álvaro Merceano da Silveira (Álvaro Ilhéu), nasceu no Funchal em 1883, faleceu em Lisboa em 1975.

Aprendeu no Funchal a arte de construtor de violinos com Augusto M. da Costa.

Vem para Lisboa e continua a construir violinos bem como alaúdes especialmente para Inglaterra, mas foi como guitarreiro que adquiriu fama de nomeada, guitarristas de mérito foram seus clientes, Armandinho , Salgado do Carmo, Júlio Silva, Jaime Santos e outros.

 

Jaime Santos afirmou:Álvaro da Silveira é o construtor de guitarras que mais conhece da sua arte em Portugal, trata-se quanto a mim, do único que resta da «velha guarda», considero ainda que quase a fazer os noventa anos é o Stradivarius ” português

 

 

ENTREVISTA

In : Revista TV – 1968

Fotos de: Coelho da Silva

Texto de: Torquato da Luz

 

Álvaro da Silveira: duas mãos que falam mais do que a boca, duas mãos expressivas que acariciam mansamente as cordas da guitarra. É de tarde e, lá fora, pelos, vidros da janela fechada, vejo que cai uma chuva miudinha, triste. Neste segundo andar de um beco desconhecido, porém, a tristeza não se estampou ainda nem nas coisas nem nas pessoas. Os olhos de Álvaro da Silveira, com oitenta e cinco anos a pesar-lhes em cima, são vivos como os de um jovem:

— Sinto-me completamente bem e é muito raro pôr os óculos. O mé­dico dá,..me, ainda, quinze a vinte anos de vida.

É bom ouvir falar assim uma pessoa, naquela idade em que o comum dos mortais já perdeu a es­perança. Mas Álvaro da Silveira trá-la consigo, aquece-se à sua chama, vive dela:

— De Verão, levanto-me às cinco, seis horas da madrugada e pego imediatamente no trabalho, que dura todo o dia, porque nunca me falta. Agora, com o frio, só saio da cama lá para as oito.

Mas quem é Álvaro da Silveira? Nascido no Funchal há 85 anos, de­dica-se à actividade de construtor de guitarras e violas desde os onze anos. Foi ainda na sua terra natal que se iniciou na profissão, às ordens do mestre Augusto da Costa (que se especializara em Itália). Mas aos vinte e poucos já se en­contrava em Lisboa: era encarre­gado de uma oficina na Rua da Boavista (a Casa Artur de Albu­querque, hoje designada Santos & Silva Vieira, Lda., onde, na altura, apenas se construíam instrumentos musicais).

É, hoje, um simpático ancião de cabelos brancos e convívio agradá­vel.

 

OFICINA PRÓPRIA E LOJA DE VENDAS

 

— Saí de lá por minha livre von­tade. Eu queria trabalhar, por mi­nha conta e consegui-o. Tive, de­pois, uma oficina e uma loja de ven­das no Bairro Alto, na Travessa dos Inglesinhos. Mas há quase treze anos que estou nesta casa, onde, praticamente, nem tenho espaço para me virar. Vocé sabe: as ren­das caras, a vida difícil, a mulher doente.

Perguntamos-lhe se lembra de alguns nomes famosos para quem tenha trabalhado. Seus olhos adquirem um brilho invulgar, não isento de serenidade, e parecem perscru­tar o passado:

— Todos os grandes mestres es­panhóis de viola me deram a honra de ser meus clientes: Cano, que morreu há já cinquenta e oito anos e chegou a tocar para os reis D. Luís e D. Carlos; Rabel, que era um exce­lente professor; Sainz, etc. Dos guitarristas portugueses, recordo um em especial: Júlio Silva, que foi o maior de todos. Mas lembro também Carmo Dias, Salgado do Carmo, eu sei lá…

— As guitarras que constrói são de modelo vulgar ou têm alguma ca­racterística própria?

— O meu modelo é exclusivo, por­que ninguém ainda o conseguiu imi­tar. Tenho o meu segredo. Uma guitarra custa, hoje em dia, à volta de três contos. (A esposa, que assis­te à conversa, interrompe: «Eles bem desmancham os instrumentos que ele faz para descobrirem o se­gredo. Mas é impossível: foi ele próprio que fabricou as ferramen­tas com que os constrói»).

Álvaro da Silveira olha a rua lá fora, onde passam os eléctricos e onde um sol, hesitante ainda, põe um brilho estranho nas coisas. Olha a rua como quem olha a vida, como quem surpreende (ou procura des­cobrir) o futuro. O futuro? Sim, o futuro, apesar das suas palavras re­passadas de uma serena angústia:

— Um dia destes, talvez, vou à procura do Asilo e dizem-me que não há vaga. E levei uma vida in­teira a trabalhar...

— E nas horas vagas o que faz?

— Nas horas vagas? Olhe, eu não tenho horas vagas. Só aos domin­gos, no Verão, é que dou uns passeios: Vou nas excursões por esse País fora, mas só um dia de cada vez. Os clientes não me deixam mais. Gosto do ar dos campos, de respirar de pulmões abertos. Só não conheço o Algarve e uma parte do Minho. Mas hei-de lá ir qualquer dia...

 

RECORDAÇÕES E OPINIÕES

 

Em tempos dei lições de gui­tarra. Afino toda a espécie de ins­trumentos de corda, mas construi-los é a minha paixão. A indústria perdeu importância, nos últimos tempos. Não há quem trabalhe nisto, só curiosos. As canções tam­bém não ajudam — são muito más, em geral. Há ainda as guitarras eléctricas, que não produzem mú­sica, produzem ruído. Aqui há cin­quenta anos, as oficinas não, que­riam receber aprendizes; hoje é o que se vê: não há oficiais. Mas fa­zer um instrumento é fácil: qual­quer caixote, com um buraco e cor­das, pode tocar. O difícil é fazer     bons instrumentos.

— Trabalha sozinho?

— Podia ter dois ou três homens por minha conta, porque o trabalho que há dava para lhes pagar. Mas não tenho espaço nem existe quem saiba trabalhar (e sobretudo quem queira aprender). Dos construtores do meu tempo apenas eu ainda estou vivo.

Vem a propósito falar do Fado. Saber de um homem com quase um século o que pensa do fado dos nos­sos dias:

— Não me servem os fados mo­dernos, que são meias-canções. O fado castiço, o velho Fado, são pou­cos os intérpretes que ainda o cul­tivam: a grande Hermínia, Maria Teresa de Noronha...

— E Amália?

— Gosto também, mas Amália, além do Fado, canta outras coisas que nada têm a ver com o Fado!

A chuva recomeçou lá fora. Ál­varo da Silveira está emocionado (os olhos líquidos, pois então...), e o repórter despede-se. Não sem, antes, fazer uma promessa:

— Daqui a quinze anos cá estarei, quando o senhor fizer os cem, para o entrevistar outra vez.

         

   

                

 

 

 

 

 

 

 

 Etiqueta usada para identificar o construtor

 


 

 

 

 

Imagem de voluta entalhada pelo Mestre Cid (Entalhador na Fundação Ricardo Espirito Santo) para uma guitarra construída pelo Mestre Álvaro da Silveira.

Esta guitarra tem adornos em prata e ouro branco e pertençe ao Musicólogo José Lúcio (conforme informação do mesmo no seu site)

 

 

 

 

 Notas de curiosidade: Meu pai adquiriu uma guitarra construída pelo mestre  Alvaro da Silveira,  tem a forma dita  de Coimbra e foi construída em 1926. Hoje em dia sou eu  possuidor, deste belo instrumento, que infelizmente não sei tocar.

 

 

Anúncio Publicado no Jornal  Canção do Sul em 1935

 

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Viva Lisboa: Grande Artifice
publicado por Vítor Marceneiro às 00:00
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Terça-feira, 25 de Fevereiro de 2014

ALFREDO MARCENEIRO - Baptizado a 25 de FEVEREIRO 1891

 

 

O MOSTEIRO DOS DUARTES

Raro será o português que se não tenha interrogado acerca do fascínio que o Fado exerce sobre si. Outro tanto acontecerá com os estrangeiros que assistam a essa entrega sublime de um cantador gemebundo, acolitado por uma parelha de guitarras, que faz ouvir uma melopeia nostálgica, que nos devora a alma. Saiba-se que a guitarra é um feixe de cordas, que tangidas sobre um ataúde sem cabeceira faz chorar infantas das espanhas mesmo em festas de núpcias, quer por angústia, quer por boa-memória.
E se cada um busca as suas respostas e os eruditos se embrenham na demanda das origens deste planger balsâmico, eu quedo-me pelo meu tempo e, mais modestamente, pelos fadistas que acontecem.
Se o acalanto se escuta inconscientemente desde que uma mãe entende embalar carinhosamente um filho para que adormeça e ninguém lhe escritura as notas musicais improvisadas ou o compasso da ladainha sonolento, não me dá cuidado conhecer que génios e magos se combinaram para criar uma toada dolente que me mantém desperto e acaricia delicadamente os sentidos. A cadência sei que se casa com o pulsar de um coração dorido de muitos desgostos mas esperançado em ressurreições.
Há sempre um poeta apaixonado em contá-las numa linguagem rimada. E quem oficie mergulhado no seu próprio íntimo, numa treva densa onde só o penitente sabe onde encontrar a sua pedra filosofal, os dedos cegos acordando ecos nas guitarras, o Senhor das Queixas ditando com fervor outra oração a exorcismar mal--nenhum.
Que confissão sacrílega tem sido esta para vos dizer, no final, ao que venho?
Pouca coisa para o muito que ides ler sobre os "Duartes". Na verdade, para atravessar os portais de um templo há que se persignar, tomar água benta de uma lágrima de compunção e murmurar a convencional saudação. Assim fiz, na certeza que cruzava os umbrais de uma "Catedral". Não importa o altar a que me dirigi para que a atitude tivesse sido diferente. Está feito!
Se alguém entendeu todo este ritual foi Alfredo Duarte, o Marceneiro, por ofício.
Escutando-o a cumprir seu culto, senti-me ungido de graça em
várias ocasiões. Mas não me cabe a mim fazer o responso a um Homem que era a resposta para todo o encantamento do Fado. Quem, vos dirá com correcção será um pupilo dessa linhagem que sente a responsabilidade, legítima aliás, de contar como foi belo adormecer e acordar na toada de um terço de harmoniosos lamentos; como sucedeu singular e deslumbrante a aventura fantástica de conviver com o castiço beato; como foi trágico depor-lhe sobre as mãos de expressão já ausente as últimas violetas e acompanhá-lo à entrada de uma madrugada fria e sem regresso.
Todos estes atributos que o contador de histórias reuniu para nós, fá-lo-iam retomar a peregrinação interrompida do avô e cantar, também, porque herdou timbre de fácil comunicação. Mas antes quer ditar para um missal novo a mística de todos os dias: — o legado de Alfredo Marceneiro, muito mais que colchetes de oiro, a generosa estilização da nossa cantiga de rua, género que o distinguiu, nobilitou e deixou para usufruto de todos os seus admiradores.
Depois de ler os assentos de Vítor Duarte, o neto do Marceneiro, o Fado será mais seu, caro leitor, e entendê-lo-á como o dialecto íntimo que os lusitanos comunicam em louvor da alma nacional que nos coube.
Conheci o Vítor em 61 teria ele apenas 16 anos. Ultimávamos, então, a decoração do Timpanas, em Alcântara, para uma abertura arrastada para Setembro.
Apesar da pouca idade ele mostrava bem saber o que queria e, sem recorrer a quaisquer recomendações tão ajeito desta sociedade, propôs-se ser o "fotógrafo" da Casa. Eu não conhecia nada dessa actividade ou resultados de negócio, mas agradava-me tê-lo como visita frequente, de tal forma me impressionava o seu interesse pelo fado - que considerei como bom auspício a anular os receios de desastre no empreendimento.
Só mais tarde soube que se tratava do neto querido do ancião Mestre. Registava em película virgem dramas humanos em forma de imagem, instantâneos de saudade súbita e lassidões sem tempo de retorno, tudo porque não sabia ainda arrumar na garganta as coisas que havia de contar um dia em canções de tormento e amor. O Vítor movia-se no Timpanas como se fosse um de nós, eu ou meu irmão. Escutávamos-lhe as opiniões e ganhámos-lhe até afeição, fazendo-o eu, confidente de outras empresas. Uma das qualidades que lhe apreciava era a dedicação ao Avô que ele, a olhos vistos, lhe retribuía com muito carinho, sendo poucas as noites em que o idoso boémio o não vinha visitar, lá para as tantas.
Em muito serão se juntaram as três gerações, quando o Alfredo Duarte Júnior aparecia com o seu grupo e o malogrado irmão, o Carlos, vinha da casa ao lado, a Cesária, cheirar a nossa sala composta. Acrescentava-se o poeta João Linhares Barbosa e o Fado, nessa noite, não tinha outra morada que não fosse a mesa onde apostavam forte os seus reais talentos.
Por brincadeira o Vítor imitava respeitosamente o Avô aproveitando a sua bênção e satisfação e, assim, se revelou um lídimo representante da casa dos "Duartes". Contudo, noutras interpretações, não precisava plagiar estilos e desfiava, sílaba a sílaba, o mais bem acentuado dos poemas numa cadência e inflexões perfeitas. Ia a todos os tércios, como na gíria se dizia, não sei se bem se mal.
Surpreendia-me que ele não ousasse uma carreira profissional quando toda a alquimia do fado lhe era tão familiar, ou melhor, lhe estava nos ossos.
Em trinta anos de muitas e agitadas ocorrências não perdi de vista este meu amigo.
Continuou celebrando o Avô como um purpurado e não cuidava de se afirmar, ele próprio, não enjeitando o dom congénito mas mostrando a sua autoridade em saber partir as palavras, saboreá-las, intencioná-las, fazendo-as luzir e resplandecer no destino da mensagem dos versos que dizia. Mas agora, escreve.
Escreve como quem transmite o testemunho numa estafeta sem fim. Tudo quanto a sua lembrança guarda de muitas jornadas e serões com o Avô, ele fixa em letra de forma para a posteridade.
Se os prosélitos do Fado entenderem devotar uma longa noite à sua bandeira, que seja o 25 de Fevereiro pois, sem dúvida, no ano de 1891 nasceu o seu mais louvado príncipe, tão igual ao Povo que com ele se confundiu amavelmente.
Deste universo descrito e cujo epílogo conhecem, bem podem aceitar que a prosa veio do coração de Vítor Duarte e vale por isso.
rui forjaz 25/03/95 in: Prefácio do livro biográfico "Recordar Alfredo Marceneiro"

 

Nota: Como já esclareci, após aprofundada investigação, posso afirmar que Alfredo Marceneiro na realidade nasceu  a 29 de Fevereiro de 1888, portanto em ano bissexto, mas só foi registado a 25 de Fevereiro de 1891

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Viva Lisboa: Que saudades
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Sexta-feira, 21 de Fevereiro de 2014

ADA DE CASTRO - + 50 anos de Fado

Ada Antunes de Castro, nasceu em Lisboa no bairro de Alfama a 13 de Agosto de1937.
Conjugando o fado às marchas e folclore, Ada de Castro percorrerá o circuito das casas de fado, O Faia, Adega Machado, etc., tendo gravado parte do seu repertório próprio já tarde na sua carreira,
Mas teve assinalável êxito em poemas como: Na Hora da Despedida, A Severa Que Me Diga, O Meu Amor É Forcado, Alguém Mandou-me Violetas, Lisboa é Fado, Alfama Velhinha, Senhora Dona Mouraria, Lisboa é só Lisboa, Os Figos, Lisboa Cheia de Graça, Lisboa Cidade Minha, O Fado Tem Encantos, etc.
Recebeu os Prémios: Melhor fadista da quinzena (Prémio RTP) (1962) ; Óscar da melhor fadista do ano (Prémio da Casa da Imprensa) (1967) ; Melhor fadista do ano (Revista Nova Gente) (1982) 
Actuou em  vários países, quer ao vivo quer ne televisão: Espanha, Dinamarca, Suécia, Bélgica, Holanda, Japão, China, França, Itália, Brasil, Argentina, Uruguai, EUA, Canadá e toda a antiga África Portuguesa.

No Mónaco, actuou no palácio Grimaldi para toda a família do príncipe Reinier incluindo a princesa Grace.

Ada de Castro está no Fado há mais 50 anos.

 

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Viva Lisboa:
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Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 2014

Joaquim Cardoso - Fadista Nortenho de Snrª Aparecida

 

Joaquim da Silva Cardoso, nasceu  a 15 de Dezembro de 1948 na bela povoação Senhora Aparecida, situada  em pleno coração do Vale do Sousa, concelho de Lousada no Douro Litoral.
Desde muito jovem começou a despertar para a poesia, música e canto. As palavras simples, claras e abrangentes dos poetas, a magia das melodias da guitarra portuguesa e os estilos e formas tão apaixonadas dos fadistas,  fizeram nascer nele a forte paixão de ser Fadista!!! 
Define-se como um fadista muito ligado ao Fado tradicional, porque entende que o Fado é "O reflexo exacto de cada geração que passa, e na sua essência, sempre esteve , está,  e estará em constante evolução. Será sempre  Fado !... O Fado de todos nós!!!
Também desde muito jovem que escreve poemas, tinha 16 anos quando concorreu ao 
“Concurso de Jovens Poetas” , organizado pelo Rádio Clube Português, no qual arrebata o 1º prémio.
Tem cantado em  “Casas Típicas”, festas populares e de apoio social, tendo actuado em diversos  espectáculos, quer em Portugal, quer no  estrangeiro, ao lado de grandes nomes do Fado.
Em 1992 consegue realizar um sonho,  que foi trazer á sua terra a grande Amália Rodrigues. No inicio do espectáculo também actuou, tendo merecido de Amália o elogio que nunca esquece: "Tem uma forma muito bonita de cantar o Fado! Contínue sempre assim!!!".
 Já gravou  três cd´s,  o primeiro em  1991 "Desde Menino", segue-se em 1997 "Com Guitarras", e em  2005 "O Lado de Cá do Fado".
A sua actividade profissional principal é  de empresário na área da industria e comércio de máquinas agrícolas, mas arranja sempre tempo, porque a disposição e o gosto não lhe falta para continuar a cantar e a viver o FADO!

 

 Joaquim Cardoso e a “Geração de Marceneiros”

Joaquim Cardoso afirma,  gostar de Fado,  é  gostar de Marceneiro, não teve a oportunidade conhecer pessoalmente,  mas tem um episódio na sua vida,  que muito preza,  e que há muito me queria contar.

Tomou conhecimento do meu contacto através  do blogue, e não hesita em  telefonar-me, para me falar de um encontro que teve com o meu pai,   e do gosto que teria em conhecer-me pessoalmente,  o que muito me sensibilizou, corria o ano de 2009.

 Contou-me então... 

— Em 1986,  Joaquim Cardoso, veio a Lisboa com um grupo de amigos que o levaram até ao bairro alto, e foram atá á   Adega Machado, nessa altura, era  cabeça de cartaz, o meu pai, Alfredo Duarte Jr., logo com ele encetou conversa, (meu pai era um homem muito popular)  fala-lhe do seu gosto pelo Fado, e principalmente  pelos “Marceneiros”... em dada altura, meu pai  diz-lhe de rompante: — Sabes, Cardoso, estou a ouvir-te falar,  e  fazes-me lembrar o meu filho, o  Vítor e de seguida,   pega-lhe pelo braço, e leva-o para junto dos músicos e insiste para que ele cante, o que aconteceu, e foi muito aplaudido. Tudo isto cimentou mais a admiração que já tinha por meu pai.

Na sequência desta conversa , e mesmo sem nos conhecermos, ficámos amigos, e passámo-nos a tratar por manos.
Passados uns dias, telefona-me novamente,  e convida-me a deslocar-me á sua bonita terra, Senhora Aparecida, onde organizou com os proprietários do “Salão Nobre Estrada Real “, uma noite de Fado para  homenagear meu pai e meu avô, é o mesmo salão onde actuou Amália, quando lé esteve.

Foi uma grande noite de Fados nesse  em  21 de Novembro de 2009.

Não é difícil de perceber que cimentámos mais a nossa amizade, os meus filhotes, o Alfredo e Beatriz, ao verem chamá-lo de  mano,   logo começaram a tratá-lo carinhosamente por “tio”.

Passados ums dias recebi pelo correio uma bonita imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Temos falado várias vezes via telefone, infelizmente não tivemos a oportunidade de nos voltarmos a encontrar, mas mal soube da Associação Cultural de Fado "Patriarca do Fado", fez questão de ser sócio fundador.

Até um dia destes se Deus quiser, querido amigo.

 

Joaquim Cardoso

Canta: Colchetes de Oiro

 

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Viva Lisboa: Ah! Fadista
música: Colchetes de Oiro
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Domingo, 16 de Fevereiro de 2014

CARLOS PAREDES


Nasceu em Coimbra a 16 de Fevereiro de 1925 

Em 1931 com 6 anos de idade a sua família muda-se para Lisboa.

Carlos Paredes foi desde muito jovem,  inspirado musicalmente pelo pai o avô e o  tio, aliás o pai, Artur Paredes, foi um grande mestre da guitarra de Coimbra.

A partir de 1935 frequenta as aulas de violino na Academia de Amadores de Música, em 1937 abandona as aulas de violino, e passa a iniciar com seu pai uma aprendizagem sistemática de guitarra portuguesa.

Começa cedo a mostrar as suas aptidões e a ser apreciado, em 1939 passa a ter um programa próprio na Emissora Nacional, que dura vários anos.

Em 1943 inscreve-se nas aulas de canto na Juventude Musical Portuguesa.

Em 1957 grava o seu primeiro EP para a Alvorada.

Entra para a função pública, por ser um militante anti-regime, é preso pela PIDE (1958 – 1960), e vem a ser expulso por esse motivo.

Compõe várias músicas para sonorização de filmes de curta-metragem.

Em 1963 novamente para a Alvorada “Verdes Anos”, com os temas compôs para várias curtas-metragens e variações.

1963 é convidado a compor a banda sonora para o filme Fado Corrido, de Jorge Brum do Canto. Ainda neste ano compõe música para o teatro, O Render dos Heróis, de José Cardoso Pires, Bodas de Sangue, de Carlos Avilez, A Casa de Bernarda Alba, de Garcia Lorca.

1965 compõe para o realizador Manoel de Oliveira, alguns temas para a curta metragem, As Pinturas do meu Irmão Júlio.

Em 1966 composição da banda sonora para o filme, Mudar de Vida, de Paulo Rocha, Crónica de Esforço Perdido, do Artqº António Macedo e ainda a música para a peça António Marinheiro, de Bernardo Santareno.

1967 a convite de Amália Rodrigues vai a Paris para actuar no "Olímpia", ainda neste ano grava o seu primeiro LP, Guitarra Portuguesa para a Casa Valentim de Carvalho.

Actua na ópera de Sidney, na Austrália, faz várias digressões pela América Latina, com destaque para Cuba em que a convite do Conselho Nacional de Cultura de Cuba é convidadode honra no III Festival da Canção da Cidade de Varadero.

Tem ainda actuações nos Estados Unidos e no Canadá, onde obtém grande êxito.

Grava e compõe dezenas de temas até praticamente ao fim dos seus dias, recebendo homenagens e prémios diversos.

Em 1974 é-lhe feita justiça, e é readmitido, nas suas funções na função pública.

Faleceu em Lisboa a 23 de Julho de 2004.

 

 

   

Carlos Paredes um dia afirmou: Os Portugueses já me ouvem tocar há tanto tempo que devem estar fartos de mim.

 

"Quando eu morrer, morre a guitarra também.
O meu pai dizia que, quando morresse, queria que lhe partissem a guitarra e a enterrassem com ele.
Eu desejaria fazer o mesmo. Se eu tiver de morrer.”

 

Tive o prazer de estar várias vezes com Carlos Paredes pois fiz parte de equipas que o filmaram, era uma figura apaixonante.  Recordo que na primeira vez que estivemos juntos e lhe fui apresentado, obviamente que se falou de meu avô, fiquei embevecido ao ouvi-lo,   a forma com que se exprimiu sobre a  figura de Marceneiro,  o elogio aos  seus dotes musicais, à sua forma de exprimir os poemas que dizia a cantar, tendo arrematado com  uma frase que nunca mais esquecerei:

Gostaria de ter tocado para Marceneiro, tal não aconteceu... e nem poderia ter acontecido, pois sei que não estava à altura!

 

OS PORTUGUESES NÃO ESTÃO, NEM NUNCA ESTIVERAM FARTOS DE CARLOS PAREDES, A  VASTA OBRA QUE NOS DEIXOU,  É UM LEGADO QUE NUNCA PODEREMOS OLVIDAR.

 

 

 

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música: Variações
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Sábado, 15 de Fevereiro de 2014

Florência - Homenagem ao Porto Cidade Invicta

Foi minha preocupação, ao  " trazer " a este blog, grandes artistas, que são uma referência da linda cidade do Porto, homenagear também, através deles, todos os amantes do fado, uma vez, que, sei o quanto o Fado é apreciado na Cidade Invicta, que nos deu vozes como a de Florencia, Toni de Matos, Beatriz da Conceição e Maria da Fé, entre tantos outros e outras artistas, que embora não sendo profissionais, em muito contribuem, para que o Fado continue bem "vivo", mantendo-se assim a tradição, que vem já de 1949, ano em que se realizou pela primeira vez o Concurso das Cantadeiras do Norte de Portugal.
Este video-clip é pois a minha sincera homenagem às gentes do Porto (Tripeiros).
Com imagens da vossa linda Cidade,  e penso que muito a propósito musicado com a voz da "nossa/vossa" Florência.
Permitam-me um agradecimento muito especial a um amigo do Porto, Fernando Batista que  me tem dado um apoio,  a todos os níveis extraordinário. 

 
 
Video-Clip: Homenagem ao Porto - Maria Tripeira
Declama e canta: Florência
Produção e Realização: Vítor Duarte Marceneiro
Fotos de Florência: De um amigo e admirador que quer manter o anonimato
Fotos e Slides do Porto: Cedidos por Fernando Batista, Postais Ilustrados e Arquivos da C.M.P.
 
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Viva Lisboa:
música: Maria Tripeira
publicado por Vítor Marceneiro às 14:30
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Sexta-feira, 14 de Fevereiro de 2014

Florência - COMBOIO DO TUA

FLORENCIA cantou no Festival RTP da Canção 1979 " O COMBÓIO DO TUA" uma apologia à linha mais bonita do mundo, ao comboio , aos ferroviários e sobretudo às gentes simples de Trás os Montes muitas vezes obrigadas a emigrar para poderem subsistir mas sempre com o sonho de voltar e melhorar a sua região...
Voltam mas verificam que tudo está pior e até o seu, de todos, comboio, querem destruir em nome de mais energia... para quem?!!

 

 

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música: Florência - Comboio do Tua
Viva Lisboa: Devolvam o Comboio do Tua
publicado por Vítor Marceneiro às 23:08
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DIA DOS NAMORADOS - Dia se São Valentino

Estar apaixonado é ser namorado todos os dias, pobres dos que nunca se apaixonaram... a vida é amor, amor é dávida.

 

 

 

Amar de mais, é doidice

Amar de menos é maldade

 

 

 

Vítor Duarte Marceneiro

canta: Fado do Cravo

 

 

 

" FADO  DO CRAVO"

 

Letra de Fernando Teles

Música: Fado Cravo de Alfredo Marceneiro

 

 

Foi em noite de luar

Na noite de São João

Que eu te vi, óh! minha amada

No baile foste meu par

E dei-te o meu coração

Foste minha namorada

 

Andámos na roda os dois                                                           

E saltamos á fogueira

Meu peito era uma brasa

Findou o baile e depois

Foste minha companheira

Levei-te p´ra minha casa

 

Nessa madrugada santa

Por meu mal me deste um cravo

No lado esquerdo o guardei

Minha paixão era tanta

Fui do teu capricho escravo

Eterno amor te jurei

 

Foram dias decorrendo

Semanas, um ano feito

De amor eu tinha a fragrância

Mas o cravo emurchecendo

Revelava que o teu peito

Não tinha a mesma constância

 

Numa noite, ao conhecer

Mentira no teu amor

De raiva desfiz o cravo

Não mais quis por ti sofrer

Deitei fora a murcha flor

Deixei de ser teu escravo

 

 

A História... a tradição,  o Dia de São Valentino

 

 

 

A história do Dia de São Valentim remonta a um obscuro dia de jejum tido em homenagem a São Valentim,  a associação ao amor romântico chega depois do final da Idade Média, durante o qual o conceito de amor romântico foi formulado.

O Bispo Valentim lutou contra as ordens do imperador Cláudio II, que havia proibido o casamento durante as guerras acreditando que os solteiros eram melhores combatentes.

Além de continuar celebrando casamentos, ele tabém se casou secretamente, apesar da proibição do imperador. A prática foi descoberta e D. Valentim foi preso e condenado à morte. Enquanto estava preso, muitos jovens lhe enviavam flores e bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor. Enquanto aguardava na prisão o cumprimento da sua sentença, ele se apaixonou pela filha cega de um carcereiro e, milagrosamente, devolveu-lhe a visão. Antes da execução, D. Valentim escreveu uma mensagem de adeus para ela, na qual assinava como “Seu Namorado” ou “De seu Valentim”.

Considerado mártir pela Igreja Católica, a data de sua morte  é celebrada em muitos países.

No século XVII, ingleses e franceses passaram a celebrar o Dia de São Valentim como a união do Dia dos Namorados. A data foi adoptada um século depois nos Estados Unidos, tornando-se o The Valentine's Day.

Na Idade Média, dizia-se que o dia 14 de Fevereiro era o primeiro dia de acasalamento dos pássaros. Por isso, os namorados da Idade Média usavam esta ocasião para deixar mensagens de amor na soleira da porta do(a) amado(a).

Actualmente, o dia é principalmente associado à troca mútua de recados de amor em forma de objectos simbólicos. Símbolos modernos incluem a silhueta de um coração e a figura de um Cupido com asas. Iniciada no século XIX, a prática de recados manuscritos deu lugar à troca de cartões de felicitação produzidos em massa.

O dia de São Valentim era até há algumas décadas uma festa comemorada principalmente em países anglo-saxões, mas ao longo do século XX o hábito estendeu-se a muitos outros países.

 

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música: Fado do Cravo
Viva Lisboa: Amar, amar,
publicado por Vítor Marceneiro às 00:00
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Terça-feira, 11 de Fevereiro de 2014

JOSÉ LUIS NOBRE COSTA - GUITARRISTA

Nascido em Lisboa, na freguesia de S. Sebastião da Pedreira, em 1948, José Luís Nobre Costa é um dos mais prestigiados guitarristas portugueses e já acompanhou várias gerações de fadistas, quer em gravações, quer em concertos. É uma referência obrigatória para todos os que começam a cantar fados ou a tocar guitarra portuguesa.

 Não chegou a conhecer o avô paterno que tocava guitarra como amador, mas ainda brincou com a guitarra dele, em casa de seus pais, que gostavam muito de Fado, escutando-o em programas de rádio ou nas vozes dos fadistas que constavam da sua razoável colecção de discos.

José Luís habituou-se assim a ouvir fados desde muito novo e cedo começou a escolher os seus ídolos na música fadista, quer cantada quer tocada.

 Estudou na Escola Eugénio dos Santos, chegou a pedir ao pai para lhe arranjar quem lhe ensinasse a tocar guitarra, mas não teve muita sorte pois o seu progenitor receou que ele descurasse os estudos por esse motivo.

 A partir dos treze anos começou a juntar o dinheiro das semanadas, calou-se bem caladinho e, quando amealhou duzentos e cinquenta escudos, comprou uma guitarra. Perante esta perseverança, seu pai cedeu e apresentou-o a um professor, Raul Silva, cujo irmão, Arménio, era violista profissional, fazendo parelha com Carlos Paredes.

No entanto, havia na família de José Luís um guitarrista profissional, de seu nome Alfredo Rodrigues, que começa a levá-lo a sessões onde vai participar e deixa-o sentar ao seu lado, para ir vendo e aprendendo os movimentos dos dedos na guitarra. Nobre Costa vai assim, a pouco e pouco, aperfeiçoando os seus conhecimentos do instrumento.

Com o correr dos anos da adolescência, passa a fazer parte de um grupo de boémios amadores de Fado, “Os Feiticeiros”, que integrava fadistas e tocadores, cujos pontos de encontro eram os restaurantes “Pote” ou “A Alga”, no bairro de Alvalade, onde decorriam as suas fadistices. Mais tarde, em 1969, estreia-se como profissional no restaurante típico “O Faia”, ao Bairro Alto, tocando ao lado de nomes como o violista Orlando Silva e dos guitarristas Ilídio dos Santos (o “Very Nice”) e Fernando Freitas, um mestre, dos autênticos, da guitarra portuguesa, com quem muito aprende e que lhe dá apoio decisivo. 

Seguidamente vai para a “Taverna do Embuçado”, em Alfama, onde se junta a uma parelha da sua predilecção: José Fontes Rocha, na guitarra, e Pedro Leal, na viola. 

Pouco tempo depois, é convidado para ser guitarrista privativo do Casino Estoril, onde se mantém cerca de vinte e três anos, tocando a solo ou a acompanhar grandes nomes do Fado, sem se afastar de outros palcos em espectáculos fadistas.

Tem vindo a contribuir para a descoberta de inúmeros valores dentro do Fado, como Mafalda Arnauth ou Raquel Peters, sendo Isabel "Cuca" Roseta ou Tânia Oleiro, os casos mais visíveis e mais recentes. Desde há muitos anos que acompanha João Braga, mas nos últimos 18 integrou sempre o grupo de músicos dos seus álbuns e quase sempre o dos seus concertos e programas de televisão.

Iniciou a sua actividade como solista e acompanhante de guitarra portuguesa em 1965, sem interrupções até aos dias de hoje e participou em centenas de gravações em disco, em vídeo, na televisão ou no cinema, com quase todas as figuras do canto e da música fadista, das quais se destacam a que protagonizou, com vinte anos apenas, ao lado do lendário Alfredo Marceneiro, na que foi a sua estreia em televisão, no documentário que a RTP realizou, em 1969. A cena em que interveio constituiu um dos melhores momentos do programa, quando o velho mestre canta, em estilo de desgarrada, ao desafio com a malograda Ana Rosmaninho; o outro momento alto do seu currículo é durante a que passa por ser a melhor cena, senão a única, aquela em que o Fado é mostrado, no controverso documentário de Carlos Saura, "Fados", numa sequência que foi titulada como "Casa de Fado".

 Completou as gravações do seu primeiro álbum, "Há Guitarra", que será editado brevemente.

 Texto de João Braga

José Luis Nobre Costa faleceu a 11 de Fevreiro de 2014

 

 

Foto da esquerda, José Luìs Nobre Costa com Alfredo Marceneiro no inicio da sua carreira.

Foto á direita,  Leonor a mulher de José Luís Nobre Costa,  com Alfredo Duarte 4ª Geração de Marceneiro, ao colo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                    

 

Video-Clipe numa variação de Fado

acopanhado à viola por Jaime Santos Jr. e viola-baixo por Tó Moliças

 

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música: Variação sobre o Fado
Viva Lisboa:
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Segunda-feira, 10 de Fevereiro de 2014

CIDÁLIA MOREIRA

Nasceu em Olhão, no Algarve em 1944.

Desde muito miúda que tinha a paixão de dançar e cantar, fazendo sempre parte das festas  da escola, onde sobressaía.

Aos 7 anos é a vocalista dum conjunto de animação de bailes, onde se mantém até aos 14. Cidália tem uma apetência pelo flamengo, mas nunca enjeitou o Fado, que cantava nas patuscadas onde o pai a costumava levar,  e onde havia sempre alguém que tocava guitarra e viola, aliás seu pai era primo direito do Miguel e seu irmão Casimiro Ramos.

Em 1973 vem para Lisboa e a sua estreia no Fado profissional é na Viela, na Rua das Taipas cujo proprietário era o fadista Sérgio,  integrando o elenco dessa altura, Beatriz Ferreira, Beatriz da Conceição e Berta Cardoso.

Cidália tem uma forma de cantar, com garra e estilo envolvente, dando muitas vezes nos seus gestos uma coreografia aciganada, que aliada à sua bonita figura, muito morena e com um cabelo negro muito comprido, levou a que a apelidassem muitas vezes de “A Cigana do Fado”.

Em 1979  Cidália Moreira numa digressão à Alemanha, obteve um dos seus maiores êxitos cantando num castelo romântico perto de Hamburgo, na festa internacional de uma empresa vinícola alemã.

Grava vários discos EP e LP. É convidada para cantar para as comunidades portuguesas em quase todo o mundo, França, Alemanha, Espanha, África do Sul, Canadá e Estados Unidos, tendo tido no  Brasil tal êxito que a levou a ficar por lá cerca 4 anos.

É convidada para o teatro de revista como atracção, destacando-se as revistas, “Cá Vamos Cantando e Rindo”, “Ora Bolas P´ró Pagode”, “Força, Força Camarada Zé”. Numa das revistas em que entra no ABC canta “Lisboa meu Amor” que teve um êxito enorme, mas infelizmente não está gravado em disco.

A sua última revista foi no Teatro Maria Vitória “Odisseia no Parque 2005”.

Cidália Moreira tem actualmente um “show de Fado e Flamenco”, a que deu o título de “Tablao” que integra para além dos músicos um corpo de baile.

 © Vítor Duarte Marceneiro

 

Cidália Moreira canta:

O Meu Primeiro Amor (20 anos)

Letra de Nelson de Barros

Música de Frederico Valério

 

 

 

 

 

O Meu Primeiro Amor

 

Letra de Nelson de Barros - Música de Frederico Valério

 

 

 

Ai quem me dera

Ter outra vez vinte anos

 Ai como eu era

Como te amei, santo Deus! 

Meus olhos 

Pareciam dois franciscanos 

À espera

Do sol que vinha dos teus

 

 

Beijos que eu dava 

Ai como quem morde rosas 

Quanto te esperava 

Na viva que então vivi 

Podiam acabar os horizontes 

Podiam secar as fontes

Mas não vivia sem ti

  

 

Ai como é triste

De o dizer não me envergonho 

Saber que existe 

Um ser tão mau, tão ruim,

Tu que eras 

Um ombro para o meu sonho 

Traíste o melhor que havia em mim

 

  

Ai como o tempo 

Pôs neve nos teus cabelos

Ai como tempo

As nossas vidas desfez 

Quem me dera

Ter outra vez desenganos

Ter outra vez vinte anos

Para te amar outra vez!

 

  

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Viva Lisboa: Grande Fadista
música: O Meu Primeiro Amor (20 Anos)
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Quarta-feira, 5 de Fevereiro de 2014

MARINO DE FREITAS - Viola Baixo

Nasceu no Funchal-Madeira, descendente de uma família de músicos, frequentou o Conser­vatório do Funchal. Iniciou a sua carreira há 33 anos, começou a tocar ainda menino e moço nas bandas da região e  durante mais de 15 anos actuou em várias unidades hoteleiras na região.

Com muito esforço consegue ir para Londres para frequentar a Musicians Academy,  onde conclui o curso com distinção em baixo eléctrico. Ao regressar à Madeira é distinguido pelo Governo Regional pelo trabalho efectuado.

Convidado por Fernando Pereira para integrar a sua banda vem para Lisboa, mais tarde passa a fazer parte da orquestra que acompanhava Herman José.

Tem participado em vários projectos, tanto em televisão como na música ligeira e, em 2004, começa a acompanhar Fado, paixão que acalentava desde jovem, e é no Fado que hoje desenvolve a sua actividade artística, quer como músico, quer como produtor compositor e também orquestrador. Já gravou e acompanhou nomes como Ana Moura, Carlos do Carmo, Chico Madureira, Cristina Branco, Joana Amendoeira, João Braga, Jorge Fernando, Maria da Fé, Mariza, Mísia, Pedro Moutinho, Teresa Tapadas ou Mafalda Arnauth de quem produziu e foi director musical do seu álbum "Diário" (Universal Music). Considerou como o mais interessante projecto da sua carreira na área do Fado, a gravação  que incluiu cinco temas de sua autoria, para a voz de Linda Leonardo.

Em 2006 recebe o galardão para Melhor Viola-Baixo, na II Grande Gala dos Prémios Amália Rodrigues.

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Viva Lisboa: Grande Músico
publicado por Vítor Marceneiro às 21:00
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Sábado, 1 de Fevereiro de 2014

MARIA VALEJO

Maria Joana Rosado Valejo , nasceu no Alentejo em Reguengos de Monsaraz, vem para Lisboa aos 17 anos e entra Centro de Preparação de Artistas da Emissora Nacional.
Chegou a cantar e dançar folclore no “ Restaurante Folclore” da Central de Cervejas, talvez influenciada por seu irmão o bailarino Mário Valejo , mas  não  continua por lá muito tempo, pois não era aquela a sua inclinação, prefere cantar Fado

Começa a cantar fado em restaurantes e colectividades, e é em Sesimbra no Restaurante Ribamar, do meu amigo Chagas, onde cantava às sextas-feiras, que a conheço, e passámos a ser amigos.

Foi por mim apresentada aos proprietários do Timpanas , que logo a contrataram, ao lado de Filipe Duarte e Natalino Duarte, e foi aqui que começou a sua carreira profissional com contrato fixo (1965) .

Tem uma voz muito bonita, é uma bonita rapariga, muito simpática, reunindo assim as condições para vir a ter êxito que teve.

Conhece Eduardo Damas e Manuel Paião,  que lhe compõem alguns dos seus maiores êxitos, como O Segredo que Eu Te Disse e Como Posso Ter Ciúmes.
Maria Valejo pisa os palcos da revista, a convite de José Miguel, e torna-se figura de cartaz no Parque Mayer, estreou-se na revista “Zona Azul, actuou ainda em revistas como “Roupa na Corda”, Vivóvelho 2” e “Com Paio e sem Laranjas”, uma revista itinerante ao lado de Joel Branco.
Vai ao Brasil  onde obtém enorme êxito, quer na televisão, quer em noites esgotadas em espectáculos no carioca “Lisboa à Noite”.

Entra em vários programas de televisão, sendo o último como convidada conjuntamente comigo por António Pinto Basto, para a «RTP Internacional» no programa "Fados de Portugal".

Foi proprietária do restaurante de típico “A Taverna de El-Rei”, que mais tarde abandona,  continuando a sua carreira a cantar quer em espectáculos, quer em Casas de Fado, penso que a última casa em que esteve a cantar contratada foi no Faia.

© Vítor Duarte Marceneiro

 

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música: Avé Maria Lisboa
Viva Lisboa: Belos Tempos - Grande amiga
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