Contributo para a "militância" do Fado como parte integrante na cultura portuguesa, quer o Cine-Clube, e eu, não tivemos qualquer subsídio, houve a ajuda da Casa do Professor de Braga na logística.
Tenho muitas solicitações para falar de Fado e do meu avô e do meu trabalho, mas não consigo responder a todos os convites, porque não tenho posses para suportar as despesas.
Diz o povo, e tem razão quem corre por gosto não cansa, mas... começa a faltar o folego....
Declarações de Miguel Ramos, responsável pela programação do
Cine-Clube Aurélio da Paz dos Reis em Braga
Pioneiro do cinema português, Aurélio da Paz dos Reis nasceu a 28 de julho de 1862 na cidade do Porto, onde faleceu a 19 de setembro de 1931. Comerciante e floricultor, fundou a Flora Portuense, primeira casa do género no País, que exportou flores e sementes, vindas de campos de ensaio próprios. Sendo também fervoroso democrata, participou no movimento revolucionário de 31 de janeiro de 1891, acabando por figurar mais tarde entre os principais apoiantes da República. Além disso, foi um distinto fotógrafo amador. Quando soube que os irmãos Lumière tinham construído os primeiros aparelhos de filmagem e projeção cinematográfica, partiu para Paris. Adquiriu, logo em 1896, uma máquina de filmar e projetar, e realizou e exibiu nesse mesmo ano, pela primeira vez, no Porto, 27 pequenos filmes. O primeiro e mais célebre foi Saída do Pessoal Operário da Fábrica Confiança (1896), rodado na esquina das ruas de Santa Catarina e Passos Manuel na cidade do Porto. Seguiram-se O Zé Pereira na Romaria de Santo Tirso (1896). O Vira (1896), Manobras de Bombeiros (1896), Cortejo Eucarístico Saindo da Sé do Porto no Aniversário da Sagração do Eminentíssimo Cardeal Américo (1896), Barcelos (1896) e Avenida da Liberdade (1896), entre outros. Por isso, Paz dos Reis é considerado o introdutor da indústria cinematográfica no nosso país. Registou todos os acontecimentos de maior projeção do seu tempo, principalmente os ocorridos no Porto. À parte essa sua faceta, pela qual é justamente recordado, desempenhou diversos cargos públicos, como os de vice-secretário e vice-presidente do senado da Câmara Municipal do Porto entre 1914 e 1921, bem como o de diretor do Ateneu Comercial dessa cidade, constituindo-se como uma figura proeminente da sociedade da época.
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