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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Sábado, 19 de Novembro de 2011

Amália Rodrigues

Amália com o guitarrista José Nunes

A Tua Voz Amália           
 
A tua voz, Amália, é quente como um raio de sol em dia de inverno e fresca como talhada de melancia em tarde de canícula... É doce como um beijo de amor antes da posse e amarga como travo de ciúme após o amor... É macia como pétalas de rosa-chá ao bater Trindades e áspera como espinhos a fazer sangrar...
Nos teus olhos, Amália, negros e profundos como poços sem fundo, brilhantes e deslumbrantes como gemas preciosas, retracta-se a tua alma onde cabe a vida com todos os seus desesperos e crenças, com todas as suas revoltas e amores. Tudo quanto a vida tem de mau e de bom, as teus olhas o exprimem como nenhuns outros... Eles são a fonte onde vais beber a tua voz impar — essa voz que nos prende e nos domina, essa voz bruxa que nas encanta e faz sonhar...
Amália — encarnação da Severa e da Maria Vitória numa alma só — Amália sonhadora e boémia, Amália fadista e perdulária. Amália Mulher, pela magia da lua voz, para tudo quanto ela nos dá de vida palpitante e viva, — bendita sejas tu, Amália ! Bendita seja a tua voz !
 
Francisco Radamanto
 

 

 

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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
publicado por Vítor Marceneiro às 22:00
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48 comentários:
De Augusto Saraiva a 17 de Fevereiro de 2007 às 18:07
Tanto se tem aqui enaltecido - e merecidamente - Amália mas há que referir o extraordinário guitarrista que foi José Nunes! Um vate da guitarra!
De Ruy Diaz Prieto a 17 de Fevereiro de 2007 às 19:31
Como espanhol não posso de deixar claro testemunho que Amália fez sombra às grandes de Espanha do seu tempo e é até hoje um respeitadissímo nome! "Ojos Vierdes", "Lerele", "Que bonita es mi niña" ou até o eurovisivo "La, la,la" na sua interpretação servem ainda hoje de modelo!
De Vítor Marceneiro a 17 de Fevereiro de 2007 às 19:56
D. Ruy Diaz Prieto .
Como Português e Fadista agradeço-lhe a sua observação, que terá mais validade do que fosse um português a proferi-la.
No entanto sei que há uns largos anos atrás lhe faziam muitas criticas aqui em Portugal - principalmente os puristas - por ela cantar em Espanhol e com tanto salero, que incomodou algumas artistas espanholas da época.
Um abraço e o muito obrigado.
De Almeida Coelho a 18 de Fevereiro de 2007 às 12:15
Amália foi sempre muito apreciada quer pelo público espanhol quer nos meios musicais. A própria artista afirmava que se sentia "ibérica" e que gostava de cantar em espanhol pois não se preocupava com a pronúncia. Estava segura de bem pronunciar e sentia-se mais liberta a interpretar. O Estado espanhol condecorou-a com a Ordem de Isabel Católica ainda antes de qualquer condecoração de Portugal, também o Rei João Carlos a condecorou, e com Império Argentina recebeu o doutoramneto Honoris Causa da Universidade Complutense de Madrid. Carlos Cano compôs propositadamente para Amália "Maria, la portuguesa" que com ela gravou.
De Vítor Marceneiro a 18 de Fevereiro de 2007 às 14:01
Amigo Almeida Coelho.
Obrigado por esta informação pois està no contexto que o nosso amigo D. Ruy Prieto falou, e dá-lhe informações de homenagens que Espanha fez à nossa Amália que talvez tal com eu, ele e muita gente não soubesse.
Sinto-me orgulhoso pelas distinções dadas à nossa "Diva"
De Ai Deus e ue a 1 de Março de 2007 às 00:33
Surpresa senhor! Parabéns pelo livro!
De Regina Silva a 17 de Fevereiro de 2007 às 19:46
Amália é absolutamente mágica, suas interpretações me arrepiam! Ela nutria grande empenho na música brasileira e gravou alguns êxitos como "Falsa baiana".
De Vítor Marceneiro a 17 de Fevereiro de 2007 às 20:05
Amiga Regina Silva
Obrigado pela sua observação, desconhecia essa interpretação de Amália, se tiver a letra e tivesse a gentileza de me a enviar agradecia-lhe.
Cumprimentos

De Almeida Coelho a 18 de Fevereiro de 2007 às 12:22
Foram vários êxitos brasileiros que Amália trouxe não só para Portugal como para a Europa. A canção "Luar do sertão" foi variadas vezes incluída nos seus espectáculos e poderá confirmar no CD "Amália no Bobino" em 1960. Mas há a somar a "Falsa baiana", "Nega maluca", "Trepa no coqueiro" ou "Coroa do Rei". Em Itáli, onde Amália tinha legiões de fãs as primeiras partes dos seu espectáculo eram preenchidas por Maria Bethânia e chegou a gravar com Chico Buarque na RAI (Radiotelevisione Italiana).
De Vítor Marceneiro a 18 de Fevereiro de 2007 às 14:18
A nossa amiga brasileira deve ficar contente com esta informação, que acaba por ser levantada por ela e muito mais abragente pela explicação do amigo Almeida Coelho.
Obrigado
De Amélia Pitta a 18 de Fevereiro de 2007 às 11:12
Acho absolutamente brilhante este texto de Radamanto que não conhecia. Ele exemplifica bem o que é a nossa Amália, a grande Amália como muitas vezes a vi ser apresentada nos palcos do mundo! Sem disso fazer alarde. Só no final da carreira tivémos uma pequena consciência de quão grande foi e é Amália Rodrigues!
De Pedro Pimenta a 18 de Fevereiro de 2007 às 14:31
O que diria Amália a este blog? O que pensaria realmente deste blog sobre a sua Lisboa tão cantada?
De Ai Deus e ue a 1 de Março de 2007 às 00:37
Amália diria: "Ó Vitor que grande ideia. Tu tens caco. Olha conta comigo, eu cantei Lisboa até mais não e além dos fados há as marchas, e depois das marchas vamos nós para o bailarico".
Era isto que, com o seu encanto e graça natural, Amália diria ao seu grande amigo Vitor Marceneiro, neto de outro seu grande amigo que ela admirava e ouvia com respeito Alfredo Marceneiro.
De Maria Helena Morais a 18 de Fevereiro de 2007 às 15:34
Amália foi lisboeta até mais não e acho que a escolher um figura da cidade seria ela sem dúvida!
De Okawa Ryuko a 18 de Fevereiro de 2007 às 17:45
Nunca é demais falar da GRANDE AMÁLIA! Tenho um post bastante longo sobre uma pesquisa que fiz sobre ela no meu blogue. Talvez lhe interesse.
De Maria Pereira a 18 de Fevereiro de 2007 às 18:08
Não podia estar mais de acordo consigo e prova disso mesmo é o interesse que este post sobre a grande fadista motivou neste blog!
De António Prata a 18 de Fevereiro de 2007 às 18:11
Sobre Amália repetimos sempre o mesmo, mas gostamos, como gostamos muito dos que ala nos deixou, de felizmente a poder rever em imagens - são tão poucos os DVD - como ouvi-la, sempre surpreendentemente. Ao Sr. Almeida Coelho os meus parabéns por tanta e preciosa informação acrescentado eu que há no mercado um CD "Amália en español" da EMI Musica España que reúne 18 interpretações da artista exclusivamente em espanhol! Olé!
De Vítor Marceneiro a 18 de Fevereiro de 2007 às 20:41
Obrigado pela informação, mas este é um blog sobre Lisboa, sabe se por acaso nesse CD Amália canta sobre Lisboa em Espanhol?
Isso sim tinha muito interesse.
No entanto como me parece que a informação é importante sugiro que a exponha nos vários sites de Amália como o fez aqui, pois estará mais inserido no contexto.
De Pedro Rebelo a 18 de Fevereiro de 2007 às 18:16
Caro senhor há um cálculo de quantos fados Amália cantou sobre Lisboa? Para não falar de marchas que julgo serem cerca de 24!
De Vítor Marceneiro a 18 de Fevereiro de 2007 às 20:36
Meu amigo para que naõ tenha qualquer dúvida, pois eu ainda não as consegui todas é mais seguro consultar os vários sites sobre Amália.
De João Soutelo a 18 de Fevereiro de 2007 às 22:30
Amália e Marceneiro dois grande do Fado outros houveram, grandes na sua arte, mas estes, pelas razões que todos os conhecedores isentos do Fado conhecem, foram grandes, e ficam na história, algumas famas efémeras irão caindo no esquecimento.
Amália Internacionalizou e cantou como ninguém.
Marceneiro era o Fado.
Parabéns.
De Pedro Pimenta a 21 de Fevereiro de 2007 às 19:32
Quase diria que se inverteram os papéis. Marceneiro "pariu" vários fados, foi "mãe" e Amália pegou neles trabalhou-os, divulgou-os, deu-os a conhecer, saiu portas e foi mostra-los, foi "pai" E por cá ficou uma imensa família que os soube honrar. Todos aqueles que reverenciavam Alfredo Marceneiro e o ouviam não apenas a canaar como os seus conselhos - registe-se o Fado do Conceitro - como honravam quem andava lá por fora a mostrar fado. Estão neste rol todos os fadiustas que diariamente, á noite, cantavam nas casa de fado com um lustro que hoje raramente se vê!
Desses refira-se a Celeste Rodrigues, mas também Maurício, Manuel de Almeida, Fernanda Maria, Maria José da Guia, Maria da Fé, Lucília do Carmo e tantos outros!!!!!!!!

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