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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Quarta-feira, 24 de Março de 2010

DULCE PONTES - Relembra "Ti Herminia"

Dulce Pontes, é pela sua versatilidade artística, e, sobretudo pela sua extraordinária  voz, das nossas artistas mais conhecidas e reconhecidas no estrangeiro.

Por alguma razão, actuou já, com grandes artistas de nível mundial, como por exemplo, Andrea Bocelli e José Carreras, nos palcos mais conceituados do Mundo.

 

 

Dulce Pontes

canta Fado da Sina

de Amadeu do Vale e Jaime Mendes

criação de Hermínia Silva no filme

RIBATEJO

 

Dulce Pontes, nasceu no Montijo.

Estudou no Conservatório de Lisboa, onde aprendeu piano, e dança contemporânea.

Em 1988, inicia a sua actividade profissional na Comédia Musical "Enfim sós" prosseguindo com "Quem tramou o Comendador", no Teatro Maria Matos, como actriz, cantora e bailarina. Em 1990 é convidada a integrar o espectáculo "Licença para jogar" no Casino Estoril.

Torna-se popular junto do público português através do programa de televisão "Regresso ao passado" de Julio Isidro.

Em 1991 vence o Festival RTP da Canção representando Portugal no Festival Eurovisão da Canção, onde cantou "Lusitana Paixão", alcançando o oitavo lugar entre 22 países participantes, uma das melhores prestações de Portugal no Eurofestival.

Em 1992 gravou o seu primeiro álbum, chamado “Lusitana”, principalmente com música pop.

Em 1993, sai o seu segundo disco, chamado “Lágrimas”, em que Dulce aborda o fado duma forma que não convence os puristas, misturando fado tradicional com ritmos e instrumentos modernos, procurando criar novas formas de expressão musical. A sua interpretação do clássico "Povo Que Lavas No Rio" , é um exemplo desse “desvio”. Mas o álbum “Lágrimas” tinha também faixas de fados clássicos, gravados ao vivo e em estúdio, em que ela tenta manter o rigor do Fado clássico, com os temas "Lágrima" e "Estranha Forma de Vida", levando a que alguns entendidos na matéria (os tais que vão a congressos!) afirmassem, que estava encontrada a sucessora e herdeira de Amália Rodrigues. ( Amália ainda era viva, e pelo que julgo saber franziu o sobrolho!)

Para muitos admiradores o maior êxito do “Lágrimas” foi "A Canção do mar", que, no Brasil, foi usado como tema de abertura de uma adaptação em telenovela do romance “As Pupilas do Senhor Reitor”. Tornou-se um dos maiores êxitos da canção portuguesa de sempre (aliás as vendas do CD falam por si), sendo actualmente uma das canções portuguesas mais conhecidas, além fronteiras. "A Canção do Mar" interpretada pela Dulce faz também parte da banda sonora do filme americano "As Duas Faces de um Crime" no qual Richard Gere contracena com Edward Norton.

Em 1995 Dulce lançou o álbum “Brisa do Coração”, gravado ao vivo durante um concerto que teve lugar no Porto a 6 de Maio de 1995. O disco seguinte, “Caminhos”, lançado em 1996, continha temas clássicos como "Fado Português", "Gaivota" e "Mãe Preta", e também, outras composições originais.

Este disco consolidou a sua posição no mundo da música, confirmando-se que a sua via artística não estaria no Fado.

Em 1999 sai o CD “O Primeiro Canto”. Neste disco Dulce confirma que está seriamente interessada em ser uma artista da "Word Music". Em “O Primeiro Canto” introduz elementos do jazz, opta pela sonoridade acústica, dá nova vida a antigas tradições musicais da Península Ibérica, pois para além de cantar em português, canta também em galego e mirandês, e redescobre melodias e instrumentos há muito esquecidos.

Em 2003, foi lançado o “Focus”, que é fruto da colaboração da Dulce com o Maestro Ennio Morricone, onde cantou alguns dos clássicos do compositor, compostas especialmente para a sua voz. Com este trabalho foi alcançado o objectivo de consagrar uma grande voz. Gravado em Itália e destinado tanto ao público português como internacional, o “Focus” contém temas cantados em português, inglês, espanhol e italiano.

O CD “O Coração Tem Três Portas” editado em 2006, foi produzido na íntegra por Dulce, é composto por 2 CD e um DVD. 145minutos de música que Dulce considera ser o âmago da música Portuguesa: O Fado, o Folclore/Música Popular Portuguesa e a Música de inspiração medieval Galaico-Portuguesa versus Fado de Coimbra. Totalmente acústico, foi gravado ao vivo por 5 Continentes, na Igreja de Santa Maria em Óbidos e no Convento de Cristo em Tomar, em Istambul e o making of das gravações efectuadas nos monumentos.

 

Dulce Pontes em parceria com José Carreras, protagonizou a abertura oficial da eleição das Novas 7 Maravilhas do Mundo com o tema "One World" (Todos somos um) de sua autoria, para a maior emissão televisiva da história.

 

Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
música: Fado da Sina
publicado por Vítor Marceneiro às 07:32
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4 comentários:
De Anónimo Fadista a 24 de Março de 2010 às 08:44
Canta muito bem, mas o certo é.
COMO A "TI HERMÌNIA" NIGUÉ CANTA ESTE
FADO.
De Carlos Sepulveda a 24 de Março de 2010 às 09:17
Porque será que neste país, se dá o merecido valor ao interprete, mas se esquecem sempre dos autores? Provavelmente a Dulce Pontes nem sabe quem são!. Já vi e ouvi num espectáculo ao vivo uma artista anunciar que ía cantar um música de Eduardo Marceneiro! seria um engano natural se fosse a primeira vez, mas ao que me disseram já tinha acontecido mais vezes, felizmnete o público é conhecedor e logo se ouviu em unissono -Alfredo Marceneiro -.
De miguel villa a 24 de Março de 2010 às 12:40
pena é que em tempos numa entrevista esta artista tenha dito que a dona herminia silva era uma fadista "rasca" que cantava fados "rascas" .....eu pergunto? entao porque gravou temas da dona herminia.....a dulce pontes tem feito carreira á conta dos existos de amalia e herminia silva,ainda nao vi nada escrito original escrito para ela que tivesse sucesso
coitadas sao novas e teem maquinas por detráz a fazer o sucesso e a dona herminia e a dona amalia tal como o senhor seu avô fizeram carreira por merito proprio e na época sem um terço das condiçoes que existem hoje.

abraço
De Vítor Marceneiro a 24 de Março de 2010 às 21:10
Meu caro Miguel Villa
Muito obrigado por nos relatar este facto, eu na realidade não sabia.
Confundem Fado rasca com o seu célebre dito revisteiro " È PÁ, ESTÁS Á RASCA?" mas enfim a história se encarregará de os fazer "pagar" daqui a 100 anos ou até menos, ninguém saberá quem são estes nomes que por aí andam... mas dos grandes, Marceneiro, Amália, Hermínia, Berta, Fernanda Batista, Fernando Farinha etc.. etc.. Tenho a certeza que serão lembrados.
A memória em relação aos medíocres é efémera.
Um abraço

Vítor

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