Alfredo Marceneiro
— Mais do que um fadista, Alfredo Marceneiro é a carne e o sangue, o coração e a alma do Fado. O próprio Fado. Aquela voz estranha, semi-rouca, cava, — que não é dado a todos, sentir nem compreender... — dá-nos todas as gamas de sensações imagináveis, traduz todos os estados de alma. Acaricia e arranha. Dulcifica e amarga. Fere e cura. Às vezes parece suave como ondas filigranadas aflorando na areia. Outras, áspera com vagalhões insubmissos corroendo graníticos rochedos. Tão depressa parece murmura blandícias como, logo, dolorida e corrosiva, nos aniquila na expressão viva, funda e profunda dos desesperos humanos. É tempestade a rugir e brisa a refrescar. Epopeia de vencido e amargura de triunfador. Por isso, o Alfredo — é grande...
Francisco Radamanto
De Rui Verrín a 12 de Outubro de 2007 às 13:14
Fiquei impressionado quando conheci melhor a obra deste poeta graças a uma palestra no Museu do Fado. Tenho reunido tudo o que encontrei dele só em discos. Pena a SPA não facilitar editando os originais.
Comentar post