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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Sexta-feira, 19 de Fevereiro de 2010

PORTO – ANTIGA E LEAL, SEMPRE MUI NOBRE CIDADE INVICTA

 

 

 

A cidade do Porto, tem origem na época pré-romano e  designava-se Cale ou Portus Cale, daí a origem do nome de Portugal.
No ano de 868, Vímara Peres, fundador da terra portugalense, teve uma importante contribuição na conquista do território aos Mouros, restaurando assim a cidade de Portucale.


 
Estátua de Vímara Peres


D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, futuro primeiro rei de Portugal, concedeu ao bispo D. Hugo o couto do Porto no ano de 1111.
Das armas da cidade faz parte a imagem de Nossa Senhora, razão porque também conhecida por "cidade da Virgem", epítetos a que se devem juntar os de "Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta", que lhe foram sendo atribuídos ao longo dos séculos e na sequência de feitos valorosos dos seus habitantes, e que foram ratificados por decreto de D. Maria II de Portugal.
Foi nesta cidade que  D. João I casou com  a princesa inglesa D. Filipa de Lencastre, e nesta cidade lhes nasce o seu filho  o infante D. Henrique, o navegador, facto que ainda hoje é motivo de orgulho para os portuenses.
A população do Porto apoiou incondicionalmente a preparação da armada que partiu, em 1415, para a conquista de Ceuta, oferecendo aos expedicionários toda a carne disponível, ficando apenas com as tripas para a alimentação. Com imaginação, e aliada à necessidade, surge um prato saboroso que hoje é menu obrigatório em qualquer restaurante. Os naturais do Porto ganharam a alcunha de "tripeiros", uma alcunha que nada tem de pejorativa. É o seu “ex-líbris” gastronómico o prato tradicional da cidade, as "Tripas à moda do Porto", tendo sido criada uma confraria especialmente dedicada a este prato típico.
Os portuenses tiveram um papel fundamental na defesa dos ideais do liberalismo nas lutas encetadas no século XIX. Distinguiram-se pela sua coragem no cerco das tropas miguelistas durante a guerra civil de 1832-34 — o famoso Cerco do Porto — que lhes mereceu a atribuição, pela rainha D. Maria II, do título — único entre as demais cidades de Portugal — de” Invicta Cidade do Porto”. Na igreja da Lapa, alberga o coração de D. Pedro IV de Portugal, que o ofereceu à população da cidade em homenagem ao contributo dado pelos seus habitantes à causa liberal.
Desde a Idade Média que a importância económica do Porto está ligada ao vale do Douro, pois as nozes, frutos secos, o azeite e, sobretudo, o vinho do porto, sustentaram um próspero comércio entre toda a região nortenha. Estes produtos eram e ainda são exportados para mercados externos de todo o Mundo. Mas, sem dúvida que o grande impulso ao desenvolvimento das relações comerciais foi, indiscutivelmente, o Vinho do Porto. Este comércio esteve sempre ligado com a margem sul do Douro, Vila Nova de Gaia, onde se estabeleceram as principais caves para envelhecimento dos vinhos finos do Alto Douro. 

         

     
Caves de Vinho do Porto

 

No Porto cruzam-se várias estradas e linhas de caminho-de-ferro que também contribuíram para tornar a cidade o principal centro comercial de toda a região nortenha. Apesar da progressiva terciarização do centro, a actividade industrial continua com grande relevância, laborando na sua cintura industrial fábricas de têxteis, calçado, metalomecânica, cerâmica, móveis, ourivesaria e outras actividades fabris, algumas ainda a nível artesanal.
A necessidade de haver uma travessia permanente entre as duas margens do Douro para circulação de pessoas e mercadorias, levou à construção da Ponte das Barcas em 1806. Anteriormente a travessia do rio fazia-se com recursos a barcos, jangadas, barcaças ou batelões. A ponte era constituída por 20 barcas ligadas por cabos de aço e que podia abrir em duas partes para dar passagem ao tráfego fluvial. O aumento do tráfego exigiu a construção de uma ponte permanente o que levou à construção da Ponte pênsil em 1843, desmantelada anos mais tarde após a abertura da Ponte Luiz I, em 1886, a ponte mais antiga da cidade que permanece em actividade. 


 
Ponte Luiz I


Primitivamente servia como ligação rodoviária entre as zonas baixa e alta de Vila Nova de Gaia e do Porto e, de uma forma mais geral, entre o norte e o sul do país, durante largas décadas. A partir da segunda metade do século XX, no entanto, começou a revelar-se insuficiente para assegurar o trânsito automóvel entre as duas margens, tendo sido complementada por outras pontes e, após adaptação, passou a ser utilizada pelo Metro do Porto no seu tabuleiro superior, continuando a circular viaturas no tabuleiro inferior.
A Ponte Maria Pia foi construída entre Janeiro de 1876 e 4 de Novembro de 1877 pela empresa de Gustave Eiffel. Foi a primeira ponte ferroviária a unir as duas margens do Douro. Dotada de uma só linha, o que obrigava à passagem de uma composição de cada vez, a uma velocidade que não podia ultrapassar os 20 km/h e com cargas limitadas, no último quartel do século XX tornou-se evidente que a ponte já não respondia de forma satisfatória às necessidades. O que levou a que fosse desactivada e substituída pela Ponte de São João em 1991.

 

 

 

 

 

Ponte Maria Pia                             Ponte de S. João

 A Ponte da Arrábida tinha, à data da construção, o maior arco do mundo em betão armado, e constitui o tramo final da auto-estrada A1 que liga Lisboa ao Porto. Inicialmente a ponte tinha duas vias de trânsito com 8 m cada, separadas por uma via sobrelevada de 2 m de largura; duas pistas para ciclistas de 1,70 m cada e dois passeios marginais de 1,50 m de largura, também sobrelevados. Mais tarde, foram acrescentadas uma via de trânsito em cada sentido, construídas à custa da eliminação das pistas para ciclistas e da redução do separador central. Apesar da construção da Ponte do Freixo, mais a montante, a Ponte de Arrábida continua a ser a principal ligação entre a cidade do Porto e a margem sul do Douro.

 

 

 
Ponte da Arrábida

Das pontes que ligam o Porto a Vila Nova de Gaia, a Ponte do Freixo é a que está mais a montante do rio. Foi construída na tentativa de minimizar os congestionamentos ao trânsito automóvel vividos nas Pontes da Arrábida e de Luiz I, particularmente notórios desde finais da década de 1980. É uma ponte rodoviária com oito vias de trânsito (quatro em cada sentido).
A Ponte do Infante, baptizada em honra do portuense Infante D. Henrique, é a mais recente que liga Porto e Gaia. Foi construída para substituir o tabuleiro superior da Ponte Luís I, entretanto convertida para uso da "Linha Amarela" (Hospital de São João/João de Deus) do Metro do Porto. Foi construída um pouco a montante da Ponte Luiz I, em plena zona histórica, ligando o bairro das Fontainhas (Porto) à Serra do Pilar (Vila Nova de Gaia).


 
Ponte do Infante                    Ponte do Freixo

 

A cidade do Porto e os portuenses - “tripeiros” - são também uns grandes amantes do fado, pois este está-lhes na alma.
O Infante D. Henrique nasceu no Porto, mas é de todos nós. O Fado nasceu em Lisboa, mas também tem berço no Porto.
Viva Portugal, Viva a cidade Porto, Viva o Fado!
Fotos: José Pedrosa
Texto: Vítor Duarte Marceneiro

 

Esta página é uma homenagem á Cidade do Porto e ao Mestre Real Bordalo

Os seus autores são: José Pedrosa - ( Nortenho)

                                                       Vítor Duarte Marceneiro - (Sulista)

Mas ambos portugueses de alma e coração

Viva o Porto , Viva Lisboa

Viva Portugal no seu todo

Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
publicado por Vítor Marceneiro às 19:00
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2 comentários:
De Alberto Miranda a 20 de Fevereiro de 2010 às 15:07
Caro Marceneiro
Tenho seguido diariamente o seu blogue, desde que alguém mo indicou com algum desdém, pois afirmava, que o seu trabalho era oportunista e demonstrativo da sua sede de protagonismo, que só falava de si e dos seus parentes. Anotei o endereço, nunca cheguei a ir ver, talvez desmotivado pelo que me tinha sido dito a seu respeito. Certo dia em que o vi na TV, penso que foi a receber o prémio Amália, tive curiosidade e visitei então o seu blogue.
Após ter entrado no blogue, e porque sou um admirador de Fado, mas nunca aprofundei as raízes da sua história e dos seus actores, confesso que fiquei deslumbrado, o que estava a ver e ler que não coincidia em nada com a má informação recebida, estava a constatar sim, um trabalho modesto, profundo bem estruturado e de um cariz cultural de fazer inveja a muitos intelectuais, que falam, falam, mas nada dizem, porque é obvio, você o não é, será um homem esclarecido, com alguma cultura, mas não um intelectual.
Já andava para lhe escrever, mas apercebi-me, que este seu trabalho merece poucos comentários, e constatei que com frequência você mesmo apela a que não o façam para o elogiar (há realmente elogios bem venenosos), mas os artigos que nos apresenta, muitos mesmo quanto a mim fora do contexto quer do fado, quer do que se propõe fazer, colocar Lisboa no Guiness Book dos Recordes, mas que são de tal forma didácticos e apropriados e de leitura simples e despretensiosa, que me “viciou” estando nos meus favoritos. Ora Sr. Marceneiro, o que atrás afirmei, e muito mais que tenho vindo a saber, é razão para invejas e ditos mal intencionados, há pouco tempo sobre si e o seu trabalho, ouvi da boca de um pseudo- intelectual, que se intitula "catedrático da disciplina fado" que o que você escreve e nos mostra, não tem fundamento cientifico!
Pois bem, desculpe se me alonguei, tudo o que atrás escrevi, não foi para o elogiar, você não necessita e não merece, se o que faz, e faz bem, é sua obrigação fazê-lo, compartilhar o que sabe com a comunidade, é um dever de cidadania, que lhe façam comentários, quer para o corrigir se tal for necessário, quer para acrescentar mais valias, ao que expõe, tudo bem, mas até isso encontrei esporadicamente.
Não conhecia o Sr. José Barbosa, mas passei a conhecer na página que aqui publicou, o que este senhor faz, colaborando consigo, isso sim é uma lição de civismo e de mentalidade sã, e acima de tudo sem bairrismos acerbados.
Não quero acabar sem lhe dizer com homem do norte (tripeiro), embora viva há muitos anos nesta nossa querida Lisboa, que esta vossa página é um tributo ao Porto.
Não pare, pois cada vez irá melhorando, e irá criando mais críticos, que esses sim acabam por ser quem na verdade o elogiam.
Alberto Miranda – Amadora
De Vítor Marceneiro a 20 de Fevereiro de 2010 às 16:51
Caro Alberto Miranda

Seria falsa mdéstia não lhe agradecer o seu comentário. Muito obrigado.
Na realidade continuo a fazer este trabalho porque creio que poderá a dar, embora modesto, um contributo á história do Fado. Agradeço também a sua referência a José Pedrosa, seu conterraneo, que desde a primeira hora que o contactei tem colaborado e dado um contributo que muito valoriza este blogue, relacionados com os letrados do Fado pode-se verificar que realmente pouca ou nenhuma colaboração tenho tido, mas armadilhas...muitas.
Um abraço.
Vítor Marceneiro

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