TITINA canta LISBOA, Capital de Sôdade
É com muito orgulho, como português e fadista, que publico esta página, em que os nossos irmãos caboverdeanos cantam à nossa Lisboa, contribuindo assim para a causa de colocar Lisboa no guiness, como a Cidade mais Cantada do Mundo.
Ninguém pode negar, que Lisboa ocupa um lugar muito especial no coração dos caboverdeanos.
É o que pretendem demonstrar com a composição da morna “Lisboa, Capital di Sôdade.
Obrigado amigos
Rui A. Machado OS AUTORES Manuel D´Nova
A letra é da nossa autoria, mas na realidade foi escrita por dezenas de
caboverdianos com quem conversamos sobre o tema, antes de passar para o papel os seus sentimentos sobre Lisboa.
Mas esses sentimentos são comuns a muitos outros povos que, em épocas difíceis das suas vidas emigraram para Lisboa. Judeus e não Judeus, Franceses, Belgas, Alemães, Austríacos, Polacos, grande parte deles devendo a sua saída dos territórios ocupados a Aristides de Sousa
In: www.ruimachado.com, de A.Rui Machado
Filme: Filmado no Auditório da Aula Magna de Lisboa, quando da apresentação do CD, sendo realizado por Rui A. Lopes da Silva
LISBOA, CAPITAL de SÔDADE
LISBOA, CAPITAL DA SAUDADE
Êsse ê qu´ê Lisboa Esta é Lisboa
Nôs Terra d’adoçon Nossa Terra de adopção
Qui recebê-no Que nos acolheu
Quónd nô tive d’imigrá Quando tivemos de emigrar
Quónd tchuva kabá Quando deixou de chover
E nôs fidje E os nossos filhos
Tive fôme Tiveram fome
Ês qu´ê nos vida Eles que são as nossas vidas
Lisboa tem ) Lisboa tem
Aquel ’ curaçon ) Coro Aquele coração
Bem Potuguês ) Bem Português
Nês nôs aventura Na nossa aventura
Aventura d’ imigraçon Aventura de emigração
Oi Tónt Port , tónt Cidade Oh quantos Portos, e quantas
Cidades
Nô conchê nês mundo Conhecemos nesse mundo
Má nenhum tocó-ne más fundo Mas nenhuma tocou mais fundo
Na nôs coraçon No nosso Coração
Porque Lisboa tem ) Porque Lisboa tem
Grandi amor, ) Côro Um grande amor
Amor qu´ê criol ) Amor que é crioulo
Se Boston ê Pâ tâ Kête Se Boston e Pawtucket
Más ê djar Fogo e dja Braba É só Fogo e Brava
E Roterdam ê Sampadjud E Roterdão é S. Vicente
Luxemburgo ê suek Luxemburgo é Santo Antão
E Roma ê Patchin Parloa E Roma é S. Nicolau
Câ têm ôte moda Lisboa Não há outra como Lisboa
Porqu’li el djuntá Porque aqui ela juntou
Tud nôs, tud Cabo Verde Todos nós, todo Cabo Verde
Lisboa têm
Fêra d’areloje e Fátima Feira do Relógio e Fátima
Sporting, Benfica má Porto Sporting, Benfica e Porto
Enclave e B . Léza Enclave e B . Léza
E na Sociaçon tâ baióde E na Associação dança-se
Tê na hora d’almoço Até na hora do almoço
Lisboa sô câ têm mar ) Lisboa só não tem mar
Má pâ consolo-ne ) Côro Mas para nos consolar
Êle ranjá Têjo ) Ela arranjou o Tejo
Quónd tchiga Quando soar, enfim,
Óra di no regressá A hora de regressarmos
Câ bô fká triste Não fiques triste
Nem câ bô tchorá Nem chores
Si Praia ê Se Praia é
Capital di nôs Terra (quirida) A Capital da nossa Terra
(querida)
Lisboa ê ) Lisboa é
Capital di sôdade ) Côro A capital da saudade
Di nôs Mundo (spaióde) ) Do nosso Mundo (espalhado)
D’Imigraçon ) Da Emigração
Meus caros leitores, foram muitos os pedidos para saber do paradeiro da saudosa Maria CLara, posso afirmar de fonte fidedigna, que felizmente ainda está entre nós, com a bonita idade de 84 Anos
A FELICIDADE DE SER ARTISTA
Voz límpida e clara na dicção Maria Clara, senhora de uma agilidade vocal surpreendente, sabia dar a tudo o que cantava a medida certa, "o tom" ideal. Seriam esses os ingredientes do grande sucesso que teve, aliados a um conjunto de melodias, numa altura de poucas congeminações extra-musicais.
O seu nome de baptismo é Maria da Conceição, mas pelas suas qualidades vocais impôs o nome artístico de Maria Clara.
A Maria Clara ficará para sempre ligada a “Canção da Figueira” de António de Sousa Freitas e Carlos Correia, mas a cançonetista foi um das rainhas das marchas de Lisboa sendo sua a criação da “Marcha do Centenário” (1940) de Raul Ferrão e Norberto de Araújo para além de variadas outras marchas que fizeram Lisboa cantar nas décadas de 1940, 1950 e 1960.
Maria Clara começou como amadora numa colectividade do bairro lisboeta das Necessidades, Grupo Dramático e Escolar Os Combatentes, de onde viriam aliás outros grandes nomes do panorama artístico português, designadamente Tony de Matos e Aida Baptista.
Numa entrevista à revista Super Música a intérprete recordou: “naquela altura era muito natural. Nós fazíamos as nossas peças, as nossas revistas e depois iam lá empresários sempre à caça de novos talentos e um dia calhou-me a mim”.
Estreou-se no teatro com um elenco de luxo, ao seu lado outro estreante, o agora realizador António Vilar.
“Estreei-me na Costureirinha da Sé, com o António Silva, a esposa, Josefina Silva, a Luísa Durão, o Costinha, eu é que não era ninguém. Mas era uma grande camaradagem, todos muito meus amigos. Só não andavam comigo ao colo, eu era a mais nova”.
Depois seguiram-se várias operetas, nomeadamente “A Invasão” e “Fado” e logo o convite da editora Valentim de Carvalho para gravar, o que fará num ritmo alucinante para a época, dado o êxito que fazia.
“Depois da ‘Costureirinha’ gravei vários números da opereta ‘Fado’ e por aí adiante. Se gravava é porque vendia, e iam muito ao teatro buscar números que tinham êxito”, recordou nessa mesma entrevista.
O percurso de Maria Clara é um pouco o inverso da época, começa no teatro e só depois a rádio, pois nas primeiras provas que fez para a Emissora Nacional “não agradaram lá muito” mas acabará por entrar para os quadros da Emissora e participou, entre outros programas, nos famosos "Serões de Trabalhadores".
Referindo-se a estes programas afirmou “aquilo era indescritível, havia gente em todo o lado, só faltava pendurarem-se. Mas eram espectáculos muito bons e completos. Havia um momento de ópera ou apenas a orquestra sinfónica da Emissora e depois a parte mais ligeira onde eu entrava e outros, lembro-me por exemplo do Zé António, das Irmãs Meireles, a Maria de Lurdes Resende e muitos outros. Éramos muitos. Havia naquela época uma grande riqueza quer de intérpretes quer de quem escrevesse e compusesse”.
Além das muitas marchas de Lisboa que interpretou e gravou, Maria Clara recuperou temas do cancioneiro popular português para além do repertório romântico com canções como “De cá para lá”, “Alfazema do monte” ou “Hás-de voltar”, “As pedras que tu pisas” ou “Na mesa do canto” e as muitas sobre terras portuguesas, refira-se “Santa Luzia” (Fernando Carvalhos/Campos Monteiro), relativa a Viana do Castelo e “Canção de Faro” (Tavares Belo/Hernâni Cidade).
De Lisboa a sua cidade natal além da “Marcha do Centenário” destaca-se “A casa de Santo António” (João Nobre/José Galhardo), “Menina Lisboa” (João Nobre) ou o grande sucesso que foi “Lisboa velha amiga” (Manuel Paião/Eduardo Damas).
Numa outra entrevista, ao mensário Ecos de Belém referindo-se à catalogação que se faz de nacional-cançonetismo a um período correspondente ao Estado Novo (1933-1974) afirmou: “Eu não gosto dessa coisa de ‘nacional-cançonetismo’ porque foi dado com sentido pejorativo e, isso eu não aceito! Nem percebo, nem sei o que querem dizer com semelhante coisa; ou no fundo eu percebo, mas faço de conta... Não aceito que as pessoas ponham rótulos nos que cantavam nessa época no nosso país esquecendo ou procurando ignorar que todas as pessoas tiveram de andar com muito cuidado porque tinham medo. E o medo não envergonha ninguém! Cada um procurava fazer a sua vida sem causar problemas nem tê-los. Eu trabalhava na Emissora Nacional, a emissora era do Estado e eu trabalhando ali com a maior seriedade sem fazer diferença entre as pessoas, fossem da Extrema-Esquerda, fossem da Extrema-Direita, eu não admito que comigo tivessem ideias a esse respeito ou pusessem rótulos. Isso magoa e eu não aceito isso de ninguém. Cantava porque gostava e até tive problemas na família”.
Nessa mesma entrevista revelava o seu gosto pelo “fado musicado”: ”Eu gosto muito do fado-canção, tenho muito apreço, e gosto de gravar com a guitarra portuguesa que tem um som extraordinário. Tem uma doçura inigualável”.
Referindo-se à sua profissão declarou: “Só me deu satisfação e momentos de felicidade. A minha vida profissional foi a mais feliz possível, não só graças ao público, como aos colegas que tive, havia um grande companheirismo”. Guardado lá no fundo está o orgulho de um dia ter ouvido um elogio de Alfredo Marceneiro. “Ele quase nunca falava. Mas nós sabíamos que o que ele dissesse era sagrado. E certa noite, no Teatro Avenida, creio eu, ele virou-se para mim e disse-me: 'A menina canta muito bem, canta mesmo muito bem, nessa noite fiquei nas nuvens, eu nem me queria deitar”. (*)
Nuno de Almeida Coelho
Maria Clara canta:
Marcha do Centenário 1947
Letra: Norberto Araújo
Música: Raul Ferrão
I
Toda a cidade flutua
No mar da minha canção.
Passeiam na rua
Retalhos de lua
Que caem do meu balão.
Deixem Lisboa folgar,
Não há mal que me arrefeça,
A rir, a cantar,
Cabeça no ar,
Eu hoje perco a cabeça
.
Estribilho
Lisboa nasceu
Pertinho do Céu
Toda embalada na fé.
Lavou-se no rio,
Ai, ai, ai, menina,
foi baptizada na Sé.
Já se fez mulher,
E hoje o que ela quer
É trovar e dar ao pé.
Anda em desvario,
Ai, ai, ai, menina,
Mas que linda que ela é!
II
Dizem que eu velhinha sou
Há oito séculos nascida
Nessa é que eu não vou
Por mim não passou
nem a morte , nem a vida
Um pajem me fez um fado,
um vali me leu a sina:
não ter namorado,
nem dor, nem cuidado,
e ficar sempre menina
III
Como as cidades famosas,
também tive horas de glória.
De tranças mimosas,
toquei-me de rosas,
enchi de rosas a história,
A grinalda inda me resta,
que em Lisboa há sempre flores.
E agora na festa,
minha sina é esta
encher Lisboa de amores.
IV
Trago um balão enfeitado,
e enfeitado o coração,
vou de braço dado,
não me dá cuidado
que gostem de mim ou não.
Ai que bom andar ao léu,
mais linda do que é preciso!
Todo o mundo é meu,
p'ra ganhar o céu,
basta atirar-lhe um sorriso,
Era um dos nomes do cartaz do Retiro da Severa quando Amália se estreou. Com a fadista apresentou-se também pela primeira vez no Coliseu dos Recreios do Porto. Entre os seus êxitos refiram-se as suas criações «Eu gosto daquela feia», «Alerta!», «Pecados quem os não tem», «Sexta-feira da Paixão» e «Passei ontem em Alcobaça». Participou em vários programas radiofónicos, nomeadamente da Rádio Graça, Peninsular e Clube de Lisboa. Preso político em Caxias, deixa Lisboa para se radicar em Bengue!a, onde organiza várias noites de fado e recebe colegas sempre que estes passavam por aquele cidade angolana.
Gravou apenas dois discos, um EP para a CBS com os
fados «Gosto daquela feia», «É tão triste não te ver», «Lábios carminados» e «Quadras soltas», e já na década de 1980 participa num LP com outros nomes da sua geração (Frutuoso França, Júlio Vietas, Manuel Calisto, Gabino Ferreira e Júlio Peres) intitulado O Fado da Velha Guarda (Riso&Ritmo).
Natural de Lisboa, onde nasceu a 23 de Novembro de 1914, faleceu na mesma cidade a 9 de Janeiro de 1992, tendo retomado esparsamente a carreira artística, quer na década de 1970 à frente do Solar da Madragoa, onde tinha já actuado na década de 1960, para gáudio dos fãs que deixara em Lisboa, quer em espectáculos nos arredores de Lisboa com o mesmo grupo de fadistas com que gravara o LP.
Além do Retiro da Severa, José Coelho, até à década de 1950, antes de partir para Angola em Agosto de 1949, cantou no Café Luso, Os Marialvas do Fado, Casablanca, Café Mondego, Café Latino e o Retiro da Severa.
In: “Amália” de Nuno de Almeida Coelho
José Coelho canta:
É Feia Mas Gosto Dela
Letra de Albino Paiva
Música de Júlio Proença
Fadistas da Velha Guarda
= JÚLIO PERES = JÚLIO VIEITAS = FRUTUOSO FRANÇA = GABINO FERREIRA = JOSÉ COELHO E MANUEL CALISTO
EXPOSIÇÕES:
Bienal – Alenquer
Câmaras Municipais de Arruda dos Vinhos, Abrantes, Cadaval, Sintra, Óbidos, etc.
Em diversa Juntas de Freguesia
Galerias Ginásio Lisboa, Alcabideche , Via Graça
Sociedade Nacional de Belas Artes
Banco de Portugal, Ministério das Finanças, Ministério da Agricultura
Associação Comercial de Lisboa
Instituto E. F . Profissional
Cruz Vermelha Portuguesa (C. V. P.)
Sala Primavera Paço D, Arcos
Caixa Geral de Depósitos
Cordoaria Nacional
Fórum Lisboa
Museu Jorge Vieira (Beja)
Capela da Ordem Terceira do Carmo
Fórum Romeu Correia Almada
Galeria Fernando Pessoa (Lisboa)
Instituto PIAGET
Assembleia da Republica
Etc.
Quadro de Lisboa
REPRESENTAÇÕES:
Homenagem a Cruzeiro Seixas (C. M. Amadora)
MARIA JOSÉ DA GUIA 1929 – 1992
Nasceu em Angola, tendo vindo com os pais muito jovem para a Metrópole.
Estreia-se a cantar fado em público aos 15 anos, numa verbena de Lisboa, teve enorme sucesso, pelo que não deixou de ser notada, quer pelo público, quer pelos empresários, e passa a ser solicitada para actuar em espectáculos.
Faz a sua carreira essencialmente nas casas de fado, tendo estado uns bons par de anos seguidos, como cabeça de cartaz, no Restaurante Típico A Severa.
Grava vários discos essencialmente para a Etiqueta Estúdio, temas como Assim que eu Gosto, Fui ao Baile, Sonho Fadista, Fado e Toiros, para Etiqueta Movieplay , Máscara, Não é Preciso, Fado é Um Só, Um Golpe de Vento, A Saudade Que me Deste, Ciúme de uma Verdade, e muitos mais temas, cantou praticamente temas de todo os poetas.
Em 1953 é convidada por Eugénio Salvador à altura a explorar o Teatro Maria Vitória, para ser atracção na revista “Saias Curtas” em que canta o fado «Fui ao Baile». Como se sente muito presa aos horários da revista, sai antes do final das exibições e é substituída por Fernanda Batista, que obtém um grande êxito com o tema.
Tinha um público muito fiel pelo seu estilo muito próprio e bem castiço.
Maria José da Guia canta:
MÁSCARA
Letra de:José Pereira
Música de: Frutuoso França
"RAINHA SANTA"
Letra de: Henrique Rêgo
Música de: Alfredo Marceneiro
Não sabes Tricana linda
Porque chora quando canta
O rouxinol no choupal
É porque ele chora ainda
P´la Rainha mais Santa
Das Santas de Portugal
Rainha, que mais reinou
Nos corações da pobreza
Que no faustoso paço
Milagreira portuguesa
Que no seu alvo regaço
Pão em rosas transformou
E as lindas rosas geradas
Por um milagre fremente
Que a Santa Rainha fez
Viverão acarinhadas
Com amor eternamente
No coração português
Santa Isabel, se algum dia
Seu nome de eras famosas
Fosse esquecido afinal,
Outro milagre faria
De nunca mais haver rosas
Nos jardins de Portugal.
Fernando Pinto Ribeiro.
Natural da Guarda. Nasceu em 1928. Ao 17 anos vem para Lisboa após completar o Curso Liceal, inscrevendo-se na Faculdade de Direito, cujo curso não chegou a completar. Já em jovem começa a rimar as palavras, nunca deixando de escrever quadras soltas, tendo aos catorze anos escrito, o seu primeiro soneto a que dá o título de “Soneto dos 15 Anos”.
Colaborou nas Revistas Flama , Panorama, Páginas Literárias, em Jornais, como Diário de Notícia, Diário Ilustrado e em vários jornais regionais, tendo também sido publicados no Brasil alguns poemas de sua autoria.
Foi Director da Revista de Letras e Artes “CONTRAVENTO” (1968), da qual só se conseguiram editar quatro números, dado que o seu cariz intelectual e democrático, não podia de deixar de ser amordaçado pela censura.
Pertence aos corpos sociais da Sociedade da Língua Portuguesa, Sócio da Associação Portuguesa de Escritores, Cooperador da Sociedade Portuguesa de Autores, Sócio da Colectividade Grupo Dramático e Escolar “Os Combatentes”. (Colectividade Popular Centenária)
Frequenta algumas noites de Fado e fica fascinado com o ambiente da noite fadista, começando sem que se aperceba, a identificar-se com a “expressão fadista” o que apela à sua alma de poeta, começando a escrever alguns fados que desde logo foram bastante elogiados. Compositores de Fado colaboraram, e a qualidade dos seus poemas é tal, que logo houve nomes do panorama musical do Fado que os quiseram interpretar, fadistas como: Ada de Castro, Alexandra Cruz, Anita Guerreiro, António Mourão, António Laborinho António Passão , António Severino, Arlindo de Carvalho, Artur Garcia, Beatriz da Conceição, Branco de Oliveira, Carlota Fortes, Chico Pessoa, Estela Alves, tia e sobrinha, Fernando Forte, Francisco Martinho, Humberto de Castro, Julieta Reis e sua filha Sara Reis, Lenita Gentil, Lídia Ribeiro, Maria Jô-Jô Pedro Lisboa, Lurdes Andrade, Natércia Maria, Simone de Oliveira Toni de Almeida,, Tonicha , Tristão da Silva, Xico Madureira, e outros. No início Fernando Pinto Ribeiro usava o pseudónimo "SÉRGIO VALENTINO".
Alguns das suas letras para fado mais conhecidos, são: Às Meninas dos Meus Olhos, A Cantiga dos Pardais, Era um Marinheiro, Fado Alegre, Hino à Vida, Nas Ruas da Noite, Bom Fim de Semana, Noites Perdidas, Pensando em Ti, Lisboa vai, Pensando em Ti, , etc.
Letra de: Fernando Pinto Ribeiro
A bailar pela Avenida,
Num balançar de canoa,
vai de varina vestida
Rainha Dona Lisboa
Vai abraçar do Castelo,
Plo Tejo nos mares deitado,
O marinheiro mais belo
Das caravelas do Fado
Vai aonde a alma voa
Desde os mundos do passado
Até onde o mar entoa
Teu nome por todo o lado
Santo Antoninho te guia
Da Estrela e da Madragoa
à Graça e à Mouraria.
Vai, numa boa,
Vai na vida ser vadia,
Vai, até que o andar te doa,
Rumo à Praça da Alegria!
Vai nos pregões a cantar
Camões, a Amália, Pessoa…
Vai na marcha popular
Rainha Dona Lisboa
Vai de Alfama e do Dafundo
a São Bento e a Belém
E sobe à Rua do Mundo
Do Poço do Borratém …
Vai sair na Boa-Hora,
Com foguetes e balões,
A São Vicente de Fora,
de dentro dos corações
Acompanhei grande parte do «percurso artístico» do Chico Zé que, um dia, teve a coragem de trocar as «engenharias» pelas cantigas que eram, afinal, a sua grande paixão. Testemunhei, inclusivamente, os seus primeiros passos com o Prof. Mota Pereira, no Centro de Preparação de Artistas da Rádio, onde despontaram algumas das grandes «estrelas» do microfone que principiaram a brilhar por volta dos anos 50.
O Chico Zé impôs-se, rapidamente, como uma das vozes mais bonitas e mais românticas da Rádio que, na época, era o meio de comunicação por excelência, em Portugal. As jovens sonhadoras e apaixonadas desse tempo suspiravam extasiadas ao ouvirem aquela voz bem timbrada (a que não faltava sequer um ligeiro «toque» alentejano) e acorriam, frenéticas, às salas de espectáculo onde o seu ídolo se apresentava.
O saudoso poeta e homem da Rádio, José Castelo, um dos responsáveis do popular «Comboio das seis e meia» que animava os fins de tarde no Politeama e no Capitólio, começou um dia a chamar-lhe «o coração que canta» e o «slogan» ficou. Com a chegada da Televisão a Portugal, o sucesso do Chico Zé ganhou uma nova dimensão e um dia surgiu a hipótese de viajar até ao Brasil. Atraído pelo sabor da aventura, o Chico Zé lá foi e o sucesso foi estrondoso, não sem que, antes, tivesse de travar uma sucessão de duras «batalhas» que sempre conseguiu superar. Creio que para lá do seu estilo romântico, servido por uma voz invulgarmente agradável e bem timbrada, o seu triunfo no Brasil ficou a dever-se a uma perfeita dicção que permitia entender tudo aquilo que ele cantava. Um amigo meu, jornalista do grande país irmão, disse-me uma vez a propósito do sucesso do nosso artista em terras brasileiras: «Você sabe que nós nem sempre entendemos, com facilidade, tudo o que um português está falando mas com o Francisco José a coisa é diferente – não perdemos uma só palavra do que ele canta e isso é muito importante, em especial se os versos são gostosos de se ouvirem...»
Artur Agostinho
Francisco José canta: RECADO A LISBOA Letra de:João Villaret Música de Armando da Câmara Rodrigues Lisboa querida mãezinha Com o teu xaile traçado Recebe esta carta minha Que te leva o meu recado Que Deus te ajude, Lisboa A cumprir esta mensagem Dum português que está longe E que anda sempre em viagem Estribilho Vai dizer adeus à Graça Que é tão bela, que é tão boa Vai por mim beijar a Estrela E abraçar a Madragoa E mesmo que esteja frio Que os barcos fiquem no rio Parados sem navegar Passa por mim no Rossio E leva-lhe o meu olhar Se for noite de S. João Lá pelas ruas de Alfama Acende o meu coração No fogo da tua chama Depois leva-o p´la cidade Num vaso de manjerico Para matar a saudade Desta saudade em que fico Estribilho Monte e Igreja da Graça
Julieta Ferreira nasceu em Lisboa em 1952.
Desde criança sentiu uma grande paixão pela leitura e pela escrita.
Licenciou-se
Em 1983, emigrou para a Austrália, onde começou por trabalhar como tradutora e intérprete.
Em 1987 foi convidada para leccionar Língua e Cultura Portuguesa na Universidade de Queensland, Brisbane, onde se manteve até 1999.
Compilou e publicou um Curso de Língua Portuguesa para principiantes e organizou várias conferências para divulgação da História e Cultura de Portugal.
Organizou programas de treino para educadoras de infância e professores e apresentou workshops e seminários, versando temas como a diversidade, o racismo, a discriminação e o multiculturalismo.
Nos vários projectos, tem defendido, com muita paixão, os direitos dos imigrantes e refugiados e tem lutado pela inclusão e aceitação de todas as raças, na sociedade australiana. (*)
Ao longo dos anos tem escrito poemas e contos e em 1999 publicou uma pequena novela em inglês, Nothing stays the same.
É muito entusiasta por tudo o que é português e, desde que tem estado ausente do seu país, tem apreciado ainda mais as suas origens, na sua visita a Portugal, em 2005, surgiu a inspiração para a escrita de “Regresso a Lisboa” concretizando assim um sonho antigo. Este seu primeiro romance, de carácter autobiográfico, é a expressão de um amor muito intenso pela pátria e, em particular, por Lisboa.
Em 2007, publicou o seu primeiro romance de ficção, “Sem ponto final”, assim como um livro de poesia, “Pedaços de mim”. Alguns dos seus poemas foram incluídos numa Antologia de Autores Portugueses Contemporâneos, Poiesis – Vol. XV, editada pela Editorial Minerva.
Biografia fornecida pela própria
(*) Curiosamente foi votada nas Nações Unidas no dia 13 de Setembro de 2007, Resolução, a que se obrigam no respeito pela minorias. Embora aprovado pela maioria da Assembleia das N.U., teve os votos contra da Austrália e do Estados Unidos !!!
Poema sobre Lisboa, retirado do seu livro de poesia
"Pedaços de Mim"
RECORDO-TE CIDADE!
O sol banha-a rendido aos seus encantos
Fadistas choram seus prantos em canto magoado
Cauteleiros de pé firme nas esquinas
Na Brasileira um passado de rimas
Mendigos ostentam lamúrias e chagas
O Tejo une-se a ela num abraço enamorado
Poetas que a versejaram foram tantos.
Gatos espreguiçam-se nas varandas floridas
Roupa branca esvoaça nos estendais das ruelas
Crianças buliçosas rodopiam nos quintais
Quiosques vendem os matutinos jornais
Flausinas passeiam-se de mãos dadas
Amantes perdem-se pelas antigas vielas
Passos ressoam nas calçadas carcomidas.
Os ventos sopram doçuras nas colinas
Vendedores deambulam pelas avenidas
A luz reflecte-se no vermelho dos telhados
Escritores em esculturas imortalizados
Crentes rezam suas preces caladas
O prazer ofertado das mulheres perdidas
Bandeiras desbotadas mostram suas quinas.
Odores de rio e café na baixa do Marquês
Floristas dispõem ramalhetes coloridos
Engraxadores aguardam clientes pressurosos
Turistas contemplam monumentos famosos
A brisa fustiga as tristezas soluçadas
O adeus penoso que entorpece os sentidos
A dor amarga dos que já não vês.
No metro atulhado acotovelam-se os alfacinhas
O som plangente e vivo da guitarra sem idade
Mulher velha pedinte resguarda-se do frio
Som alegre do acórdão nos passeios do Rossio
Estátuas erguidos tributos de eras passadas
O Parque Mayer despovoado invoca a saudade
Nas igrejas do Chiado murmúrio de ladainhas.
O castelo fala-nos de História
Gaivotas conversam com o rio amigo
Dançam sensuais em volta de veleiros
Miradouros sobranceiam casarias caiados
Pombas esvoaçam alegres pelas praças
Reis atestam a nossa glória
Velozes fendem as águas os cacilheiros
E eu na solidão dos meus cuidados
Tento soltar-me das mordaças
Anseio voltar para o teu abrigo.
Recordo-te saudosa
Nesta terra que me tolhe a liberdade
Quero ficar
Essa é a minha verdade!
Daniel Gouveia, nasceu em Lisboa, na freguesia de Arroios, em 1943.
Frequentou a Faculdade de Letras de Lisboa, até ao 3º ano do curso de Românicas.
Embora não tenha acabado o curso, tem uma tendência natural para a escrita, e nunca deixa de nos surpreender com a sua capacidade de comunicação dos seus excelentes textos.
Profissionalmente, é consultor de empresas em Gestão Comercial, consultor literário de duas editoras livreiras e editor.
Tem colaborado em variados jornais e revistas.
A sua ida para o serviço militar e posterior mobilização para África levou-o a escrever o livro “Aracanjos e Bons Demónios”, que é uma narrativa da sua experiência na Guerra do Ultramar.
É ainda autor de diversos contos publicados e de um estudo universitário sobre «Alcunhas – Génese e importância da caricatura verbal».
Membro honorário da Estudantina Universitária de Lisboa.
É durante o serviço militar, já com 25 anos de idade, que Daniel Gouveia começa a dar mais atenção ao Fado. Tomou-lhe o gosto e não mais parou.
Membro da Academia da Guitarra Portuguesa e do Fado, de 1996 a 2001 (galardoado com o título de Sócio do Ano em 1997).
Sócio da Associação Portuguesa dos Amigos do Fado.
Sócio Honorário da Associação Benaventense dos Amigos do Fado.
Membro fundador da confraria fadista “Confraria do Velho Graal”.
Membro do Conselho Consultivo o Museu do Fado.
Autor dos textos de apoio de várias edições discográficas da editora Valentim de Carvalho.
Numa iniciativa da APAF, fez parte do elenco da opereta fadista “O Julgamento do Chico do Cachené”, de Linhares Barbosa, no papel de Juiz e como autor e intérprete da letra do fado de abertura das representações.
É autor de letras e músicas de fados de Lisboa, cantados por Julieta Estrela, Teresa Tapadas, Linda Leonardo, Ana Margarida, Nuno de Aguiar, Carlos Zel, Rodrigo Costa Félix, Abel Coutinho, Paulo Penim, André Ramos.
A sua letra “Versículo da Mariquinhas” foi publicada na colectânea Um Século de Fado (Ediclube, 1999) e a do “Fado da Internet” foi gravada por Carlos Zel no CD «Com Tradição» (Movieplay, 2000).
Em 2002 voltou a apresentar-se no “Espaço das 7 às 9”, no Centro Cultural de Belém. Em 2002 gravou, como intérprete, 3 faixas do CD Lisboa em Vários Tons, do qual foi compositor de 6 músicas, tendo uma delas (“Cuidado, Louca Gaivota”) sido considerada Fado Tradicional, incluído na catalogação organizada por José Manuel Osório, que lhe deu o nome de "Fado Daniel".
Em Novembro 2003 integrou a homenagem póstuma a Carlos Zel feita na Grande Noite do Fado desse ano, no Teatro Municipal de S. Luís, cantando o «Fado da Internet».
Como investigador e conferencista, apresenta regularmente as palestras «Os Sons e as Palavras do Fado de Lisboa», «Aspectos da Poética de Carlos Conde», «Recordar Alfredo Marceneiro», «Recordar Maria Teresa de Noronha», «Arquivos do Fado – Caracterizações» e, ocasionalmente, sessões de divulgação de Fado, em instituições, escolas e universidades, com exemplos cantados ao vivo, pelo próprio e por convidados.
Em parceria com Teresa Machado, co-apresenta e canta os espectáculos «O Fado Explicado e Cantado», em inglês, francês, castelhano e italiano, para audiências estrangeiras, e «Nós é que pomos a mesa – Fado, poesia e humor».
Em parceria com Vítor Duarte Marceneiro, co-apresenta e canta em espectáculos com diaporamas biográficos e evocações do repertório de Alfredo Marceneiro, Hermínia Silva, Vicente da Câmara e Paulo de Carvalho.
Biografia fornecida pelo próprio
Daniel Gouveia canta:
HÁ CHORO NA MOURARIA
Letra : Carlos Baleia
Música : Marcha de Manuel Maria
Vista parcial do Monumento aos Descobrimentos.
O Monumento aos Descobrimentos, bem destacado na margem do rio, em Belém, Lisboa foi construído em 1960 para assinalar os 500 anos da morte de D.Henrique o Navegador.
Foi encomendado pelo regime de Salazar, tem 52 metros de altura e celebra os marinheiros, patronos reais e todos os que participaram no desenvolvimento da Era dos Descobrimentos.
O padrão dos descobrimentos que podemos hoje observar já não é o original. O original foi desmontado em 1958. Com efeito o actual foi inaugurado em 1960, e é, construído em betão e com esculturas em pedra de lioz, uma réplica do original, construído em materiais frágeis, que fora construído para a Exposição do Mundo Português, em 1940, pelos arquitectos Cottinelli Telmo (1897-1948) e Leopoldo de Almeida (1898-1975).
O monumento tem a forma de uma caravela com o escudo de Portugal nos lados e a espada da Casa Real de Avis sobre a entrada. D. Henrique, o Navegador, ergue-se à proa, com uma caravela nas mãos. Em duas filas descendentes, de cada lado do monumento, estão as estátuas de heróis portugueses ligados aos Descobrimentos. Na face ocidental encontram-se D. Manuel I, que segura uma esfera armilar, o poeta Camões, com um exemplar de Os Lusíadas, o pintor Nuno Gonçalves com uma paleta, bem como famosos navegadores, cartógrafos e reis.
A norte do monumento uma rosa-dos-ventos de 50 metros de diâmetro, desenhada no chão, foi uma oferta da África do Sul em 1960. O mapa central, pontilhado de galeões e sereias, mostra as rotas dos descobridores nos séculos XV e XVI.
No interior do monumento existe um elevador que vai até ao sexto andar, e uma escada que vai até ao topo de onde se tem um belo panorama de Belém e do rio. A cave é usada para exposições temporárias.
Torre de Belém foi construída na era das Descobertas (quando a defensa da cidade era de extrema importância) em homenagem ao santo padroeiro da cidade, São Vicente.
Para melhorar a defesa de Lisboa, o rei João II desenhou um plano que consistia na formação de uma defesa constituída por três fortalezas junto do estuário do Tejo. Formava um triângulo, sendo que em cada ângulo se contruiría uma fortaleza: o baluarte de Cascais no lado direito da costa, a de S. Sebastião da Caparica no lado esquerdo e a Torre de Belém na água (já mandada construir por D. Manuel I).
Este monumento está repleto de decoração Manuelina que simboliza o poder do rei: calabres que envolvem o edifício, rematando-o com elegantes nós, esferas armilares, cruzes da Ordem Militar de Cristo e elementos naturalistas.
Com o passar do tempo, e com a construção de novas fortalezas, mais modernas e mais eficazes, a Torre de Belém foi perdendo a sua função de defesa.
Durante os séculos que se seguiram, desempenhou funções de controle aduaneiro, de telégrafo e até de farol.
Foi também prisão política, viu os seus armazéns transformados em masmorras, a partir da ocupação filipina (1580) e em períodos de instabilidade política. Finalmente, em 1983 a UNESCO classificou-a Património Cultural de Toda a Humanidade.
In: Wikipédia
Maria Armanda canta:
Letra de: Mário Rainho
Música de: Fontes Rocha
Lisboa também tem um namorado
E também tem ciúmes como nós
Lisboa quando sofre canta o fado
Com um soluço triste em sua voz
Lisboa é namorada delicada
Vaidosa e orgulhosa de assim ser
Lisboa fica às vezes amuada
se o seu amor, amor não lhe oferecer
Chama-lhe marinheiro
Fala d'ele na rua
E sente ciúmes dos olhos da Lua
Chama-lhe marinheiro
Sem rumo nem rota
Sempre atrás das asas d'alguma gaivota
Ele numa onda atira-lhe um beijo
E assim namoram Lisboa e o Tejo
Lisboa tem arrufos com o namoro
Se o vê fazer olhinhos às estrelas
E então vai mirando ao miradouro
que não vá o diabo tecê-las
Lisboa quando desce uma colina
Para namorar com ele toda se enfeita
Lisboa veste saia de varina
para ouvir os piropos que ele lhe deita
AMO-TE LISBOA VIRADA AO TEJO
Dizem que um dia alguém cantou
Que por amores Lisboa se perdeu,
Por amores se perde quem lá voltou
Por amores se perde quem lá nasceu.
Dizem que um dia alguém contou
Que uma moira cativa no Tejo desceu
Por amor, Lisboa a moira libertou,
De amores por Lisboa a moira morreu.
Juntaram-se os telhados enfeitiçados
Apertadinhos os dois e entrelaçados
Num fado castiço numa rua de Alfama
E o Tejo, que é velho, beija a Cidade
Morre-se de amores em qualquer idade
Perde-se por Lisboa quem muito a ama!
EUCLIDES CAVACO, nasceu no concelho de Mira, distrito de Coimbra.
Muito jovem decidiu ir para Lisboa a fim de arranjar um emprego e poder simultaneamente conciliar o seu grande sonho de estudar, anseio que consumou tendo assim concluído em Lisboa o curso geral dos liceus e frequentado posteriormente os estudos superiores.
Euclides Cavaco começou a escrever poesia nos seus anos académicos e dela tem feito uma constante da vida. Incondicionalmente apaixonado pelo FADO, foi talvez no FADO que encontrou a sua inspiração maior. Por ele nutre uma transparente admiração consagrando-lhe grande parte da sua obra. Escreve-o para fadistas, declama-o com grande estro poético e essencialmente dá a conhecer ao mundo.
Na década de 60 parte para Angola, onde fez o seu estágio para locutor da Rádio.
Em 1970 num impulso de aventura optou por se radicar no Canadá, onde continua a residir. Em 1974 com um grupo de amigos funda o programa de televisão Saudades de Portugal, de cujo foi apresentador.
Em 1976 é nomeado Comissário Público pelo Governo do Ontário.
Em 1980 liga-se à criação da RÁDIO VOZ DA AMIZADE, de que é director e locutor há mais de 25 anos.
Pelo seu mérito na divulgação da Língua e Cultura Portuguesa, tem recebido diversas distinções honoríficas entre as quais se destacam:
Condecoração oficial com a medalha de honra pelo Governo Federal do Canadá em 1992.
Agraciado com a medalha e diploma de reconhecimento pelo Ministério da Cultura Canadiana em 1993.
Premiado com o PRECOM da literatura em 2000 na cidade de Toronto.
Destacado pelo “ Free Press” numa edição especial em Maio de 2000, como: “ The King of Little Portugal ”
Homenageado pela Assembleia da República Portuguesa com a medalha de mérito em 2001.
Distinguido com o troféu Prestígio e Dedicação das Comunidades Portuguesas pela revista Portugal em 2004.
1º Prémio no concurso literário da Associação Cultural Poética – Mensageiro da Poesia em Maio de 2006
É membro de diversas academias e associações poéticas entre cujas sobressaem: Associação Portuguesa de Poetas, Grémio Literário da Língua Portuguesa, Mensageiro da Poesia Tertúlia de Bocage, Membro Académico da Abrali, Membro da Academia Brasileira de Letras e outras.
ESPAÇO NA NET: ECOS DA POESIA, é a sua página na Internet www.euclidescavaco.com, dedicada à POESIA PORTUGUESA quase a atingir ás 200.000 visitas, dá peculiar relevância à POESIA DECLAMADA, contendo RÉCITAS, POEMAS ILUSTRADOS, FADOS, BALADAS, CANÇÕES, ETÇ.
OBRAS DO AUTOR: PEDAÇOS DO MEU PAÍS, (obra poética, em cujos poemas preconiza o seu grande amor à Pátria que o viu nascer e deixa nitidamente transparecer com todo o sentimento a sua paixão pelo FADO). VOZ DA ALMA, ECOS DA POESIA, NATAL DA DIÁSPORA, RETALHOS DE FADO, (CD e livro E-book) TERRAS DA MINHA TERRA, QUANDO O MEU CANTO É POESIA e PARTICIPAÇÃO EM DIVERSAS ANTOLOGIAS POÉTICAS. Outros trabalhos em curso a serem oportunamente editados.
O seu género poético tem atraído a admiração e preferência de diversos intérpretes do FADO, da canção e das baladas. Mais de 120 temas seus já foram gravados em CD.
Editou também já 5 CDs com mais de 60 récitas suas e assina diversas rubricas de poesia publicadas em conceituados jornais e revistas e, mantém participação activa em muitíssimas páginas na Internet.
Continua a recitar poesia com grande convicção Lusíada nas frequentes aparições e entrevistas concedidas à rádio, TV e nos espectáculos para onde é convidado, procurando glorificar sempre o nome de Portugal e DESTE POVO QUE NÓS SOMOS.
Com a sua alma Lusa e coração fadista, Euclides Cavaco não podia deixar de se associar a este projecto “Lisboa no Guiness como a Cidade mais Cantado no Mundo”, desde a primeira hora, só na base de dados já constam cerca de 80 poemas seus, sobre Lisboa.
A sua veia poética e o seu amor às causas do fado, quis homenagear mais a nossa querida Lisboa, compondo um poema, que abaixo se transcreve e do qual fiz um Vídeo-Clip, como preito de homenagem e admiração ao homem e à sua obra
Bem-haja
EUCLIDES CAVACO
L I S B O A
A Cidade mais cantada do mundo
Ó Lisboa minha musa
À beira Rio plantada
És a cidade mais Lusa
Desta Pátria minha amada.
Tu és verso e és poema
Cidade que nos ufana
Há oito séculos suprema
Como gesta Lusitana...
Inspiração de poetas
És tema de mil canções
Tuas ninfas predilectas
Já inspiraram Camões.
Ostentas reino lendário
Onde a saudade é reinado
No teu trono relicário
Vive um Rei chamado Fado...
E o que mais alto ressoa
No País das cinco quinas
É ver que a nossa Lisboa
Também tem sete colinas...
Ó Lisboa da saudade
Nestes versos exaltada
Pelos teus dotes...CIDADE
És no mundo....A MAIS CANTADA!...
Albert Ribeiro canta
ALBERTO RIBEIRO nasceu em Ermesinde em 1920.
Oriundo de uma família de artistas, tinha um irmão e uma irmã que também cantavam, mas que não foram muito conhecidos.
Com a sua voz extensa, de grande facilidade nos agudos, de timbre quente, que se podia colocar ao lado dos grandes cantores da sua época mesmo no estrangeiro, onde também era apreciado.
Obteve grande de popularidade, surgiu como intérprete principal do filme "Capas Negras" contracenando com Amália Rodrigues, continuando no período que se lhe seguiu como vedeta de cinema em várias películas nacionais e internacionais.
Em 1946 é inaugurada no Parque Mayer a “Sala Júlia Mendes” sendo Alberto Ribeiro primeira figura de cartaz ao lado de Amália Rodrigues.
Foi o galã de inúmeras operetas, quer pela sua figura, quer pelo seu cantar era o intérprete ideal, para um espectáculo muito em voga na época, mas muito cedo se retirou de cena sem que houvesse uma quebra de popularidade e de prestígio, que o justificasse.
Eis que vinte e cinco anos depois da primeira apresentação da opereta "Nazaré" reaparece novamente, igual a si mesmo, sem a mínima perca nos dotes da sua voz, que tantos admiradores conquistou.
Passado pouco tempo, retira-se novamente de cena, sem que ninguém o compreenda, remetendo-se a um silêncio que ninguém conseguiu até hoje quebrar, mas o público não o esquece, e com os seus a serem reeditados consecutivamente, são a prova definitiva que a fidelidade dos admiradores de sempre tem arrastado consigo novos ouvintes interessados, e também eles fascinados por uma voz cujas raras qualidades perduram, a despeito da sua inexplicável decisão de se afastar dos palcos, no apogeu da sua carreira.
ADEUS LISBOA
Letra de: Alberto Dias Ribeiro
Música de. Amadeu do Vale
Adeus velha Lisboa
das guitarras
Plangentes de amargura
pelas vielas
Lisboa dos pardais
Lisboa das cigarras
Do sol batendo em cheio
Nos vidros das janelas
Adeus Lisboa
Da velha Alfama sombria
Lisboa da Mouraria
Lisboa da tradição
Adeus Lisboa
Cheia de luz e de cor
Lisboa do meu amor
Amor do meu coração
Das canções
De pares de namorados
Pelas esquinas
Das tardes outonais
Das graças dos pregões
Da cor verde do Tejo
Dos olhos das varinas
Adeus Lisboa
Da velha Alfama sombria
Lisboa da Mouraria
Lisboa da tradição
Adeus Lisboa
Cheia de luz e de cor
Lisboa do meu amor
Amor do meu coração
António dos Santos canta:
António dos Santos (1919 – 1993), nasceu em Lisboa
Inicialmente fadista jocoso, género que abraçou quando do início de carreira com apenas 15 anos.
Começa a abordar outros géneros de actuar, e sem quase se aperceber antecipa um estilo que nos anos sessenta se tornaria importantíssimo. Começa a cantar poemas, com um estilo nostálgico e dolente, numa abordagem tipo balada coimbrã.
António dos Santos, pelas suas interpretações despretensiosas, mas carregadas de sentimento granjeou muitos admiradores e amigos.
Era proprietário de uma casa típica num recanto de Alfama, “O Cantinho do António”, onde ele actuava para os clientes e amigos que o visitavam, homem afável e simpático era frequentemente visitado pelos fadistas que faziam questão de o abraçar e cantar no seu recinto.
Meu avô nutria por António dos Santos uma grande amizade, indo muitas vezes a Alfama de propósito para o visitar e fazendo questão de o ouvir, pois admirava muito o seu estilo, e porque era sempre muito bem recebido, como não havia guitarrista contratado, pois António dos Santos acompanhava-se a si próprio à viola, foi a única vez que ouvi meu avô cantar em público acompanhado só à viola, pelo próprio António dos Santos.
António dos Santos, punha uma postura inconfundível nas suas actuações, gravou pouco e não deixou seguidores do seu estilo inconfundível