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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Domingo, 24 de Fevereiro de 2008

ALFREDO MARCENEIRO... É FADO... É TRADIÇÃO... É HISTÓRIA

NO DIA 25 DE FEVEREIRO DE 1891, FOI REGISTADO NA FREGUESIA DE SANTA ISABEL, O CIDADÃO ALFREDO RODRIGO DUARTE, A QUEM FOI DADO O NOME ARTÍSTICO DE

ALFREDO MARCENEIRO

 

 

                

 

ALFREDO MARCENEIRO FOI  O MAIOR ÍCONE DO FADO, FOI O MAIOR ESTILISTA DE TODOS OS TEMPOS, E É HOJE  SEM MARGEM DE DÚVIDAS, CONSIDERADO  O MAIOR CRIADOR  DAS MÚSICAS DOS FADOS CLÁSSICOS EXISTENTES.

Fado Aida
Fado Alexandrino Eu lembro-me de ti
Fado Alexandrino Bebado Pintor

Fado Bailado

conhecido também como Estranha Forma de Vida

Fado Olhos Fatais
Fado Bailarico
Fado Balada
Fado Cabaré

Fado Cravo

conhecido também como Fado Viela 

Fado Cuf
Fado Larangeira
Fado Louco
Fado Marcha do Marceneiro

Fado Maria Marques

ou Vestido Azul

Fado Mocita dos Caracóis
Fado Odéon
Fado Pagem

Fado Versículo Pierrot

conhecido também como Fado Menor em Versículo, ou somente Fado Versículo

INSIGNE MARCENEIRO

 

O Alfredo Marceneiro

Ocupa lugar cimeiro

Na história do nosso fado

Seu notável contributo

Honra e dá estatuto

Ao património legado !...

 

                                      Nobre fadista e autor

                                      Compôs com todo o rigor

                                                Fado... Que lhe ia na alma

                                      De Lisboa insigne filho

                                      Deu à noite vida e brilho

                                      Com sua voz rouca e calma.

 

Despertava as madrugadas

Dessas noites bem passadas

Num estilo por si criado

Qual  peculiar   boné

Um cigarro e  cachené

Davam carisma ao seu fado.

 

                                     Jamais será cotejado

                                     Este gigante do fado

                                     Que dele fez culto ledo

                                     P’la sua garbosidade

                                     Lembraremos com saudade

                                     Para sempre o “Ti Alfredo”!...

 

Euclides Cavaco

 

 

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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
música: Fado O Lenço, canta Alfredo Marceneriro
Viva Lisboa: Orgulhoso de ser seu neto
publicado por Vítor Marceneiro às 22:00
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Sábado, 23 de Fevereiro de 2008

VILA NOVA DE GAIA

                      

Créditos: Imagens gentilmente cedidas por José Pedrosa e autorizadas para este blog, com música de Alfredo Marceneiro, interpretada por Ran Kyao

VILA NOVA DE GAIA

Vila Nova de Gaia remonta provavelmente a um castro celta. Quando integrada no Império Romano, tomou o nome Cale (ou Gale, uma vez que no Latim Clássico não há uma distinção clara entre as letras e o som "g" e "c"). Este nome é, com grande probabilidade de origem Céltica, um desenvolvimento de "Gall-", com a qual os Celtas se referiam a eles próprios (outros exemplos podem ser encontrados em "Galicia", "Gaul", "Galway"). O próprio rio Douro (Durus em latim), é igualmente celta, construído a partir do Celta "dwr", que significa água. Durante os tempos romanos, a grande maioria da população viveria na margem sul do Douro, situando-se a norte uma pequena comunidade em torno do porto de águas fundas, no local onde se situa agora a zona ribeirinha do Porto. O nome da cidade do Porto, posteriormente, "Portus Cale", significaria o Porto ("portus" em latim) da cidade de Gaia. Com o desenvolvimento como centro de trocas comerciais, a margem norte acabou por também crescer em importância, tendo-se aí estabelecido o clero e burgueses.

Com as invasões mouras do século VII D.C., a fronteira "de facto" entre o estado árabe e cristão acabou por se estabelecer por um longo período de tempo no rio Douro, por volta do ano 1000. Com os constantes ataques e contra-ataques, a cidade de Cale, ou Gaia, perdeu a sua população, que se refugiou na margem norte do Rio Douro. Uma das lendas mais associadas a Gaia refere-se ao confronto entre o rei cristão D. Ramiro, e o rei mouro Albazoer, despoletado por pretensões amorosas. Após a conquista e pacificação dos territórios a sul do Douro, por volta de 1035, com o êxodo e expulsão das populações Muçulmanas, deixando terras férteis abandonadas, os colonos estabeleceram-se novamente em Gaia, em troca por melhores contratos feudais, com os novos senhores das terras conquistadas. Esta nova população refundou a antiga cidade de Cale com o nome Vila Nova de Gaia em torno do castelo e ruínas da velha "Gaia".

O nome das duas cidades de Porto e Gaia era frequentemente referida em documentos contemporâneos como "villa de Portucale", e o condado do Reino de Leão em torno da cidade denominado Portucalense. Este condado esteve na origem do posterior reino de Portugal.Após a fundação de Portugal, as duas cidades que deram origem a Vila Nova de Gaia mantiveram-se autónomas. Gaia recebeu carta de foral do rei D. Afonso III em 1255 seguindo-se Vila Nova em 1288 por decreto de D. Dinis.

Em 1383, no entanto, ambas foram integradas no julgado do Porto, perdendo a sua autonomia. Reconhecida sobretudo pela pujança agrícola, teve um papel fundamental no desenvolvimento comercial do Vinho do Porto. Aqui se fixaram a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, e os armazéns das diversas companhias exportadoras.

No século XIX, esteve no centro de batalhas significativas em grandes conflitos armados. Tanto na Guerra Peninsular como nas Guerras Liberais, o Rio Douro marcou a fronteira entre os campos beligerantes, sendo palco de batalhas significativas. Data deste segundo conflito o desenvolvimento e reputação de uma das imagens de marca da cidade, a fortificação da Serra do Pilar, durante o Cerco do Porto.

No final das guerras liberais, Gaia e Vila Nova foram finalmente agraciadas com autonomia política, e ao fundirem-se nasceu o actual concelho de Vila Nova de Gaia, em 20 de Junho de 1834.

A história da cidade confunde-se com a história das suas pontes. A Ponte Pênsil, concluída em 1843 for a primeira ligação permanente. Em 1877 inaugurou-se a primeira travessia ferroviária para a margem norte com a Ponte D. Maria Pia. Seguiu-se a construção da Ponte D. Luís I, terminada em 1886. Passaram 77 anos conturbados até que em 1963 a emblemática Ponte da Arrábida foi colocada em funcionamento, projecto do engenheiro Edgar Cardoso, que seria responsável igualmente pelo projecto de substituição da travessia ferroviária com a construção da Ponte de S. João em 1991. Mais uma vez, o forte crescimento populacional forçou o aumento das ligações entre as duas margens. A Ponte do Freixo concluída em 1995 e a Ponte do Infante, em 2003 são as mais recentes travessias a servirem o concelho.

As freguesias de Vila Nova de Gaia:

Arcozelo , Avintes, Canelas ,Canidelo , Crestuma, Grijó,  Gulpilhares, Lever, Madalena Nova, Mafamude, Olival, Oliveira do Douro, (*)Pedroso,  Perosinho, Sandim, Santa Marinha, São Félix da Marinha, São Pedro da Afurada, Seixezelo, Sermonde, Serzedo, Valadares,   Vilar de Andorinho, Vilar do Paraíso

In: Wikipédia

 

 

A Freguesia de Pedroso

O nome de Pedroso tem origem no Castro do Monte Murado (Castro Petrosos), que data do ano 7 d.C. O Mosteiro de Pedroso, principal monumento da terra, foi doado por D. Gondezinho e, de acordo com Frei Luís de S. Tomás, fundado no ano de 867 e acolheu no seu seio, Frei Pedro Julião, que foi seu abade comandatário, que mais tarde foi nomeado Papa João XXI. Aqui se feriu a batalha de Pedroso, em 1071, entre o rei Garcia da Galiza e o conde de Portucale Nuno Mendes, donde resultou a vitória do primeiro e a morte do último, ditando a incorporação política do condado no reino da Galiza. O lugar recebeu foral de D. Afonso Henriques, em carta datada de 3 de Agosto de 1128. Em 30 de Junho de 1989, parte da freguesia de Pedroso foi elevada à categoria de vila, respeitando a vila dos Carvalhos, cujo principal centro está inserido no território da freguesia de Pedroso.

 

(*) Destaco esta freguesia, porque está ligada a algo, e/ou alguém, que me tocou fundo, mas obviamente todas as bonitas freguesias desta nossa linda cidade, têm história e tradição, que poderão consultar em vários sítios na Net , e em destaque, em Wikipédia.

 

Para uma freguesa de Pedroso, freguesia de  

Vila Nova de Gaia

Sabes Lurdes...
 
Numa cantiga sem voz
Que este começo agarrou
O amor passou por nós
E a tua voz não cantou
 
Quando o rio entristeceu
E chorou o meu chorar
O meu corpo entardeceu
Ao olhar o teu olhar
 
Fomos promessa de alguém
Promessa que não tivemos
Num mundo que mais além
Nos dirá porque viemos
 
E se esta louca paixão
Acabou em desencanto
Só um gesto da tua mão
Foi  pouco menos que pranto
 
Nessa cidade que é tua
Abracei-te com carinho
Junto ao cais, naquela rua
Ao sabor de um doce vinho
 
Até sempre
E como o fado sempre marca o meu destino, quando estou a escrever esta missiva, acabei de receber do meu amigo Rodrigo, o seu último trabalho em CD, que tem um lindo poema "Tenho Vergonha"com letra e música do Prof. Mário Moniz Pereira, que coaduna com o que agora sinto.

 

 

In: CD: Rodrigo - Marés de Saudade- www.rodrigo-fado.com

 

 

                                                             
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música: Tenho Vergonha e Fado Bailado
publicado por Vítor Marceneiro às 16:51
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Quarta-feira, 13 de Fevereiro de 2008

FADO VERSÍCULO - SIC 1º JORNAL DE HOJE - depoimentos

 

 

Como é possivel que o Maestro Pedro Osório, Presidente da Sociedade Portuguesa de Autores, tome esta posição, quando a própria SPA, me informa que está a ser elaborado o processo, e que irá para os serviços jurídicos!

 

Transcrevo os "mails" enviados

 


 

-----Mensagem original-----
De: Vitor Duarte Marceneiro [mailto:marceneiro@sapo.pt]
Enviada: quinta-feira, 7 de Fevereiro de 2008 10:26
Para: grandes.direitos@spautores.pt
Assunto: att: Ana Brasinha
Cara Amiga
Mando-lhe o texto que coloquei no meu blog e mais um que foi publicado no portal do fado.
Mando ainda as comparações musicais, que explicam a má fé e desonestidade do Sr. Carlos do Carmo neste assunto.

-----Mensagem original-----

De: Vitor Duarte Marceneiro [mailto:marceneiro@sapo.pt]

Enviada: quarta-feira, 13 de Fevereiro de 2008 22:34

Para: grandes.direitos@spautores.pt

Assunto: Fado Versículo de Alfredo Marceneieo

  

Caros amigos

Após a minha exposição pelo telefone e envio de "mails", sobre a usurpação dos direitos de uma música de meu avô.Fui informado via telefone que o processo estava em formação, para seguir para os serviços os juridicos. Tive hoje a supresa de ver numa peça de reportagem do 1º Jornal na Sic, em que sou entrevistado, que foi também entrevistado o Exmº Senhor Presidente da SPA, Maestro Pedro Osório, em que dà já uma opinião/decisão nessa qualidade! (ver video no meu blog).

Nenhum dos herdeiros teve qualquer resposta á nossa justa reenvidicação.

Agradeço esclarecimento sobre este assunto, com a maior brevidade possivel.

Atentamente

Vítor Manuel de Azevedo Duarte

Herdeiro de Alfredo Marceneiro

 

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publicado por Vítor Marceneiro às 23:27
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Sábado, 2 de Fevereiro de 2008

FADO - Até o Rei ía ao Fado -Embuçado

...Fado "Embuçado" é dedicado a D. Carlos que aprendeu a tocar guitarra e gostava de toiradas e fados
O fado "Embuçado", da autoria de Gabriel de Oliveira, "é uma homenagem ao Rei que ia muito aos fados e tinha até aprendido a tocar guitarra portuguesa com João Maria dos Anjos", disse à Lusa o fadista Miguel Silva, 91 anos, que conviveu com o poeta, falecido em 1953.
O Gabriel de Oliveira, que ficou conhecido aqui na Mouraria [Lisboa] como “Gabriel, marujo” era uma integralista monárquico, e fez o fado para a Natália dos Anjos, que foi sua companheira, cantar, em homenagem ao Rei", disse Miguel Silva.
    O tema "Embuçado" tornou-se conhecido na voz de João Ferreira Rosa, que o começou a cantar em 1962, com música de Alcídia Rodrigues, habitualmente designada como "Fado Tradição".
    "Quem me deu a letra foi a fadista Márcia Condessa e gravei o fado em 1965, e de facto escolhi pela música do fado Tradição", disse João Ferreia Rosa.
    Originalmente, Natália dos Anjos cantava-o na música do "Fado Natália" de autoria de José Marques ‘Piscalarete’.
    O musicólogo Rui Vieira Nery afirmou à Lusa "que há de facto essa tradição oral de que o Rei ia aos fados e há documentação relativamente ao facto de ter aprendido a tocar guitarra portuguesa, ainda na juventude, com João Maria dos Anjos".
    "Sabe-se que o Rei ia muito a patuscadas, nomeadamente para a Costa de Caparica, e neste contacto com as classes populares era natural haver fado", disse Vieira Nery.
    Não há notícia de alguma vez ter tocado guitarra portuguesa em público, adiantou Nery, mas "sabe-se que aplaudiu entusiasticamente o guitarrista Petrolino, quando este actuou na embaixada inglesa em Lisboa, no âmbito da visita de Eduardo VII".
    "Sabe-se também que o próprio Rei chegou a convidar o fadista Fortunato Coimbra para cantar no iate Amélia", acrescentou o musicólogo.
    Nesta altura, explicou o investigador, começa a tornar-se hábito, fadistas populares serem "expressamente convidados para actuarem nos palácios dos condes de Anadia, de Burnay, de Fontalva, de Pinhel, da Torre ou do marqueses de Castelo Melhor para além das casa agrícolas de grandes latifundiários como os Palha Blanco ou Camilo Alves".
    O historiador Rui Ramos salientou à Lusa que o gosto de D. Carlos enquadra-se "numa viragem no fim do século XIX em que se revaloriza o que é nosso, a vida rural, as toiradas, o fado, etc."....
In: Notícia da Lusa/ 28 /01/ 2008
 
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publicado por Vítor Marceneiro às 21:42
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Sexta-feira, 1 de Fevereiro de 2008

JOÃO VILLARET - Actor e Declamador

JOÃO VILLARET
Nasceu em Lisboa em 1913.
Villaret dedicou-se ao teatro depois de terminar o liceu e durante os anos trinta e quarenta do século vinte,  teve uma ascensão vertiginosa que o levou a triunfar nos palcos do teatro declamado e ligeiro e no cinema - onde assinou interpretações memoráveis em Três Espelhos, de 1947, e Frei Luís de Sousa, de 1950.
O seu amor pela poesia fez com que se viesse a  tornar num dos recitadores mais extraordinários que Portugal conheceu.
O registo do seu recital no São Luiz, lançado em álbum, ainda hoje se mantém disponível.
Mas Villaret tinha também um especial apreço pela revista, onde se estreou em 1941 para escândalo daqueles que não gostavam de ver misturas. Em 1947, Aníbal Nazaré, António Porto e Nelson de Barros escrevem-lhe o Fado Falado, que criou na revista 'Tá Bem ou Não 'Tá?, verdadeira peça de antologia da história da música e do teatro popular portugueses. Um recitativo sobre uma melodia de Fado onde a letra, que jogava habilmente com a mitologia do género, era não cantada mas verdadeiramente "representada" por Villaret, que assim juntou ao cânone da música portuguesa mais um clássico. Outros êxitos, como A Vida é um Corridinho de 1952, ou a célebre Procissão de 1955, se lhe juntariam, mas o Fado Falado ficou marcante.
Nos anos 50, com o aparecimento da televisão, transpõe para este meio de comunicação a experiência que adquirira no palco,  e também no cinema e programas radiofónicos. Aos domingos declamava na RTP com graça e paixão, poemas dos maiores autores nacionais
Ficaram célebres, entre outras, a sua interpretação como declamador dos poemas:
Procissão, de António Lopes Ribeiro (1955);
Cântico negro, de José Régio
O menino de sua mãe, de Fernando Pessoa
No cinema, Villaret surge em:
O Pai Tirano, de António Lopes Ribeiro (1941), numa breve aparição, como pedinte mudo;
Inês de Castro, de Leitão de Barros (1945), onde representa Martin, o bobo;
Camões, de Leitão de Barros (1946);
Três Espelhos, de Ladislao Vadja (1947), onde representa o inspector;
Frei Luís de Sousa, de António Lopes Ribeiro (1950), no papel de criado;
O Primo Basílio, de António Lopes Ribeiro (1959).
João Villaret morreu em Fevereiro de 1961, vítima de doença prolongada
Teve um irmão de seu nome Carlos Vilarett, que era pianista, e que o acompanhou muitas vezes em recitais. Carlos Vilarett, que eu cheguei a conhecer e ouvir tocar,era músico no “Dancing”  Lua Nova, no Bairro Alto, mesmo ao lado do Luso, na Travessa da Queimada. Meu avô ia lá muitas vezes só para o ouvir, pois considerava-o um grande músico,  e foi nessas idas que eu o conheci.
Consultas: Wikipédia, Vitor Pavão dos Santos, Biblioteca Nacional.
Apoio de Fernando Batista do Porto

João Villaret declama
Fado Falado

 

Um poema de: Aníbal Nazaré e Nelson de Barros:

 

Fado triste,

Fado negro das vielas,

Onde a noite quando passa

Leva mais tempo a passar.

Ouve-se a voz,

Voz inspirada de uma raça

Que Mundo em fora

Nos levou pelo azul do mar.

Se o fado se canta e chora

Também se pode falar.

 

Mãos doloridas

Na guitarra

Que desgarra

Dor bizarra.

Mãos insofridas,

Mãos plangentes,

Mãos frementes,

Impacientes.

 

Mãos carinhosas,

De desejo,

Sequiosas como um beijo.

Mãos de pecado,

Mãos de fado

A guitarra a afagar

Como a um corpo de mulher

Pró despir e pró beijar.

 

Mas um dia, Santo Deus, ele não veio;

Ela espera olhando a Lua.

Meu Deus, que sofrer aquele!

O luar bate nas casas,

O luar bate na rua,

Mas não marca,

Mas não marca a sombra dele.

 

Procura-o como doida...

E, ao voltar de uma esquina,

Viu ele acompanhado,

Com outra ao lado,

De braço dado,

Gingão, feliz, rufião,

Um ar fadista e bizarro,

Um cravo atrás da orelha

E preso à boca vermelha

O que resta dum cigarro.

 

Lume e cinza na viela

Ela vê; que homem aquele!

O lume no peito dela,

A cinza no olhar dele.

 

E então...

O ciúme chegou,

Como lume queimou

O seu peito a sangrar. Foi

Como vento que veio

Labareda a atear,

O amor a aumentar.

 

 

Foi

A visão infernal,

A imagem do mal

Que no bairro surgiu.

Foi

Um amor que jurou,

Que jurou e mentiu.

 

Corre em vertigem, num grito,

Direita ao maldito

Que a há-de perder;

Puxa a navalha:

"Canalha,

Não há quem te valha,

Tu tens de morrer!"

 

Há alarido na viela!

Que mulher aquela,

Que paixão a sua!

E cai um corpo, sangrando,

Nas pedras da rua.

 

Mãos carinhosas,

Generosas,

Que não conhecem rancor;

Mãos que o fado

Compreendem,

E entendem

Sua dor.

 

Mãos que não mentem

Quando sentem

Outras mãos

Prà acarinhar;

Mãos que brigam,

Que castigam...

Mas que sabem perdoar!

 

E pouco a pouco

O amor regressou

Como lume queimou

Essa vida infeliz.

Foi um amor que voltou

E a desgraça tocou

Para ser mais feliz.

 

Foi uma luz renascida,

Um sonho, uma vida

De novo a surgir.

Foi um amor que voltou,

Que voltou a sorrir!

 

Há gargalhadas no ar

E o Sol a vibrar

Tem gritos de cor.

Há alegria na viela

E em cada janela

Renasce uma flor!

Veio o perdão, e depois,

Felizes os dois

Lá vão lado a lado...

 

E digam lá

Se pode ou não

Falar-se o Fado!

 

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música: Fado Falado
Viva Lisboa: Que saudades
publicado por Vítor Marceneiro às 13:00
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