Tive a honra de ser convidado pelo autor, para aprentação do seu livro "NÓBREGA E SOUSA - Música no Coração", que teve lugar hoje dia 30 de Setembro de 2010 na FNAC - Vasco da Gama.
Nuno Gonçalo da Paula
Nasceu na cidade de Aveiro, em Outubro de 1984.
Desde cedo manifestou especial sensibilidade pela História e pela Música.
Reunindo este dois universos, a biografia de Nóbrega e Sousa é a sua primeira obra, através da qula presta tributo a uma personagem que particularmente admira
Nóbrega e Sousa – Música no Coração
sinopse
A Âncora editores publicou recentemente a biografia sobre o compositor Nóbrega e Sousa, autor com mais de seiscentas composições, desde canções ligeiras, passando pelos fados até às marchas. Intitula-se “Nóbrega e Sousa – Música no coração”, com autoria de Nuno Gonçalo da Paula.
A obra trata-se, na verdade, de um fresco sobre a Música Ligeira Portuguesa do século XX: festivais, autores, cantores, canções, edições discográficas são matéria ainda muito por estudar e dar a conhecer. Nesta edição se tentou fazer disso memória, tanto quanto possível.
Quanto a Nóbrega e Sousa (Aveiro, 1913, Lisboa, 2001), trata-se de um dos mais representativos compositores do século XX. Por exemplo, dos cinco festivais da RTP em que participou, ganhou três edições. Para além das funções de produção e autoria que desempenhou na Emissora Nacional, onde trabalhou três décadas, foi compositor de mais de seiscentas canções, dispersas por espectáculos de rádio, televisão, cinema e teatro e que nasceram em parceria com grandes poetas portugueses, Jerónimo Bragança, António Sousa Freitas, António José, David Mourão-Ferreira, entre outros. As grandes vozes dos anos quarenta a setenta interpretaram as suas melodias.
Convidado ao I Festival da Canção do Rio de Janeiro (1966), esteve presente, por duas vezes, na Eurovisão da Canção (1965 e 1979), e no I Festival da Canção de Tóquio (1970), bem como em inúmeros certames do género.
A obra regista a colaboração, entre outros, do general Ramalho Eanes, Luiz-Francisco Rebello, Artur Garcia, António Calvário, Celeste Rodrigues, Carlos Canelhas, Madalena Iglésias, Maria Armanda, Maria de Fátima Bravo, Maria de Lourdes Resende, Mariema, Nuno Nazareth Fernandes, Paulo Alexandre, Simone de OIiveira, Tonicha, entre outros.
A vida de Nóbrega e Sousa – desde a sua infância em Aveiro, os seus estudos, os vários ambientes epocais que vivenciou, a história de emblemáticas canções que escreveu (como Vocês sabem lá, do I Festival da Canção, que é a primeira canção moderna portuguesa), a sua participação no cinema, teatro e televisão, a sua obra em Aveiro. No que a este aspectos di respeito, dá-se conta, por exemplo, de uma revista para o Clube dos Galitos da autoria de Amadeu de Sousa e Guerra de Abreu com texto inédito.
Nesta edição se revelam também pormenores interessantes da nossa história recente, como o Festival da Canção de 1961, que, a ser aceite pela Eurovisão, teria sido o primeiro da representação portuguesa e com uma canção de Nóbrega e Sousa.
O livro tem dois apêndices relativos às edições gráficas e discográficas das melodias de Nóbrega e Sousa. Nessa listagem de cerca de quatrocentos e vinte títulos, duzentos e cinquenta são do registo do compositor e cento e setenta são acrescentas pelo seu biógrafo. Paralelamente à indicação das canções, apresentam-se oitenta e cinco capas de discos em vinil.
O lançamento em Lisboa acontece amanhã, 30 de Setembro, em Lisboa, sendo aí a obra introduzida por Marcelo Rebelo de Sousa. No dia seguinte, à meia-noite, Nuno Gonçalo da Paula é o convidado do programa da Rádio Sim (sintonia não audível em Aveiro, apenas por Internet) do Grupo Rádio Renascença. Sábado é o dia da apresentação em Aveiro, às 21h30, na Livraria Bertrand do Forum Aveiro, em que o orador convidado é o maestro aveirense Francisco Tavares, que dirigiu vários anos a banda do programa da RTP1 Praça da Alegria. Finalmente, dia 15 de Outubro, na RTP Memória, às 19h, o biógrafo de Nóbrega e Sousa e o neto do compositor Pedro Santana Carlos, estarão no espaço “Há conversa”, conduzido por Maria João Gama, no qual também estará presente, via telefone, Maria de Fátima Bravo.
Tóni de Matos
Canta Procuro e Não te Encontro
Autores: Nóbrega e Soua, A. José e L. Lampreia
Natural da Guarda. Nasceu em 1928. Ao 17 anos vem para Lisboa após completar o Curso Liceal, inscrevendo-se na Faculdade de Direito, cujo curso não chegou a completar. Já em jovem começa a rimar as palavras, nunca deixando de escrever quadras soltas, tendo aos catorze anos escrito, o seu primeiro soneto a que dá o título de “Soneto dos 15 Anos”.
Colaborou nas Revistas Flama , Panorama, Páginas Literárias, em Jornais, como Diário de Notícia, Diário Ilustrado e em vários jornais regionais, tendo também sido publicados no Brasil alguns poemas de sua autoria.
Foi Director da Revista de Letras e Artes “CONTRAVENTO” (1968), da qual só se conseguiram editar quatro números, dado que o seu cariz intelectual e democrático, não podia de deixar de ser amordaçado pela censura.
Pertence aos corpos sociais da Sociedade da Língua Portuguesa, Sócio da Associação Portuguesa de Escritores, Cooperador da Sociedade Portuguesa de Autores, Sócio da Colectividade Grupo Dramático e Escolar “Os Combatentes”. (Colectividade Popular Centenária)
Frequenta algumas noites de Fado e fica fascinado com o ambiente da noite fadista, começando sem que se aperceba, a identificar-se com a “expressão fadista” o que apela à sua alma de poeta, começando a escrever alguns fados que desde logo foram bastante elogiados. Compositores de Fado colaboraram, e a qualidade dos seus poemas é tal, que logo houve nomes do panorama musical do Fado que os quiseram interpretar, fadistas como: Ada de Castro, Alexandra Cruz, Anita Guerreiro, António Mourão, António Laborinho António Passão , António Severino, Arlindo de Carvalho, Artur Garcia, Beatriz da Conceição, Branco de Oliveira, Carlota Fortes, Chico Pessoa, Estela Alves, tia e sobrinha, Fernando Forte, Francisco Martinho, Humberto de Castro, Julieta Reis e sua filha Sara Reis, Lenita Gentil, Lídia Ribeiro, Maria Jô-Jô Pedro Lisboa, Lurdes Andrade, Natércia Maria, Simone de Oliveira Toni de Almeida,, Tonicha , Tristão da Silva, Xico Madureira, e outros. No início Fernando Pinto Ribeiro usava o pseudónimo "SÉRGIO VALENTINO".
Alguns das suas letras para fado mais conhecidos, são: Às Meninas dos Meus Olhos, A Cantiga dos Pardais, Era um Marinheiro, Fado Alegre, Hino à Vida, Nas Ruas da Noite, Bom Fim de Semana, Noites Perdidas, Pensando em Ti, Lisboa vai, Pensando em Ti, , etc.
Fernando Pinto Ribeiro faleceu em Lisboa a 20 de Fevereiro de 2009
© Vítor Duarte Marceneiro
Nota: mais sobre o poeta em: http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/98954.html
RIMAS DE SAUDADE E DE AMIZADE
À memória de Fernando Pinto Ribeiro, sempre presente no seio dos seus amigos
Um ano e meio desde que partiste,
Deixando em nosso peito esta saudade
Que nos envolve, como um dia triste,
A quem o sol roubou a claridade.
Estarás certamente lá no céu,
Sobre uma fina nuvem de algodão,
A ensinar ao Menino-Deus
A rimar estrelas com perfeição.
E os teus poemas voam pelo espaço,
Formam grinaldas com a luz do luar,
Que a Virgem-Mãe colhe em seu regaço
Como pérolas de um santo colar.
Um ano e meio desde que partiste!
Mas permanece em nós esta amizade
Que nos envolve como, em noite triste,
Lençol de poesia bordado a saudade!
Armanda Ferreira
22set2010
Nasceu a 13 de Junho de 1946 nas Taipas - Stª Margarida da Serra , Grandola.
Desde muito jovem que se dedicou à música, começou por tocar guitarra clássica (viola), tendo feito parelha com António Chainho, quando ainda ambos estava a viver no Alentarjo. Decide dedicar-se à guitarra portuguesa. Em 1969 vem para Lisboa começando a tocar em casas de Fado, inicia-se na Guitarra da Madragoa, inicialmente com o viola Armando Ferreira e pouco tempo depois com José Inácio, é aqui que toca primeiramente para meu pai e também tive a honra de me ter acompanhado, aliás ganha enorme amizade com meu pai, Alfredo Duarte Jr. , a quem acompanhou em diversos espectáculos em Portugal, estve ainda contratdo no Abil em Portugal, na Taverna de El-Rei, no Arreda esteve também em Benavente a acompanhar Hermínia Silva, quando esta lá estava a cantar no Pôr-do-Sol, aos fins de semana, acompanhou também outros grandes nomes do Fado.
Foi durante cerca de 25 anos guitarrista privativo do Rodrigo, quer em espectáculos, quer no Forte D. Rodrigo.
António Parreira também dá aulas guitarra portuguesa, e como “filho de peixe sabe nadar” não lhe foi difícil pôr a sua prole a tocar, é pai e mentor musical dos guitarristas Paulo Parreira e Ricardo Parreira.
António Parreira é um homem de fino trato, é estimado e admirado por toda a comunidade fadista.
Continua a tocar em recintos de Fado, actualmente actua no Pátio de Santana, e simultaneamente dá aulas de guitarra portuguesa no Museu do Fado.
NOTA:Algumas biografias que circulam na Internet, que não deixam de ser uma homenagem ao António Parreira, mas têm erros que o póprio me pediu que solicitasse a sua rectificação, com os agradecimentos devidos. Como sabem este meu trabalho não tem a fiscalização do "Conselho Científico do Fado", mas ninguém dúvida que sou uma fonte segura.
Video Clip
António Parreira
Variações sobre o Fado Mouraria
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Fado triste
Fado negro das vielas,
Onde a noite quando passa
Leva mais tempo a passar.
Ouve-se a voz,
Voz inspirada de uma raça
Que Mundo em fora
Nos levou pelo azul do mar.
Se o fado se canta e chora
Também se pode falar.
Mãos doloridas
Na guitarra
Que desgarra
Dor bizarra.
Mãos insofridas,
Mãos plangentes,
Mãos frementes,
Impacientes.
Mãos carinhosas,
De desejo,
Sequiosas como um beijo.
Mãos de pecado,
Mãos de fado
A guitarra a afagar
Como a um corpo de mulher
Pró despir e pró beijar.
Mas um dia, Santo Deus, ele não veio;
Ela espera olhando a Lua.
Meu Deus, que sofrer aquele!
O luar bate nas casas,
O luar bate na rua,
Mas não marca,
Mas não marca a sombra dele.
Procura-o como doida...
E, ao voltar de uma esquina,
Viu ele acompanhado,
Com outra ao lado,
De braço dado,
Gingão, feliz, rufião,
Um ar fadista e bizarro,
Um cravo atrás da orelha
E preso à boca vermelha
O que resta dum cigarro.
Lume e cinza na viela
Ela vê; que homem aquele!
O lume no peito dela,
A cinza no olhar dele.
E então...
O ciúme chegou,
Como lume queimou
O seu peito a sangrar. Foi
Como vento que veio
Labareda a atear,
O amor a aumentar.
Foi
A visão infernal,
A imagem do mal
Que no bairro surgiu.
Foi
Um amor que jurou,
Que jurou e mentiu.
Corre em vertigem, num grito,
Direita ao maldito
Que a há-de perder;
Puxa a navalha:
"Canalha,
Não há quem te valha,
Tu tens de morrer!"
Há alarido na viela!
Que mulher aquela,
Que paixão a sua!
E cai um corpo, sangrando,
Nas pedras da rua.
Mãos carinhosas,
Generosas,
Que não conhecem rancor;
Mãos que o fado
Compreendem,
E entendem
Sua dor.
Mãos que não mentem
Quando sentem
Outras mãos
Prà acarinhar;
Mãos que brigam,
Que castigam...
Mas que sabem perdoar!
E pouco a pouco
O amor regressou
Como lume queimou
Essa vida infeliz.
Foi um amor que voltou
E a desgraça tocou
Para ser mais feliz.
Foi uma luz renascida,
Um sonho, uma vida
De novo a surgir.
Foi um amor que voltou,
Que voltou a sorrir!
Há gargalhadas no ar
E o Sol a vibrar
Tem gritos de cor.
Há alegria na viela
E em cada janela
Renasce uma flor!
Veio o perdão, e depois,
Felizes os dois
Lá vão lado a lado...
E digam lá
Se pode ou não
Falar-se o Fado!
Faz hoje dia 6 de Setembro 3 anos que Pavaroti deixou de cantar para o mundo.
Luciano Pavaroti partiu, 6 de Setembro de 2007, foi uma lenda do canto lírico, Luciano Pavaroti, desapareceu aos 71 anos, vítima de doença prolongada. Uma notícia que, apesar de não ser totalmente inesperada, chocou muitos admiradores em todo mundo.
Apreciava muito o Fado e o povo português.
A sua cidade natal será a última morada do cantor.
Presto-lhe aqui a minha homenagem.
Luciano Pavaroti presente...
Créditos: Power Point por M. Silvestre- HUMORDATRETA
Passagem a filme por Vítor Duarte Marceneiro