José Luís Gordo e a FesTEJO levaram a efeito o lançamento do livro "Poemas do Meu Fado " que teve lugar no passado dia 28 de Outubro, no Páteo Alfacinha em Lisboa.
O livro vem acompanhado por um CD onde, para além de poemas declamados por José Luís Gordo, Maria da Fé, António Zambujo, Filipa Cardoso, Hélder Moutinho, Vanessa Alves, José Manuel Osório, Liliana Silva e Rita Gordo interpretam fados escritos pelo autor, acompanhados pelos músicos Paulo Parreira e Rogério Ferreira.
A apresentação foi feita pelo jornalista Nuno Lopes
José Luís Refachinho Gordo nasceu no Alentejo, na Vidigueira, mais concretamente em Vila de Frades, em 13 de Abril de 1947. Aos 14 anos vai para Lisboa. Tem o primeiro emprego na Casa Quintão e a noite estuda na Escola Veiga Beirão onde completa o Curso Comercial. 0 gosto pela poesia começou bem cedo e o seu contacto com o fado levou-o a escrever poemas para a canção portuguesa. Com mais de seis centenas de poemas escritos, muitos já cantados e gravados, é Maria da Fé, com quem casou há mais de 40 anos, a sua grande intérprete. É longa a lista dos melhores fadistas que cantam poemas seus. "Até Que a Voz Me Doa", "Divino Fado", "Senhora do Livramento", "António Baptista", "Eu Não Me Entendo" ou "Fado da Meia Laranja" são alguns exemplos de popularidade.
Para além da escrita, José Luís Gordo é um grande divulgador do Fado através do restaurante típico "Senhor Vinho", que detém com a sua mulher Maria da Fé, onde há mais de 35 anos os melhores fadistas e músicos têm divulgado o Fado aos portugueses e a muitos milhares de turistas que nos visitam.
Em 2004 edita o primeiro livro "Recados ao Fado", que no ano seguinte lhe vale o Prémio Amália Rodrigues na categoria de Melhor Poeta do Fado.
Ainda na memória dos verdadeiros amantes do fado, o «castiço» Alfredo Duarte Júnior sempre fez por honrar o nome de seu pai, o inesquecível Marceneiro, verdadeira legenda de oiro do Fado Tradicional. Se a história do Fado tem vindo a ser escrita, através dos tempos, acerca dos seus mais expressivos intérpretes, é inegável que a carreira de Alfredo Duarte Júnior merece vir a ocupar Interessante e importante capítulo. Este video foi filmado pela RTP1 na inauguração da Casa do Fado e da Guitarra Portuguesa, curiosamente Alfredo Duarte Júnior, não tem nenhuma referência no painel de fotos que lá existe, mas fiquem certos que ele fará parte da história do Fado, embora desconhecido de alguns "investigadores/escritores/divulgadores - cientificos" e fazedores de palestras destas coisas do Fado, (obra feita é claro), esses sim passando a glória efémera e oportunista, deles ninguém falará daqui a uns tempos.
MANUEL FERNANDES
Manuel Fernandes homenageado por Carlos Conde
Na canção como no Fado
Manuel Fernandes tem,
O desejo inconformado
De ser mais, de ir mais além!
Na sua linda traçada
Nada o prende nem assusta,
Porque já conhece a estrada
De quem sobe à sua custa!
E assim, Manuel Fernandes
Um homem que anda na berra,
Pertence à marca dos grandes
Artistas da nossa terra!
Nota: Esta página foi publicada pela primeira vez em 2007
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Dia Mundial da Abolição de Pena de Morte
ABOLIÇÂO DA PENA DE MORTE EM PORTUGAL
(Lei de 1 de Julho de 1867)
Síntese histórica
A abolição da pena de morte para os crimes políticos foi proposta na sessão de 10 de Março de 1852 da Câmara dos Deputados, em Aditamento ao Acto Adicional à Carta Constitucional. Iniciada a discussão em 29 de Março, as divergências incidiram apenas sobre o processo legislativo. Relativamente à questão de fundo, o representante do Governo sintetizou o que parecia corresponder ao sentimento unânime da Câmara: "...porque felizmente entre nós a pena de morte para os crimes políticos está abolida nos corações de todos; e se, porventura, aparecesse hoje entre nós, um Nero, ou um Calígula, não teria força para a impor; e ainda bem que damos ao mundo um exemplo de tolerância que muito nos honra".
A proposta foi aprovada e a abolição da pena de morte por crime político passou a constar do artigo 16º do Acto Adicional à Carta Constitucional (5 de Julho de 1852).
Sabe-se que, desde 1834, não fora executada pena capital pela prática de crime político.
A partir daí, a questão da abolição da pena de morte para os restantes crimes foi levada, por diversas vezes, às câmaras.
Na sessão de 3 de Julho de 1863, Ayres de Gouveia, depois de propor a supressão, no orçamento do Estado, do ofício de carrasco, apresentou uma proposta que visava a abolição da pena de morte em todos os crimes, incluindo os militares. Proposta bem acolhida e logo secundada por outra, assinada por vários deputados, cujo texto é o seguinte: "1º - Fica abolida a pena de morte; 2º - É extinto o hediondo ofício de carrasco; 3º - É riscada do orçamento do Estado a verba de 49$200 réis para o executor".
Não foi possível reunir consenso à roda da proposta nem nesta altura nem no ano seguinte mas, em 1867, viria a ser aprovada uma lei que aboliu a pena de morte para todos os crimes, exceptuados os militares - Lei de 1 de Julho de 1867.
Relativamente a crimes do foro militar, a pena de morte manteve-se até ao Decreto com força de lei de 16 de Março de 1911 que a aboliu, vindo a Constituição de 1911 a prever que em nenhum caso poderia ser estabelecida tal pena.
Uns anos mais tarde, a participação de Portugal na guerra levaria, pela lei nº 635, de 28 de Setembro de 1916, a restabelecer a pena de morte para "caso de guerra com país estrangeiro, em tanto quanto a aplicação dessa pena seja indispensável, e apenas no teatro de guerra".
Com redacção ligeiramente diferente, este regime vigorou até à Constituição de 1976 que, no nº 2 do artigo 24º, estabeleceu que "em caso algum haverá pena de morte".
O movimento abolicionista foi estimulado por disposições introduzidas nas leis judiciárias (Reforma Judiciária, Nova Reforma Judiciária e Novíssima Reforma Judiciária) que impunham o recurso obrigatório à clemência régia em todos os casos de sentenças capitais proferidas por tribunais portugueses.
A última execução de pena de morte por motivo de delitos civis ocorreu em Lagos, em Abril de 1846.
Curiosamente, remonta a 1 de Julho de 1772 a data em que é executada pela última vez uma mulher. Chamava-se Luísa de Jesus, tinha 22 anos e assassinara 33 expostos que ia buscar à roda de Coimbra, uns em seu nome, outros em nome suposto, para se locupletar com o enxoval e os 600 réis que correspondiam a cada entrega.
No que se refere a crimes militares, a última execução terá ocorrido em França, na pessoa de um soldado do Corpo Expedicionário Português, condenado por espionagem.
Portugal foi pioneiro na abolição da pena de morte e na renúncia à sua execução mesmo antes de abolida.
No colóquio internacional comemorativo do centenário da abolição da pena de morte, realizado em Coimbra, em 1967, Miguel Torga e Vergílio Ferreira falaram assim:
Miguel Torga:
"A tragédia do homem, cadáver adiado, como lhe chamou Fernando Pessoa, não necessita dum remate extemporâneo no palco. É tensa bastante para dispensar um fim artificial, gizado por magarefes, megalómanos, potentados, racismos e ortodoxias. Por isso, humanos que somos, exijamos de forma inequívoca que seja dado a todos os povos um código de humanidade. Um código que garanta a cada cidadão o direito de morrer a sua própria morte".
Vergílio Ferreira:
"...E acaso o criminoso não poderá ascender à maioridade que não tem? Suprimi-lo é suprimir a possibilidade de que o absoluto conscientemente se instale nele. Suprimi-lo é suprimir o Universo que aí pode instaurar-se, porque se o nosso "eu" fecha um cerco a tudo o que existe, a nossa morte é efectivamente, depois de mortos, a morte do universo".
A pena de morte no mundo
Nos fins de 1990, só 36 países tinham abolido a pena de morte, enquanto 27 a mantinham sem a aplicar e 99 a conservavam com plena eficácia.
Os números divulgados pela Amnistia Internacional relativos a 1995 mostram que foram executadas, naquele ano, no mínimo, 2932 pessoas, em 41 países, e condenadas à morte 4165 em 79 países.
No decurso do mesmo ano, a África do Sul aboliu a pena de morte para crimes comuns e as Ilhas Maurícias e a Espanha para todos os crimes.
Ainda segundo a Amnistia Internacional, no fim de 1995, mais de metade dos países tinha abolido a pena de morte na lei ou na prática.
SAÚDO OS MÚSICOS DE TODO O MUNDO
Permitam-me neste dia, relembar uma das músicas da autoria de meu avô, cantada por ele próprio o poema de Armamdo Neves " A Minha Freguesia "
A música está registada como " Fado CUF"