Este ano a comeração do 1º de Maio coincide como o 1º Domingo do mês que foi convencionada ser o dia da mãe.
Em tempos de crise, como os que estamos a passar, mais difícil é para muitas mães, mas também para os pais, mas temos que torcer para que tudo se venha a recompor.
Saúdo as mães e mulheres de todo o mundo
Alfredo Marceneiro canta com música de sua autoria
e versos de Henrique Rego
AMOR DE MÃE
Neste dia 1º de Maio de 2011, saúdo todos os trabalhadores do mundo.
Passados mais de 100 anos dos acontecimentos que deram lugar à comemoração deste dia, em que muitos homens e mulheres de coragem, perderam a vida para lutarem pelos direitos de todos os trabalhadores, quem diria que este ano, fruto de uma desenfreada ambição capitalista, que responsáveis politicos não souberam travar, milhares de trabalhadores de todo o mundo estão dia a dia a perder o seu emprego, só quem estiver nessa situação poderá saber o quanto sofre.
A minha solidariedade ... Acreditemos que o amanhã será melhor...
Ouvir para lembrar: Vidé 37 anos depois!!!
1º de Maio – Dia Mundial do Trabalhador
O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, por um Congresso Socialista realizado em Paris. A data foi escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu em 1º de Maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época.
Milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.
Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de Maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalho.
Chicago, Maio de 1886
O retrocesso vivido nestes primórdios do século XXI remete-nos directamente aos piores momentos dos primórdios do Modo de Produção Capitalista, quando ainda eram comuns práticas ainda mais selvagens. Não apenas se buscava a extracção da mais-valia, através de baixos salários, mas até mesmo a saúde física e mental dos trabalhadores estava comprometida por jornadas que se estendiam até 17 horas diárias, prática comum nas indústrias da Europa e dos Estados Unidos no final do século XVIII e durante o século XIX. Férias, descanso semanal e aposentadoria não existiam. Para se protegerem em momentos difíceis, os trabalhadores inventavam vários tipos de organização – como as caixas de auxílio mútuo, precursoras dos primeiros sindicatos.
Com as primeiras organizações, surgiram também as campanhas e mobilizações reivindicando maiores salários e redução da jornada de trabalho. Greves, nem sempre pacíficas, explodiam por todo o mundo industrializado. Chicago, um dos principais pólos industriais norte-americanos, também era um dos grandes centros sindicais. Duas importantes organizações lideravam os trabalhadores e dirigiam as manifestações em todo o país: a AFL (Federação Americana de Trabalho) e a Knights of Labor (Cavaleiros do Trabalho). As organizações, sindicatos e associações que surgiam eram formadas principalmente por trabalhadores de tendências políticas socialistas, anarquistas e social-democratas. Em 1886, Chicago foi palco de uma intensa greve operária. À época, Chicago não era apenas o centro da máfia e do crime organizado era também o centro do anarquismo na América do Norte, com importantes jornais operários como o Arbeiter Zeitung e o Verboten, dirigidos respectivamente por August Spies e Michel Schwab.
Como já se tornou praxe, os jornais patronais chamavam os líderes operários de preguiçosos e canalhas que buscavam criar desordens. Uma passeata pacífica, composta de trabalhadores, desempregados e familiares silenciou momentaneamente tais críticas, embora com resultados trágicos no pequeno prazo. No alto dos edifícios e nas esquinas estava posicionada a repressão policial. A manifestação terminou com um ardente comício.
No dia 3, a greve continuava em muitos estabelecimentos. Diante da fábrica McCormick Harvester, a policia disparou contra um grupo de operários, matando seis, deixando 50 feridos e centenas presos, Spies convocou os trabalhadores para uma concentração na tarde do dia 4. O ambiente era de revolta apesar dos líderes pedirem calma.
Os oradores se revezavam; Spies, Parsons e Sam Fieldem, pediram a união e a continuidade do movimento. No final da manifestação um grupo de 180 policiais atacou os manifestantes, espancando-os e pontapeando-os. Uma bomba estourou no meio dos guardas, uns 60 foram feridos e vários morreram. Reforços chegaram e começaram a atirar em todas as direcções. Centenas de pessoas de todas as idades morreram.
A repressão foi aumentando num crescendo sem fim: decretou-se “Estado de Sítio” e proibição de sair às ruas. Milhares de trabalhadores foram presos, muitas sedes de sindicatos incendiadas, criminosos e gangsters pagos pelos patrões invadiram casas de trabalhadores, espancando-os e destruindo seus pertences.
A justiça burguesa levou a julgamento os líderes do movimento, August Spies, Sam Fieldem, Oscar Neeb, Adolph Fischer, Michel Shwab, Louis Lingg e Georg Engel. O julgamento começou dia 21 de Junho e desenrolou-se rapidamente. Provas e testemunhas foram inventadas. A sentença foi lida dia 9 de Outubro, no qual Parsons, Engel, Fischer, Lingg, Spies foram condenados à morte na forca; Fieldem e Schwab, à prisão perpétua e Neeb a quinze anos de prisão.
Mártires de Chicago:
Parsons, Engel, Spies e Fischer foram enforcados, Lingg suicidou-se na prisão.
No dia 11 de Novembro, Spies, Engel, Fischer e Parsons foram levados para o pátio da prisão e executados. Lingg não estava entre eles, pois suicidou-se.
Spies fez a sua última defesa:
"Se com o nosso enforcamento vocês pensam em destruir o movimento operário - este movimento de milhões de seres humilhados, que sofrem na pobreza e na miséria, esperam a redenção – se esta é a vossa opinião, enforquem-nos. Aqui terão apagado uma faísca, mas lá e acolá, atrás e na frente de vocês, em todas as partes, as chamas crescerão. É um fogo subterrâneo e vocês não poderão apagá-lo!"
Parsons também fez um discurso:
"Arrebenta a tua necessidade e o teu medo de ser escravo, o pão é a liberdade, a liberdade é o pão". Fez um relato da acção dos trabalhadores, desmascarando a farsa dos patrões com minúcias e falou de seus ideais:
"A propriedade das máquinas como privilégio de uns poucos é o que combatemos, o monopólio das mesmas, eis aquilo contra o que lutamos. Nós desejamos que todas as forças da natureza, que todas as forças sociais, que essa força gigantesca, produto do trabalho e da inteligência das gerações passadas, sejam postas à disposição do homem, submetidas ao homem para sempre. Este e não outro é o objectivo do socialismo".
Foto de: Sérgio Guimarães
Foi um talentoso fotógrafo,ligado ao meio teatral, às artes plásticas.
O seu génio criativo e sentido de oportunidade é bem exemplificado nesta foto.
Sérgio Guimarães com esta foto ficará para sempre ligado à nossa História, ao 25 de Abril, ao Movimento dos Capitães.
Milhares de pessoas admiram esta foto, mas Infelizmente poucos conhecem o nome do seu autor.
Já se têm feito homenagens por muito menos.
Ao Novo Dia
Rebenta dos abismos às montanhas
o sangue que incendeia a madrugada
e um novo dia irrompe das entranhas
da terra finalmente fecundada
Foices malhos enxadas e gadanhas
e punhos - semeando-se em rajada
contra lobos ocultos entre as brenhas -
alevantam pendões de tudo-ou-nada
Acorda o novo dia. E desta vez
o sol nasce nas mãos do camponês
e põe-se na tigela do operário
Multiplicado o pão por quem o fez
não mais há-de ser hóstia que burguês
consagre dando a fome por salário
ASSIM VAI PORTUGAL..
«O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte: o país está perdido!»
Nota: Peço imensa desculpa, mas enganei-me (enganaram-me!), este artigo foi escrito em 1871, por Eça de Queirós, no primeiro número de "As Farpas", pelo que qualquer semelhança com a realidade... NÃO É FICÇÃO
É natural de Lisboa, canta desde sempre, num percurso solitário que passa por vários géneros musicais, na sua permanente ligação à música.
É no inicio de 2008 que abraça o Fado, o que já descoberta e paixão da juventude, e que ressurge e faz com que assuma perante si mesma que precisa de cantar, é no Fado que encontra a forma mais profunda de expressão e a magia de cantar em português.
Em menos de um ano, em Setembro de 2008, grava e apresenta uma maqueta a uma editora que dá origem à edição do seu primeiro trabalho, um álbum 'Amaliano' com os clássicos do Fado.
Estreia-se em Madrid a 14 de Setembro de 2008 na ‘Noite Branca’, a convite do Círculo de Bellas Artes.
Em Maio de 2009, a Fundação Amália Rodrigues atribui-lhe o 'PRÉMIO ARTISTA REVELAÇÃO 2009'.
Neste percurso, apresentou a sua voz em vários palcos, em Portugal e no estrangeiro, com assinalável êxito.
Com uma necessidade de cantar temas seus, foi conhecendo ao longo destes dois anos, músicos e poetas que a agraciaram com poemas e composições inéditas e outros que seleccionou, e que fazem parte do seu novo álbum “Retratos”, edição Sony Music.
Conheceu o talentoso compositor e produtor Luís Pedro Fonseca que juntou aos seus poemas, musicados por Fontes Rocha, Carlos Gonçalves, Mário Pacheco e Zé Manuel Martins, para com a voz de Cristina Nóbrega lhes dar vida.
São vários os poetas cantados no álbum “Retratos” , Miguel Torga, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Cabral do Nascimento, Vasco Graça Moura, António Gedeão, António Aleixo, José Fanha, Luis Pedro Fonseca, Augusto Gil, Fernando Viera e Reinaldo Ferreira. Em estúdio, Cristina Nóbrega teve o privilégio de ser acompanhada por Zé Manuel Neto na Guitarra Portuguesa, na Viola de Fado por Rogério Ferreira, Pedro Festa no Contrabaixo, e Carlos Gonçalves foi a estúdio gravar os temas que compôs para este disco.
São 16 temas inéditos que Cristina Nóbrega oferece aos apreciadores de Fado a da alma fadista.
Video-Clip da RTP- Cristina Nóbrega
canta: Saudade dos teus Olhos
Nasceu em Lisboa a 16 de Fevereiro de 1937.
O Fado que mais contribuiu para que fosse mais conhecido, foi decerto o Fado do Embuçado.
Em 1966 em Alfama, no Beco dos Costumes, abriu uma casa de Fados “Taverna do Embuçado”, decorada com uma estilo muito monárquico, em que incluía a bandeira azul e branca, aliás sempre afirmou ser um monárquico convicto, local onde passaram grandes nomes do Fado e que meu avô visitava com frequência, João dedicava-lhe grande admiração e carinho, sentimentos correspondido de igual modo, pelo meu avô, que afirmava: … o João é como se fosse meu neto. Aliás eu e os meus primos, temos por ele grande amizade, que o apelidamos de nosso primo.
Ainda nos anos 60 adquire o Palácio Pintéus, no concelho de Loures, onde se realizaram grandes noites de Fado, muitas das quais assisti, fazendo companhia a meu avô, isto porque João Ferreira Rosa nunca deixava de o convidar.
Nutre uma especial paixão por Alcochete, onde passou a morar nos últimos anos,
escreveu um tema sobre a vila, o “Fado Alcochete”, que canta com a música do Fado Balada de Alfredo Marceneiro.
Tem várias actuações na RTP e cantou muitas vezes no Casino do Estoril.
Os Fados mais emblemáticos do seu reportório são:
Fado Despedida (Marcha de Alfredo Marceneiro)
Fado do Embuçado
Fragata (Fado Vianinha)]
Portugal Foi-nos Roubado
Fado Alcochete
Arraial (Fado Pintéus)
Fadista Velhinho (Fado Lumiar)
Fado Lisboa
Armas sem Coroa
Triste Sorte (Fado Cravo)
João Ferreira Rosa Canta: Despedida
Letra de António Calém
Música: Marcha de Alfredo Marceneiro
MARIA JOÃO LUÍS e MANUELA AZEVEDO
ESTREIA:
SALA PRINCIPAL DO SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL
LISBOA
De 14 a 17 de Abril de 2011
Horários: Quinta a Sábado às 21h00 e Domingo às 17h30
SINOPSE
Chamava-se Maria Sem e já nasceu com o vazio no nome. Para além de seu pai –homem de princípios rígidos –apenas um outro homem a tratara pelo nome. O pai deixara-lhe a Lua de herança e, não fora aquele homem cujo descaminho a fascinou, teria morrido sem que alguém acreditasse que era a dona da Lua.
A peça começa no velório do pai, iniciando-se aí toda a incompreensão do mundo. Se algum contacto próximo houvera com uma relação de amor (entre pai e mãe), foi tão fugaz e ausente de sinais que até neste aspecto ela fazia justiça ao seu próprio nome: Maria Sem.
Após a desilusão da primeira paixão (a paixão inicial, a que nos abre a janela da Lua) todo o percurso de vida se destina a integrar as injustiças e as inadaptações da vida.
“No amor já fiz de conta, tomei o corpo de ponta por não querer saber de mim”. O descrédito de quem nada tem, de quem nada aspira, rapidamente se transforma num universo interior resguardado por uma muralha de convicções: “Creio na gazela tombada e numa razão maior, creio em nada, nada, nada. E creio que as labaredas do inferno se ateiam dentro de nós…”.
O TEATRO E O FADO
A palavra dita e a palavra cantada. Duas expressões de uma mesma personagem, Maria Sem.
A associação destas duas artes poderia parecer invulgar se não tivéssemos em conta que, desde o início do século XX, o Teatro, nomeadamente a Revista, convoca para os seus palcos a participação de fadistas.
Não tendo como objectivo a presunção de criar um novo conceito artístico ou sequer de indicar um possível caminho de renovação do Fado, a peça A Lua de Maria Sem tem como ponto de partida a criação de novas letras para alguns dos fados tradicionais compostos por Alfredo Marceneiro, concebendo-se, a partir daí, uma história, uma peça de teatro.
A PEÇA E O CD
À excepção de um, o Fado Menor, cujo compositor se desconhece, todos os Fados da peça foram musicados por Marceneiro e escritos por João Monge.
Neste facto, sim, reside a originalidade do projecto, pois não se conhece nenhum registo áudio ou vídeo, relacionado com o fadista-compositor, com tais características.
Este será por isso o 1º CD em que as músicas de Alfredo Marceneiro são acompanhadas pelas letras de uma mesma pessoa.
A possibilidade de conjugar diferentes poemas a uma mesma música, característica muito própria do Fado Tradicional, constitui um dos factores da sua constante renovação do Fado, desde o século XIX.
A PARTIR DE MARCENEIRO
Considerado um ícone do Fado tradicional, Alfredo Marceneiro foi um dos responsáveis pela renovação do Fado, ao introduzir novos hábitos, que chegaram ao presente, no ritual fadista, tais como cantar-se à média luz e o facto de o fadista cantar de pé.
A não inclusão propositada da guitarra portuguesa como um dos instrumentos de acompanhamento ao longo da peça pode fazer lembrar os tempos em que os fadistas podiam ser acompanhados apenas por uma viola. Mas na peça, além da guitarra clássica, os fados serão tocados também com baixo e vai-se um pouco mais longe com a introdução do clarinete como terceiro instrumento de acompanhamento.
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Texto: João Monge
Música: Alfredo Marceneiro
Encenação: Maria João Luís
Música Incidental, Arranjos, Direcção Musical: José Peixoto
Cantora: Manuela Azevedo
Actriz: Maria João Luís
Guitarra: José Peixoto
Baixo: Fernando Júdice
Clarinete: Filipe Dias
Cenografia: João Calixto
Som: Carlos Jorge Vale (Cajó)
Desenho de Luz: Pedro Domingos
Maquilhagem: MAC
Fotografias: Mário Galiano
CO-PRODUÇÃO:
SLTM, Quarta Perfeita, Teatro da Terra
Os meus sinceros agradecimentos por esta grande homenagem a meu avô,
ALFREDO MARCENEIRO
e pela sensibilidade de me convidarem para a estreia