Há tanta gente boa que conheço, que fazem parte do meu mundo de vivência, que nos últimos tempos se têm resguardado na comodidade do silêncio, alguns deles lutámos lado a lado noutros tempos, para que assim não fosse... para que isto mudasse... e lá vem o provérbio, mudam-se os tempos, mudam-se as verdades... desculpem, queria dizer mudam-se as vontades!
Muitos de vós que me lêem sabem que tenho razão, como tenho a certeza alguns acontecimentos - (feitos) - (calúnias) - (mentiras), em que vocês se calaram, olharam para o lado, mas creiam que a razão e a justiça virão forçosamente ao de cima, como é apanágio da verdade, leve o tempo que levar.... e também sei que muitos de vós, ao olharem-se ao espelho, dirão em sussurro, porque me calei?! Mas os que mais me marcaram foram os bons amigos conselheiros.... tens razão, devias era estar calado... o calado vence sempre... será?
Muita boa gente, já não se lembra da fábula que lemos, nos nossos tempos de escola, e percebemos a mansagem... bem alguns! O REI VAI NU
Mas confesso que também aprendi a dar mais valor à palavra "AMIGO".
“O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem-carácter e nem dos sem-ética.
O que mais me preocupa é o silêncio dos bons!"
Martin Luther King Jr.
Ser Palhaço é uma arte nobre, hoje até em conservatórios se aprende (aperfeiçoa) esta forma de arte, creio mesmo, que se terá de ter aptidões naturais para qualquer tipo de arte.
Mas que na vida há "Palhaços" que de arte, só têm as sacanisses que fazem, há...há... até como desprezo lhes chamamos"grande palhaço".
Carlos Conde, grande poeta, homem que escreveu tantos versos com palvarsa "doces", também sabia ser critico e "azedo" noutros... poemas que escreveu.
Meu pai Alfredo Duarte Júnior, a quem apelidaram de Fadista Bailarino, cantou e gravou este poema de Carlos Conde "Ser Palhaço" na música da Marcha de Alfredo Marceneiro.
Hoje dia 22 de Outubro de 2011, estarei em Santarém, no Cine-Teatro Sá da Bandeira, num espectáculo de «Fados de HELENA SARMENTO», que teve a amabilidade de me convidar para cantar alguns Fados.
Recordações e factos históricos:
Os factos históricos, referem-se ao Cine-Teatro Sá da Bandeira, local onde em 1946 se estreou o filme português "Um Homem do Ribatejo" do realizador Henrique de Campos, com Hermínia Silva, que contracena com Barreto Poeira e Eunice Munhoz, é neste filme que Hermínia canta um dos seus grandes êxitos, o Fado da Sina.
A estreia deste filme, efectuou-se em Santarém, por ser a terra natal do realizador Henrique Campos, e ele fez questão que assim fosse.
Sou o biógrafo oficial de Hermínia Silva, (Recordar Hermínia Silva), e nas minhas investigações para a execução do livro, entre várias ocorrências fantásticas da vida desta grande artista deparou-se esta:
No dia da estreia do filme, com a sala "à cunha", no decorrer da projecção, aconteceu um caso inédito, hilariante e fantástico. Quando Hermínia surge no ecrã a cantar o Fado da Sina, a assistência, logo desata a aplaudir estrondosamente, e de pé, obviamente, perdeu-se a visualização das cenas seguintes, por esse facto, tiveram que parar a projecção do filme, e foi preciso rebobinar as bobinas para voltar a projectar o filme a partir da mesma cena, mas pasme-se, isto repetiu-se três vezes... Grande Hermínia.
O que eu me deliciei a escrever isto... e hoje 65 anos depois vou estar a cantar neste palco... é mais um Fado, dos Fados da minha vida.
As Recordações:
Já passaram 44 anos e uns meses, que entrei no serviço militar obrigatório, na Escola Prática de Cavalaria em Santarém, foi no dia 10 de Abril de 1967.
Quando cheguei com os outros mancebos, foi-nos apresentado o nosso comandante de pelotão, o aspirante-miliciano João Coutinho.
Após os preâmbulos sobre o que seria o serviço militar, o então aspirante Coutinho, pergunta:
— Disseram-me que temos entre nós um fadista, quem é?
Eu não respondi, já calculava que fosse comigo, pois entre os que assentaram praça, havia mais rapazes de Alcântara, que me conheciam, e deduzi que lhe tivessem dito algo sobre o meu avô.
Ele insiste.
— Então,ninguém se acusa? Não há um fulano que é fadista, ou familiar de fadistas.
Ao que eu respondo, familiar sou, mas fadista não, para se ser fadista tem que se ter uma série de predicados, que eu não tenho, sou sim,filho e neto de fadistas, meu pai é o Alfredo Duarte Júnior, e meu avô Alfredo Marceneiro, tudo isto dito, com aquela impulsividade que me é característica.
Retorquiu o aspirante Coutinho.
— É pá não te exaltes, só queria saber quem era, o familiar, porque Alfredo Marceneiro é uma lenda.
Logo no dia seguinte já fardados e após uma noite de grande forrobodó, é formado o pelotão e começa a chamada,e eis que o Aspirante Coutinho, chama pelo Duarte, e após o meu – presente – ele diz:— a partir de hoje passas a ser tratado por, Alfredinho.
Iniciou-se uma amizade, que levou a que tivéssemos passado aquela recruta, sem grandes sacrifícios.
Conheci também e passou a ser meu amigo e do Aspirante Coutinho, o Rui, que por ser de Alfama, era apelidado de Rui-Alfama.
E assim durante cerca de 40 meses de serviço militar, passei a ser tratado por “Alfredinho”.
Perguntarão os meus amigos, o que tem tudo isto a ver com o Fado?Tem e muito, aliás “tudo isto é Fado”, senão vejamos:
É graças ao Fado, que escrevo este blog, que contribuiu para que passados estes 44 anos o meu amigo João Coutinho, de quem eu nunca mais tinha tido notícias, após o final da recruta, pois ele foi logo mobilizado,entre em contacto comigo através do blogue. Fiquei deveras radiante e logo lhe enviei uma foto que guardava exposta na parede, de nós os dois em Santarém.
Falámos e recordámos velhos tempos, pusemos como se costuma dizer a escrita em dia.
Passados dias envia-me um livro que tinha escrito sobre Angola, e a guerra, que mais abaixo irei apresentar.
Pouco tempo logo após este contacto, estávamos perto do Natal de 2007, recebo um telefonema, mais ou menos nestes termos:
— É o Sr. Vítor Marceneiro, peço desculpa de estar a maçá-lo, mas consegui o seu contacto telefónico, e estou a ligar-lhe, para lhe dizer, eu sou o Rui-Alfama, que estive consigo na tropa em Santarém, lembra-se? Peço desculpa se o estou a maçar...
As lágrimas embargaram-me a voz e logo respondi, é pá vai chamar Senhor.....!! a maçar-me?..... ( enfim, uma linguagem da nossa juventude), que saudades, então não me havia de me lembrar!.
Combinámos que eu iria a Lisboa logo no dia seguinte, para nos reencontrar-mos e nos abraçar-mos.
Assim aconteceu, e lá estivemos a lembrar em amena cavaqueira,o nosso passado comum, e como era obvio, logo lhe conteir que tinha sido contactado pelo nosso Aspirante Coutinho.
Contou-me que porque tinha feito todos os esforços para me contactar , é que viu na montra de uma livraria o meu livro sobre o meu avô, logo o adquiriu, e queria como prenda de Natal, que o mesmo fosse assinado por mim, e foi assim que logo encetou todos os esforços para me encontrar, trouxe-me duas fotos nossas e do Coutinho, tiradas quando da nossa recruta, que ele guarda no seu álbum de recordações.
Quando estávamos na recruta, íamos nas saídas diárias, assistir assistir aos filmes que eram exibidos no Cine Teatro Sá da Bandeira.
Como é bom recordar. ISTO É FADO, são Fados da minha vida!
Nunca cantei em Santarém... hoje através da Helena Sarmento, vou fazê-lo... e digam lá que isto não é Fado...
Hermínia Silva Canta o Fado da Sina
Só na passada Quarta-Feira dia 12 do corrente tive conhecimento, que a Fábrica de Pasteis de Belém, para homenagear o Fado, em sinergias com o Museu do Fado, tinha passado a vender os seus fabulosos pastéis, em embalagens com caricaturas concebidas para o efeito, de vários fadistas, entre elas o meu avô Alfredo Marceneiro.
O facto de não ter sido avisado/consultado, o que seria natural, mais que não fosse por cortesia, foram-me dadas as devidas explicações, pela pessoa que estava encarregada de o fazer, errar é humano, confessar o erro e explicá-lo, é de bom tom e de gente de bem, sei pois que não foi intencional, e outra coisa eu não esperava, pois tenho grande estima pela pessoa em questão.
Enquanto decorria esta nossa conversa chegou um estafeta com uma coleção das embalagens, e duas caixas com a gravura do meu avô com os fabulosos pastéis, que os meus filhos adoraram... muito obrigado.
Informo que foram feitas embalagens dos seguintes fadistas, por ordem alfabética: Alfredo Marceneiro, Amália Rodrigues, Camané, Carlos do Carmo, Maria da Fé e Mariza
Permitam que aqui vos mostre as imagens de dois deles.
Mas torna-se, na minha óptica, interessante relembrar uma página que publiquei neste blogue no dia 11 de Setembro de 2009, é que o Fado Património da Humanidade (Deus queira que sim), ainda vai dar muito que falar, quer seja aceite ou não a candidatura pela UNESCO.
A página era assim: POEIRAS E NATAS
No dia 21 de Agosto recebi um mail de &KTAL, com um artigo da HARDMUSICA sobre uma entrevista dada por Carlos do Carmo:
De:&KTAL [mailto:0161867102@netcabo.pt]
Enviada: sexta-feira, 21 de Agosto de 2009 3:32
Para:Undisclosed-Recipient:;
Assunto: CARLOS DO CARMO: "Tudo o que seja tirar a poeira e os preconceitos, só me pode encher de alegria"
«Em Janeiro fui a Paris de propósito para um "workshop" onde estava a nata da sociedade francesa e estavam também os principais directores da UNESCO. Fiz uma espécie de conferência cantada falando e cantando e as pessoas terminaram encantadas e despertas para a situação e dizendo-me, "mandem-nos com urgência isso. Muito interessante, que canção tão interessante". Portanto agora vamos entrar na pior fase disto, que é a burocracia, com o Ministério da Cultura e com o dos Negócios Estrangeiros, à portuguesa. Vamos ver se haverá da parte dos ministérios bom senso de não empatar as coisas. Para não ficarem nas gavetas, de não se arrastar indefinidamente, porque a UNESCO está apenas à espera.»
Leia a entrevista em www.hardmusica.pt
Qualquer pessoa pode tirar as ilações que muito bem quiser, mas há factos nesta notícia, que são de comentar:
- Isto passou-se em Janeiro, ao que parece que era muito importante, mas só agora é noticiado!
-Houve há pouco tempo um espectáculo/promoção no Museu do Fado em que o “Fado na Unesco” foi o assunto nuclear. Consta que no final o Presidente da C.M.L., Dr. António Costa informou que tinha falado com o nosso Embaixador na UNESCO, Dr. Maria Carrilho, e este ao tomar conhecimento do assunto?!, (não sabia?), informou que tinha muito gosto em entregar o projecto assim que o mesmo lhe fosse explicitado e apresentado.
(Então não teria de ser os Embaixadores Carlos do Carmo e Mariza, não há direito depois de tanto empenho), digo isto porque, há uns tempos atrás soubemos pela comunicação social (alguma), que Carlos do Carmo afirmou: — Recebi um telefonema em que me cumprimentavam como Sr. Embaixador…… blá, blá, resumindo, alguém o tinha nomeado a ele e à Mariza, Embaixadores para o Projecto do Fado a Património da Humanidade na UNESCO. !!!
- Agora canta para a "NATA" da sociedade francesa, que pelos vistos não o conhecia nem ao Fado?
- Qual será o conceito de NATA DA SOCIEDADE, para um homem que se intitula de esquerda!?
- Os Senhores da Unesco, idem, que segundo parece, nem pelouros específicos têm, são a nata?!
Exclamam: Muito interessante, que canção tão interessante, mandem-nos com urgência isso.
Mas o mais interessante, é que já se vislumbra o que vai acontecer, como se pode verificar Carlos do Carmo, já começa a sacudir a água do capote….AGORA VAMOS ENTRAR NA PIOR FASE DISTO, QUE É A BUROCRACIA, COM O MINISTÉRIO da CULTURA E COM O DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS, À PORTUGUESA.
…. A UNESCO SÓ ESTÁ À ESPERA….
Agora fico á espera dos aficionados "do charmoso" que me vão rebater isto, força pois como sabem este blogue não tem censura (se não houver ofensas para ninguém), estamos a discutir ideias e aldrabices…. TIRAR POEIRA DOS OLHOS E ACABAR COM OS PRECONCEITOS, DESMASCARAR ESTA E OUTRAS ARTIMANHAS…. SÓ NOS PODE ENCHER DE ALEGRIA.
Actualmente já existe nomeada e em funções uma Comissão Cientifica para a candidatura.
No final vai-se saber quanto custou isto?
Talvez, talvez não.
€ 0,32 - 370.000 unidades ALFREDO MARCENEIRO
€ 1,00 - 230.000 " CARLOS DO CARMO
€ 0,68 - 220.000 " MARIA TERESA DE NORONHA
€ 0,57 - 160.000 " HERMÍNIA SILVA
€ 0,47 - 160.000 " CARLOS RAMOS
€ 0,80 - 155.000 " AMÁLIA
Tudo evolui na vida, mas há mitos e tradições milenares que ainda hoje se mantêm com as suas raízes originais, na realidade não se mexe, (ou não devia), no que está bem, pode tentar-se, o que acontece em muitos casos, mas há modificações e adaptações que mais não são, que oportunismos de cariz comercial, hoje mais que nunca o capital comanda a criatividade.
Iremos colher vários depoimentos, baseado no tema "toda a gente hoje gosta de Fado, canta-se mais Fado, grava-se mais Fado, etc...
Mas estará o Fado em decadência? Esta pergunta é um pouco/bastante maliciosa, de que Fado estou eu a falar?
O meu primeiro trabalho em vídeo é um depoimento livre ( digo livre porque foi espontâneo) do meu amigo, o poeta Carlos Escobar:
Com o repertório de FADO AZUL, o seu primeiro disco, Helena Sarmento actua, no próximo dia 4 de Outubro, às 21h30, no Auditório do Casino Estoril.
Nas palavras de Fernando Dacosta, que prefacia o álbum, «Helena Sarmento afirma-se, pelo estilo próprio, voz singular, repertório original, comunicabilidade envolvente, uma referência nesse movimento já irreversível. O seu presente CD coloca-a, a partir de agora, na primeira linha dos fadistas fadados para puxar-nos o futuro.”
Mas outras palavras foram, ainda, escritas sobre o disco, Andreia Gouveia, jornalista «(…) Sem descurar a tradição, abrem-se portas a uma atitude de combate (que não esquece a ternura) e de luta pela mudança (que não ignora as regras). É um disco de particular coerência, que vai obrigar ao regresso constante.»
João Gobern, jornalista e critico de música
Livre de dogmas, com Helena Sarmento o fado bebe da tradição mas a ela não se verga, porque Fado é vida, é destino mas não sentença.
Com poemas originais escritos por João Gigante-Ferreira e por Joaquim Sarmento, a maioria das 13 faixas de Fado Azul, reporta a fados tradicionais, cantados com palavras novas, escritas especialmente para si. «As palavras que, se soubesse escrevê-las, seriam as que quereria cantar», diz a fadista, advogada de profissão.
Inteiramente original [Fado Intervenção] com música de Tino Flores é outro tema que faz parte deste primeiro trabalho de Helena Sarmento, bem como dois covers de temas de irrenunciáveis referências da intérprete: Amália e José Afonso.
Neste concerto, será convidado especial da jovem fadista Vítor Duarte Marceneiro. “Admiro imenso o Vítor. Como fadista, como pessoa, e pela forma como honra o nome que transporta, nome esse que é uma das maneiras mais belas de dizer a palavra Fado», explica Helena Sarmento.
A Samuel Cabral, Paulo Faria de Carvalho e Amândio Pires caberá a missão de dar voz à guitarra portuguesa, à viola de fado e à viola baixo, respectivamente.
Bilhetes à venda nos locais habituais e em http://www.ticketline.pt/
Mais informação em:
http://helenasarmento-fadoazul.blogspot.com
http://www.facebook.com/helenasarmento
http://www.myspace.com/ahelenasarmento
Contactos:
helenasarmento.fadoazul@gmail.com [+351) 910 142 342]
Conheço a Helena Sarmento há pouco tempo, mas tenho por ela uma elevada estima, é uma jovem muito "querida", de uma formação educacional irrepreensível e de um trato pessoal cativante, não lhe é difícil criar amigos e admiradores.
Aceitei e sinto-me honrado, pelo convite de ser o seu convidado, esperando estar à altura de tal responsabilidade.
Espero e agradeço a vossa presença, pois podem crer que irão ouvir uma fadista em ascensão.