Faleceu no passado dia 22 de Outubro em Setúbal, com 74 anos, este grande amigo e grande músico, só ontem através duma mensagem que me deixaram no youtube, soube da efeméride.
Lastimo que alguns amigos comuns, que com ele conviveram e que bem conheciam a nossa amizade, que tiveram conhecimento na data, não tivessem sequer tido a atenção de me informar, assim só hoje estou aqui prestar-lhe esta singela homenagem.
Rui Serodio, cursou Piano e Composição, Órgão, Interpretação de Música Antiga e História da Música no Conservatório Nacional de Música de Lisboa, tendo sido discípulo de Abreu e Motta, Varella Cid, Croner de Vasconcelos, Armando Fernandes, Santiago Kastner, Artur Santos, Armando Santiago, Maria Augusta Barbosa e Gertrud Mersyowsky, entre outros. Por impossibilidade de seguir a carreira de concertista dedicou-se à Música Portuguesa, ao mesmo tempo que aprofundou os seus conhecimentos de Harmonia Moderna. É-lhe concedido o Prémio Eduardo Libório de História da Música em 1961. Definiu um estilo muito próprio e um clima sonoro de características acentuadamente nacionais, especialmente na execução de Fado, ao piano.
Seguem-se três video-clips que lhes fiz usando imagens e estava combinado ir fazer-lhe um actuando ao vivo.
Fado Cravo
Rua do Capelão
Streets of Sintra
Autoria de Rui Serodio
Faria hoje 86 anos se estivesse entre nós, o meu saudoso pai Alfredo Duarte Jr:
Mais sobre Alfredo Duarte Jr.
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Grande Noite do Fado no Coliseu em 1998
Foi postado nesta página um comentário, que abaixo transcrevo, enviada pelo meu amigo Acácio Monteiro.
É uma descrição/memória, deveras enternecedora, pelo que lhe dou maior destaque, porque se poderia perder a sua visualização por estar nos comentários, que têm menos visibilidade.
Espero que gostem como eu gostei, e gostei porque me identifico também com esta narrativa.
As novas tecnologias (a árvore de plástico, etc...), também trazem algumas vantagens, no caso da árvore de natal, diminuiu substancialmente o abate indiscriminado do pinheiro.
Volto a colocar aqui o videoclip que realizei sobre este tema, que por coincidência tem um poema dito pelo meu amigo, Acácio Monteiro.
Mensagem: De Acácio Monteiro a 15 de Dezembro de 2011 às 11:56
A minha árvore de Natal é de Plástico e é a mesma á 10 anos. Reciclada e decorada todos os anos com as mesmas peças e luzes. Lembro-me em criança esperar o natal ansiosamente, pois era a época que alguns dos meus sonhos materiais se concretizavam. A madrinha que só a via uma vez por ano e dava-me 500 escudos, o que em 1950 era muito dinheiro, e um brinquedo. Como éramos pobres remediados o dinheiro ajudava também a compor o Natal. Só mais tarde me apercebi disso. Lembro-me de um natal, quando tinha 8 anos, de receber uma bola de borracha, que nos primeiros 15 dias, até dormia com ela na cama. Guardava-a ciosamente e não a compartilhava com ninguém. Os companheiros de rua que jogavam com bolas de trapo bem me queriam convencer a jogar com eles com a bola de borracha... Eu argumentava que era para poupar e não estragar. Cerca três meses depois, a minha mãe perguntou-me pela bola que deu a madrinha. Fiquei aflito pois já a tinha esquecido. Corri a casa á procura dela. Finalmente encontrei-a. Jazia abandonada debaixo da minha cama. Compreendi com o tempo, que na vida, todas as ambições e ganâncias, são supérfluas, venais e banais. Ainda bem que guardo a àrvore de plástico, que monto no Natal. Alegra a casa, pois ela merece, ilumina os corações, e recorda-nos que o Natal é das crianças, e como foi bom termos sido meninos uma vez por ano.
Saúde, sorte e dinheiro para gastos são os meus votos de bom Natal.
Acácio Monteiro
Alfredo Duarte Júnior
Canta: Aí Vem o Natal
Letra de Carlos Conde com música de Alfredo Marceneiro
El Rei D. Dinis, foi um dos mais marcantes vultos do Portugal medieval. Protector da agricultura, mandou plantar o pinhal de Leiria e povoou o litoral. Criou a Universidade e abriu horizontes culturais à Nação. O rei “Trovador”, famoso pelas suas românticas cantigas de amigo, foi uma espécie de inventor da elegância. Destacou-se a escrever e tornou o português na língua oficial do País. Rei poeta, cortejou as artes.
Foi casado com Isabel D´Aragão, que veio a ser canonizada como, Rainha Santa Isabel.
Acontece pela época natalícia, que muita gente inconscientes, e outros conscientes, que abatem o primeiro pinheiro pequeno que lhes agrada para montarem a sua árvore de natal, e quantas vezes para vender, é um crime contra a natureza.
Há nesta época árvores suficientes para servir esta tradição, mas é feita por técnicos ou agricultores entendidos no repovoamenteoda mata. Resumindo, passados uns anos após o semear do pinhal, seja ele programado ou por via natural, há que fazer um desbaste de forma a que a árvore que vai ficar, tenha um espaço à sua volta que lhe permita desenvolver-se de forma mais rápida e com qualidade.
Nunca é demais lembrar, temos os flagelos dos incêndios no verão, e nesta época o flagelo do abate indiscriminado do pinheiro.
A Árvore de Natal é um pinheiro ou abeto, enfeitado e iluminado, especialmente nas casas particulares, na noite de Natal.
A tradição da Árvore de Natal tem raízes muito mais longínquas do que o próprio Natal.
Os romanos enfeitavam árvores em honra de Saturno, deus da agricultura, mais ou menos na mesma época em que hoje preparamos a Árvore de Natal. Os egípcios traziam galhos verdes de palmeiras para dentro de suas casa no dia mais curto do ano (que é em Dezembro), como símbolo de triunfo da vida sobre a morte. Nas culturas célticas, os druidas tinham o costume de decorar velhos carvalhos com maças douradas para festividades também celebradas na mesma época do ano.
Segundo a tradição, S. Bonifácio, no século VII, pregava na Turíngia (uma região da Alemanha) e usava o perfil triangular dos abetos com símbolo da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). Assim, o carvalho, até então considerado como símbolo divino, foi substituído pelo triangular abeto.
Na Europa Central, no século XII, penduravam-se árvores com o ápice para baixo em resultado da mesma simbologia triangular da Santíssima Trindade.
Árvore de Natal como hoje a conhecemos
A primeira referência a uma “Árvore de Natal” surgiu no século XVI e foi nesta altura que ela se vulgarizou na Europa Central, há notícias de árvores de Natal na Lituânia em 1510.
Diz-se que foi Lutero (1483-1546), autor da reforma protestante, que após um passeio, pela floresta no Inverno, numa noite de céu limpo e de estrelas brilhantes trouxe essa imagem à família sob a forma de Árvore de Natal, com uma estrela brilhante no topo e decorada com velas, isto porque para ele o céu devia ter estado assim no dia do nascimento do Menino Jesus.
O costume começou a enraizar-se. Na Alemanha, as famílias, ricas e pobres, decoravam as suas árvores com frutos, doces e flores de papel (as flores vermelhas representavam o conhecimento e as brancas representavam a inocência). Isto permitiu que surgisse uma indústria de decorações de Natal, em que a Turíngia se especializou.
No início do século XVII, a Grã-Bretanha começou a importar da Alemanha a tradição da Árvore de Natal pelas mãos dos monarcas de Hannover. Contudo a tradição só se consolidou nas Ilhas Britânicas após a publicação pela “Illustrated London News”, de uma imagem da Rainha Vitória e Alberto com os seus filhos, junto à Árvore de Natal no castelo de Windsor, no Natal de 1846.
Esta tradição espalhou-se por toda a Europa e chegou aos EUA aquando da guerra da independência pelas mãos dos soldados alemães. A tradição não se consolidou uniformemente dada a divergência de povos e culturas. Contudo, em 1856, a Casa Branca foi enfeitada com uma árvore de Natal e a tradição mantém-se desde 1923.
Árvore de Natal em Portugal
Como o uso da árvore de Natal tem origem pagã, este predomina nos países nórdicos e no mundo anglo-saxónico. Nos países católicos, como Portugal, a tradição da árvore de Natal foi surgindo pouco a pouco ao lado dos já tradicionais presépios.
Contudo, em Portugal, a aceitação da Árvore de Natal é recente quando comparada com os restantes países. Assim, entre nós, o presépio foi durante muito tempo a única decoração de Natal.
Até aos anos 50, a Árvore de Natal era até algo mal visto nas cidades e nos campos era pura e simplesmente ignorada. Contudo, hoje em dia, a Árvore de Natal já faz parte da tradição natalícia portuguesa e já todos se renderam aos Pinheirinhos de Natal!
MARIA ARGENTINA PINTO DOS SANTOS, nasceu em Lisboa, na Mouraria (freguesia do Socorro), a 6 de Fevereiro de 1926.
Desde 1950 que se mantém à frente do seu restaurante típico “A Parreirinha de Alfama”, também conhecida antigamente com (Cantinho da Amália), sendo considerada uma excelente cozinheira.
Argentina Santos só iniciou a sua carreira artística depois da abertura do seu restaurante, cantando com sucesso para os frequentadores da casa. De facto, graças à autenticidade das suas interpretações e a um estilo muito pessoal, logo se impôs como uma das mais dotadas e prometedoras fadistas da época, tornando-se desde então, muito apreciada como intérprete do fado clássico, na linha das cantadeiras afamadas do passado.
Pela Parreirinha de Alfama passaram as mais consagradas cantadeiras de fado, aliás as paredes estão decoradas com molduras com as fotos de todas elas. Homens só Marceneiro e Júlio Peres.
Os fados As Duas Santas (letra de Augusto Martins e música do Fado Franklin) e Juras (letra de Alberto Rodrigues e música de Joaquim Campos) foram, entre outros, grandes êxitos seus.
Gravou o seu primeiro disco em 1960 cantando conhecidas composições como Chafariz do Rei, Quadras (de António Botto), Naquela Noite, Em Janeiro, Amar Não é Pecado, Dito por Não Dito, Passeio Fadista, A Grandeza do Fado, Não Me Venhas Bater à Porta, Mágoas Com a Vida, Reza, Quadras Soltas e Os Meus Passos.
Tendo-se embora confinado às suas actuações na Parreirinha de Alfama e a uma ou outra intervenção em festas públicas e particulares, Argentina Santos não deixou, por isso, de se tornar conhecida e apreciada como cantadeira castiça.
Nas últimas décadas tem tido umas deslocações ao estrangeiro, onde também tem agradado.
Na 1º Gala dos *Prémios Amália Rodrigues, foi agraciada com o prémio carreira
Argentina Santos e Alfredo Marceneiro
Anúncio da "Parreirinha de Alfama" no Jornal a Voz de Portugal de Janeiro de 1959
em que se verifica que se apelidava também de (Cantinho da Amália)
Berta Cardoso, Alfredo Marceneiro, Lina Maria Alves (a fadista que há mais anos foi residente na Parreirinha) e o guitarrista Acácio Gomes
MAIS SOBRE ARGENTINA SANTOS EM: http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/200798.html