Neste dia 1º de Maio de 2013, saúdo todos os trabalhadores no activo e os reformados de todo o mundo.
Passados mais de 100 anos dos acontecimentos que deram lugar à comemoração deste dia, em que muitos homens e mulheres de coragem, perderam a vida para lutarem pelos direitos de todos os trabalhadores, quem diria que este ano, fruto de uma desenfreada ambição capitalista, que responsáveis politicos não souberam travar, milhares de trabalhadores de todo o mundo estão dia a dia a perder o seu emprego, só quem estiver nessa situação poderá saber o quanto sofre.
A minha solidariedade ... Acreditemos que o amanhã será melhor...
Ver e ouvir para lembrar: 39 anos depois!!!
1º de Maio – Dia Mundial do Trabalhador
O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, por um Congresso Socialista realizado em Paris. A data foi escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu em 1º de Maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época.
Milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.
Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de Maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalho.
Chicago, Maio de 1886
O retrocesso vivido nestes primórdios do século XXI remete-nos directamente aos piores momentos dos primórdios do Modo de Produção Capitalista, quando ainda eram comuns práticas ainda mais selvagens. Não apenas se buscava a extracção da mais-valia, através de baixos salários, mas até mesmo a saúde física e mental dos trabalhadores estava comprometida por jornadas que se estendiam até 17 horas diárias, prática comum nas indústrias da Europa e dos Estados Unidos no final do século XVIII e durante o século XIX. Férias, descanso semanal e aposentadoria não existiam. Para se protegerem em momentos difíceis, os trabalhadores inventavam vários tipos de organização – como as caixas de auxílio mútuo, precursoras dos primeiros sindicatos.
Com as primeiras organizações, surgiram também as campanhas e mobilizações reivindicando maiores salários e redução da jornada de trabalho. Greves, nem sempre pacíficas, explodiam por todo o mundo industrializado. Chicago, um dos principais pólos industriais norte-americanos, também era um dos grandes centros sindicais. Duas importantes organizações lideravam os trabalhadores e dirigiam as manifestações em todo o país: a AFL (Federação Americana de Trabalho) e a Knights of Labor (Cavaleiros do Trabalho). As organizações, sindicatos e associações que surgiam eram formadas principalmente por trabalhadores de tendências políticas socialistas, anarquistas e social-democratas. Em 1886, Chicago foi palco de uma intensa greve operária. À época, Chicago não era apenas o centro da máfia e do crime organizado era também o centro do anarquismo na América do Norte, com importantes jornais operários como o Arbeiter Zeitung e o Verboten, dirigidos respectivamente por August Spies e Michel Schwab.
Como já se tornou praxe, os jornais patronais chamavam os líderes operários de preguiçosos e canalhas que buscavam criar desordens. Uma passeata pacífica, composta de trabalhadores, desempregados e familiares silenciou momentaneamente tais críticas, embora com resultados trágicos no pequeno prazo. No alto dos edifícios e nas esquinas estava posicionada a repressão policial. A manifestação terminou com um ardente comício.
No dia 3, a greve continuava em muitos estabelecimentos. Diante da fábrica McCormick Harvester, a policia disparou contra um grupo de operários, matando seis, deixando 50 feridos e centenas presos, Spies convocou os trabalhadores para uma concentração na tarde do dia 4. O ambiente era de revolta apesar dos líderes pedirem calma.
Os oradores se revezavam; Spies, Parsons e Sam Fieldem, pediram a união e a continuidade do movimento. No final da manifestação um grupo de 180 policiais atacou os manifestantes, espancando-os e pontapeando-os. Uma bomba estourou no meio dos guardas, uns 60 foram feridos e vários morreram. Reforços chegaram e começaram a atirar em todas as direcções. Centenas de pessoas de todas as idades morreram.
A repressão foi aumentando num crescendo sem fim: decretou-se “Estado de Sítio” e proibição de sair às ruas. Milhares de trabalhadores foram presos, muitas sedes de sindicatos incendiadas, criminosos e gangsters pagos pelos patrões invadiram casas de trabalhadores, espancando-os e destruindo seus pertences.
A justiça burguesa levou a julgamento os líderes do movimento, August Spies, Sam Fieldem, Oscar Neeb, Adolph Fischer, Michel Shwab, Louis Lingg e Georg Engel. O julgamento começou dia 21 de Junho e desenrolou-se rapidamente. Provas e testemunhas foram inventadas. A sentença foi lida dia 9 de Outubro, no qual Parsons, Engel, Fischer, Lingg, Spies foram condenados à morte na forca; Fieldem e Schwab, à prisão perpétua e Neeb a quinze anos de prisão.
Mártires de Chicago:
Parsons, Engel, Spies e Fischer foram enforcados, Lingg suicidou-se na prisão.
No dia 11 de Novembro, Spies, Engel, Fischer e Parsons foram levados para o pátio da prisão e executados. Lingg não estava entre eles, pois suicidou-se.
Spies fez a sua última defesa:
"Se com o nosso enforcamento vocês pensam em destruir o movimento operário - este movimento de milhões de seres humilhados, que sofrem na pobreza e na miséria, esperam a redenção – se esta é a vossa opinião, enforquem-nos. Aqui terão apagado uma faísca, mas lá e acolá, atrás e na frente de vocês, em todas as partes, as chamas crescerão. É um fogo subterrâneo e vocês não poderão apagá-lo!"
Parsons também fez um discurso:
"Arrebenta a tua necessidade e o teu medo de ser escravo, o pão é a liberdade, a liberdade é o pão". Fez um relato da acção dos trabalhadores, desmascarando a farsa dos patrões com minúcias e falou de seus ideais:
"A propriedade das máquinas como privilégio de uns poucos é o que combatemos, o monopólio das mesmas, eis aquilo contra o que lutamos. Nós desejamos que todas as forças da natureza, que todas as forças sociais, que essa força gigantesca, produto do trabalho e da inteligência das gerações passadas, sejam postas à disposição do homem, submetidas ao homem para sempre. Este e não outro é o objectivo do socialismo".
Deixou-nos há 18 anos e faria 91 anos hoje se estivesss entre nós
Nasceu no ano de 1922 e faleceu a 3 de Dezembro de 1995.
Desde a sua partida que um grupo de amigos, encabeçados por Humberto Rosa a partir de 1996, tem vindo a organizar um jantar de confraternização, para lembrar e homenagear, na data do seu aniversário.
O FADISTA... O AMIGO
MANUEL DE ALMEIDA
Uma monobiografia já publicada neste blog pode ser consultada em: http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/60925.html
Amigo... amigo ...
Falava no outro dia
Alguém que sonhou contigo
E dizia
O Manel !!!
O Manel foi aquele que sonhei
A voz, a graça, a humildade
O fado
O fado do Manel foi o fado da verdade
O homem !!!
O homem ... recordamos com saudade
Foi o homem que eu sonhei
No sonho ...
No sonho sonhei contigo
Amigo ... amigo...
Euclides Cavaco:
Manuel de Almeida fadista
De rara voz detentor
Muito castiço e bairrista
Foi do fado embaixador.
Nasceu em berço alfacinha
Aos dez anos fez-se ao fado
Pelo talento que tinha
Foi fadista consagrado.
Da Tipóia grande amigo
Onde inicia a carreira.
Ao Forte de Dom Rodrigo
Se dedica de alma inteira.
No Lisboa à Noite actua
Pelos retiros dá brado
Muitas noites efectua
Em outras casas de fado.
Gravou discos, foi autor
Conquistou fama e glória
Do fado um grande Senhor
Digno de grata memória.
É honra do nosso fado
E credor do nosso apreço
Por ter ao mundo legado
Eu fadista me confesso !...
NOTA: (*) Observação referente ao título deste tema, que eu na altura de publicar não fiz o devido reparo e agora este amigo o António Cruz, teve a gentileza de me rectificar.
...Como admirador que sou de tudo o que se relaciona com o saudoso Manel, e durante umas pesquisas que efectuei, deparei-me com esta excelente página sobre ele, uma bonita homenagem na data em que teria completado 86 anos!
Resolvi intervir, não só para agradecer, como para corrigir um pequeno detalhe:
- Assim, o tema que ele canta no vídeo acima, da autoria do Armando Neves, tem o título de "Olhos fatais" e não de "A cor dos olhos", conforme se indica, tema que ele também gravou, na música do Fado Artilheiro, versos de Domingos Gonçalves Costa!
Como curiosidade, o tema "Olhos fatais”, foi gravado a primeira vez pelo seu saudoso avô, Alfredo Rodrigo Duarte, num disco de massa de 78 rpm, em fins de 1936. ...
Hino Nacional
A ideia de adoptar uma música como símbolo de um país só surgiu no século XIX. Anteriormente era costume escolher para as cerimónias oficiais um tema composto em honra do rei. No tempo de D. João VI, por exemplo, tocava--se o Hymno Patriótico de António Marcos Portugal.
Em 1834, depois da guerra civil e do triunfo dos liberais, o rei D. Pedro IV aprovou uma lei que declarava uma obra sua - o Hymno da Carta -como hino nacional. Manteve-se em vígor até à queda da monarquia.
Hymno Patriótico
Hymno da Carta
António Marcos Portugal
Eis, oh Rei Excelso
os votos sagrados
q'os Lusos honrados
vêm livres, vêm livres fazer
vêm livres fazer
Por vós, pela Pátria
o Sangue daremos
por glória só temos
vencer ou morrer
vencer ou morrer
ou morrer
ou morrer
0 NOSSO HINO NACIONAL TEM UMA HISTÓRIA
Quando se implantou a República mudaram os símbolos do país. O projecto da nova bandeira desencadeou grandes discussões e apareceram dezenas de propostas. Quanto ao hino não houve dúvidas. Toda a gente aprovou a escolha de A Portuguesa, que já existia e era cantada com fervor em homenagem ao povo português e à História de Portugal. Em 1890, no tempo do rei D. Carlos, os países europeus fizeram uma partilha do continente africano. Portugal pretendia obter todos os territórios entre Angola e Moçambique. A França e a Alemanha aprovaram a ideia, mas a Inglaterra opôs-se porque queria dominar o interior de África desde o Cairo (Egipto) ao Cabo (África do Sul).
Para obrigar Portugal a desistir, lançou um ultimato: ou o governo português mandava retirar imediatamente os exércitos que tinha naquela zona ou declarava guerra a Portugal. Na altura não havia possibilidade de enfrentar um país tão rico e poderoso; a única hipótese era ceder. Foi isso que o rei e os ministros fizeram.
O povo, porém, não aceitou, nem compreendeu e sentiu-se humilhado. Com que direito é que a Inglaterra fazia tais exigências, se os portugueses é que tinham sido os primeiros a navegar e a desembarcar naquelas paragens longínquas? Houve muitas manifestações de rua e muitos artigos nos jornais contra o ultimato, contra os ingleses, contra o governo e contra o rei. Houve quem pusesse a bandeira nacional a meía-haste em sinal de luto.
O compositor Alfredo Keil, indignado também, atirou-se ao piano e compôs uma espécie de marcha militar onde vibrava toda a sua raiva. Depois dirigiu-se a casa do poeta Henrique Lopes de Mendonça, que morava num quarto andar, subiu as escadas esbaforido e pediu-lhe uma letra que encaixasse naqueles acordes e desse voz à revolta que se gritava nas ruas. Trabalharam juntos alguns dias e logo que o poema ficou concluído deram-lhe o nome de A Portuguesa.
A primeira edição da música e texto íoi paga pelos próprios autores. Teve uma tiragem de 1 2 000 exemplares que esgotou imediatamente! A partir de então, nas ruas, nos cafés nos clubes, nos teatros cantava-se a toda a hora: «Heróis do mar, nobre povo...». E era a música de toda a gente. Os revolucionários republicanos tinham--Ihe um apreço especial porque, além do poema lembrar a História de Portugal sem nunca falar no rei, incitava ao combate. No dia 31 de Janeiro de 1891, quando saiu à rua a primeira tentativa de revolução republicana no Porto, os revoltosos berraram A Portuguesa a plenos pulmões. Depois da revolta abafada, a música foi proibida. Mas continuou a ser cantada às escondidas. Alíredo Keil passou o Verão de 1 890 em Vales, perto de Frazoeira. Durante essas férias fez uma adaptação da música para que pudesse ser tocada por uma banda, ninguém, nem ele sonhava que viria a ser adoptada como Hino Nacional.
A PORTUGUESA
1890 (versão original)
Letra: Henrique Lopes de Mendonça
Música: Alfredo Keil
I
Herois do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memoria,
Oh patria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela patria lutar!
Contra os Bretões marchar, marchar!
II
Desfralda a invicta bandeira,
À luz viva do teu céo!
Brade a Europa á terra inteira:
Portugal não pereceu!
Beija o teu sólo jucundo
O Oceano, a rugir de amor;
E o teu braço vencedor
Deu mundos novos ao mundo!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela patria lutar!
Contra os Bretões marchar!
III
Saudai o sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do resurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injurias da sorte.
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela patria lutar!
Contra os Bretões marchar!!
A PORTUGUESA - HINO NACIONAL
Com alterações feitas em 1957
Letra: Henrique Lopes de Mendonça
Música: Alfredo Keil
I
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
II
Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O oceano, a rugir d'amor,
E o teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
III
Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Ás armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
HINO NACIONAL
D. Afonso Henriques - O Conquistador
A CONQUISTA DE LISBOA
Lisboa tinham-na os Mouros
Quem havia de a conquistar
El-Rei D. Afonso Henriques
E os Cruzados a ajudar
Poêm cerco em toda a volta
Pela terra e pelo mar
Atacam por todas as portas
Por uma foram entrar
Vêm os Mouros ao combate
Oh. que forte batalhar
Tantos ferros, tantos golpes
Tanto sangue a espadanar
Vencem as armas de Cristo
Há mil bocas a gritar
Arraial por D. Afonso
Que Deus o Queira guardar
Sobem todos ao castelo
Suas bandeiras no ar
A bandeira da mourisma
Vai pelo chão a arrastar
Quatro bispos vão à frente
Vai El-Rei a comandar
Atrás vão os cavaleiros
Que bem sabem cavalgar
Todos juntos lá na cerca
Mãos erguidas a rezar
Dando graças ao Senhor
Que a vitória lhes quis dar
E lá na torre mais alta
Uma Cruz a assinalar
Que Lisboa é dos Cristãos
Que a souberam conquistar
Martin Moniz, foi um dos grandes herois que lutou ao lado de D.Afonso Henriques, vindo a morrer no cerco de Lisboa em 1147, quando num acto de sacrificio e de heroicidade se atravessou numa das portas do Castelo de S.Jorge , permitindo assim que os mouros a não pudessem fechar, dando assim oportunidade ás nossas tropas de concretizarem a invasão.
Miradouo de Stª Luzia, painel de azulejo mostrando o sacrificio de Martin Moniz
ao deixar-se entalar numa das portas do Castelo.
D. Afonso Henriques O 1º Rei de Portugal
Após a morte de D. Henrique de Borgonha, a mãe de D. Afonso Henriques, D. Teresa, ficou à frente do Condado Portucalense, mas ela era facilmente influenciável, aproveitando-se disso a família Peres de Trava.
No entanto, debaixo da influência do arcebispo de Braga D. Paio, D. Afonso Henriques opunha-se à forma como a sua mãe governava o Condado Portucalense.
Assim, ele armou-se cavaleiro por suas próprias mãos, no dia de Pentecostes de 1122, na catedral de Zamora.
Em Setembro de 1127, o rei de Leão D. Afonso VII invadiu Portugal, cercando o castelo de Guimarães onde se encontrava D. Afonso Henriques.
Foi aí que D. Afonso Henriques reafirmou a sua lealdade ao rei de Leão e conseguiu, não só fazer com que D. Afonso VII levantasse o cerco, como também que ele se tornasse seu aliado na luta contra D. Teresa.
Foi assim que, a 24 de Junho de 1128, próximo de Guimarães, as forças de D. Afonso Henriques defrontaram as forças de D. Teresa e levaram-nas de vencida na famosa batalha de São Mamede.
A partir daí, D. Afonso Henriques tomou os comandos do Condado Portucalense.
D. Afonso Henriques aliou-se sucessivamente a D. Afonso VII para reconquistar as terras mais a sul, com o objectivo de expulsar os muçulmanos. Estas conquistas e reconquistas de D. Afonso Henriques levaram-no até Leiria onde fundou o Castelo de Leiria.
Mais tarde, os muçulmanos ainda reconquistaram Leiria, mas com o apoio do rei de Leão, D. Afonso Henriques venceu novamente os muçulmanos na batalha de Ourique, sendo que, a partir desse momento ele passou a intitular-se como rei de Portugal.
Foto de Helder Pinto
Novo livro de poesias de Arminda Xavier, foi apresentado recentemente na autarquia de Silves, "Um pouco de mim"
Arminda Xavier deu-nos a honra de se associar na "Associação Cultural de Fado "O Patriarca do Fado"
Desde sempre que a sua poesia em forma de suspiros da alma, ora a preto e branco ora em ais coloridos como um arco-íris de sentimentos que reflectem os gemidos do seu coração ou da sua alma – podendo dizer-se que a sua poesia é feita duma simbiose de alegrias e tristezas que emergem de zonas incognoscíveis do seu eu mais profundo ou das vivências interiores e exteriores ou de algo mais, ainda por descobrir.
Este seu segundo livro não só vai ao encontro das interrogações da autora como vai fazer parte das reflexões da maioria dos leitores que se vão identificar com essa busca.
Prof. Herrero
Já com o livro em elaboração, veio à Ericeira, que não conhecia, e fez este lindo poema sobre o que viu e sentiu.
Ericeira - Este Mar Lindo
Estou escutando o teu falar
Tua voz forte e persistente
Que me convida a entregar
E entrar nas tuas águas livremente.
Olho ao longe e vejo gaivotas
Num esvoaçar completo de alegria
Falando entre si, com risotas
Agradecendo ao mundo este dia.
Vejo a espuma branca destas águas
Vejo a branca areia, onde me exponho
Cedo senti estas tristes mágoas
Tarde senti o viver dum sonho.
Vejo o cinzento céu que termina
E a luz deste mundo a que pertenço
Sinto perante esta grandeza, sou pequenina
Sinto a grandeza deste Céu imenso.
Sei que o mar e o Céu se misturam
Sei que tudo isto é obra de Deus
Acredito que todos os homens que torturam
Terão o retorno dos actos seus
Se eu fosse livre como a gaivota
Que corta o vento rumo ao infinito
Soltando gritos de alegria à solta
Olho a Natureza, tudo é tão bonito!
Só o homem que por amor Deus criou
À sua semelhança, e de verdade
Falhou na sua entrega, e desviou
Do caminho do valor, e lealdade
Recordamos a sua biografia e o seu primeiro livro.
Nasceu a 30 de Maio de 1953 em Santa Clara-a-aVelha.
Oriunda de uma família muito humilde e com cinco irmãos, cedo sentiu na alma as agruras da vida, ao perder a sua mãe quando tinha apenas 5 anos.
Cresceu junto do pai e dos irmãos mais velhos, mas dificuldades financeiras da família fizeram que só frequentasse a escola até à 2ª classe, facto que não a privou do seu gosto pelas letras e uma grande vontade de aprender.
Desde muito pequena que se sentia atraída pela música e pela acordeão, mas é na harmónica de beiços, instrumento que toca muito bem, embora desconheça as notas musicais, sendo muito admirada ao ponto de ser apelidada carinhosamente pelos amigos com "a gaitinha".
É uma mulher muito interessada no convívio humano, de fino trato, não volta as costas a colaborar na sociedade em que está inserida. Faz parte da direcção do Clube de Futebol de Silves.
Ao longo da sua vida tem escrito centenas de versos, os seus poemas são descrições dos seus sentimentos, queixumes, desilusões que reflectem os momento mais marcantes da sua vida.
É casada e tem três filhos.
Em 2009 numa edição se autor lança o seu primeiro livro de poemas a que deu o título de "Sentimentos", a que se reter afectuosamente como "o meu menino".
Alguns dos seus poemas já estão a ser cantados em Fado.
Arminda Xavier teve a gentileza de me ofertar um exemplar do seu livro, que me deveras enterneceu, pois para mim os seu versos são a descrição da sua vida, das suas alegrias e amarguras como se uma auto-biografia se tratasse.
Pedidos a : Arminda xavier8300 [armindaxavier53@hotmail.com]
AMIZADE
Que germina,ganha raiz
Quem não a tem, certamente
Dificilmente é feliz
Ganha raiz ao germinar
é algo que agente sente
Que faz o mundo girar
num agradável jantar
torna os humanos unidos
é mais fácil o caminhar
abrindo os braços á amizade
é meio caminho percorrido
ser amigo é ser verdade
Que o universo nos oferenda
São ouvintes,confidentes
Ter amigos é uma prenda
È uma prenda sem laços
não tem fita colorida
São presos pelos abraços
Que nos confortam a vida
Ama Lisboa... Escreve amando Lisboa...
Julieta Ferreira nasceu em Lisboa em 1952.
Desde criança sentiu uma grande paixão pela leitura e pela escrita.
Licenciou-se em Filologia Românica na Universidade de Lisboa.
Em 1983, emigrou para a Austrália, onde começou por trabalhar como tradutora e intérprete.
Em 1987 foi convidada para leccionar Língua e Cultura Portuguesa na Universidade de Queensland, Brisbane, onde se manteve até 1999.
Compilou e publicou um Curso de Língua Portuguesa para principiantes e organizou várias conferências para divulgação da História e Cultura de Portugal.
É muito entusiasta por tudo o que é português e, desde que tem estado ausente do seu país, tem apreciado ainda mais as suas origens, na sua visita a Portugal, em 2005, surgiu a inspiração para a escrita de “Regresso a Lisboa” concretizando assim um sonho antigo. Este seu primeiro romance, de carácter autobiográfico, é a expressão de um amor muito intenso pela pátria e, em particular, por Lisboa.
Em 2007, publicou o seu primeiro romance de ficção, “Sem ponto final”, assim como um livro de poesia, “Pedaços de mim”. Em 2010 voltou a publicar, "O Outro Lado do Silêncio"
in:http://julieta-ferreira.com/
ROSTO DO MEU POVO
Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.
Para Cesário, a cidade revelava-se melancólica e opressora. Era um espaço que o limitava e constrangia. Com vinte e cinco anos, nos finais do século dezanove, o poeta sente-se como que diminuído e oprimido pelo ambiente citadino. Existe nele uma ânsia de evasão que não consigo deixar de comparar ao melancolismo mórbido e alucinatório do rei-menino quinhentista.
Essa mesma tristeza profunda e patológica reaparece noutros autores, atingindo um ponto máximo na complexidade poética do mestre do século passado. Pessoa passeava pela cidade e sentia na alma a ‘negra bílis’ dos lisboetas.
Ah quanta melancolia!
Quanta, quanta solidão!
Aquela alma, que vazia,
Que sinto inútil e fria
Dentro do meu coração!
Há quem afirme que a melancolia se teria instalado, de forma definitiva, nos portugueses, a partir da nefasta e incongruente derrota em Alcácer Quibir. Ou então teria sido herdada dos Mouros e dos seus cânticos que permaneceram em Lisboa, depois da reconquista cristã. O Fado, de origem obscura, segundo algumas teorias, teria sido proveniente desses cânticos e daí o seu carácter dolente e melancólico. Seja como for, o certo é que a nostalgia, desilusão e resignação assaltam e invadem o nosso povo. Os poetas, melhor do que ninguém, entenderam esses sentimentos e expressaram-nos de formas variadas. Como eles, eu tenho sentido, na pele e na alma, esta maneira tão lusitana de sermos e estarmos no mundo. Mas, ao contrário de Cesário ou Pessoa, a cidade dispersa a minha melancolia e serena a minha nostalgia. Em mim, a desilusão surge da vontade de permanência, ao invés de fuga. E tão pouco me resignarei a um destino, enquanto continuar a acreditar nas infinitas leis do Universo e na minha inabalável determinação.
Ao palmilhar Lisboa, saboreando e sorvendo as nuances com que ela sempre me surpreende, em cada viela, praça ou esquina, eu vejo o rosto do meu povo. E vejo-o com esse vagar, emoção e deslumbramento, ausentes nas faces e vidas dos lisboetas. Pressurosos, desinteressados ou decepcionados, deixaram há muito de olhar a sua cidade e de se reconhecerem, dentro dela. Olho os pedintes de corpos chagados e andrajosos, na entrada das igrejas, e oiço as suas lamúrias. As mulheres prenhes e mal cheirosas, de criança chorosa, nos braços cansados. O homem de face enrugada e mãos calejadas que tacteia o lajedo com a bengala vacilante. Escuto o zunido dos homens, discutindo futebol e bebericando ginjinha, no Largo de São Domingos. Observo os velhos, aos magotes, de chapéu às três pancadas, atentos ao naipe de cartas, pés pesados sobre o relvado, no centro da Alameda.
É meu e vosso este fado
Destino que nos amarra
Por mais que seja negado
Às cordas de uma guitarra
Sempre que se ouve o gemido
De uma guitarra a cantar
Fica-se logo perdido
Com vontade de chorar
Ó gente da minha terra
Agora é que eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que a recebi
Regresso sempre a Lisboa com a mesma e renovada fascinação, que porventura teria trazido Ulisses de volta, seduzido pela doçura e claridade deste pedaço de terra, no jardim da Europa, à beira-mar plantado.
Esta é uma cidade que deve ser vista a pé. Deve ser sentida no pisar firme das suas pedras de calcário e granito, no cheirar cativo dos seus aromas que se misturam numa simbiose invulgar, no olhar demorado pelas suas fachadas seculares, na contemplação envaidecida dos seus bairros sem igual e no apreciar da sua luz que nos aquece por dentro.
Por toda a parte nos deparamos com contrastes, onde o passado se afirma constantemente, remetendo-nos para épocas gloriosas e feitos singulares. Nos azulejos, pelos miradouros, ou nas estátuas de mármore ou bronze a eternizar os que se distinguiram nas letras ou artes e nos deixaram um espólio riquíssimo, eu continuo a ver e a venerar o rosto multifacetado do meu povo. Sinto orgulho em ser portuguesa e em ter nascido nesta cidade!
Mais sobre Julieta Ferreira neste blogue:
Ficha Técnica:
Imagem , montagem e sonorização: Vítor Duarte Marceneiro
Execução musical por: José Nunes
Temas: Lisboa -música de Raúl Ferrão para o poema de Artur Ribeiro
Rosinha dos Limões - Música de Artur Ribeiro
Lisboa não sejas Francesa - Raúl Ferrão
O FADO EM DIVULGAÇÂO