Nasceu a 5 de Janeiro de 1948, no Bairro da Mouraria, em Lisboa.
O seu avô paterno, sócio e dirigente de várias Colectividades lisboetas, iniciou-o no fado, com três anos de idade, participou num concurso infantil na “Casa das Beiras” tendo ficado em 2.º lugar e foi assim que começou a preparar-se para uma carreira artística, que o levaria aos 10 anos de idade, a estrear-se na televisão, cantando nas matinés infantis, tendo sido na época o mais jovem cantor a actuar na televisão portuguesa.
Aos doze anos, começou a cantar no "SOLAR DA HERMÍNIA", onde esteve a actuar durante mais de uma década.
Com quinze anos, conheceu o grande locutor Victor Marques, que lhe proporcionou a sua primeira gravação para a Rádio Renascença.
Em 25 de Abril de 1964, no então Pavilhão dos Desportos, se estreou-se como profissional, tendo sido convidado para actuar no espectáculo comemorativo das “Bodas de Prata” do famoso Marques Vidal.
Em 1965, foi o artista mais novo a actuar no Casino Estoril, como também foi o artista mais jovem a pertencer aos quadros da Emissora Nacional, tendo participado em vários programas, incluindo diversos “Serões para Trabalhadores”. Ainda em 1963, gravou o seu primeiro Disco para a etiqueta Alvorada.
Durante a sua carreira gravou 22 discos para diversas editoras: Alvorada, Estúdio, Valentim, Polygram ,Tecla, Discossete, Orfeu e Metro-Som.
Ao longo da sua carreira actuou em diversas casa de fados em Lisboa e Porto, destacando-se: “O Faia", "Adega Machado", "Solar Da Hermínia", "Parreirinha de Alfama", "Nau Catrineta", “O Poeta", "A Toca de Carlos Ramos", "Tipóia", “A Viela", entre muitos outros, e em diversos Casinos, com destaque para os do Estoril, Póvoa de Varzim, Figueira da Foz e Armação de Pêra. Substituiu o seu pai Tristão da Silva, vários dias, na Revista "Férias em Lisboa" no Teatro Monumental.
Em 1993, actuou em New Bedford, numa homenagem que lhe fizeram a propósito da sua carreira artística.
Ao Longo da sua carreira actuou em grandes espectáculos ao lado de artistas famosos como: Charles Aznavour, Gilbert Bécaud, Sylvie Vartan, Joselito, Cliff Richardes, Roberto Carlos, Nelson Ned, Julie Andrews ( no Radio City Hall, em Nova Iorque) , Louis Armstrong (no Casino da Madeira), entre outros.
Na sequência de um grave acidente de viação, que lhe provocou cegueira temporária, e que o impediu de actuar, foi forçado a retirar-se da vida artística profissional, tendo-se tornado bancário, profissão da qual se aposentou em 1998.
Em 1999 regressa à actividade profissional, tendo gravado o disco "Posso Viver de Saudade” que atingiu a 5ªedição.
É de assinalar que participou no CD "Vedetas do Fado 2", como principal vedeta.Participou em muitos programas televisivos de grande audiência, nos quatros Canais da Televisão Portuguesa, na televisão Brasileira, Americana e Canadiana. Ao longo da sua Carreira já realizou espectáculos, não só em Portugal Continental, nos Açores e na Madeira, mas também em Espanha, França, Inglaterra, Canadá, Estados Unidos da América, Jamaica, Brasil e Angola.
No ano 2000, foi o artista português que mais discos vendeu nas Comunidades Portuguesas do Rio de Janeiro, tendo sido galardoado com o título de melhor artista português do ano. Em 2004, gravou o seu último trabalho discográfico: "Lisboa, Tejo e Céu" que atingiu assinalável sucesso. Depois de um problema de saúde, em 2012 retomou a sua carreira artística.
(Texto cedido pelo próprio)
Sou amigo e admirador do Tristão da Silva Jr. como fui de seu pai com quem tive a honra de cantar na reabertura do Café Luso, quer meu avô e meu pai tinham por ela uma amizade e estima. Cantámos juntos em várias colectividades e brevemente para minha satisfação aceitou o meu convite para abrilhantar no dia 8 de Junho em Figueiros no Cadaval a primeira noite de Fados organizada pela Associação Cultural de Fado "O Patriarca do Fado" e em 29 de Junho no Largo da Igreja de Santa Isabel no Bairro de Campo de Ourique em Lisboa.
Tristão da Silva Jr. canta:
"Viela"
Letra de Guilherme Pereira da Rosa
Música Fado Cravo de Alfredo Marceneiro
A primeira vez que Alfredo vai ouvir cantar o fado, em recinto adequado, foi na Rua do Poço dos Negros, no Beco dos Carrascos, onde actuavam conhecidos fadistas de então que, por serem gente de trabalho, cantavam por amor à arte. Os acompanhamentos musicais nessa época eram feitos ao piano, com bandolim, ou com guitarras.
Mas foi no «14» do Largo do Rato, antiga casa de jogo e que o dono transformou em «cabaret» quando os jogos de azar foram proibidos, que o jovem Alfredo começou a ser mais conhecido no meio fadista, sendo frequentemente convidado a cantar alguns «fadinhos», cujos versos ele mesmo improvisava. Outros versos que também cantava, letras de qualidade literária e poética muito fracas, eram adquiridos nos quiosques pelo preço de um vintém.
Aqui travou conhecimento com alguns dos poetas populares e grandes fadistas de nomeada daquela época, nomeadamente, o Britinho, estucador, o Soares, do Intendente, o Júlio Proença, estofador, o João Mulato, o Chico Viana, o Jorge, caldeireiro, o Fernando Teles e tantos outros, todos peritos de Fado, que não tardaram em ver no jovem Alfredo um verdadeiro fadista. Como manifestação desse reconhecimento começaram a dar-lhe algumas das suas criações poéticas para que ele as cantasse.
O fado era uma canção de revolta e/ou de amor. Era a história do operário que ficava sem uma perna, sem um braço, ou que era despedido e ficava na miséria, era a história da rapariga que vinha do campo e se perdia nas vielas, era a história do órfão abandonado. Era também a história do amor inflamado pela esperança ou pela desilusão.
É certo que havia letras de fados bastante «lamechas», mas Alfredo tinha a intuição natural de saber escolher de entre os melhores poemas que os poetas da altura escreviam, utilizando sempre o seu dom de bem-dizer e de correctamente dividir as orações gramaticais, o que decerto contribuiu, a par com o seu estilo musical, para a sua enorme popularidade.
As deambulações pelos retiros de Fado continuam e certo dia foi convidado para uma «patuscada» no Carioca da Trindade, mais conhecido por "Coimbra", situado no Largo da Abegoaria, hoje Largo Rafael Bordalo Pinheiro. Alfredo cantou e foi aplaudido com bastante entusiasmo, tendo havido alguém que, quando ele cantou o "Fado Dois Tons", com invulgar sentimento, não resistiu a ir abraçá-lo e, com os olhos rasos de lágrimas, apresentando-se, disse:
— Você não me conhece, mas de hoje em diante faço questão de ser seu amigo, pois comoveu-me profundamente ouvi-lo cantar. Chamo-me Manuel Rêgo, sou poeta, escrevo letras para fado e terei muito gosto em dar-lhe alguns dos meus poemas.
Assim começou uma amizade que durou anos, tendo Manuel Rêgo escrito para Alfredo Duarte alguns poemas para o seu repertório.
Quando Manuel Rêgo adoeceu, logo Alfredo, com outros elementos, lhe organizou uma festa de solidariedade, como homenagem ao poeta e amigo.
E num dia, que nunca mais esqueceu, disseram-lhe que o seu amigo Manuel Rêgo tinha falecido, vítima de uma «galopante». Sucumbido com a notícia, que lhe parecia inacreditável, Alfredo ficou de tal forma sentido que durante dois dias não saiu de casa.
Quando voltou à oficina, decidiu fazer uma cruz em madeira e foi ao cemitério colocá-la na campa onde jazia o amigo. Era uma homenagem singela, mas não a última pois continuou pela vida fora homenageando-o ao cantar os seus versos e, acima de tudo, mantendo-o bem vivo na sua memória, tal como vezes sem conta o referiu.
Eis o exemplo de um de fado, considerado patriótico, mas do género do que se escrevia após a primeira Grande Guerra Mundial.
" ASSOMO DA RAÇA "
Enquanto o Mundo, cobarde,
Precipita com rancor
Numa trágica odisseia,
Na escola, ao cair da tarde
O velhinho professor
Fala aos rapazes da aldeia!
«Sabeis vós o que é a guerra,
«Essa hecatombe terrível
«De que fala todo o Mundo?
«É ver os homens, na terra,
«Em luta medonha, horrível,
«Num ódio torvo e profundo!
«Vai-se p´ra a guerra contente,
«Patriotismo exaltado
«Na fé baixa da vingança!
«Mas, regressa-se descrente,
«Cego, doido ou mutilado,
«Velho, até, se foi criança...
«Contra a guerra e contra tudo
«O que no mundo a consente!
Brada o professor por fim;
Mas o CHICO miúdo,
Uns quatro palmos de gente
Levantou-se e disse assim:
«Seja a Guerra obra do mal,
«Duro flagelo, não nego,
«Diga-se o que se disser...
«Se alguém quiser Portugal
«Fique mutilado ou cego
«Eu tenho de defender!
E o gesto desse rapaz,
Que oito séculos de História
Obrigavam a falar,
Mostrou bem do que é capaz
O Povo de maior Glória,
LIVRE NA TERRA E NO MAR
© Vítor Duarte Marceneiro in “Recordar Alfredo Marceneiro”
A CASA DA MARIQUINHAS
Foram muitos os temas que Alfredo Marceneiro cantou, mas, de entre todos eles, houve um que teve grande êxito com versos da autoria do grande jornalista e poeta Silva Tavares e que foi, aliás, considerado o "ex-libris" das suas criações, " A Casa da Mariquinhas".
Todos os que o escutavam, eram unânimes em afirmar que os versos que Silva Tavares escreveu, quando cantados pelo Alfredo, "viam imagens reais". Marceneiro, numa ideia genial, decide demonstrar a todos que, também no seu ofício, é um mestre e na escala de 1/10 constroi em madeira a Casa da Mariquinhas, recriando todos os pormenores que são descritos nos versos do fado.
Alfredo Marceneiro canta
A Casa da Mariquinhas
"CASA DA MARIQUINHAS"
É numa rua bizarra
A casa da Mariquinhas
Tem na sala uma guitarra
Janelas com tabuínhas.
Vive com muitas amigas
Aquela de quem vos falo
E não há maior regalo
De vida de raparigas
É doida pelas cantigas
Como no campo a cigarra
Se canta o fado á guitarra
De comovida até chora
A casa alegre onde mora
É numa rua bizarra
Para se tornar notada
Usa coisas esquisitas
Muitas rendas, muitas fitas
Lenços de cor variada
Pretendida e desejada
Altiva como as rainhas
Ri das muitas, coitadinhas
Que a censuram rudemente
Por verem cheia de gente
A casa da Mariquinhas
É de aparência singela
Mas muito mal mobilada
No fundo não vale nada
O tudo da casa dela
No vão de cada janela
Sobre coluna, uma jarra
Colchas de chita com barra
Quadros de gosto magano
Em vez de ter um piano
Tem na sala uma guitarra
Para guardar o parco espólio
Um cofre forte comprou
E como o gás acabou
Ilumina-se a petróleo
Limpa as mobílias com óleo
De amêndoa doce e mesquinhas
Passam defronte as vizinhas
Para ver oque lá se passa
Mas ela tem por pirraça
Janelas com Tabuinhas
O tema " A Casa da Mariquinhas ", teve tal êxito, que levou outros poetas a se basearem nele, Linhares Barbosa, Carlos Conde e Dr. Lopes Victor, compondo outras versões igualmente cantadas por Marceneiro:
O poeta João Linhares Barbosa, escreveu:
Vítor Duarte Marceneiro canta
O Leilão da Mariquinhas
O LEILÃO DA MARIQUINHAS
Ninguém sabe dizer nada
Da famosa Mariquinhas
A casa foi leiloada
Venderam-lhe as tabuinhas
Ainda fresca e com gagé
Encontrei na Mouraria
A antiga Rosa Maria
E o Chico do Cachené
Fui-lhes falar, já se vê
E perguntei-lhes, de entrada
P´la Mariquinhas coitada?
Respondeu-me o Chico: e vê-la
Tenho querido saber dela
Ninguém sabe dizer nada.
E as outras suas amigas?
A Clotilde, a Júlia, a Alda
A Inês, a Berta e a Mafalda?
E as outras mais raparigas?
Aprendiam-lhe as cantigas
As mais ternas, coitadinhas
Formosas como andorinhas
Olhos e peitos em brasa
Que pena tenho da casa
Da formosa Mariquinhas.
Então o Chico apertado
Com perguntas, explicou-se
A vizinhança zangou-se
Fez um abaixo assinado,
Diziam que havia fado
Ali até de Madrugada
E a pobre foi intimada,
A sair, foi posta fora
E por more de uma penhora
A casa foi leiloada.
O Chico foi ao leilão
E arrematou a guitarra
O espelho a colcha com barra
O cofre forte e o fogão,
Como não houve gambão
Porque eram coisas mesquinhas
Trouxe um par de chinelinhas
O alvará e as bambinelas
E até das próprias janelas
Venderam-lhe as tabuinhas.
As cegadas eram a maior diversão popular da época e até meados de 1926 constituíram a febre máxima da gente humilde
Em 1908, com dezassete anos, consegue almejar o seu grande sonho: sair numa cegada.
O papel que lhe é dado não é de grande destaque, pois os principais personagens são entregues aos mais experientes.
Como nas cegadas não era permitido a actuação de mulheres, este seu primeiro papel é de "travesti". Esta cegada foi adaptada de um filme mudo com o título " O Duque de Guise", pelo poeta popular Henrique Lajeosa, fazendo Alfredo o papel de amante do Duque.
Noutras cegadas entrou, mas a que mais o celebrizou, na época foi da autoria do grande poeta popular Henrique Rêgo, intitulada "Luz e Sapiência", que tinha como conceito poético um despique entre dois personagens: um Toureiro e um poeta — dois tipos diferentes de arte —, em que o poeta compara o matador de touros a um simples magarefe. No papel do poeta, Alfredo atingiu grande êxito, emocionando todos quantos o ouviram. É de realçar que, até ao fim dos seus dias, Alfredo Duarte ainda era capaz de recitar, não só todo o seu papel nesta cegada, como o dos outros intervenientes.
Alfredo teve sempre o gosto pela arte de representar e gostaria de ter sido actor profissional, mas a vida reservou-lhe outro destino. No entanto, ainda chegou a pisar um palco de teatro, só que ligado ao Fado, através da sua participação na opereta "História do Fado", que teve lugar no Coliseu dos Recreios, contracenando com Beatriz Costa e Vasco Santana.
© Vítor Duarte Marceneiro in “Recordar Alfredo Marceneiro”
Maria Margarida de Paula Bessa , nasceu em Lisboa.
Licenciada em Germânicas, Margarida Bessa começou por cantar em festas de amigos, m até que um destes, fez chegar à RTP uma cassete gravada em casa, foi o passaporte para concorrer ao Grande Prémio do Fado RTP em 1993, que venceu “exequo” com Luís Almada.
Exerceu o cargo de directora de marketing da Effem em Lisboa, mas a música falou mais alto, e decidiu optar pela carreira de fadista a partir do ano de 1995.
Edita em 1995 o seu primeiro álbum, o segundo álbum foi editado em 1997, em 2005, surge um CD, onde canta poemas de José Niza, que incluí 13 temas e Niza assina além de "Nocturnos", "Um olhar sobre Lisboa" (Maluda) que Margarida Bessa interpreta na música do Fado Franklin.
Acerca da fadista José Niza salienta o "belo timbre" e a "voz diferente", o que lhe dá "uma expressão e uma forma própria de cantar" onde se notam "algumas referências de Maria Teresa de Noronha".
Hoje divulga o seu repertório entre espectáculos e gravações, sempre com o maior acolhimento do público.
A sua grande paixão para além da música é a protecção aos animais domésticos abandonados.
(texto da própria)
Video-Clip, Martgarida Bessa canta:
Lisboa Vai, Lisboa Vem
MARIA ARGENTINA PINTO DOS SANTOS, nasceu em Lisboa, na Mouraria (freguesia do Socorro), a 6 de Fevereiro de 1926.
Desde 1950 que se mantém à frente do seu restaurante típico “A Parreirinha de Alfama”, também conhecida antigamente com (Cantinho da Amália), sendo considerada uma excelente cozinheira.
Argentina Santos só iniciou a sua carreira artística depois da abertura do seu restaurante, cantando com sucesso para os frequentadores da casa. De facto, graças à autenticidade das suas interpretações e a um estilo muito pessoal, logo se impôs como uma das mais dotadas e prometedoras fadistas da época, tornando-se desde então, muito apreciada como intérprete do fado clássico, na linha das cantadeiras afamadas do passado.
Pela Parreirinha de Alfama passaram as mais consagradas cantadeiras de fado, aliás as paredes estão decoradas com molduras com as fotos de todas elas. Homens só Marceneiro e Júlio Peres.
Os fados As Duas Santas (letra de Augusto Martins e música do Fado Franklin) e Juras (letra de Alberto Rodrigues e música de Joaquim Campos) foram, entre outros, grandes êxitos seus.
Gravou o seu primeiro disco em 1960 cantando conhecidas composições como Chafariz do Rei, Quadras (de António Botto), Naquela Noite, Em Janeiro, Amar Não é Pecado, Dito por Não Dito, Passeio Fadista, A Grandeza do Fado, Não Me Venhas Bater à Porta, Mágoas Com a Vida, Reza, Quadras Soltas e Os Meus Passos.
Tendo-se embora confinado às suas actuações na Parreirinha de Alfama e a uma ou outra intervenção em festas públicas e particulares, Argentina Santos não deixou, por isso, de se tornar conhecida e apreciada como cantadeira castiça.
Nas últimas décadas tem tido umas deslocações ao estrangeiro, onde também tem agradado.
Na 1º Gala dos *Prémios Amália Rodrigues, foi agraciada com o prémio carreira.
Em 2011 Argentina Santos, retira-se para a Casa do Artista.
Argentina Santos e Alfredo Marceneiro
Anúncio da "Parreirinha de Alfama" no Jornal a Voz de Portugal de Janeiro de 1959
em que se verifica que se apelidava também de (Cantinho da Amália)
Berta Cardoso, Alfredo Marceneiro, Lina Maria Alves (a fadista que há mais anos foi residente na Parreirinha) e o guitarrista Acácio Gomes
Caricatura de Argentina Santos da autoria
do Dr. Francisco Faria Pais
oferecida à Associação Cultural de Fado "O Patriarca do Fado"
Protegida por Direitos Autorais
Argentina Santos, entrou no filme "Fados" interpretando um "Fado Menor" .
Para a feitura do referido filme o erário público contribuiu com um milhão de euros, para considerar este apoio como de interesse de Lisboa, do Fado e de Portugal a EGEAC, fez várias exigências, destaco só os seguintes considerandos:
Há indicações que o filme foi visto por milhares de pessoas, foram includivé editados mais de 11.000 DVD, (não foram pagos os direitos de autor nem os direitos conexos).
Pergunto a quem viu o filme?.
Para além das imagens que são utilizadas em sistema de "chroma key" e só nos dois "telediscos" de CC, que poderão ou não identificar Lisboa, onde está a promoção á cidade?!
Em que locais da cidade foram feitas todas as filmagens, que como parece tinha sido acordado, inclusive sabe-se que acabou por ser montada nos estúdios em Madrid, uma réplica da "Casa de Fados" que havia no Museu do Fado, onde actuaram os outros intervenientes?!
Haverá mais perguntas a fazer, muitas mais, e não tenho dúvidas que venham a ser feitas, nomeadamente se o erário público já recuperou o dinheiro empregue face ao êxito apregoado do Filme, e já afirmado em jornais, que o investimento já estava recuperado e dar lucro... veremos.
Aqui estou a apresentar o videoclip inserido no filme em que a Argentina Santos canta... pasme-se, sobre um fundo de cor em imagem parada com 4 planos, ao invés do que a própria já confessou, e é de todo sabido, que seria filmada a cantar na sua casa " A Parreirinha de Alfama"!
Não uso toda imagem movimento, e uso só quatro "imagens fixas" exemplificativas de cada um dos planos.
Como é possível que os cineastas deste país estejam calados com tudo isto?
Como é possivel que alguém diga que este filme divulga Lisboa, que o Fado na sua essência, mormente o valor dos fadistas que nele entraram?
Quadro do Mestre Real Bordalo da Igreja de Nossa Senhora da Saúde
(1) Vista da Procissão da Senhora da Saúde em desfile na Rua da Madalena
(2) O andor com a imagem de Nossa Senhora da Saúde
Ver complemento em:
http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/159397.html
Alfredo Marceneiro canta
Há Festa na Mouraria
na versão de António Amargo
HÀ FESTA NA MOURARIA
Letra de: António Amargo
Desde manhã os fadistas
Jaquetão calça esticada
Se aprumam com galhardia
Seguem as praxes bairristas
É data santificada
Há festa na Mouraria
Toda aquela que se preza
De fumar falar calão
Pôr em praça a juventude
Nessa manhã chora e reza
É dia da procissão
Da Senhora da Saúde
Nas vielas do pecado
Reina a paz tranquila e santa
Vive uma doce alegria
À noite é noite de fado
Tudo toca tudo canta
Até a Rosa Maria
A chorar de arrependida
A cantar com devoção
Numa voz fadista e rude
E aquela Rosa perdida
Da Rua do Capelão
Parece que tem virtude
A versão de Gabriel de Oliveira que também foi composta para o repertório de Alfredo Marceneiro, e que foi gravado por Amália Rodrigues
Video-Clip de Amália a cantar
Senhora da Saúde - Há Festa na Mouraria
Video postado por Américo Pereira
Cheira bem. Cheira a Lisboa... e Digam lá que Lisboa não é a cidade mais cantado do Mundo, mas não confundam, como os que tudo fizeram para matar este projecto, NÃO É A CANÇÃO MAIS CANTADA SOBRE UMA CIDADE NO MUNDO, PORQUE ESSA É " NEW YORK" DE FRANK SINATRA.
MAS A CIDADE COM MAIS POEMAS NO MUNDO È LISBOA E CONSEQUENTEMENTE A MAIS CANTADA.
Este bogue está a atingir um milhão de visitantes, com cerca de mil páginas editadas, que diáriamente são consultadas a uma média de quatrocentas, em TODA A PARTE DO MUNDO.
Não resta dúvidas a ninguém que eu AMO LISBOA, e os que tudo têm feito para que LISBOA não esteja no GUINNESS WORLD OF RECORDS, com este triunfo, desenganem-se.
Video de Wendy Nazaré & Pop´s
O 1º Domingo do mês de Maio, foi convencionada ser o dia da mãe.
Em tempos de crise, como os que estamos a passar, mais difícil é para muitas mães, mas também para os pais, mas temos que torcer para que tudo se venha a recompor.
Saúdo as mães e mulheres de todo o mundo
Alfredo Marceneiro canta com música de sua autoria
e versos de Henrique Rego
AMOR DE MÃE
Maria das Dores e Vítor Duarte
MÃE... com três letras apenas se escreve esta palavra, tal como PAI..., são palavras pequenas, mas como alguém já escreveu, são aquelas que na VIDA, um maior significado têm.
Minha mãe partiu com 25 anos, tinha eu cinco anos, mas quando eu já sabia escrever, era à minha saudosa avò Maria, que eu escrevia uma mensagem de amor de filho, como se da minha mãe se tratrasse.
Este dia que foi durante muitos anos comemorado nos dias 8 de Dezembro.
Saúdo as mães de todo o Mundo, com especial carinho para aquelas que acabam por passar os seus últimos dias de vida, ou sós nas suas casas, ou em lares, e tantas vezes esquecidas e desamparadas.
A solidão é muito triste, mas como deve ser angustiante a solidão de uma mulher que pariu um filho, ou que o criou, e no fim da vida estar só e abandonada, por esse próprio filho.
Cito estes versos de um poema da autoria de Linhares Barbosa e celebrizado por Fernando Farinha.
P´las mãos de minha mãezinha
Andei nos tempos de então
Hoje com está vélhinha
É ela que anda p´la minha
Faço a minha obrigação
De Henrique Rego.
DA MULHER DESVENTURADA NINGUÉM FUJA
SE ELA ACASO UM FILHO TEM,
DEIXÁ-LA SER DESGRAÇADA
PORQUE A DESGRAÇA NÃO SUJA
O SANTO AFECTO DE MÃE
De Eugénio de Andrade o poema "MÃE", num Video-Clip
Produzido por Estúdios Raposa
Poema dito pelo meu meu amigo Luís Gaspar
Também com muito gosto tenho o prazer de vos apresentar dois poemas de dois amigos sobre o tema "MÂE"
Mãe
por Maria da Luz
Sinto falta de ti mãe
Do calor do teu colo
Onde me acolhias e me fazias
Sentir que o mundo estava todo ali
E me protegias
Sinto falta de ti mãe
Quando me abrias os braços
E eu para ti corria feliz
Inocente menina
Sinto falta de ti mãe
Quando me falavas baixinho
E eu adormecia pensando que ouvia
A voz de um anjo
Sinto falta de ti mãe
Agora que no teu peito
Me queria esconder da vida
E contar-te os meus segredos
As minhas dores
Sinto falta de ti mãe
Ter as tuas mãos no meu rosto
Os teus beijos secando minhas lágrimas
A tua voz dizendo palavras doces
Embalando a tua menina
Agora mãe
Como eu queria que me abrisses os braços
Quais asas de um anjo que me levasse
Ao encontro de um outro anjo que me espera
E a ele me entregasses
E eu pudesse estar de novo em paz
Acreditar que era verdade
Quando me dizias, que tudo estava bem
E eu era feliz
Do meu amigo Júlio Dias, que ao enviar-me este poema, não escondia o seu orgulho dizendo: Sabes Vítor a minha mãe foi uma das últimas varinas, que percorreu com a sua canastra à cabeça as ruas da nossa Lisboa, apregoando ...Oh. Viva da Costa...
ATÉ AMANHÃ MINHA MÃE
por Júlio Dias
A TUA VIDA FOI SER VARINA,
COMEÇAS-TE DE PEQUENINA,
NO MERCADO DA RIBEIRA,
ENTOAVAS O TEU PREGÃO,
PARA PODERES GANHAR O PÃO,
POR ESSA LISBOA INTEIRA!
FOSTE ENVIADA POR DEUS,
AMASTE TODOS OS TEUS,
COM AMOR E DEVOÇÃO
E, NA HORA DA PARTIDA,
ÉS A MÃE MAIS QUERIDA,
GUARDADA NO MEU CORAÇÃO!
OBRIGADO MINHA MÃE,
QUE SOUBESTE SER ALGUÉM,
NUMA VIDA SÃ,
O TEU CAMINHO EU SIGO,
UM DIA IREI TER CONTIGO,
BOA NOITE E ATÉ AMANHÃ!