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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Segunda-feira, 30 de Dezembro de 2013

FELIZ ANO 2014

SAÚDO OS POVOS DE TODO O MUNDO

SAÚDO OS NOSSOS COMPATRIOTAS QUE FORA FORÇADOS A EMIGRAR

PAZ NA TERRA AO HOMENS DE BOA VONTADE

 

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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
Viva Lisboa:
publicado por Vítor Marceneiro às 00:00
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Sábado, 28 de Dezembro de 2013

LUÍSA BASTO

Luísa Basto nasceu em 1947 na aldeia de Vale de Vargo, perto de Serpa.
Em Fevereiro de 1974 está em Paris para ficar mas regressa a Portugal no dia 3 de Maio após a Revolução dos Cravos.

Foi estudar canto e música para o Instituto Superior de Música do Estado, em Moscovo.
Ainda universitária gravou o seu primeiro disco, acompanhada pela Orquestra da Rádio e Televisão Soviética (Ecran Azul), com música de Fernando Lopes Graça e poemas de Manuel Alegre. Aparece aqui uma primeira versão de "Avante Camarada".
Em Fevereiro de 1974 está em Paris para ficar mas regressa a Portugal no dia 3 de Maio após a Revolução dos Cravos.
Luísa Basto grava nova versão de "Avante Camarada" para a editora Sassetti (Zip Zip 30064/S) com arranjos e direcção de Pedro Osório.
Com João Fernando grava o single "Pela Paz".
Participou em duas peças musicais de Ary dos Santos. Em 1977 vai ao Festival da Eurovisão com o grupo Os Amigos.
Em 1981 é gravada uma nova versão de "Avante Camarada" com uma orquestra de 25 figuras e as vozes de Luísa Basto, Carlos Alberto Moniz, Carlos Mendes, Fernando Tordo, Maria do Amparo, Samuel e de Pedro Osório.
Em 1994 foi agraciada pela Câmara Municipal de Almada com a Medalha de Ouro de Mérito Cultural. Grava um disco de homenagem a Romeu Correia.
Em 1996 grava "Tema De Amélia" para a telenovela "Roseira Brava" da RTP.
Lança um novo disco em 1997 para a editora Movieplay: "Fado". Inclui uma versão de "Povo Que Lavas No Rio", "Fui hoje ao Alentejo" de Eduardo Olímpio e Paco Bandeira, entre outros.
A convite de Filipe La Féria participou em algumas actuações do musical "Amália", onde interpretava a figura principal.
O disco "Alentejo" foi editado em 2006 pela Câmara Municipal de Serpa e inclui dez temas sobre o Alentejo, suas raízes e realidades. Em 2006 apresentou-se ao vivo na Festa do Avante onde comemorou trinta anos de carreira.
Gravou poemas de Eugénio de Andrade, José Gomes Ferreira, Manuel da Fonseca, Florbela Espanca, João Fernando, entre outros
   
Discografia:
Canções Portuguesas - Melodia - 1967 -
Avante/Hino da Juventude Democrática - Zip-Zip/Sassetti - Single - 1974
Pela Paz/Foi Com Força (com João Fernando) - Single
Gostar de Ti/Assim Como Quem Nasce - TLD (TLS 019) - Single
Caminho e Canto - Telectra - LP
Canta Romeu Correia - LP
Fado - Movieplay - CD - 1997
Alentejo - CM Serpa - CD - 2006
in: Wikipédia
 
Luísa Basto
canta:  A Noite de Lisboa
Letra de Nuno Gomes dos Santos e música de Paulo de Carvalho
 
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música: A Noite de Lisboa
Viva Lisboa:
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Terça-feira, 24 de Dezembro de 2013

BOAS FESTAS E FELIZ 2014

Alfredo Duarte Jr.
Canta: Aí vem o Natal
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Viva Lisboa: BOAS FESTAS E FELIZ 2014
música: Aí Vem o Natal
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Sábado, 21 de Dezembro de 2013

ALFREDO DUARTE JÚNIOR

No dia 23 de Dezembro faria 89 anos, o meu saudoso pai ALFREDO DUARTE JÚNIOR, em sua memória volto a apresentar este video-clip, em que ambos cantamos ao desafio o dueto "A Lucinda Camareira"  com letra de Henrique Rego e música de meu avô "Fado Bailarico" (este Fado também esteve em tribunal nos anos sessenta, pois havia um um individuo que se intitulava autor do mesmo, perdeu acção e a razão, mas outros mais virão).

 

 

Pai  não fazes parte dos paineis das vaidades nem das palestras dos doutorados, mas pertençes a uma geração que ficará na história do Fado da qual fazes parte integrante, e como tal nunca serás esquecido....

 

Dueto " A Lucinda Camareira"

(Pai e Filho)

Alfredo Duarte Jr. & Vítor Duarte

 

 

 Recebi do meu amigo Francisco Pintéus (*), esta missiva sobre meu pai, que publico com muito gosto,  e deveras agradecido.

 

Tenho de Alfredo Duarte Júnior uma memória afectiva muito forte e que me acompanha desde a juventude.
Cedo comecei a ouvi-lo e a gostar do seu estilo: aquele marialvismo da época, mas também a ternura/paixão com que cantava a mulher.
Só mais tarde lhe compreendi a luta contra o sectarismo e a incompreensão.
Lembro-me com saudade da primeira vez que estive pessoalmente com ele: cidade da Beira (Moçambique), ano de 1973/74, eu na guerra colonial e ele cantava na Ronda do Fado (Moulin Rouge). Entrei e perguntei-lhe: "o Cadaval não lhe diz nada?", ao que ele, unindo-me num forte abraço respondeu: "É a nossa terra!"
Faria hoje anos. Mas a memória não se apaga: ele é a prova provada que o FADO, sendo só um, pode ser muitos: depende da forma de o sentir e cantar.
Filho do “Monstro” Alfredo Marceneiro, sempre o honrou e compartilhou o amor ao Fado, herança que este lhe deixou.
Alfredo Duarte Júnior cantou-O como ninguém, e sentia-o como poucos.
Um abraço do

Francisco Pinteus

 

(*) Francisco Pinteus, é um investigador de Fado, fã de Alfredo Marceneiro, e garnde amigo da família, é natural da terra de origens de Marceneiro, o Cadaval, e é o grande impulsionador da "ASSOCIAÇÂO ALFREDO MARCENEIRO", da qual é neste momento o Presidente da Assembleia Gera.

 

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música: Lucinda Camareira
Viva Lisboa: Que Saudades... pai
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Segunda-feira, 16 de Dezembro de 2013

ÀRVORE DE NATAL - Origens da tradição - O Pinheiro

 

 

El Rei D. Dinis, foi um dos mais marcantes vultos do Portugal medieval. Protector da agricultura, mandou plantar  o pinhal de Leiria e povoou o litoral. Criou a Universidade e abriu horizontes culturais à Nação. O rei “Trovador”, famoso pelas suas românticas cantigas de amigo, foi uma espécie de inventor da elegância. Destacou-se a escrever e tornou o português na língua oficial do País. Rei poeta, cortejou as artes.

 

 

 

Foi casado com Isabel de Aração, que veio a ser canonizada como, Rainha Santa Isabel.

 

Acontece pela época natalícia, que muita gente incoscientes,  e outros  conciscientes, que abatem o primeiro pinheiro pequeno que lhes agrada para montarem a sua árvore de natal, e quantas vezes para vender,  é um crime contra a natureza.  

Há nesta época árvores suficientes para servir esta tradição, mas é feita por técnicos ou agricultores entendidos no repovoamenteo da mata. Resumindo, passados uns anos após o semear do pinhal, seja ele programado ou por via natural, há que fazer um desbaste de forma a que a árvore que vai ficar, tenha um espaço à sua volta que lhe permita desenvolver-se de forma mais rápida e com qualidade.

Nunca é demais lembrar, temos os flagelos dos incêndios no verão, e nesta época o flagelo do abate indiscrimado do pinheiro.

 

      

 

A Árvore de Natal é um pinheiro ou abeto, enfeitado e iluminado, especialmente nas casas particulares, na noite de Natal.

 A tradição da Árvore de Natal tem raízes muito mais longínquas do que o próprio Natal.

 Os romanos enfeitavam árvores em honra de Saturno, deus da agricultura, mais ou menos na mesma época em que hoje preparamos a Árvore de Natal. Os egípcios traziam galhos verdes de palmeiras para dentro de suas casa no dia mais curto do ano (que é em Dezembro), como símbolo de triunfo da vida sobre a morte. Nas culturas célticas, os druidas tinham o costume de decorar velhos carvalhos com maças douradas para festividades também celebradas na mesma época do ano.

 Segundo a tradição, S. Bonifácio, no século VII, pregava na Turíngia (uma região da Alemanha) e usava o perfil triangular dos abetos com símbolo da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). Assim, o carvalho, até então considerado como símbolo divino, foi substituído pelo triangular abeto.

 Na Europa Central, no século XII, penduravam-se árvores com o ápice para baixo em resultado da mesma simbologia triangular da Santíssima Trindade.

 

Árvore de Natal como hoje a conhecemos

 

A primeira referência a uma “Árvore de Natal” surgiu no século XVI e foi nesta altura que ela se vulgarizou na Europa Central, há notícias de árvores de Natal na Lituânia em 1510.

 

Diz-se que foi Lutero (1483-1546), autor da reforma protestante, que após um passeio, pela floresta no Inverno, numa noite de céu limpo e de estrelas brilhantes trouxe essa imagem à família sob a forma de Árvore de Natal, com uma estrela brilhante no topo e decorada com velas, isto porque para ele o céu devia ter estado assim no dia do nascimento do Menino Jesus.

 O costume começou a enraizar-se. Na Alemanha, as famílias, ricas e pobres, decoravam as suas árvores com frutos, doces e flores de papel (as flores vermelhas representavam o conhecimento e as brancas representavam a inocência). Isto permitiu que surgisse uma indústria de decorações de Natal, em que a Turíngia se especializou.

 No início do século XVII, a Grã-Bretanha começou a importar da Alemanha a tradição da Árvore de Natal pelas mãos dos monarcas de Hannover. Contudo a tradição só se consolidou nas Ilhas Britânicas após a publicação pela “Illustrated London News”, de uma imagem da Rainha Vitória e Alberto com os seus filhos, junto à Árvore de Natal no castelo de Windsor, no Natal de 1846.

 Esta tradição espalhou-se por toda a Europa e chegou aos EUA aquando da guerra da independência pelas mãos dos soldados alemães. A tradição não se consolidou uniformemente dada a divergência de povos e culturas. Contudo, em 1856, a Casa Branca foi enfeitada com uma árvore de Natal e a tradição mantém-se desde 1923.

 

 Árvore de Natal em Portugal

 Como o uso da árvore de Natal tem origem pagã, este predomina nos países nórdicos e no mundo anglo-saxónico. Nos países católicos, como Portugal, a tradição da árvore de Natal foi surgindo pouco a pouco ao lado dos já tradicionais presépios.

 Contudo, em Portugal, a aceitação da Árvore de Natal é recente quando comparada com os restantes países. Assim, entre nós, o presépio foi durante muito tempo a única decoração de Natal.

 Até aos anos 50, a Árvore de Natal era até algo mal visto nas cidades e nos campos era pura e simplesmente ignorada. Contudo, hoje em dia, a Árvore de Natal já faz parte da tradição natalícia portuguesa e já todos se renderam aos Pinheirinhos de Natal!

 

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Viva Lisboa: Feliz Natal
publicado por Vítor Marceneiro às 09:00
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Terça-feira, 10 de Dezembro de 2013

LUÍS GASPAR - Lê "Cantico Negro" de José Régio

Não sei por onde vou,

Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
 
Nestes  últimos tempos,  em quem todos devíamos analisar. os caminhos que escolhemos, os que seguimos e não devíamos ter seguido, o novo rumo a tomar... PARA DIZER-MOS COM CONVICÇÃO - VAMOS POR AÍ.
É com imenso gosto e gratidão que publico com a devida autorização do seu realizador, o meu amigo Luís Gaspar, o Video-Clip, em que o próprio diz o poema "CÂNTICO NEGRO" de José Régio.
Luís Gaspar, é locutor e realizador de cinema entre outros atributos na área da cultura, é ainda o autor e realizador do sitio na net: 
http:\\www.estudioraposa.com
 
A quem ainda não conhece, convido a visitar, e decerto ficarão visitantes frequentes.

 

José Régio - "Cantico Negro" - HD from Luis Gaspar on Vimeo.

 

 

                                            CÂNTICO NEGRO

 

                                            Autor: José Régio

 

 

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces

Estendendo-me os braços, e seguros

De que seria bom que eu os ouvisse

Quando me dizem: "vem por aqui!"

Eu olho-os com olhos lassos,

(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)

E cruzo os braços,

E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:

Criar desumanidades!

Não acompanhar ninguém.

 

 

— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade

Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde

Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde

Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,

Redemoinhar aos ventos,

Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,

A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi

Só para desflorar florestas virgens,

E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!

O mais que faço não vale nada.

 

 

Como, pois, sereis vós

Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem

Para eu derrubar os meus obstáculos?...

Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,

E vós amais o que é fácil!

Eu amo o Longe e a Miragem,

Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

 

 

Ide! Tendes estradas,

Tendes jardins, tendes canteiros,

Tendes pátria, tendes tetos,

E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...

Eu tenho a minha Loucura !

Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,

E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!

Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;

Mas eu, que nunca principio nem acabo,

Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

 

 

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,

Ninguém me peça definições!

Ninguém me diga: "vem por aqui"!

A minha vida é um vendaval que se soltou,

É uma onda que se alevantou,

É um átomo a mais que se animou...

Não sei por onde vou,

Não sei para onde vou

Sei que não vou por aí!

 

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Viva Lisboa: Bem dito..
música: Cântico Negro de José Régi
publicado por Vítor Marceneiro às 19:00
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Sábado, 7 de Dezembro de 2013

Lisboa tão linda és...Falar e cantar Lisboa

Vítor Duarte Marceneiro

Canta: Bairros de Lisboa

Letra de Carlos Conde

Música: Fado Pajem de Alfredo Marceneiro


 

 

Desde há muitos, muitos anos  os fadistas faziam  palestras,  tendo por motivo de inspiração, a nossa querida  Lisboa, 

Eram homens de carácter, com um só desejo, amar Lisboa, sem problemas de competitividade entre si,  era como se todos fossem um só... Lisboa uma só...com os seus amantes unidos num só objectivo...amá-la e adulá-la escrevendo sobre ela.

Cada vez se recolhe mais provas, que Lisboa é bem a cidade mais cantada do mundo, já está para breve o que eu e muitos dos amantes de Lisboa, do Fado e da poesia em geral, ansiamos, colocar Lisboa no Guiness Book de Records.

 

Um "Fala-só" de Lisboa:  
Uma palestra da série "Lisboa, tão linda és..." falando desse grande poeta que é Carlos Conde
por: Francisco Radamanto
 Carlos Conde
De entre os milhentos amantes que Lisboa tem, os mais enamorados e fieis, os que a adoram com paixão quase física e quase sensual são aqueles "Fala-só"que   a gente vislumbra,   em jeito   de   prece,   debruçados   em   mirantes   e miradouros, a contemplá-la em êxtase, na hora bruxa do arrebol vespertino.
Ao longe, o sol declina, lentamente, deixando após si um rastro de oiro e vermelho, de anil e púrpura, que vai encher de revérberos de cor e de luz as mil janelas dos sete presépios que são as sete colinas... Desfolham-se as sardinheiras nas trapeiras e as rosas-de-toucar fecham-se, pudicamente, por varandas e sacadas.
 
Esta é a hora dos "Fala-Sós'”... Lá estão eles no Monte e em Santa Luzia, em S. Pedro de Alcântara e no Alto de Santa Catarina... Olhos fixos, magníficos e famintos, lábios que se sentem mexer numa irreprimível confissão de amor, ensimesmados e indiferentes a tudo que não seja o deslumbramento de alma que a presença, viva e infimamente sentida, da sua amada Lisboa, lhes faz viver, num frémito de emoção e de puro prazer.
Todos os "Fa!a-sós" são poetas - mesmo os que não sabem fazer versos, mesmo aqueles cujos poemas vivem e vibram de dentro para dentro. Estes usam as vozes do silêncio, recolhidas e crentes, mas não menos apaixonadas do que as dos outros, - dos que cantam, dos que exprimem de dentro para fora. Uma das mais puras vozes cantantes dos "Fata-sós" da cidade ê o de Carlos Conde, - poeta pela graça de Deus, trovador por amor da Lisboa que vive, em sortilégio da graça, nas suas rimas ricas de sabor e verdade.
O poeta percorre as ruas da cidade ribeirinha, sobe escadinhas, entra nos pátios,   calcorreia   as   calçadas,   enternece-se com   os arcos   e alpendres, deslumbra-se nos mirantes e miradouros...
Ali vai um cego a tocar guitarra; uma costureirinha romântica assoma à janela a trautear uma trova; uma varina atira ao ar a nota cantada dum pregão vibrante; um marujo passa, bamboleante e pimpão; uma rapariga, de lenço e avental, leva nos olhos a marca de um amor de perdição; um ardina saltitante e irreverente grita "à última hora"!...
Todo este mundo pitoresco e estranho, que é luz e noite, que é riso e lágrimas, que é manjerico e cardo, pertence ao poeta.
Todo ele pulsa, vibra e vive nos versos de Carlos Conde.
Sobe o cantor a Santa Luzia, para nos dizer:
 
“Alfama faz-me lembrar
Na pureza muito sua,
Uma velhinha a fiar
Sentada à porta da rua!!...”
 
“E logo define o bairro como:
 
"Canção em que o povo crê.
Cantiga que o povo reza,,,
- És um sonho de princesa
Alfama da velha Sé!..."
 
Do lactário sai uma rapariga que leva, aconchegado no xaile, quase escondido, o seu menino, aquele menino que o amor lhe pôs nos braços... E, Carlos Conde, comenta;
 
"Meu Deus! Meu Deus: - Vê lá bem
Que, por caminhos sem luz.
Anda um menino Jesus
Ao colo de cada mãe!..."
 
Tomando como sua a cruz de outra, a que passou chorosa, desiludida e descrente, o poeta afirma:
 
"Meus olhos que por alguém
Deram lágrimas sem fim,
Não choram por mais ninguém,
Basta que chorem por mim!..."
 
Passa à Mouraria para nos dizer:
 
"Venham ver a Mouraria
Pelas frestas do passado!..
 
Aqui na Rua dos Canos,
Dançam faias e rameiras,
Entre dois velhos pianos
Dum café de camareiras!..."
 
Foi à Graça e contou-nos a história do namorico da Maria, a ta! costureirinha romântica e cantadeira:
 
"Na Graça, quando ela passa.
Toda a gente lhe quer bem:
- Não há graça com mais graça
Do que a graça que ela tem!...
 
Causa gosto ver aquele
Varandim com muitas flores,
A esquina de Sapadores
Muito perto do quartel
 
 
Cá em baixo, um furriel
Com quem a Maria engraça
Diz-lhe um dito, uma chalaça,
Fia afira-lhe uma flor…”
 
É assim mesmo, não é?...
O poeta chega, agora, ao Castelo e diz-nos:
 
"Estamos no velho Castelo
Desta Lisboa garrida.
Que é o caixilho mais belo
De uma aguarela com vida!...”
 
Desce à Baixa e, lisboeta retinto, exclama:
 
Ali vai a Tradição
Almoçar ao "Garrafinhas",
Depois de estar nas "ginginhas"
Do Rossio e Santo Antão!..."
 
Vai-se ao "Cabeça de Touro",
Ao "Friagem" e ao "Claudino"
E nunca se perde o fino...
Esta Baixa é um tesouro!..."
 
Desde o exterior castiço e pitoresco ao interior, - quantas vezes de revolta e drama -, todos os tipos populares, a própria voz do povo dos bairros típicos de Lisboa que cheira a alfazema e a cravo-de-papel, estão despidos e ficam bem assim na verdade da nudez dos versos de Carlos Conde. São como são. E Lisboa é como é.
Aí, Lisboa!... Que Carlos Conde, um dos teus apaixonados "Fala-sós", te continue a
sentir para dentro e a cantar para foral... Lisboa, tão finda és!...
 
Francisco Radamanto
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Nota: As fotos utilizadas são retiradas da internet , agradeço aos seus autores as terem publicado, para que possam ser usadas, sem fins lucrativos, como é o meu caso, se alguém se considerar lesado, agradeço me informe, e a foto será de imediato retirada.
 
Descrição as Fotos a partir do topo do post:
     1ª foto - Lisboa vista do céu
     2ª foto - O poeta Carlos Conde

     3ª foto - lado esquerdo Miradouro Senhora do Monte

     4ª foto - lado direito Alto de Santa Catarina

     5ª foto - lado esquerdo Miradouro de Santa Luzia

     6ª foto - lado direito Sé de Lisboa

     7ª foto - lado esquerdo Menino ao colo

     8ª foto - lado direito Lisboa vista do Castelo

     9ª foto - lado direito Miradouro da Graça

   10ª foto - lado direito Castelo de S. Jorge (vistas de parte da cidade)

   11ª foto - lado direito o Castelo de S. Jorge

   12ª foto - lado esquerdo Elevador de Santa Justa

   13ª foto - lado direito Terreiro do Paço

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Viva Lisboa: Lisboa tão linda És
música: Bairros de Lisboa de Carlos Conde
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Domingo, 1 de Dezembro de 2013

LINDA MÓNICA

Arminda Ribeiro da Silva, nasceu em Mondim de Basto, na freguesia de Campanhó, distrito de Vila Real a 26 de Fevereiro de 1949.

Com 10 anos de idade vem com os pais viver para Lisboa, na zona da Amadora.

Desde muito jovem que cantava, incentivada por seu pai que tocava concertina e que a acompanhava.

Corria o ano de 1967 e já com18 anos começa a cantar em festas canções, mas nesse mesmo ano é convidada para interpretar o tema da  Marcha de Benfica arrematando o 1º lugar de interpretação.

Trabalhava num Estúdio Fotográfico e cantava como amadora.

Em 1978 foi com uns amigos ao Bairro Alto,  estiveram  no então “Mil e Um” do Manuel Saloio, cantou a pedido, agradou de tal forma,  que logo foi contratada. Começa assim a carreira profissional de fadista e cançonetista,  adoptando  o nome artístico de Linda Mónica

Grava o seu primeiro disco para a Discossete, e para outras editoras.

Cantou na Rádio e na Televisão passou por várias casas de fado, Forcado, Transmontano, realçando-se o Solar da Hermínia onde esteve mais tempo, fazendo questão de realçar que ali conheceu e conviveu com Alfredo Marceneiro.

Fez várias digressões no estrangeiro, Itália, França, Espanha, mas em Londres acabou por ficar lá contratada durante 3 anos.

Há pouco tempo editou um CD só de canções.

Tem um filho que também é fadista e toca viola de acompanhamento, chama-se Miguel Pedro, aos 8 anos concorreu à Grande Noite de Fado e fica em primeiro lugar nos infantis, repete a proeza dez anos mais tarde, com sénior.

Tem Gravações a solo e tem um dueto com a mãe que gravaram em 1995 “Dois corações num só amor”

 

 

             Com Alfredo Marceneiro                                                                                                              

 

 

 

                                                                                                  Linda Mónica com o filho 

 

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