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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Sexta-feira, 31 de Janeiro de 2014

MARIA DILAR

Maria Dilar, é natural de Lagos e nasceu em 1945.

 Iniciou a sua carreira na década dos anos 60, tendo  gravado para a Alvorada, da Rádio Triunfo.

Também canta canções e assim , é editado pela Marfer, duas versões de canções estrangeiras de sucesso com duas outras originais, tratava-se de "Quando M'Innamoro" - tema que Anna Identici levara ao sexto lugar no Festival de Sanremo de 1968 - e de "Millie", do musical americano homónimo,  /span>dois temas portugueses, "Longe do Céu", uma canção servida por arranjos orquestrais em que se destacavam os solos da secção de sopros. e, "Já Não Sou Criança", com texto de Hernâni Correia .

Maria Dilar – cantava  músicas que apelavavam  à dança, tentando provar que Nóbrega e Sousa,  estava a par dos novos ritmos da moda juvenil.

Maria Dilar continua a sua carreira garvou vários discos, em 2011, foi editado o álbum "Fados Que Canto", pela Ovação.

Esteve vários anos residente no  Resturante Típico Sr. Vinho, onde se mantce até se retirar.

Maria Dilar por quem nutro uma grande amizade e simpatia, s tem uma página no Facebook, onde podem saber nmais sobre ela: https://www.facebook.com/maria.dilar/about

 

© Vítor Duarte Marceneiro

 

 

Maria Dilar
Canta Fado da Saudade
Autores: Amadeu do Vale e Fernando Carvalho

 

 

 

 

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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
música: Fado da Saudade
Viva Lisboa: Boa amiga
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Quarta-feira, 29 de Janeiro de 2014

VASCO RAFAEL

Vasco Rafael Simões de Sá Nogueira, nasceu em Angola na província de Moçamedes, em 1949.

Começou com cançonetista, tendo um início de carreira difícil, até que é convidado de um espectáculo publicitário que se realizava num dos cinemas de Luanda, “Chá das Seis” onde começa a ser notado e vem a atingir um assinalável êxito.

Vem para Portugal e sente as dificuldades de um  novo inicio de carreira. Beatriz da Conceição apresenta-o a uns empresários no Porto e lá fica a actuar durante cerca de um ano, é no Porto que grava o seu primeiro disco.

Vem para Lisboa contratado para o elenco do “Painel do Fado”, seguidamente é convidado por  Sérgio de Azevedo para  actuar  no “Frou Frou” , agradou ao empresário que logo o convida para a revista “Ó da Guarda”, onde obtém o seu maior êxito de sempre com o Fado “ROSEIRA BOTÃO DE GENTE” com letra de José Carlos Ary dos Santos e música de Paulo de Carvalho, gravado em 1981 para Rádio Triunfo

Faz ainda parte do elenco da revista “A Aldeia da Roupa Suja”, mas deixa as revistas porque acha que o prendem muito tempo no mesmo local.

Tem algumas deslocações ao estrangeiro.

Já com poetas de relevo a escreverem para ele, realçando Ary do Santos, Vasco de Lima Couto, etc. grava mais uma série de EP e LP.

É contratado para as Arcadas do Faia, onde se mantém até à sua morte prematura.

Vasco Rafael faleceu em Lisboa em 1998.

Estejas onde estiveres Vasco Rafael, recebe esta pequena homenagem da “Linhagem Marceneiro”

 

 

 

ROSA,  BOTÃO DE GENTE

 

Letra de: José Carlos Ary dos Santos

Música de: Paulo de Carvalho

 

A Força

Que eu tive no momento

Tecendo o teu corpo

A primeira vez

Está agora no teu ventre

Em movimento

No filho que a gente fez

 

                                    Depois irá pouco a pouco

                                    Ficando maior

                                    Por dentro de ti

                                    E o teu corpo me segreda

                                    Quando toco

                                    Que o meu filho está ali

 

Eu fui a semente

Tu és o canteiro

Dum cravo de carne

Que tem o meu cheiro

Eu fui o arado

Tu és a seara

Seara de trigo sem fim

Seara lavrada por mim

 

                                    O que um homem sente        

                                    Quando a companheira

                                    Dá flor no presente

                                    Para a vida inteira

                                    É como se o sangue

                                    Fosse uma roseira

                                    Roseira botão de gente

                                    Rosa da minha roseira

 

A vida que tece outra vida

É vida parida

É vida maior

Tens agora a palpitar

A minha vida

No teu ventre meu amor

 

                                    Depois vamos os dois

                                    P´rá vida nova´

                                    Será uma flor

                                    Flor de carne

                                    A despontar da primavera

                                    Do teu ventre meu amor

 

 

 

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Viva Lisboa: Grande Fadista
música: Rosa Botão de Gente
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Segunda-feira, 27 de Janeiro de 2014

BEATRIZ COSTA

Beatriz da Conceição , nasceu no Milharado, concelho de Mafra a 14 de Dezembro de 1907 e faleceu em Lisboa, a 15 de Abril de 1996. Adoptou o pseudónimo de Beatriz Costa, logo que se estreou-se aos quinze anos, como corista, na revista Chá e Torradas (1923) no Éden Teatro, em Lisboa. No ano seguinte, em 1924, estreia-se no Teatro Maria Vitória (Parque Mayer) com a revista “Ré-Vés”. Posteriormente, ingressa na companhia do Teatro Avenida estreando-se, no mesmo ano, no Rio de Janeiro onde é felicitada pela imprensa e pelos espectadores, nomeadamente nas revistas Fado Corrido e Tiro ao Alvo. De regresso a Lisboa (1925) ocupa um lugar de destaque ao lado de Nascimento Fernandes em Ditosa Pátria, no Teatro da Trindade. Em Agosto do mesmo ano a Companhia do Trindade segue para o Porto apresentando-se no Sá da Bandeira e Beatriz faz a sua primeira ida como artista à cidade invicta Em Outubro de 1925 integra uma Companhia de operetas sedeada no Teatro São Luiz. De regresso à revista, passa pelos teatros Éden e Maria Vitória nas revistas “Fox Trot”, Malmequer, Olarila , Revista de Lisboa e Sete e meio. Em 1927, traduzindo uma moda cinéfila, aparece pela primeira vez de franja e estreia-se no cinema em papéis episódicos de filmes de Rino Lupo - O Diabo em Lisboa - e, ainda no mesmo ano, havia dançado um tango em Fátima Milagrosa (do mesmo realizador) ao lado de Manoel de Oliveira. Passou pelo Teatro Apolo, transferindo-se depois com a Companhia de Eva Stachino para o Trindade. Aí se fez Pó de Maio , onde conheceu o maior êxito da popularidade com o celebrado número D. Chica e Sr. Pires ao lado de Álvaro Pereira. Volta ao Brasil em 1929, com a Companhia de Eva Stachino, no Rio de Janeiro, foi recebida sobre as mais efusivas manifestações e relembrada a sua revelação como actriz nos grandes órgãos de imprensa da América do Sul. De volta ao continente, e ainda neste ano, Beatriz Costa aparece no documentário Memória de uma Actriz (com base nos artigos que já escrevia para O Século a contar episódios pícaros da sua carreira). Em 1930 participa no filme Lisboa, Crónica Anedótica, de Leitão de Barros. Em Dezembro de 1930, durante a visita de Ressano Garcia, gerente da Paramount em Lisboa, recebe um convite de Blumenthal e San Martin para um contrato muito vantajoso para o papel da protagonista de A Minha Noite de Núpcias (da versão original Her Wedding Night de Frank Tuttle e que na versão portuguesa foi dirigida por Alberto Cavalcanti), o terceiro fonofilme em português, a realizar-se em França. Recebendo sempre provas de apreço desde o pessoal dos estúdios à mais considerada vedeta destaca das suas colegas estrangeiras Olga Tsehekova e Camila Horn. Deixa a Companhia e é contratada por Corina Freire para participar nos êxitos de revistas como A Bola, Pato Marreco, O Mexilhão ou Pirilau. Numa ida a Espanha, a convite da Casa da Imprensa de Badajoz para uma festa no Teatro Lopez Ayola, obteve estrondoso êxito ao representar Burrié, sendo homenageada juntamente com os outros artistas portugueses que a acompanhavam (Amarante e Nascimento Fernandes). Em 1933 a sua imagem imortalizava-se n' A Canção de Lisboa, de Cotinelli Telmo, ao lado de António Silva e Vasco Santana, assim como em 1936, ao participar na revista Arre Burro. Em 1937 Beatriz ganha ao lado de Vasco Santana os votos de preferência dos cinéfilos portugueses e são eleitos "príncipes do cinema português", protagonizando em 1939 A Aldeia da Roupa Branca, de Chianca de Garcia, aquele que seria o seu último filme.

 

 

Ainda em 1939, Beatriz Costa aceitou novo convite para se deslocar ao Brasil para uma temporada que se prolongou por 10 anos (de 1939 a 1949) tal feito deveu-se à sua grande popularidade, e que ela chamou "os melhores anos da sua vida". Quase sempre actuou no Casino de Urca, no Rio, desde os tempos da peça Tiro-Liro-Liro, até ao final da década, altura do seu único casamento em 1947, com Edmundo Gregorian (poeta, escritor, escultor), de quem se divorciou dois anos depois. Em 1949, regressa aos palcos de Lisboa para uma revista no Teatro Avenida, cujo título diz tudo sobre o mito que continuava a ser: Ela aí está!. E, aos 41 anos, repetiu os êxitos de há 20 anos atrás. Ainda apareceu em Lisboa em revistas de sucesso como Com Jeito Vai, mas em 1960 despediu-se dos palcos em Está Bonita a Brincadeira. É a partir da década de 60 que começa a viajar por todo o mundo, assistindo a festivais de teatro, de Ocidente a Oriente. Conheceu personalidades como Salvador Dali, Pablo Picasso, Sophia Loren, Greta Garbo, Edith Piaf ou o Rei Hassan II de Marrocos. Depois da Revolução dos Cravos - quando já vivia no Hotel Tivoli, onde viveu até morrer - começou a publicar livros sobre a sua espantosa vida (já anteriormente a "publicara" em vários capítulos nas Páginas das Minhas Memórias nos anos 30), aconselhada e incentivada por Tomás Ribeiro Colaço. Ela que aprendera a ler aos 13 anos de idade e sozinha, seguindo a sua ambição de saber, começou a sua alfabetização à mesa d' A Brasileira, rodeada por figuras como Almada Negreiros, Gualdino Gomes, Aquilino Ribeiro, Vitorino Nemésio, entre outros. Após o seu reaparecimento num espectáculo da Casa da Imprensa que decorreu no Coliseu dos Recreios foi sistematicamente solicitada pelos órgãos de comunicação social e espantou-se com as óptimas reacções do público leitor em relação a essa outra faceta da sua vida - escrever. Em 1977 é editado pela Emi-Valentim de Carvalho um álbum que compila vários dos seus sucessos musicais e que em 1996 seria reeditado com o título Grande Marcha de Lisboa na Colecção Caravela da mesma editora. Apesar das muitas propostas para regressar aos palcos (por Vasco Morgado) preferiu ficar longe deles por considerar o teatro de revista muito diferente do que era, por "estar decadente". Muitos foram também os convites para programas de televisão (por Joaquim Letria) e, de facto, viria a participar como membro de júri no concurso Prata da Casa (RTP) apresentado por Fialho Gouveia e que visava lançar jovens no mundo do espectáculo. Um grupo de jovens chegaria mesmo a propor a sua candidatura simbólica nas eleições presidenciais de 1985 como meio de comemorar O Ano Internacional da Juventude do ano seguinte.

 

© Vítor Duarte Marceneiro

 

 FILMOGRAFIA

 

 

A Aldeia da Roupa Branca, de Chianca de Garcia (1939);

O Trevo de Quatro Folhas, de Chianca de Garcia (1936);

A Canção de Lisboa, de José Cotinelli Telmo (1933)

Minha Noite de Núpcias, de E. W. Emo (1931)

Lisboa, de J. Leitão de Barros (1930)

Fátima Milagrosa, de Rino Lupo (1928);

O Diabo em Lisboa, de Rino Lupo (1926).

 


LIVROS

Quando se retirou da vida artística decidiu escrever livros biográficos «Sem Papas na Língua», 1975 e «Quando os Vascos eram Santanas», 1977. Figura acarinhada e querida em todo o país, viveu no Hotel Tivoli, em Lisboa, até ao fim dos seus dias. Divertida e risonha, manteve sempre o seu ar irreverente e um humor saudável. Mafra homenageou-a dando o seu nome ao Teatro Municipal Beatriz Costa. Os filmes em que é vedeta são constantemente exibidos na RTP Memória com enorme sucesso de audiências.

 

Beatriz COSTA, "Sem Papas na Língua" ,

Beatriz COSTA, "Quando os Vascos eram Santanas… e não só" ,

                             Beatriz COSTA, "Mulher Sem Fronteiras" ,

                             Beatriz COSTA, "Nos Cornos da Vida"

                            Beatriz COSTA, "Eles e Eu"

                            Beatriz COSTA, Obra inacabada

 

 

O MITO DA FRANJA

 

 "Sou uma cara de boneca de loiça num corpo de boneca de trapos."

 "Sou uma criatura estruturalmente alegre, desempoeirada, sensível ao bem que me façam e indiferente ao mal que me queiram."

 "Vim do povo e, artisticamente, ao doce contacto dele tenho vivido. Se de todas as classes me afluíram estímulos e aplausos, os daquela de que sou filha são os que mais me consolam, fortificam e envaidecem."

 "Sou uma mulher que lutou e conhece o pão que os oportunistas amassam. O que vale é que sou de boa cepa e fui amamentada a pão de milho e tive a água limpa do rio da minha avó."

  

Beatriz Costa canta

ARRE BURRO

Letra de: Alberto Barbosa e José Galhardo

Música de: Vasco Santanea e Amadeu do Vale 

 

Filme: Vítor Duarte Marceneiro
Consultas:
 Wikipédia
A Revista à Portuguesa - Vitor Pavão dos Santos
Biblioteca Nacional
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música: Arre Burro!
Viva Lisboa: Grande Mulher e actriz
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Quarta-feira, 22 de Janeiro de 2014

ARTUR AGOSTINHO

Artur Fernandes Agostinho  nasceu em Lisboa, 25 de Dezembro de 1920, e faleceu hoje, dia  22 de Março de 2011.

Foi um jornalista, quer em jornais, na televisão, na rádio, escreveu alguns livros e notabilizou-se também como actor, tendo sido premiado várias vezes.

Fez parte do departamento desportivo da Rádio Renascença, nos anos 80 do Século XX, depois de ter sido um dos mais brilhantes relatores desportivos de sempre aos microfones da Emissora Nacional de Radiodifusão.

Foi o apresentador do primeiro  concurso da RTP, o "Quem Sabe, Sabe", e participou em programas como "O Senhor que se Segue", "No Tempo Em Que Você Nasceu" e "Curto-Circuito" e ainda em várias séries e telenovelas.

Participou nos filmes Cais do Sodré (1946), O Leão da Estrela (1947), Capas Negras (1947), Cantiga da Rua (1950), Sonhar é Fácil (1951), O Tarzan do 5.º Esquerdo (1958), Dois Dias no Paraíso (1958), O Testamento do Senhor Napumoceno (1997), A Sombra dos Abutres (1998) e Perfeito Coração (2009).

Foi agraciado com a Comenda da Ordem Militar de Santiago da Espada em 28 de Dezembro de 2010.

Foi proprietário da  agência de publicidade, a Sonarte.

Dirigiu o diário desportivo Record, entre 1963 e 1974, tendo regressado ao jornal como colunista e patrono do prémio destinado a premiar o desportista do ano, em 2005.

Foi também director do Jornal do Sporting.

Escreveu o livro «Português sem Portugal» (1977),  e em 2009 lançou o livro «Bela, riquíssima e além disso ...viúva».

 

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música: Três Gerações de Fado - Marceneiro
Viva Lisboa: Grande Locutor
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Sábado, 18 de Janeiro de 2014

ANTÓNIO VILAR - Actor

 

De seu nome completo,  António Vilar Justiniano dos Santos, nasceu em Lisboa na freguesia de Alcântara  a 13 de Outubro de 1912.

Foi um dos actores mais famosos do seu tempo, trabalhando tanto no país como no estrangeiro, nomeadamente em Espanha, França, Itália, Argentina e Brasil. Nos anos 50, tendo sido um dos actores portugueses com  maior projecção internacional.

Aos 18 anos, tornou-se actor amador. Em 1931 estreou-se no Teatro Nacional na peça "Romance",  é nesse mesmo ano que é descoberto pelo realizador Leitão de Barros que o convidou para um pequeno papel em A Severa  o primeiro filme sonoro português.

Continuou a conciliar a sua carreira teatral com a cinematográfica, tendo desempenhado pequenos papéis em Feitiço do Império (1940) e Pão Nosso (1940). Mas o seu rosto só se tornou familiar do público português com a sua prestação em O Pátio das Cantigas (1942), onde desempenhou o papel do guitarrista Carlos Bonito e contracenou com Laura Alves, António Silva, Vasco Santana e Ribeirinho. Gradualmente, tornou-se num dos galãs mais requisitados do cinema nacional: foi Simão Botelho em Amor de Perdição (1943), onde fez par romântico com Carmen Dolores, e em Inês de Castro (1944) encarnou D. Pedro, o Justiceiro.

Personificou Luís Vaz de Camões em Camões (1946), antes de assentar arraiais em Espanha, onde viveu até ao fim dos seus dias. Entre 1946 e 1978, protagonizou perto de 40 filmes castelhanos, dos quais se destacam La Mantilla de Beatriz (A Mantilha de Beatriz, 1946), Reina Santa (A Raínha Santa, 1947), Una Mujer Cualquiera (1949), Don Juan (1950), Alba de América (1951), El Redentor (1957), Muerte Al Amanecer (1959), Comando de Asessinos (Fim-de-Semana Com a Morte, 1967) e Disco Rojo (Sinal Vermelho, 1973). Nesse período, trabalhou também no Brasil, em Guarany (1948), em Itália, onde protagonizou Santo Disonore (Honra e Sacrifício, 1949) e Il Padrone Delle Ferriere (1959), regressou a Portugal para encabeçar o elenco de O Primo Basílio (1959) de António Lopes Ribeiro e filmou esporadicamente em França, participando ao lado de Brigitte Bardot em La Femme et le Pantin (1959). O seu último filme foi Estimado Señor Juez (1978).

  

                                                            

 

 Personificando Luiz Vaz de Camões e Contracenando com Brigitte Bardot

 

Nos anos seguintes, perseguiu o sonho de produzir, realizar e protagonizar um épico sobre Fernão de Magalhães, tendo gasto a sua fortuna pessoal na pré-produção do filme, após as recusas de subsídios governamentais por parte de Portugal e de Espanha. Para esse efeito, conseguiu construir uma réplica duma nau da frota de Magalhães, que foi oferecida à Comissão Nacional dos Descobrimentos Portugueses, após a sua morte,  que ocorreu em  Madrid a 16 de Agosto de 1995.

A Camara Municipal de Lisboa homenageou a sua memória, dando o seu nome a uma rua da cidade.
 

 

 

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Quinta-feira, 16 de Janeiro de 2014

ANITA GUERREIRO - Artista de Variedades

Bebiana Guerreiro Rocha Cardinali , actriz e fadista , que adoptou o nome artístico de Anita Guerreiro nasceu em Lisboa a 13 de Novembro de 1936, no Bairro do Intendente,

Com apenas sete anos, por ser uma das "miúdas", fadistas infantis que ficavam identificados com o bairro de onde vinham, passou a ser conhecida  com  "A Miúda do Intendente",

Aos quinze anos de idade, Anita Guerreiro  concorreu ao passatempo do popular programa radiofónico “Comboio das Seis e Meia”, onde obteve tal êxito que Marques Vidal logo a contratou para artista privativa do programa.

Em 1953 estreia-se no Fado profissional como contratada no "Café Luso".

Canta com garra e vivacidade que ainda antes de completar os vinte anos, era já vedeta de revista, género em que se estreou em 1955, na Revista " Ó Zé Aperta o Laço", é aliás no teatro de revista que obtém um dos seus maiores sucessos com a criação do  Fado-canção  " Cheira a Lisboa" em 1969 na Revista "Peço a Palavra", foi um  tema que ficou na boca do povo e até aos dias de hoje. Pouco tempo depois deste sucesso colossal, Anita Guerreiro afastou-se da revista durante mais de uma década, apenas regressando em 1982.

Manteve-se entretanto activa como fadista, cantando em casas de fados e actuando no estrangeiro, foi ainda, proprietária de uma casa de Fados no Parque Mayer a "Adega da Anita".

Esteve radicada vários anos nos Estados Unidos da América, mas quando regressou não tinha sido esquecida, voltou rapidamente a ocupar o lugar que lhe pertencia no meio artístico,

Nos últimos anos tem desfilado vezes sem conta na Avenida, no grande espectáculo de Lisboa que são as marchas populares.

Anita Guerreiro continua ainda hoje a trabalhar e a ser muito acarinhada pelo público, continua a cantar em Casas de Fado e em espectáculos e participa regularmente em telenovelas e séries de comédia na TV.

 

  

 

 

CHEIRA A LISBOA

Letra de: César Oliveira

Música de: Carlos Dias

 

 

Lisboa já tem sol, mas cheira a lua

Quando nasce a madrugada, sorrateira

E o primeiro eléctrico da rua

Faz coro com a chinela da Ribeira

Se chove cheira a terra prometida

Procissões têm o cheiro a rosmaninho

Nas tascas das vielas mais escondida

Cheira a iscas com elas e a vinho

 

Estribilho

 

Um craveiro numa água-furtada

Cheira bem, cheira a Lisboa

Uma rosa a florir na tapada

Cheira bem, cheira a Lisboa

A fragata que se ergue na proa

A varina que teima em passar

Cheiram bem porque são de Lisboa

Lisboa tem cheiro de flores e de mar

 

Lisboa cheira aos cafés do Rossio

O Fado cheira sempre a solidão

Cheira a castanha assada se está frio

Cheira a fruta madura quando é Verão

Nos lábios tem o cheiro dum sorriso

Manjerico tem o cheiro de cantigas

E os rapazes perdem o juízo

Quando lhes dá o cheiro a raparigas

 

Estribilho

 

 

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Terça-feira, 14 de Janeiro de 2014

CLARA d´OVAR

Leolina Clara Gomes Dias Simões, filha de Manuel Dias Simões e de Margarida Ferreira Soares Gomes Dias Simões, nasceu em Ovar (na Rua Padre Ferrer, n.º 1) a 4 de Novembro de 1925, e residiu, durante a sua infância, na Quinta que a sua família possuía no lugar de S. Miguel.

Depois de ter realizado estudos primários e secundários (frequentando colégios em Anadia, Aveiro e Porto), ingressou na Escola do Magistério Primário do Porto, onde chegou a frequentar o 2.º ano.

Não se sentindo minimamente atraída pela carreira de professora primária, abandonou (aos 19 anos) os estudos e foi viver para Lisboa, onde experimentou várias ocupações temporárias, até se tornar secretária/correspondente de francês e português na empresa Inter-Maritime et Fluvial et Centrados Reúnis.

A carreira de secretariado/correspondente levou-a até Paris, e da “cidade-luz” para Locarno, na suíça “italiana”, onde se empregou como correspondente de português numa grande fábrica de acessórios para relógios.

Dois anos depois, Clara Dias Simões regressaria a Portugal para uma curta estada (19 meses), residindo em Lisboa e no Porto, locais em que participou em vários programas de rádio.

O casamento com o cônsul da Suíça em Luanda (Rolland Pièrre) levou-a ao continente africano, onde permaneceu pouco mais de um ano.

De regresso à Europa, radicou-se em Paris, onde abriu um pequeno restaurante – “Le Fado: Uma Casa Portuguesa” –, por onde passaram vários profissionais da nossa canção (Rui de Mascarenhas, Maria Albertina, Madalena Iglésias…).

Na capital francesa, onde passou a ser conhecida por Clara d’Ovar, casou com Peter Oser Rockfeller e teve a ocasião de travar conhecimento com muitas pessoas ligadas ao meio cinematográfico gaulês. Foi este convívio que estimulou Peter Oser e Clara d’Ovar a proporem a Pièrre Kast a realização da película “Merci Natercia”, idealizada pelos dois e que não foi bem sucedida, não chegando a ser distribuída em França. (Apenas uma remontagem, efectuada por Clara d’Ovar, fez carreira no Brasil).

Após o malogro de “Merci Natercia”, Clara d’Ovar foi a actriz principal nos filmes “La Barque Sur l’Ocean” (1960), de Maurice Clavel, e “Cartas da Religiosa Portuguesa” (1960), de António Lopes Ribeiro.

Filmes com participação de Clara d’Ovar

 

 

Clara d'Ovar

1959 - “Merci Natercia”; “Uma Portuguesa em Paris”, de Pierre Kast.

1960 - “La Barque Sur l’Ocean”, de Maurice Clavel; “Cartas da Religiosa Portuguesa”, de António Lopes Ribeiro.

1961 - “La Morte-Saison dês Amours”, de Pierre Kast

1962 - “Je ne Suis Plus d’Ici”, de Bernard Vicki (curta-metragem filmada numa aldeia próxima de Ovar).

1963 - “Vacances Portugaises”, “Os Sorrisos do Destino”, de Pièrre Kast; “PXO”, de Pièrre Kast, Jacques Doniol-Valcroze e António Vilela; “Le Pas de Troix”, de Alain Bornet.

1964 - “O Crime da Aldeia Velha”, de Manuel Guimarães.

1965 - “Le Grain de Sable” (O Triângulo Circular), de Pierre Kast; “La Brûlure de Mille Soleils”, de Pièrre Kast.

1980 - “Le Soleil en Face”, de Pièrre Kast

 

Obras literárias de Clara d’Ovar

 

1956 - “Um Mundo Paralelo”

1957 - “Poesias da Juventude”

1958 - “As Areias Movediças”, “Poesias do Vento”

1994 - “Caminhando pela Vida”

1997 - “Miriam – Uma Tão Longa Estrada”

1998 - “Odisseia de uma Garrafa Azul – Memórias de Esquecimentos”

1999 - “D. Juan Quixote de Saia de Folhos”

2000 - “O Homem que corria atrás dos Sonhos”

2002 - “O voo das Palavras”

 

In; Jornal João Semana

 

 

 

 

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Domingo, 12 de Janeiro de 2014

Alcino Frazão

 

 Nasceu em 1961 na Parede e faleceu prematuramente num violento desastre de automóvel na Estra­da Marginal Lisboa-Cascais, em 1988.

A mãe cantava o Fado, o pai António Frazão, marceneiro de profissão e fadista de alma e coração, tinha em casa uma guitarra, e o Alcino desde muito miúdo começou a tocar as músicas que ouvia na telefonia. Os pais,  sendo ele ainda muito miúdo, levavam-no ao Galito, com cerca de uns sete anos de idade, quando o conheci, era na altura em que o José Inácio tocava guitarra, acompanhado pelo Pirolito da Ericeira, que era simultaneamente o porteiro. Ora mal o José Inácio nos intervalos pousava a guitarra, logo o Alcino se agarrava a ela, e começava a dedilhar à sua maneira, o que já sabia.
Tal era a sua vocação e gosto pelo instrumento, ao qual se dedicou intensamente, permitindo que se estreasse  profissionalmente a acompanhar o ir­mão, o fadista Carlos Zel.
Fez a sua primeira gravação a solo aos 15 anos.
Cedo começou a ser contratado para guitarrista em diversos recintos de Fado.
Fez deslocações profissionais às Ilhas, Suíça, Brasil e Canadá, acompanhando fadistas de nomeada
Foi convidado para o grupo que acompanhava Amália, mas o seu sentido de respon­sabilidade levou-o a não aceitar por «não se sentir preparado».
Foi talvez dos pri­meiros guitarristas de uma nova geração cujo virtuosismo e espírito de inovação levou a gui­tarra ao acompanhamento de cantores como Paulo de Carvalho e Fernando Pereira, contri­buindo decisivamente para um novo enquadra­mento da guitarra entre músicos e intérpretes mais jovens e de outras áreas, que não exclusiva­mente o Fado.
Foi uma perca muito grande, pois teria decerto muito a dar à Guitarra Portuguesa e ao Fado.

Quando em 2010, publiquei pele primeira vez esta página sobre o Alcino Frazão, recebi do meu amigo João Baptista-Lopes, companheiro de grandes noites de Fado, também ele fadista e autor de poemas, este apontamento :

O Alcino, a primeira vez que verdadiramente contratado - com "cachet" ao fim da noite (mais precisamente de 600$00 - corria o ano da graça de 1979), foi no Pistaré, no Estoril, lugar onde lhe começaram a surgir os contratos, nomeadamente para ir tocar ao Canada, o seu primeiro contrato no estrangeiro !
Este contrato com o Pistaré durou alguns meses, tendo sido algumas vezes substituído, entre outros, pelo saudosos José Inácio e finalmente pelo Corgas, que tem hoje ainda uma casa de fado em Paris.
Não quero criar qualquer tipo de polémica, nem criticar quem quer que seja, pelos diversos comportamentos de aproveitamento da qualidade que o Alcino mostrava já nessa altura !
No entanto, não enjeito o facto de ter feito parte - modestamente - do seu percurso.

Varioações na Guitarra Portuguesa por Alcino Frazão
"Marchas de Lisboa"
Tomo a liberdade de inserir um Video Clip postado no Youtub por

nlovewithfado

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música: Guitarrada "Marchas de Lisboa"
Viva Lisboa: Que Saudadese amigo
publicado por Vítor Marceneiro às 18:00
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Sábado, 11 de Janeiro de 2014

Carlos Zel

 

CARLOS ZEL, Carlos Frazão, nasceu na Parede, a 29 de Setembro de 1950. Seu pai António Frazão, marceneiro de profissão era um apaixonado do fado, cantava como amador e editou um livro de poemas "O Poeta e Eu". Teve ainda um irmão ligado ao Fado,  o saudoso Alcino Frazão, que foi um exímio guitarrista, que infelizmente nos deixou ainda muito jovem.

Carlos Zel, começou a cantar no Estoril e Cascais como amador

Iniciou a sua carreira profissional em 1967, cantando na Emissora Nacional, altura que adopta o nome artístico de Carlos Zel.

Fez teatro de revista e musical - "Aldeia da Roupa Suja" (1978), "A Severa" (1990) e "Ai Quem Me Acode" (1994) -,

Na televisão chegou a participar na telenovela "Cinzas", como actor.

Deixou-nos cerca de uma dezena de produções discográficas
Em 1993, recebe o Prémio Prestígio, atribuído pela Casa de Imprensa, em 1997 a mesma entidade concedeu-lhe o Prémio José Neves de Sousa.

Foi ainda condecorado com a Medalha de Mérito da Cruz Vermelha Portuguesa, e ainda a Medalha de Mérito da Câmara Municipal de Cascais.
Em mais de 30 anos de carreira, fez vários espectáculos em Portugal e no Estrangeiro, cantou em casas de fado, e no fim da sua vida foi o impulsionador das “Quartas de Fado no Casino Estoril”

Faleceu repentinamente em Fevereiro de 2002.

Cascais deu o seu nome a uma rua do Concelho.

 

Caricatura de Carlos Zel da autoria do Dr. Francisco Faria Pais

 

 

 

 

Carlos Zel canta:

Quero muito aos teus olhos

Autores : Manuel de Almeida/Fado Lopes

 

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música: Quero Muito aos Teus Olhos
Viva Lisboa: Grande Fadista
publicado por Vítor Marceneiro às 20:00
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Quinta-feira, 9 de Janeiro de 2014

António Parreira - Guitarrista e Professor

 

Nasceu a 13 de Junho de  1946 nas Taipas - Stª Margarida da Serra , Grandola.

Desde muito jovem que se dedicou à música, começou por tocar  guitarra clássica (viola), tendo feito parelha com António Chainho, quando ainda ambos estava a viver no Alentarjo.   Decide  dedicar-se  à guitarra portuguesa. Em 1969 vem  para Lisboa começando a tocar em casas de Fado, inicia-se na Guitarra da Madragoa, inicialmente com o viola Armando Ferreira e pouco tempo depois com José Inácio, é aqui que toca primeiramente para meu pai e também tive a honra de me ter acompanhado, aliás  ganha enorme amizade com  meu pai, Alfredo Duarte Jr. , a quem acompanhou em diversos espectáculos em Portugal, estve ainda contratdo no Abil em Portugal, na Taverna de El-Rei, no Arreda  esteve também em Benavente a acompanhar Hermínia Silva, quando esta lá estava a cantar no Pôr-do-Sol,  aos fins de semana, acompanhou  também outros grandes nomes do Fado.

Foi durante cerca de 25 anos guitarrista privativo do Rodrigo, quer em espectáculos, quer no Forte D. Rodrigo.

António Parreira  também dá  aulas  guitarra portuguesa, e como “filho de peixe sabe nadar” não lhe foi difícil pôr a sua prole a tocar, é pai e mentor musical dos guitarristas Paulo Parreira e Ricardo Parreira.

António Parreira é um homem de fino trato, é estimado e admirado por toda a comunidade fadista.

Continua a tocar em recintos de Fado,  e simultaneamente dá aulas de guitarra portuguesa no Museu do Fado.

 

António Parreira

Toca Variações sobre o Mouraria

 

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Viva Lisboa: Grande Músico
publicado por Vítor Marceneiro às 17:16
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Segunda-feira, 6 de Janeiro de 2014

Cabo da Esperança - O Gigante Adamastor

 

 

 O GIGANTE ADAMASTOR

Cinco dias depois da paragem na Baía de Santa Helena, chega Vasco da Gama ao Cabo das Tormentas e é surpreendido por uma nuvem negra “tão temerosa e carregada” que pôs nos corações dos portugueses um grande “medo” e leva Vasco da Gama a evocar o próprio Deus todo poderoso.
Foi o aparecimento do Gigante Adamastor, uma figura mitológica criada por Camões para significar todos os perigos, as tempestades, os naufrágios e “perdições de toda sorte” que os portugueses tiveram de enfrentar e transpor nas suas viagens.
Esta aparição do Gigante é caracterizada directa e fisicamente com uma adjectivação abundante e é conotada a imponência da figura e o terror e estupefacção de Vasco da Gama, e seus companheiros, que o leva a interrogar o Gigante quanto à sua figura, perguntando-lhe simplesmente “Quem és tu?”.
Mas mesmo os gigantes têm os seus pontos fracos. Este que o Gama enfrenta é também uma vítima do amor não correspondido, e a questão de Gama leva o gigante a contar a sua história sobre o amor não correspondido.
Apaixona-se pela bela Tétis que o rejeita pela “grandeza feia do seu gesto”. Decide então, “tomá-la por armas” e revela o seu segredo a Dóris, mãe de Tétis, que serve de intermediária. A resposta de Tétis é ambígua, mas ele acredita na sua boa fé.
Acaba por ser enganado. Quando na noite prometida julgava apertar o seu lindo corpo e beijar os seus “olhos belos, as faces e os cabelos”, acha-se abraçado “cum duro monte de áspero mato e de espessura brava, junto de um penedo, outro penedo”.
Foi rodeado pela sua amada Tétis, o mar, sem lhe poder tocar.
O discurso do Gigante, que se divide em duas partes de acordo com a intervenção de Vasco da Gama, compreende, na primeira, um carácter profético e ameaçador num tom de voz “horrendo e grosso” anunciando os castigos e os danos por si reservados para aquela “gente ousada” que invadira os seus “vedados términos nunca arados de estranho ou próprio lenho”.
A segunda parte do discurso do Adamastor representa já um carácter autobiográfico, pois assistimos à evocação do passado amoroso e infeliz do próprio Camões.
O Gigante Adamastor diz ainda que as naus portuguesas terão sempre “inimigo a esta paragem” através de “naufrágios, perdições de toda a sorte, que o menor mal de todos seja a morte”, a fazer lembrar as palavras proféticas do Velho do Restelo.
Após o seu desabafo junto dos lusitanos, a nuvem negra “tão temerosa e carregada” desaparece e Vasco da Gama pede a Deus que remova “os duros casos que Adamastor contou futuros”.
 Luís Vaz de Camões

 

Rodrigo canta: 

 

 

  VELHO MARINHEIRIO

Letra de: Mário Rainho

Música de Fontes Rocha

 

Nasceu à beira do mar

E assim se fez marinheiro

Fez-se ao mar a navegar

E correu o mundo inteiro

 

                       Chegou primeiro às Índias, ao Oriente

                       Uniu por mares, continentes

                       Que nos deixou por herança

                       Nas caravelas, num mar de águas turbulentas

                       Dobrou o Cabo das Tormentas

                       Que é hoje da Boa Esperança

 

Qual é o país, vaidoso e feliz

No mar pioneiro

E que é marinheiro

E que é marinheiro

 

Que levou a cruz, de Cristo Jesus

P´lo Mundo inteiro

E que é marinheiro

E que é marinheiro

 

Nasceu à beira do mar

E assim se fez marinheiro

Fez-se ao mar a navegar

E correu o Mundo inteiro

 

                      Chegou primeiro a outras praias distantes

                      Por esses mares nunca dantes

                      Navegados por alguém

                      Tem um padrão à coragem e aos tormentos

                      Pelos seus descobrimentos

                      Junto à Torre de Belém

 

 

  

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Viva Lisboa: Grande Povo, o português
música: Velho Marinheiro
publicado por Vítor Marceneiro às 22:00
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Sábado, 4 de Janeiro de 2014

BAIRRO DA BICA

Vítor Duarte Marceneiro

Visita ao Bairro da Bica

"RTP - Portugal no Coração"

 

 

Os moradores da Bica sempre mantiveram uma estreita ligação com a vida marítima do Tejo. Este pitoresco bairro é composto por um conjunto de calçadas, escadinhas, quelhas e becos. A sua origem remonta a uma catástrofe natural. Em 1597, um aluimento de terras entre o Alto de Santa Catarina e o Alto das Chagas formou um vale que deu o aspecto íngreme à Bica. Nesta altura, Lisboa era muito procurada por pessoas de fora que queriam trabalhar no rio. O grande aumento populacional fez que as zonas da Bica, São Paulo e Boavista fossem habitadas por mareantes, pescadores, aguadeiros, peixeiras e todo o tipo de vendedeiras. Julga-se que o nome do bairro deriva de uma bica cuja água flui ruidosamente para um tanque do século XVlll, no Pátio de Broas ou Vila Pinheiro. Fica na Calçada da Bica. Para além desta, este espaço é composto por nomes como a Calçada da Bica Pequena, o Beco dos Aciprestes, o Largo de Santo Antoninho, a Bica Duarte Melo, a Rua do Almada, e o famoso elevador da Bica. É este que mantém estreitos os laços entre a Bica e Santa Catarina ou o Bairro Alto. Porém, nem todas as bicas e fontes se resumem à toponímia. Construída em 1675, a Bica dos Olhos é conhecida pela sua eficácia no tratamento de doenças dos olhos. Neste bairro, eram frequentes os pregões dos aguadeiros, na sua grande maioria Galezes, que enchiam as ruas de sons e de presença humana. Em Lisboa, a falta de água era frequente. As bicas e fontes eram habitualmente locais de encontro.

Nota: Foto de Dias dos Reis e texto retirado da internet 

A Bica pertence a Junta de Freguesia de S. Paulo, e no ano passado foi feita uma proposta ao Presidente da Junta pra perpetuar o nome do Grande Fadista Manuel de Almeida numa placa no bairro, aproxima-se a data do aniversário do nascimento do Manuel de Almeida, 27 de Abril, e estamos crentes que a proposta irá avante.

 

27-04-2009 Por proposta que entreguei ao Presidente da Junta de Freguesia de S. Paulo, Sr. Fernando Duarte, em que se pedia a colocação de uma placa no Bairro da Bica, ao fadista Manuel de Almeida, tal como já tinham sido agraciados Fernando Farinha e meu avô Alfredo Marceneiro, proposta esta, assinada pelos organizadores do jantar anual levado a efeito todos os anos na data comemorativa do seu nascimento, 27 de Abril, bem como por sua filha Edite Almeida, amigos e admiradores. 
Esta proposta elaborada no ano transacto(2008), foi já aprovada, e será anunciada a sua concretização no jantar de hoje, pelo Presidente da Junta de Freguesia, que amavelmente acedeu ao  convite que lhe foi dirigido para estar presente, pela comissão organizadora, confessando-se desde logo grande admirador de Manuel de Almeida e amigo da sua  família.

 

 Video-clip realizado por José Pedrosa,

com bonitas imagens do Bairro da Bica,

Fernando Farinha canta á "Lisboa de Outros Tempos"

 

 

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música: Lisboa de Outros Tempos, por Fernando Farinha
Viva Lisboa: Lisboeta, alfacinha, fadista
publicado por Vítor Marceneiro às 22:00
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Cantigas de Lisboa - Vítor Duarte Marceneiro

 

CANTIGAS DE LISBOA

 

As cantigas que se fazem a Lisboa são declarações apaixonadas de amor. O poeta personifica na Capital a sua Dama e rasga-lhe um sem número de galanteios e piropos.

Porque vê sempre na sua cidade amada  a mais colorida do Mundo e é nesta cor local que joga as suas rimas e estribilhos ...

Lisboa Princesa, Lisboa coroada Rainha,  Lisboa menina, Lisboa mãe, avó Lisboa, madrinha Lisboa. Lisboa amada, Lisboa dos meus amores, Lisboa do meu coração, etc...

As cantigas de Lisboa têm todo o encanto nas declarações de amor que recebe dos poetas seus enamorados, Lisboa fica vaidosa porque sabe que é bela, não pela opulência mas sim pela sua alegria e graça natural.

È bem Lisboa a mais cantada e a mais amada Cidade do Mundo.

 Texto de: Vítor Duarte Marceneiro

 

Vítor Duarte Marceneiro canta:

Bairros de Lisboa

Poema de Carlos Conde

Música Fado Pagem de Alfredo Marceneiro

 

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Viva Lisboa: Viva Lisboa
música: Bairros de Lisboa de Carlos Conde
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Sexta-feira, 3 de Janeiro de 2014

CAMANÉ - Fado da Sina

No primeiro aniversário da SIC, houve Fado.

Camané canta Fado da Sina, letra de Amadeu do Vale e música de Jaime Mendes, uma criação de Hermínia Silva no Filme Ribatejo, acompanhado na guitarra portuguesa por Paulo Parreira e na viola de acompanhamento por Carlos Manuel Proença.

 

 

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Viva Lisboa:
música: Fado da Sina de Amadeu do Vale e Jaime Mendes
publicado por Vítor Marceneiro às 00:00
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Quinta-feira, 2 de Janeiro de 2014

ADEGA MACHADO - Recordar sem saudosismos mas...

A Adega Machado reabriu com novos proprietários, que possuem  também o Luso e o Timpanas em 2012

Mas... e a história, a tradição, será que faz parte dos registos do Fado Património Imaterial da Humanidade?... Será ?

 

 SAUDADES... LEVA-AS O VENTO

 

O violista Armando Machado nasceu em Lisboa, em 1899, cidade onde veio a falecer em 1974.

Começou a tocar viola nos solares e nas festas em Lisboa e arredores.
Em  1924 profissionaliza-se, tendo tocado praticamente em todos os recintos com Fado da época.
Em 1937 fundou a Adega Machado no Bairro Alto, que foi a segunda casa do género no bairro, mas a primeira a dar espectáculos diários.
Foi autor de vários temas musicais para Fado, tais como, Fado Súplica, Fado Cunha e Silva, Fado Licas, Fado Maria Rita, Fado Lourdes e o celebre Bolero Cigano da Fronteira.
Conheceu e casou-se com uma linda moça, Maria de Lourdes, deprofissão  enfermeira, natural de Lisboa, onde nasceu em 1915, na freguesia do Socorro, tendo falecido também em Lisboa em 1999.
Maria de Lourdes Machado e Armando Machado, tiveram 5 filhos, 4 rapazes e uma rapariga, o Armando José (Licas) que era afilhado do Gonçalves dono do “ O Ginjal” a Maria Rita, era afilhada da Amália, o Filipe teve como padrinho Filipe Nogueira (pai) e o Carlos Manuel foi apadrinhado por Adelina Ramos e seu marido, o António Tomaz Machado, (o Tricas para a família e amigos) era afilhado do artista plástico Tomaz de Melo (TOM) e também da Amália.
Maria de Lourdes Machado abandona a sua carreira de enfermeira para cuidar dos filhos e fica também, ao lado do marido na gerência da Adega Machado, tendo começado a cantar Fado, logo com grande sucesso, pois tinha uma bonita voz, presença e cantava muito bem.
Quando o seu filho mais velho o Armando José (apelidado carinhosamente como Licas), foi mobilizado para o Ultramar, Maria de Lourdes pede a João Linhares Barbosa, que lhe escreva um poema que exprima a sua dor de mãe, que teve o título de (Fé e Coragem Meu Filho). O pai Armando Machado faz a música já referida, Fado Licas.
Armando Machado e Maria de Lourdes foram grandes amigos de meu avô, tendo sido padrinhos de baptizado do meu tio mais velho, Rodrigo Duarte.
Na Adega Machado cantaram todas as gerações de Marceneiro. Houve muitas noites que chegámos a cantar os três, eu, o meu pai, e o meu avô, o dueto “A Lucinda Camareira”, com grande agrado dos presentes, que nos distinguia com  calorosas ovações.
A Adega Machado foi a última casa onde meu pai cantou contratado e lá se reformou.
Pela Adega Machado, passaram praticamente todos os grandes nomes do Fado, quer fadistas quer tocadores.
Eu desde muito miúdo que conheço a Adega Machado, fui sempre muito acarinhado por toda a família, que dedicava também grande carinho a meu avô, que  era visita diária da casa.
Estive contratado cerca de um ano como segunda ocupação, e era uma das casas que mais frequentava com os meus amigos.
A Adega Machado que tem as suas paredes praticamente forradas com fotos das figuras de relevo de Portugal e de todo o mundo que por lá passaram, o que a torna num autêntico museu de recordações de Fado. Este trabalho iniciou-se pelas mãos de Maria de Lourdes, que possuía um grande sentir iconográfico.
Vitor Duarte Marceneiro

Nota: Na foto no inicio do texto do lado esquerdo, pode ver-se  Alfredo Marceneiro a cantar na Adega Machado, com o Armando Machado a acompanhá-lo em viola-baixo.

Capa do Disco Alvorada em que Maria de Lourdes canta o Fado "Fé e Coragem Meu Filho" com letra de João Linhares Barbosa e música de seu marido Armando Machado.

 

 Pequeno Album de Recordações

Foto 1- Florinda Maria, Amália e Alfredo Duarte Jr.

Foto 2 - Filipe Machado ao lado de Florinda Maria aniversariante

Foto 3 - Dia de Reis o célebre bolo com a prensa de um machadinho em ouro, frente ao bolo Beatriz Costa, á dtª Maria de Lourdes Machado, Ada de Castro e Florinda Maria, atrás Alfredo Duarte Júnior e os músicos da casa

Foto 4 - Vítor Duarte, Carlos Lopes, António Machado (Tricas) e Vítor Ferrari

Foto 5 - Capela fotógrafo do Record, Vitor Duarte e Vítor Ferrari

 

JORNAL A CAPITAL - REPORTAGEM DE UMA NOITE  DE FADOS NA

ADEGA MACHADO

 3 GERAÇÕES DE FADO

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Viva Lisboa: Saudades leva-as o vento
publicado por Vítor Marceneiro às 00:50
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Quarta-feira, 1 de Janeiro de 2014

2014 NOVO ANO DE AUSTERIDADE E POBREZA

 

 

Viva a Solidariedade

UNIDOS VENCEREMOS

 

 

Que bela imagem de Solidariedade, está patente neste video, os animais fazem-no por instinto, os homens muitas das vezes não o fazem,  por ganância!

Ao divulgá-lo nesta fase, em  que estamos a passar por uma  crise profunda,   a ser delapidados dos nossos direitos, em que a democracia está em risco,  só  com SOLIDARIEDADE E UNIDOS VENCEREMOS .

Com base neste pequeno filme e na mensagem que ele encerra, aqui vos deixo um poema do saudoso poeta, Fernando Pinto Ribeiro

 

 

AO PÃO DA MINHA FOME

 

               rompendo a terra

               para a florir

               e repartir

               por toda a gente

   

               o pão

               é mão que encerra

               todo o porvir

               numa semente

 

               o pão é mão

               que dá o que recebe

               e Deus lhe deu

 

               fome que come

               quanto sofreu

               e pede à sede

               água do céu

 

SE TODOS EMPURRAR-MOS PARA O MESMO LADO VENCEREMOS

Este filme demonstra uma verdade inquestionável

A UNIÃO FAZ A FORÇA

 

 

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Viva Lisboa: Roubado e enganado
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