Maria Dilar, é natural de Lagos e nasceu em 1945.
Iniciou a sua carreira na década dos anos 60, tendo gravado para a Alvorada, da Rádio Triunfo.
Também canta canções e assim , é editado pela Marfer, duas versões de canções estrangeiras de sucesso com duas outras originais, tratava-se de "Quando M'Innamoro" - tema que Anna Identici levara ao sexto lugar no Festival de Sanremo de 1968 - e de "Millie", do musical americano homónimo, /span>dois temas portugueses, "Longe do Céu", uma canção servida por arranjos orquestrais em que se destacavam os solos da secção de sopros. e, "Já Não Sou Criança", com texto de Hernâni Correia .
Maria Dilar – cantava músicas que apelavavam à dança, tentando provar que Nóbrega e Sousa, estava a par dos novos ritmos da moda juvenil.
Maria Dilar continua a sua carreira garvou vários discos, em 2011, foi editado o álbum "Fados Que Canto", pela Ovação.
Esteve vários anos residente no Resturante Típico Sr. Vinho, onde se mantce até se retirar.
Maria Dilar por quem nutro uma grande amizade e simpatia, s tem uma página no Facebook, onde podem saber nmais sobre ela: https://www.facebook.com/maria.dilar/about
© Vítor Duarte Marceneiro
Vasco Rafael Simões de Sá Nogueira, nasceu em Angola na província de Moçamedes, em 1949.
Começou com cançonetista, tendo um início de carreira difícil, até que é convidado de um espectáculo publicitário que se realizava num dos cinemas de Luanda, “Chá das Seis” onde começa a ser notado e vem a atingir um assinalável êxito.
Vem para Portugal e sente as dificuldades de um novo inicio de carreira. Beatriz da Conceição apresenta-o a uns empresários no Porto e lá fica a actuar durante cerca de um ano, é no Porto que grava o seu primeiro disco.
Vem para Lisboa contratado para o elenco do “Painel do Fado”, seguidamente é convidado por Sérgio de Azevedo para actuar no “Frou Frou” , agradou ao empresário que logo o convida para a revista “Ó da Guarda”, onde obtém o seu maior êxito de sempre com o Fado “ROSEIRA BOTÃO DE GENTE” com letra de José Carlos Ary dos Santos e música de Paulo de Carvalho, gravado em 1981 para Rádio Triunfo
Faz ainda parte do elenco da revista “A Aldeia da Roupa Suja”, mas deixa as revistas porque acha que o prendem muito tempo no mesmo local.
Tem algumas deslocações ao estrangeiro.
Já com poetas de relevo a escreverem para ele, realçando Ary do Santos, Vasco de Lima Couto, etc. grava mais uma série de EP e LP.
É contratado para as Arcadas do Faia, onde se mantém até à sua morte prematura.
Vasco Rafael faleceu em Lisboa em 1998.
Estejas onde estiveres Vasco Rafael, recebe esta pequena homenagem da “Linhagem Marceneiro”
ROSA, BOTÃO DE GENTE
Letra de: José Carlos Ary dos Santos
Música de: Paulo de Carvalho
A Força
Que eu tive no momento
Tecendo o teu corpo
A primeira vez
Está agora no teu ventre
Em movimento
No filho que a gente fez
Ficando maior
Por dentro de ti
E o teu corpo me segreda
Quando toco
Que o meu filho está ali
Eu fui a semente
Tu és o canteiro
Dum cravo de carne
Que tem o meu cheiro
Eu fui o arado
Tu és a seara
Seara de trigo sem fim
Seara lavrada por mim
Quando a companheira
Dá flor no presente
Para a vida inteira
É como se o sangue
Fosse uma roseira
Roseira botão de gente
Rosa da minha roseira
A vida que tece outra vida
É vida parida
É vida maior
Tens agora a palpitar
No teu ventre meu amor
Depois vamos os dois
P´rá vida nova´
Será uma flor
Flor de carne
A despontar da primavera
Do teu ventre meu amor
Beatriz da Conceição , nasceu no Milharado, concelho de Mafra a 14 de Dezembro de 1907 e faleceu em Lisboa, a 15 de Abril de 1996. Adoptou o pseudónimo de Beatriz Costa, logo que se estreou-se aos quinze anos, como corista, na revista Chá e Torradas (1923) no Éden Teatro, em Lisboa. No ano seguinte, em 1924, estreia-se no Teatro Maria Vitória (Parque Mayer) com a revista “Ré-Vés”. Posteriormente, ingressa na companhia do Teatro Avenida estreando-se, no mesmo ano, no Rio de Janeiro onde é felicitada pela imprensa e pelos espectadores, nomeadamente nas revistas Fado Corrido e Tiro ao Alvo. De regresso a Lisboa (1925) ocupa um lugar de destaque ao lado de Nascimento Fernandes em Ditosa Pátria, no Teatro da Trindade. Em Agosto do mesmo ano a Companhia do Trindade segue para o Porto apresentando-se no Sá da Bandeira e Beatriz faz a sua primeira ida como artista à cidade invicta Em Outubro de 1925 integra uma Companhia de operetas sedeada no Teatro São Luiz. De regresso à revista, passa pelos teatros Éden e Maria Vitória nas revistas “Fox Trot”, Malmequer, Olarila , Revista de Lisboa e Sete e meio. Em 1927, traduzindo uma moda cinéfila, aparece pela primeira vez de franja e estreia-se no cinema em papéis episódicos de filmes de Rino Lupo - O Diabo em Lisboa - e, ainda no mesmo ano, havia dançado um tango em Fátima Milagrosa (do mesmo realizador) ao lado de Manoel de Oliveira. Passou pelo Teatro Apolo, transferindo-se depois com a Companhia de Eva Stachino para o Trindade. Aí se fez Pó de Maio , onde conheceu o maior êxito da popularidade com o celebrado número D. Chica e Sr. Pires ao lado de Álvaro Pereira. Volta ao Brasil em 1929, com a Companhia de Eva Stachino, no Rio de Janeiro, foi recebida sobre as mais efusivas manifestações e relembrada a sua revelação como actriz nos grandes órgãos de imprensa da América do Sul. De volta ao continente, e ainda neste ano, Beatriz Costa aparece no documentário Memória de uma Actriz (com base nos artigos que já escrevia para O Século a contar episódios pícaros da sua carreira). Em 1930 participa no filme Lisboa, Crónica Anedótica, de Leitão de Barros. Em Dezembro de 1930, durante a visita de Ressano Garcia, gerente da Paramount em Lisboa, recebe um convite de Blumenthal e San Martin para um contrato muito vantajoso para o papel da protagonista de A Minha Noite de Núpcias (da versão original Her Wedding Night de Frank Tuttle e que na versão portuguesa foi dirigida por Alberto Cavalcanti), o terceiro fonofilme em português, a realizar-se em França. Recebendo sempre provas de apreço desde o pessoal dos estúdios à mais considerada vedeta destaca das suas colegas estrangeiras Olga Tsehekova e Camila Horn. Deixa a Companhia e é contratada por Corina Freire para participar nos êxitos de revistas como A Bola, Pato Marreco, O Mexilhão ou Pirilau. Numa ida a Espanha, a convite da Casa da Imprensa de Badajoz para uma festa no Teatro Lopez Ayola, obteve estrondoso êxito ao representar Burrié, sendo homenageada juntamente com os outros artistas portugueses que a acompanhavam (Amarante e Nascimento Fernandes). Em 1933 a sua imagem imortalizava-se n' A Canção de Lisboa, de Cotinelli Telmo, ao lado de António Silva e Vasco Santana, assim como em 1936, ao participar na revista Arre Burro. Em 1937 Beatriz ganha ao lado de Vasco Santana os votos de preferência dos cinéfilos portugueses e são eleitos "príncipes do cinema português", protagonizando em 1939 A Aldeia da Roupa Branca, de Chianca de Garcia, aquele que seria o seu último filme.
Ainda em 1939, Beatriz Costa aceitou novo convite para se deslocar ao Brasil para uma temporada que se prolongou por 10 anos (de 1939 a 1949) tal feito deveu-se à sua grande popularidade, e que ela chamou "os melhores anos da sua vida". Quase sempre actuou no Casino de Urca, no Rio, desde os tempos da peça Tiro-Liro-Liro, até ao final da década, altura do seu único casamento em 1947, com Edmundo Gregorian (poeta, escritor, escultor), de quem se divorciou dois anos depois. Em 1949, regressa aos palcos de Lisboa para uma revista no Teatro Avenida, cujo título diz tudo sobre o mito que continuava a ser: Ela aí está!. E, aos 41 anos, repetiu os êxitos de há 20 anos atrás. Ainda apareceu em Lisboa em revistas de sucesso como Com Jeito Vai, mas em 1960 despediu-se dos palcos em Está Bonita a Brincadeira. É a partir da década de 60 que começa a viajar por todo o mundo, assistindo a festivais de teatro, de Ocidente a Oriente. Conheceu personalidades como Salvador Dali, Pablo Picasso, Sophia Loren, Greta Garbo, Edith Piaf ou o Rei Hassan II de Marrocos. Depois da Revolução dos Cravos - quando já vivia no Hotel Tivoli, onde viveu até morrer - começou a publicar livros sobre a sua espantosa vida (já anteriormente a "publicara" em vários capítulos nas Páginas das Minhas Memórias nos anos 30), aconselhada e incentivada por Tomás Ribeiro Colaço. Ela que aprendera a ler aos 13 anos de idade e sozinha, seguindo a sua ambição de saber, começou a sua alfabetização à mesa d' A Brasileira, rodeada por figuras como Almada Negreiros, Gualdino Gomes, Aquilino Ribeiro, Vitorino Nemésio, entre outros. Após o seu reaparecimento num espectáculo da Casa da Imprensa que decorreu no Coliseu dos Recreios foi sistematicamente solicitada pelos órgãos de comunicação social e espantou-se com as óptimas reacções do público leitor em relação a essa outra faceta da sua vida - escrever. Em 1977 é editado pela Emi-Valentim de Carvalho um álbum que compila vários dos seus sucessos musicais e que em 1996 seria reeditado com o título Grande Marcha de Lisboa na Colecção Caravela da mesma editora. Apesar das muitas propostas para regressar aos palcos (por Vasco Morgado) preferiu ficar longe deles por considerar o teatro de revista muito diferente do que era, por "estar decadente". Muitos foram também os convites para programas de televisão (por Joaquim Letria) e, de facto, viria a participar como membro de júri no concurso Prata da Casa (RTP) apresentado por Fialho Gouveia e que visava lançar jovens no mundo do espectáculo. Um grupo de jovens chegaria mesmo a propor a sua candidatura simbólica nas eleições presidenciais de 1985 como meio de comemorar O Ano Internacional da Juventude do ano seguinte.
© Vítor Duarte Marceneiro
FILMOGRAFIA
A Aldeia da Roupa Branca, de Chianca de Garcia (1939);
O Trevo de Quatro Folhas, de Chianca de Garcia (1936);
A Canção de Lisboa, de José Cotinelli Telmo (1933)
Minha Noite de Núpcias, de E. W. Emo (1931)
Lisboa, de J. Leitão de Barros (1930)
Fátima Milagrosa, de Rino Lupo (1928);
O Diabo em Lisboa, de Rino Lupo (1926).
LIVROS
Quando se retirou da vida artística decidiu escrever livros biográficos «Sem Papas na Língua», 1975 e «Quando os Vascos eram Santanas», 1977. Figura acarinhada e querida em todo o país, viveu no Hotel Tivoli, em Lisboa, até ao fim dos seus dias. Divertida e risonha, manteve sempre o seu ar irreverente e um humor saudável. Mafra homenageou-a dando o seu nome ao Teatro Municipal Beatriz Costa. Os filmes em que é vedeta são constantemente exibidos na RTP Memória com enorme sucesso de audiências.
Beatriz COSTA, "Sem Papas na Língua" ,
Beatriz COSTA, "Quando os Vascos eram Santanas… e não só" ,
Beatriz COSTA, "Mulher Sem Fronteiras" ,
Beatriz COSTA, "Nos Cornos da Vida"
Beatriz COSTA, "Eles e Eu"
Beatriz COSTA, Obra inacabada
O MITO DA FRANJA
"Sou uma cara de boneca de loiça num corpo de boneca de trapos."
"Sou uma criatura estruturalmente alegre, desempoeirada, sensível ao bem que me façam e indiferente ao mal que me queiram."
"Vim do povo e, artisticamente, ao doce contacto dele tenho vivido. Se de todas as classes me afluíram estímulos e aplausos, os daquela de que sou filha são os que mais me consolam, fortificam e envaidecem."
"Sou uma mulher que lutou e conhece o pão que os oportunistas amassam. O que vale é que sou de boa cepa e fui amamentada a pão de milho e tive a água limpa do rio da minha avó."
Beatriz Costa canta
ARRE BURRO
Letra de: Alberto Barbosa e José Galhardo
Música de: Vasco Santanea e Amadeu do Vale
Artur Fernandes Agostinho nasceu em Lisboa, 25 de Dezembro de 1920, e faleceu hoje, dia 22 de Março de 2011.
Foi um jornalista, quer em jornais, na televisão, na rádio, escreveu alguns livros e notabilizou-se também como actor, tendo sido premiado várias vezes.
Fez parte do departamento desportivo da Rádio Renascença, nos anos 80 do Século XX, depois de ter sido um dos mais brilhantes relatores desportivos de sempre aos microfones da Emissora Nacional de Radiodifusão.
Foi o apresentador do primeiro concurso da RTP, o "Quem Sabe, Sabe", e participou em programas como "O Senhor que se Segue", "No Tempo Em Que Você Nasceu" e "Curto-Circuito" e ainda em várias séries e telenovelas.
Participou nos filmes Cais do Sodré (1946), O Leão da Estrela (1947), Capas Negras (1947), Cantiga da Rua (1950), Sonhar é Fácil (1951), O Tarzan do 5.º Esquerdo (1958), Dois Dias no Paraíso (1958), O Testamento do Senhor Napumoceno (1997), A Sombra dos Abutres (1998) e Perfeito Coração (2009).
Foi agraciado com a Comenda da Ordem Militar de Santiago da Espada em 28 de Dezembro de 2010.
Foi proprietário da agência de publicidade, a Sonarte.
Dirigiu o diário desportivo Record, entre 1963 e 1974, tendo regressado ao jornal como colunista e patrono do prémio destinado a premiar o desportista do ano, em 2005.
Foi também director do Jornal do Sporting.
Escreveu o livro «Português sem Portugal» (1977), e em 2009 lançou o livro «Bela, riquíssima e além disso ...viúva».
De seu nome completo, António Vilar Justiniano dos Santos, nasceu em Lisboa na freguesia de Alcântara a 13 de Outubro de 1912.
Foi um dos actores mais famosos do seu tempo, trabalhando tanto no país como no estrangeiro, nomeadamente em Espanha, França, Itália, Argentina e Brasil. Nos anos 50, tendo sido um dos actores portugueses com maior projecção internacional.
Aos 18 anos, tornou-se actor amador. Em 1931 estreou-se no Teatro Nacional na peça "Romance", é nesse mesmo ano que é descoberto pelo realizador Leitão de Barros que o convidou para um pequeno papel em A Severa o primeiro filme sonoro português.
Continuou a conciliar a sua carreira teatral com a cinematográfica, tendo desempenhado pequenos papéis em Feitiço do Império (1940) e Pão Nosso (1940). Mas o seu rosto só se tornou familiar do público português com a sua prestação em O Pátio das Cantigas (1942), onde desempenhou o papel do guitarrista Carlos Bonito e contracenou com Laura Alves, António Silva, Vasco Santana e Ribeirinho. Gradualmente, tornou-se num dos galãs mais requisitados do cinema nacional: foi Simão Botelho em Amor de Perdição (1943), onde fez par romântico com Carmen Dolores, e em Inês de Castro (1944) encarnou D. Pedro, o Justiceiro.
Personificou Luís Vaz de Camões em Camões (1946), antes de assentar arraiais em Espanha, onde viveu até ao fim dos seus dias. Entre 1946 e 1978, protagonizou perto de 40 filmes castelhanos, dos quais se destacam La Mantilla de Beatriz (A Mantilha de Beatriz, 1946), Reina Santa (A Raínha Santa, 1947), Una Mujer Cualquiera (1949), Don Juan (1950), Alba de América (1951), El Redentor (1957), Muerte Al Amanecer (1959), Comando de Asessinos (Fim-de-Semana Com a Morte, 1967) e Disco Rojo (Sinal Vermelho, 1973). Nesse período, trabalhou também no Brasil, em Guarany (1948), em Itália, onde protagonizou Santo Disonore (Honra e Sacrifício, 1949) e Il Padrone Delle Ferriere (1959), regressou a Portugal para encabeçar o elenco de O Primo Basílio (1959) de António Lopes Ribeiro e filmou esporadicamente em França, participando ao lado de Brigitte Bardot em La Femme et le Pantin (1959). O seu último filme foi Estimado Señor Juez (1978).
Personificando Luiz Vaz de Camões e Contracenando com Brigitte Bardot
Nos anos seguintes, perseguiu o sonho de produzir, realizar e protagonizar um épico sobre Fernão de Magalhães, tendo gasto a sua fortuna pessoal na pré-produção do filme, após as recusas de subsídios governamentais por parte de Portugal e de Espanha. Para esse efeito, conseguiu construir uma réplica duma nau da frota de Magalhães, que foi oferecida à Comissão Nacional dos Descobrimentos Portugueses, após a sua morte, que ocorreu em Madrid a 16 de Agosto de 1995.
A Camara Municipal de Lisboa homenageou a sua memória, dando o seu nome a uma rua da cidade.
Bebiana Guerreiro Rocha Cardinali , actriz e fadista , que adoptou o nome artístico de Anita Guerreiro nasceu em Lisboa a 13 de Novembro de 1936, no Bairro do Intendente,
Com apenas sete anos, por ser uma das "miúdas", fadistas infantis que ficavam identificados com o bairro de onde vinham, passou a ser conhecida com "A Miúda do Intendente",
Aos quinze anos de idade, Anita Guerreiro concorreu ao passatempo do popular programa radiofónico “Comboio das Seis e Meia”, onde obteve tal êxito que Marques Vidal logo a contratou para artista privativa do programa.
Em 1953 estreia-se no Fado profissional como contratada no "Café Luso".
Canta com garra e vivacidade que ainda antes de completar os vinte anos, era já vedeta de revista, género em que se estreou em 1955, na Revista " Ó Zé Aperta o Laço", é aliás no teatro de revista que obtém um dos seus maiores sucessos com a criação do Fado-canção " Cheira a Lisboa" em 1969 na Revista "Peço a Palavra", foi um tema que ficou na boca do povo e até aos dias de hoje. Pouco tempo depois deste sucesso colossal, Anita Guerreiro afastou-se da revista durante mais de uma década, apenas regressando em 1982.
Manteve-se entretanto activa como fadista, cantando em casas de fados e actuando no estrangeiro, foi ainda, proprietária de uma casa de Fados no Parque Mayer a "Adega da Anita".
Esteve radicada vários anos nos Estados Unidos da América, mas quando regressou não tinha sido esquecida, voltou rapidamente a ocupar o lugar que lhe pertencia no meio artístico,
Nos últimos anos tem desfilado vezes sem conta na Avenida, no grande espectáculo de Lisboa que são as marchas populares.
Anita Guerreiro continua ainda hoje a trabalhar e a ser muito acarinhada pelo público, continua a cantar em Casas de Fado e em espectáculos e participa regularmente em telenovelas e séries de comédia na TV.
CHEIRA A LISBOA
Letra de: César Oliveira
Música de: Carlos Dias
Lisboa já tem sol, mas cheira a lua
Quando nasce a madrugada, sorrateira
E o primeiro eléctrico da rua
Faz coro com a chinela da Ribeira
Se chove cheira a terra prometida
Procissões têm o cheiro a rosmaninho
Nas tascas das vielas mais escondida
Cheira a iscas com elas e a vinho
Estribilho
Um craveiro numa água-furtada
Cheira bem, cheira a Lisboa
Uma rosa a florir na tapada
Cheira bem, cheira a Lisboa
A fragata que se ergue na proa
A varina que teima em passar
Cheiram bem porque são de Lisboa
Lisboa tem cheiro de flores e de mar
Lisboa cheira aos cafés do Rossio
O Fado cheira sempre a solidão
Cheira a castanha assada se está frio
Cheira a fruta madura quando é Verão
Nos lábios tem o cheiro dum sorriso
Manjerico tem o cheiro de cantigas
E os rapazes perdem o juízo
Quando lhes dá o cheiro a raparigas
Estribilho
Leolina Clara Gomes Dias Simões, filha de Manuel Dias Simões e de Margarida Ferreira Soares Gomes Dias Simões, nasceu em Ovar (na Rua Padre Ferrer, n.º 1) a 4 de Novembro de 1925, e residiu, durante a sua infância, na Quinta que a sua família possuía no lugar de S. Miguel.
Depois de ter realizado estudos primários e secundários (frequentando colégios em Anadia, Aveiro e Porto), ingressou na Escola do Magistério Primário do Porto, onde chegou a frequentar o 2.º ano.
Não se sentindo minimamente atraída pela carreira de professora primária, abandonou (aos 19 anos) os estudos e foi viver para Lisboa, onde experimentou várias ocupações temporárias, até se tornar secretária/correspondente de francês e português na empresa Inter-Maritime et Fluvial et Centrados Reúnis.
A carreira de secretariado/correspondente levou-a até Paris, e da “cidade-luz” para Locarno, na suíça “italiana”, onde se empregou como correspondente de português numa grande fábrica de acessórios para relógios.
Dois anos depois, Clara Dias Simões regressaria a Portugal para uma curta estada (19 meses), residindo em Lisboa e no Porto, locais em que participou em vários programas de rádio.
O casamento com o cônsul da Suíça em Luanda (Rolland Pièrre) levou-a ao continente africano, onde permaneceu pouco mais de um ano.
De regresso à Europa, radicou-se em Paris, onde abriu um pequeno restaurante – “Le Fado: Uma Casa Portuguesa” –, por onde passaram vários profissionais da nossa canção (Rui de Mascarenhas, Maria Albertina, Madalena Iglésias…).
Na capital francesa, onde passou a ser conhecida por Clara d’Ovar, casou com Peter Oser Rockfeller e teve a ocasião de travar conhecimento com muitas pessoas ligadas ao meio cinematográfico gaulês. Foi este convívio que estimulou Peter Oser e Clara d’Ovar a proporem a Pièrre Kast a realização da película “Merci Natercia”, idealizada pelos dois e que não foi bem sucedida, não chegando a ser distribuída em França. (Apenas uma remontagem, efectuada por Clara d’Ovar, fez carreira no Brasil).
Após o malogro de “Merci Natercia”, Clara d’Ovar foi a actriz principal nos filmes “La Barque Sur l’Ocean” (1960), de Maurice Clavel, e “Cartas da Religiosa Portuguesa” (1960), de António Lopes Ribeiro.
Filmes com participação de Clara d’Ovar
Clara d'Ovar
1959 - “Merci Natercia”; “Uma Portuguesa em Paris”, de Pierre Kast.
1960 - “La Barque Sur l’Ocean”, de Maurice Clavel; “Cartas da Religiosa Portuguesa”, de António Lopes Ribeiro.
1961 - “La Morte-Saison dês Amours”, de Pierre Kast
1962 - “Je ne Suis Plus d’Ici”, de Bernard Vicki (curta-metragem filmada numa aldeia próxima de Ovar).
1963 - “Vacances Portugaises”, “Os Sorrisos do Destino”, de Pièrre Kast; “PXO”, de Pièrre Kast, Jacques Doniol-Valcroze e António Vilela; “Le Pas de Troix”, de Alain Bornet.
1964 - “O Crime da Aldeia Velha”, de Manuel Guimarães.
1965 - “Le Grain de Sable” (O Triângulo Circular), de Pierre Kast; “La Brûlure de Mille Soleils”, de Pièrre Kast.
1980 - “Le Soleil en Face”, de Pièrre Kast
Obras literárias de Clara d’Ovar
1956 - “Um Mundo Paralelo”
1957 - “Poesias da Juventude”
1958 - “As Areias Movediças”, “Poesias do Vento”
1994 - “Caminhando pela Vida”
1997 - “Miriam – Uma Tão Longa Estrada”
1998 - “Odisseia de uma Garrafa Azul – Memórias de Esquecimentos”
1999 - “D. Juan Quixote de Saia de Folhos”
2000 - “O Homem que corria atrás dos Sonhos”
2002 - “O voo das Palavras”
In; Jornal João Semana
Nasceu em 1961 na Parede e faleceu prematuramente num violento desastre de automóvel na Estrada Marginal Lisboa-Cascais, em 1988.
Quando em 2010, publiquei pele primeira vez esta página sobre o Alcino Frazão, recebi do meu amigo João Baptista-Lopes, companheiro de grandes noites de Fado, também ele fadista e autor de poemas, este apontamento :
O Alcino, a primeira vez que verdadiramente contratado - com "cachet" ao fim da noite (mais precisamente de 600$00 - corria o ano da graça de 1979), foi no Pistaré, no Estoril, lugar onde lhe começaram a surgir os contratos, nomeadamente para ir tocar ao Canada, o seu primeiro contrato no estrangeiro !
Este contrato com o Pistaré durou alguns meses, tendo sido algumas vezes substituído, entre outros, pelo saudosos José Inácio e finalmente pelo Corgas, que tem hoje ainda uma casa de fado em Paris.
Não quero criar qualquer tipo de polémica, nem criticar quem quer que seja, pelos diversos comportamentos de aproveitamento da qualidade que o Alcino mostrava já nessa altura !
No entanto, não enjeito o facto de ter feito parte - modestamente - do seu percurso.
CARLOS ZEL, Carlos Frazão, nasceu na Parede, a 29 de Setembro de 1950. Seu pai António Frazão, marceneiro de profissão era um apaixonado do fado, cantava como amador e editou um livro de poemas "O Poeta e Eu". Teve ainda um irmão ligado ao Fado, o saudoso Alcino Frazão, que foi um exímio guitarrista, que infelizmente nos deixou ainda muito jovem.
Carlos Zel, começou a cantar no Estoril e Cascais como amador
Iniciou a sua carreira profissional em 1967, cantando na Emissora Nacional, altura que adopta o nome artístico de Carlos Zel.
Fez teatro de revista e musical - "Aldeia da Roupa Suja" (1978), "A Severa" (1990) e "Ai Quem Me Acode" (1994) -,
Na televisão chegou a participar na telenovela "Cinzas", como actor.
Deixou-nos cerca de uma dezena de produções discográficas
Em 1993, recebe o Prémio Prestígio, atribuído pela Casa de Imprensa, em 1997 a mesma entidade concedeu-lhe o Prémio José Neves de Sousa.
Foi ainda condecorado com a Medalha de Mérito da Cruz Vermelha Portuguesa, e ainda a Medalha de Mérito da Câmara Municipal de Cascais.
Em mais de 30 anos de carreira, fez vários espectáculos em Portugal e no Estrangeiro, cantou em casas de fado, e no fim da sua vida foi o impulsionador das “Quartas de Fado no Casino Estoril”
Faleceu repentinamente em Fevereiro de 2002.
Cascais deu o seu nome a uma rua do Concelho.
Caricatura de Carlos Zel da autoria do Dr. Francisco Faria Pais
Carlos Zel canta:
Quero muito aos teus olhos
Autores : Manuel de Almeida/Fado Lopes
Nasceu a 13 de Junho de 1946 nas Taipas - Stª Margarida da Serra , Grandola.
Desde muito jovem que se dedicou à música, começou por tocar guitarra clássica (viola), tendo feito parelha com António Chainho, quando ainda ambos estava a viver no Alentarjo. Decide dedicar-se à guitarra portuguesa. Em 1969 vem para Lisboa começando a tocar em casas de Fado, inicia-se na Guitarra da Madragoa, inicialmente com o viola Armando Ferreira e pouco tempo depois com José Inácio, é aqui que toca primeiramente para meu pai e também tive a honra de me ter acompanhado, aliás ganha enorme amizade com meu pai, Alfredo Duarte Jr. , a quem acompanhou em diversos espectáculos em Portugal, estve ainda contratdo no Abil em Portugal, na Taverna de El-Rei, no Arreda esteve também em Benavente a acompanhar Hermínia Silva, quando esta lá estava a cantar no Pôr-do-Sol, aos fins de semana, acompanhou também outros grandes nomes do Fado.
Foi durante cerca de 25 anos guitarrista privativo do Rodrigo, quer em espectáculos, quer no Forte D. Rodrigo.
António Parreira também dá aulas guitarra portuguesa, e como “filho de peixe sabe nadar” não lhe foi difícil pôr a sua prole a tocar, é pai e mentor musical dos guitarristas Paulo Parreira e Ricardo Parreira.
António Parreira é um homem de fino trato, é estimado e admirado por toda a comunidade fadista.
Continua a tocar em recintos de Fado, e simultaneamente dá aulas de guitarra portuguesa no Museu do Fado.
António Parreira
Toca Variações sobre o Mouraria
O GIGANTE ADAMASTOR
Rodrigo canta:
VELHO MARINHEIRIO
Letra de: Mário Rainho
Música de Fontes Rocha
Nasceu à beira do mar
E assim se fez marinheiro
Fez-se ao mar a navegar
E correu o mundo inteiro
Chegou primeiro às Índias, ao Oriente
Uniu por mares, continentes
Que nos deixou por herança
Nas caravelas, num mar de águas turbulentas
Dobrou o Cabo das Tormentas
Que é hoje da Boa Esperança
Qual é o país, vaidoso e feliz
No mar pioneiro
E que é marinheiro
E que é marinheiro
Que levou a cruz, de Cristo Jesus
P´lo Mundo inteiro
E que é marinheiro
E que é marinheiro
Nasceu à beira do mar
E assim se fez marinheiro
Fez-se ao mar a navegar
E correu o Mundo inteiro
Chegou primeiro a outras praias distantes
Por esses mares nunca dantes
Navegados por alguém
Tem um padrão à coragem e aos tormentos
Pelos seus descobrimentos
Junto à Torre de Belém
Vítor Duarte Marceneiro
Visita ao Bairro da Bica
"RTP - Portugal no Coração"
Os moradores da Bica sempre mantiveram uma estreita ligação com a vida marítima do Tejo. Este pitoresco bairro é composto por um conjunto de calçadas, escadinhas, quelhas e becos. A sua origem remonta a uma catástrofe natural. Em 1597, um aluimento de terras entre o Alto de Santa Catarina e o Alto das Chagas formou um vale que deu o aspecto íngreme à Bica. Nesta altura, Lisboa era muito procurada por pessoas de fora que queriam trabalhar no rio. O grande aumento populacional fez que as zonas da Bica, São Paulo e Boavista fossem habitadas por mareantes, pescadores, aguadeiros, peixeiras e todo o tipo de vendedeiras. Julga-se que o nome do bairro deriva de uma bica cuja água flui ruidosamente para um tanque do século XVlll, no Pátio de Broas ou Vila Pinheiro. Fica na Calçada da Bica. Para além desta, este espaço é composto por nomes como a Calçada da Bica Pequena, o Beco dos Aciprestes, o Largo de Santo Antoninho, a Bica Duarte Melo, a Rua do Almada, e o famoso elevador da Bica. É este que mantém estreitos os laços entre a Bica e Santa Catarina ou o Bairro Alto. Porém, nem todas as bicas e fontes se resumem à toponímia. Construída em 1675, a Bica dos Olhos é conhecida pela sua eficácia no tratamento de doenças dos olhos. Neste bairro, eram frequentes os pregões dos aguadeiros, na sua grande maioria Galezes, que enchiam as ruas de sons e de presença humana. Em Lisboa, a falta de água era frequente. As bicas e fontes eram habitualmente locais de encontro.
Nota: Foto de Dias dos Reis e texto retirado da internet
A Bica pertence a Junta de Freguesia de S. Paulo, e no ano passado foi feita uma proposta ao Presidente da Junta pra perpetuar o nome do Grande Fadista Manuel de Almeida numa placa no bairro, aproxima-se a data do aniversário do nascimento do Manuel de Almeida, 27 de Abril, e estamos crentes que a proposta irá avante.
27-04-2009 Por proposta que entreguei ao Presidente da Junta de Freguesia de S. Paulo, Sr. Fernando Duarte, em que se pedia a colocação de uma placa no Bairro da Bica, ao fadista Manuel de Almeida, tal como já tinham sido agraciados Fernando Farinha e meu avô Alfredo Marceneiro, proposta esta, assinada pelos organizadores do jantar anual levado a efeito todos os anos na data comemorativa do seu nascimento, 27 de Abril, bem como por sua filha Edite Almeida, amigos e admiradores.
Esta proposta elaborada no ano transacto(2008), foi já aprovada, e será anunciada a sua concretização no jantar de hoje, pelo Presidente da Junta de Freguesia, que amavelmente acedeu ao convite que lhe foi dirigido para estar presente, pela comissão organizadora, confessando-se desde logo grande admirador de Manuel de Almeida e amigo da sua família.
Video-clip realizado por José Pedrosa,
com bonitas imagens do Bairro da Bica,
Fernando Farinha canta á "Lisboa de Outros Tempos"
CANTIGAS DE LISBOA
As cantigas que se fazem a Lisboa são declarações apaixonadas de amor. O poeta personifica na Capital a sua Dama e rasga-lhe um sem número de galanteios e piropos.
Porque vê sempre na sua cidade amada a mais colorida do Mundo e é nesta cor local que joga as suas rimas e estribilhos ...
Lisboa Princesa, Lisboa coroada Rainha, Lisboa menina, Lisboa mãe, avó Lisboa, madrinha Lisboa. Lisboa amada, Lisboa dos meus amores, Lisboa do meu coração, etc...
As cantigas de Lisboa têm todo o encanto nas declarações de amor que recebe dos poetas seus enamorados, Lisboa fica vaidosa porque sabe que é bela, não pela opulência mas sim pela sua alegria e graça natural.
È bem Lisboa a mais cantada e a mais amada Cidade do Mundo.
Texto de: Vítor Duarte Marceneiro
Vítor Duarte Marceneiro canta:
Bairros de Lisboa
Poema de Carlos Conde
Música Fado Pagem de Alfredo Marceneiro
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No primeiro aniversário da SIC, houve Fado.
Camané canta Fado da Sina, letra de Amadeu do Vale e música de Jaime Mendes, uma criação de Hermínia Silva no Filme Ribatejo, acompanhado na guitarra portuguesa por Paulo Parreira e na viola de acompanhamento por Carlos Manuel Proença.
A Adega Machado reabriu com novos proprietários, que possuem também o Luso e o Timpanas em 2012
Mas... e a história, a tradição, será que faz parte dos registos do Fado Património Imaterial da Humanidade?... Será ?
SAUDADES... LEVA-AS O VENTO
O violista Armando Machado nasceu em Lisboa, em 1899, cidade onde veio a falecer em 1974.
Nota: Na foto no inicio do texto do lado esquerdo, pode ver-se Alfredo Marceneiro a cantar na Adega Machado, com o Armando Machado a acompanhá-lo em viola-baixo.
Capa do Disco Alvorada em que Maria de Lourdes canta o Fado "Fé e Coragem Meu Filho" com letra de João Linhares Barbosa e música de seu marido Armando Machado.
Pequeno Album de Recordações
Foto 1- Florinda Maria, Amália e Alfredo Duarte Jr.
Foto 2 - Filipe Machado ao lado de Florinda Maria aniversariante
Foto 3 - Dia de Reis o célebre bolo com a prensa de um machadinho em ouro, frente ao bolo Beatriz Costa, á dtª Maria de Lourdes Machado, Ada de Castro e Florinda Maria, atrás Alfredo Duarte Júnior e os músicos da casa
Foto 4 - Vítor Duarte, Carlos Lopes, António Machado (Tricas) e Vítor Ferrari
Foto 5 - Capela fotógrafo do Record, Vitor Duarte e Vítor Ferrari
JORNAL A CAPITAL - REPORTAGEM DE UMA NOITE DE FADOS NA
ADEGA MACHADO
3 GERAÇÕES DE FADO
Viva a Solidariedade
UNIDOS VENCEREMOS
Que bela imagem de Solidariedade, está patente neste video, os animais fazem-no por instinto, os homens muitas das vezes não o fazem, por ganância!
Ao divulgá-lo nesta fase, em que estamos a passar por uma crise profunda, a ser delapidados dos nossos direitos, em que a democracia está em risco, só com SOLIDARIEDADE E UNIDOS VENCEREMOS .
Com base neste pequeno filme e na mensagem que ele encerra, aqui vos deixo um poema do saudoso poeta, Fernando Pinto Ribeiro
AO PÃO DA MINHA FOME
rompendo a terra
para a florir
e repartir
por toda a gente
o pão
é mão que encerra
todo o porvir
numa semente
o pão é mão
que dá o que recebe
e Deus lhe deu
fome que come
quanto sofreu
e pede à sede
água do céu
SE TODOS EMPURRAR-MOS PARA O MESMO LADO VENCEREMOS
Este filme demonstra uma verdade inquestionável
A UNIÃO FAZ A FORÇA