“TRADIÇÃO” - Fados
CD de António Pinto Coelho - Maio de 2014
António Pinto Coelho, natural do Bairro da Madragoa, lança em Maio o CD “Tradição” com 17 temas tradicionais do Fado.
Acompanham-no, na guitarra portuguesa, o Mestre António Parreira, na guitarra clássica, Cristina Pinto Coelho que foi aluna de fado do guitarrista e professor, e, na viola baixo, João Penedo.
António Pinto Coelho nasceu no seio de uma família de amantes do fado e canta desde muito jovem, esporadicamente em casas de fados. Este é o seu segundo projecto em disco.
António Pinto Coelho
Canta: Saudade
Faixa 5 do CD - Tradição Fados
No disco “Tradição”, António Pinto Coelho faz uma homenagem ao chamado fado tradicional, escolhendo, integralmente, músicas de fados tradicionais compostas pelos “grandes do fado tradicional” tais como Renato Varela, Alfredo Marceneiro, Armando Machado, Filipe Pinto, Fontes Rocha, Franklin Godinho, João Maria dos Anjos, Pedro Rodrigues, Joaquim Campos e Armandinho. As letras escolhidas inserem-se na mesma linha com nomes tais como Manuel de Andrade, João Fezas Vital, António Amargo, João Ferreira Rosa, David Mourão Ferreira, António Calem e João de Freitas. Apenas uma excepção a este rol de nomes consagrados! É que o fadista resolveu incluir uma letra sua intitulada “Verde Lagoa” num dos fados mais antigos incluídos no disco, o Fado Rosa composto por António Rosa e celebrado na voz de Marceneiro. O CD inclui ainda três variações do grande Armandinho.
António nasceu no Bairro da Madragoa da freguesia de Santos-o-Velho no seio de uma família de amantes do fado com quem aprendeu a ouvir e a gostar do fado.
Começou a cantar em 1963 acompanhado pelo seu tio, o guitarrista Fernando Pinto Coelho, muitas vezes acompanhante da fadista Maria Teresa de Noronha, tendo na altura como referências Alfredo Marceneiro e Vicente da Câmara.
Ao longo destes anos tem cantado regularmente em casas de Fado.
Apesar do Fado o acompanhar desde pequeno, só em 2009 lança o seu primeiro CD intitulado “Fado Amado”. O CD “Tradição”, agora lançado, não estava planeado e é o resultado do seu convívio com o Mestre António Parreira e da amizade que se criou entre o grupo ao longo dos últimos anos nas aulas, nos ensaios e cantorias.
Contacto: Cristina Pinto Coelho - cristinapc@netcabo.pt
Poeta popular, nasceu e morreu em Lisboa (1885-1963).
Cantador na juventude, foi na poesia que se celebrizou, abordando temas bucólicos e líricos, tendo legado uma vasta obra, com versos de grande perfeição.
Fez parte dos concílios poéticos muito na moda na época.
Foi quem mais versos escreveu para Alfredo Marceneiro
Alfredo Marceneiro tinha uma sensibilidade muito especial para escolher os fados que cantava, e a partir de certa altura eram os poetas que o assediavam para que interpretasse os seus poemas.
Dos muitos poetas que para ele escreveram, Henrique Rêgo foi decerto o que mais admirou. Mas no início desta relação houve um episódio que Alfredo relembrava:
Henrique Rêgo afirmou certo dia num "concílio poético" de fado:
— Que os versos só tinham valor e eram sentidos, quando escritos ou recitados, mas que nunca poderia senti-los quem os cantasse.
Alfredo Marceneiro ao ouvir tal afirmação, discordou firmemente e solicitou ao guitarrista Henrique Simas que o acompanhasser, e cantou um fado da autoria de Henrique Rêgo, Amor de Mãe.
Este ao ouvir os seus versos cantados com tal sentimento e intuição, comovido disse:
— Isto define um cantador... retiro o que tinha dito
Deve ter sido a partir desta altura, que amizade de ambos mais se cimentou, Henrique Rêgo veio a ser seu compadre, pois fez questão de ser padrinho de baptismo da sua filha Aida.
Certo dia perguntaram-lhe a sua opinião sobre Alfredo Marceneiro, ao que ele respondeu em verso:
Como existe compadrio
Ente mim e «Marceneiro»,
O meu maior elogio
É dizer, abertamente,
Que este fadista afamado
Enebria toda a gente
Que gosta de ouvir o Fado!...
© Vítor Duarte Marceneiro
Eis um resumo da produção desse grande poeta popular Henrique Rêgo, para o repertório de Alfredo Marceneiro.
" COLCHETES D´OIRO "
Toma lá colchetes d´oiro
Aperta o teu coletinho
Coração que é de nós dois
Deve andar aconchegadinho
" CABELO BRANCO"
Cabelo Branco é saudade
Da mocidade perdida
Às vezes não é da idade
São os desgostos da vida
" O LENÇO"
O lenço que me ofertaste
Tinha um coração no meio
Quando ao nosso amor faltaste
Eu fui-me ao lenço e rasguei-o
"A MENINA DO MIRANTE "
Menina lá do mirante
Toda vestida de cassa
Deite-me vista saudosa
E um adeus da sua graça
" MOINHO DESMANTELADO"
Moinho desmantelado
Pelo tempo derroído
Tu representas a dor
Deste meu peito dorido
" AVÓZINHA "
Ainda me lembro bem
Dessas noites invernosas
Em que o vento sibilava
E das lendas amorosas
Que a minha avó que Deus tem
Junto á lareira me contava
" SINAS "
Já mandei ler tantas sinas
Na palma da minha mão
E todas elas constatam
Que as buliçosas meninas
Dos teus olhos é que são
As meninas que me matam
"AS FONTES DA MINHA ALDEIA"
As fontes da minha aldeia
Murmuram, gemem em coro,
E as águas que vão correndo
Levam consigo o meu choro
" OS VÉLHINHOS "
Sentado nos degraus
Musgosos d´uma Ermida
Dois velhos aldeões
Mortinhos de saudade
Com palavras de amor
Cândidas como as rosas
Lembravam com ternura
A morta mocidade
" O NATAL DO MOLEIRO "
Que noite de Natal, tristonha agreste
De neve amortalhava-se o caminho
E o vento sibilada do nordeste
Por entre as frinchas da porta do moinho
" TRÊS TABULETAS "
De ferro três tabuletas
Todas três numeros seguidos
Dizem eternas moradas
Desses três na morte unidos
" OH ÁGUIA "
Oh águia que vais tão alta
Num voar vertiginoso
Por essas serras d´além
Leva-me ao céu, onde tenho
A estrela da minha vida
A alma da minha mãe
" AMOR DE MÃE "
Há vários amores na vida
Lindos como o amor perfeito
Belos como a Vénus querida
De tantos que a vida tem
Só um adoro e respeito
É o santo amor de mãe
“ANTES QUE QUEIRA NÃO POSSO”
Antes que queira não posso
Deixar o fado é morrer
É ele o meu Padre-Nosso
Que eu vou rezando a sofrer
"CABARÉ"
Foi num cabaré de feira, ruidoso
Que uma vez ouvi cantar, comovido
Uma canção de rameira, sem ter gozo
Que depois me fez chorar, bem sentido
" O BÊBADO PINTOR"
Encostado sem brio
Ao balcão da taberna
De nauseabunda cor
E tábua carcomida
O bêbado pintor
A lápis desenhou
O retrato fiel
Duma mulher perdida
"A LUCINDA CAMAREIRA"
A Lucinda Camareira
Era a moça mais ladina
Mais formosa e mais brejeira
Do Café da Marcelina
" FADO BAILADO "
À mercê dum vento brando
Bailam rosas nos vergéis
E as Marias vão bailando
Enquanto vários Manéis
Nos Harmónios vão tocando
“O CAMPONÊS E O PESCADOR”
Eu adoro do mar
As ondas imponentes
Que vão morrer á praia
Em finos rendilhados
Eu adoro a campina
A rústica montanha
Adoro enfim a Paz
Nostálgica dos prados
" O BAILADO DAS FOLHAS "
Foi numa pálida manhã de Outono
Soturna como a cela dum convento
Que num vetusto parque ao abandono
Dei largas ao meu louco pensamento
" O LOUCO"
Quiseste que eu fosse louco
Para que te amasse melhor
Mas amaste-me tão pouco
Que eu fiquei louco de amor
"TRICANA"
Não sabes Tricana linda
Porque chora quando canta
O rouxinol no choupal
É porque ele chora ainda
P´la Rainha mais Santa
Das Santas de Portugal
“QUADRAS SOLTAS”
Junto ao Moinho cantando
Lavam roupa as lavadeiras
Os patos brincam nadando
Arrulham pombos nas eiras
Nota: Todos estes poemas forma cantados e gravados por Alfredo Marceneiro, com músicas da sua autoria.
No fim da Idade Média, vulgarizou-se chamar-se “guitarra”, na Península Ibérica, a todo o instrumento de dedilhação, Provinha a palavra do étimo grego “Kitara”, que em latim tinha a grafia de” Chitara”, ou “Cítara”.
Mas o instrumento medieval mais usado para acompanhamento de canções era o “Alaúde”, que só apareceu na Europa para além dos Pirinéus, no século XIII, mas na Península Ibérica já era utilizado desde o século VIII.
Havia também um outro instrumento em forma de “8”, de uso mais popular e também denominada guitarra, ou mais precisamente “Guitarra Castelhana”, que em Espanha acabou com a utilização do “Alaúde”.
Em Portugal continua-se a utilizar o “Alaúde” mas agora denominado de “Guitarra”, em relação à “Guitarra Castelhana”, os portugueses passam a denominá-la de “Viola” do latim “Vitula” já que a sua forma se assemelha ao instrumento de concerto “Viola de Arco”.
Hoje fazemos referência à Guitarra Portuguesa, à Viola de Fado e à Guitarra Clássica (Espanhola)
Apenas em Portugal se mantém a parelha da Guitarra com a Viola para acompanhar o Fado.
Até ao século XVIII, o sistema de afinação das guitarras portuguesas era constituído por “cravelhas de madeira”, mais tarde (no tempo da Severa) aparece a “chapa metálica quadrangular”, cuja afinação se fazia com uma chavinha de relógio. No final de século XIX, toma a forma actual de leque, afinada por esticadores em parafuso, (no tempo da Cesária e da Maria Vitória) e que tem vindo a sofrer alterações até aos dias de hoje.
Era e é notório o amor tradicional dos portugueses pela sua guitarra.
Afirma-se que era tal a afeição pela guitarra pelos portugueses, que após a trágica jornada de Dom Sebastião em que o nosso Rei foi derrotado pelo Sultão de Fez de Marrocos, que entre os despojos do acampamento dos portugueses havia milhares de guitarras.
Também os nossos marinheiros levavam guitarras nas caravelas que singrava os mares à descoberta de Novos Mundos.
Foi na distância das terras longínquas que a saudade da Pátria e das afeições apartadas, que as trovas dos nautas portugueses ganharam novos ritmos e o Fado actual entrou em embrião
in: Fado de Mascarenhas Barreto
Variações na Guitarra Portuguesa por José Nunes
GUITARRA, VEM COMIGO!
Letra: Carlos Conde
Guitarra, velha amiga e companheira,
Da boémia afadistada
Vem daí perde a noite inteira
Em alegra ramboiadada
Como foste e grande amiga
Das rimas de uma cantiga
Em tempos que já lá vão.
Quero andar contigo à toa
Pelos Bairros de Lisboa
Onde mora a tradição
Velha guitarra
Meu sonha e fado
Vamos p´ra a farra
Lembrar tempos do passado.
Quero mostrar
Que tenho brio
Para cantar
Um despique ao desafio!
Vem daí, mostrar à mocidade
A graça que o fado tinha
Vamos correr os bairros da cidade
Onde tu foste rainha!
Vem, guitarra, vem comigo,
Reviver o tempo antigo
Que o teu passado resume;
Viver no fado a balbúrdia
Das grandes noites de esturdia,
Juras, amor e ciúme!
Quando publiquei esta página em Maio de 2007 recebi esta nota, que muito me apraz trancrever.
De João Filipe Braga a 23 de Agosto de 2007 às 18:33
Caro Vitor,
Gostaria antes de mais, de o congratular por todo o precioso trabalho que tem vindo a desenvolver,e , de lhe agradecer por toda a informação que tem divulgado e disponibilizado neste seu site.
Gostaria de complementar a informação alusiva á guitarra portuguesa, referindo que existem actualmente duas variantes na Guitarra Portuguesa, nomeadamente a de Lisboa e a de Coimbra, diferindo ambas nas sua morfologia, na sua ornamentação bem como na sua afinação e consequente sonoridade, e técnica de execução.
Cracteriza-se a guitarra de lisboa, pela sua maior caixa de ressonância, e pelo remate da sua extremidade a qual se desenvolve segundo uma voluta, estando munido o instrumento de inumera ornamentaçãona sua escala, na sua boca e no remate das suas ilhargas. A sua execução apresenta-se tal como instrumento, mais ornamentada.
A guitarra de Coimbra nasce pela mão de Artur Paredes, nesta mesma cidade, a qual foi concebida para ser tocada na rua, tendo assim uma afinação mais grave (afinando um tom abaixo da guitarra de lisboa) de forma a poder projectar o seu som. É um objecto despojado de qualquer ornamentação, recusando inclusivamente a marcação da sua escala nos trastos do seu braço. A sua extremidade termina com uma lagrima, a qual é uma alusão à lagrima de Sta Isabel, Padroeira de Coimbra. O seu leque de afinação difere tambem do lisboeta.
A sua técnica de execução é coerente á sua austeridade.
Existe porem uma terceira variante na guitarra portuguesa, denominando-se de Guitarra do Porto, a qual apresenta uma dimensão menor e diferindo das outras pela ornamentação da sua extremidade a qual apresenta o desenho de um rosto humano, de uma flor ou de um animal
Cantador e compositor, nasceu em Lisboa (1905-1968)
Era conhecido por Marialva do Fado dada a forma requintada com se vestia, destacando os típicos sapatos de tacão alto.
Começou a cantar o Fado com apenas 15 anos, e foi como amador que se apresentou em festas particulares, de beneficência, em colectividades de recreio, ganhando experiência, vindo a ser contratado como profissional no retiro Ferro de Engomar.
Cantou ainda no Salão Artístico de Fados, na Cervejaria Vitória, e, em retiros como A Severa, O Solar da Alegria e O Café Mondego.
Foi no Solar da Alegria num concurso de “Fado Corrido", que obteve uma medalha de ouro, correspondente ao primeiro prémio, tendo mais tarde ganho também o primeiro lugar num outro concurso de Fados realizado no Salão Sul América, em 1930.
Dada a sua experiência era solicitado como apresentador nos espectáculos, vindo a ser convidado para gerente do Solar da Alegria, onde deu a conhecer outros intérpretes que vieram a ser reconhecidos e admirados pelo público.
Fez parte de uma embaixada do Fado, composta por Armandinho e Martinho d’Assunção, que se deslocou ao Brasil e vários países da América Latina.
É autor de alguns Fados, entre eles Fernandinho e Perigo de Morte.
Marialva, boémio e noctívago era figura muito conhecida dos meios fadistas onde a sua opinião era respeitada.
Foi o apresentador escolhido para a histórica gravação de Amália no Café Luso.
«Silêncio, que se vai cantar o Fado!» expressão ainda hoje muito em voga, havendo quem lhe atribua a sua autoria! mas do Fado Meia-Noite não existem dúvidas.
Teve um filho, a quem deu o seu nome - Filipe Pinto Júnior, - também homem de Fado, que tocava viola de acompanhamento, mas que infelizmente deixou-nos muito cedo.
RESPOSTA À LETRA ( de um português com "eles no sítio"
Portugal estava fragilizado com o rescaldo das invasões francesas e altamente endividado com os ingleses.
Os espanhóis, aproveitando-se dessa fraqueza, faziam pressões e exigências desmesuradas e inconcebíveis, o Marquês de Pombal opunha-se com firmeza às concessões exigidas imperiosamente pelo governo castelhano.
Dizendo firmemente, não, não e não, ao embaixador de Espanha.
— Muito bem — atalhou o embaixador. — Um exército de sessenta mil homens entrará em Portugal e fará...
— O quê? — perguntou o marquês sorrindo-se, com a tremenda luneta assestada e no tom mais indiferente.
Retorquio o embaixador.
— Fará entender a razão e a justiça das exigências de el-Rei, meu amo, a Sua Majestade e a vossa excelência! - redarguiu meia oitava acima o espanhol, supondo o ministro fulminado com tal impetuosidade -.
Sebastião José de Carvalho franziu as sobrancelhas, carregou a viseira e, cravando a vista e a luneta no diplomata, retorquiu-lhe friamente:
— Sessenta mil homens muita gente é para casa tão pequena, mas, querendo Deus, el-Rei, meu amo e meu senhor, sempre há-de achar onde possa hospedá-la. Mais pequena era Aljubarrota e lá couberam os que D. João de Castela trouxe. Vossa excelência pode responder isto ao seu governo e a el-Rei seu senhor.
E, levantando-se para despedir o embaixador, acrescentou:
— Bem sabe vossa excelência que pode tanto cada um em sua casa, que, mesmo depois de morto, são precisos quatro homens para o tirarem!
Vem também a propósito parte de um poema de Carlos Conde, cantado por Vítor Duarte Marceneiro:
POR BEM PODES ENTRAR
Se é de longe que tu vens
De um país onde se abraça
O amor, a fé a nobreza
Podes entar porque tens
Um abrigo em cada casa
Um lugar em cada mesa
Mas se trazes a divisa
De te impor de interceder
Por favor deixa-nos sós
O meu país não precisa
Que outros venha resolver
As discuções que entre nós
Diz ao mundo, grita aos sóis
Enches os céus da nossa glória
Num clarão vasto e fecundo
Que só com sangue de heróis
Portugal, ergueu história
Nas cinco partes do mundo
Nasceu em Lisboa na freguesia de Campo d´Ourique em 1938.
Aos oito anos de idade e com autorização do pai, inscreveram-na num concurso de fados do jornal Ecos de Portugal, cujos ensaios eram no Café Latino à Rua Ferreira Borges em Campo d´Ourique e a final seria no “Casablanca” do empresário José Miguel. Foi a grande vencedora do concurso sendo estrondosa e prolongadamente aplaudida. Coube à fadista Ercília Costa entregar-lhe o troféu, a Taça Amália Rodrigues, e a imprensa da época afirmava que, embora com oito anos o seu canto era "expressivo" com um estilo muito próprio, e uma garra de quem viria a ser uma grande cantadeira de fados, o que se concretizou, pois ainda hoje os críticos afirmam, que Maria Amália Proença tem uma voz característica e um estilo muito próprio, não deixando dúvidas a ninguém que a ouve, que aquilo que canta é Fado bem clássico. Após a vitória em 1946 conseguem-lhe uma autorização especial da Inspecção-geral dos Espectáculos, e o empresário José Miguel, contrata-a para actuar em todos os recintos que explora nomeadamente no “Casablanca”. Maria Amélia Proença integrou praticamente todos os elencos das casas de fado, nomeadamente o Café Luso, considerado "a Catedral do Fado". Participou em peças de teatro e vários programas de variedades, cegadas, etc. Em 1972 vai ao Extremo Oriente, numa digressão de mais de meio ano, tendo actuado em Macau, Singapura e Japão. Fez várias gravações cantando temas feitos especialmente para ela, mas também canta letras de outros repertórios se o tema lhe agrada. Uma das suas últimas gravações foi “ Fados do meu Fado” Teve actuações no Concertgebouw (Amesterdão), ou ao lado de Mariza no Royal Festival Hall, em Londres, ou no Le Carré, em França. No Concertgebouw cantou no Concerto do Milénio, em Janeiro de 2001, acompanhada pelo Nederlanders Blazers Ensemble para uma audiência de mais de um milhão de telespectadores. É a fadista com mais anos no activo, Maria Amélia Proença, já foi distinguida com o Prémio Carreira da Casa da Imprensa.
Tem uma 2ª geração fadista, embora não seja a cantar, o seu filho Carlos Manuel Proença, está no Fado, toca viola de acompanhamento e com bastante agrado de quem o ouve e de quem com ele tem cantado, igual opinião têm os seus colegas guitarristas, é aliás um dos músicos muito solicitado por fadistas de nomeada.
Foi agraciada com o prémio Amália Rodrigues na gala organizado pelo Museu Amália Rodrigues no ano de 2011.
Em 2012 foi homenageada na festa anual da Junta de Freguesia de Santa Isabel, festa de que fui o responsavel e apresentador.
Não Chamem Nomes ao Fado
Letra e Carlos Conde
Música Tulio Pereira
Video de Paulo Conde