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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Terça-feira, 29 de Julho de 2014

MARIA DO CARMO (Alta)

Nasceu em Moura em 1885 e faleceu em Lisboa em 1964. De nome completo Maria do Carmo Fontes Páscoa Bernardo, foi a eleva­da estatura que lhe proporcionou a alcunha que a celebrizou, imposta também para a distinguir da sua contemporânea Maria do Carmo Torres.

Filha de lavradores, deixou Moura com 3 anos e mudou-se para Lisboa com a família, onde foi aprendiza de camiseira na casa Ramiro Leão e mais tarde costureira com atelier próprio. Teófilo Braga, que habitava na residência frente à sua, es­timulou-a a cantar canções populares.

Com apenas 11 anos, foi uma das primeiras fadistas a cantar em retiros fora de portas.

A partir de 1918 dedicou-se mais ao Fado, nunca abandonando a sua profissão. O prestígio como cantadeira ligado à sua personalidade orga­nizada e empreendedora, levou-a a fundar o res­taurante Ferro de Engomar que geriu em conjun­to com Alberto Costa. Foi talvez o primeiro restaurante com elenco privativo, onde se cantava o Fado (às segundas, quintas e sábados) e onde acorriam figuras importantes de Lisboa.

Por vezes acompanhava-se à guitarra, instru­mento que aprendera a tocar com um tio. Apre­sentou-se praticamente em todos os recintos de Fado de Lisboa (Águia Roxa, Caliça, Pedralvas, Nova Cintra, Magrinho, Manuel dos Passarinhos, Bacalhau, Perna de Pau, Quebra-Bilhas, Tia Ele­na, Montanha, Charquinho, José dos Pacatos), efectuando algumas digressões ao Brasil, no­meadamente em 1920, onde permaneceu dois anos e meio. De regresso a Lisboa, preocupou-se em reorganizar o seu atelier, não descurando o Fado. Voltou ao Brasil em 1926 e apresentou-se no Cinema Central do Rio de Janeiro.

Em 1931 integrou o elenco da opereta História do Fado, apresentada pela  companhia Maria das Neves, no Teatro Maria Vitória, juntamente com Ercília Costa, Maria Alice, Maria Albertina e       Al­berto Costa. Ainda com esta companhia, desem­penhou o papel de Cesária na opereta Mouraria, no Coliseu dos Recreios.

 Fez várias parcerias com Alfredo Marceneiro (ver foto anexa)

 

 

Maria do Carmo fez parte de uma “troupe” cómi­ca tauromáquica de nome Charlot, Max e D. José, com a qual cantou durante três anos em muitas das praças de toiros do país.

Embarcou novamente para o Brasil em 1934, como figura principal da Embaixada do Fado, que integrava nomes como o guitarrista Armando Freire (Armandinho) o violista Santos Moreira, Maria do Carmo Torres,  Filipe Pinto e Joaquim Pimentel.

Formou o Grupo Artístico de Fados Maria do Carmo, que integrava Manuel Cascais, Cecília d´Almeida,  José Marques e Armando Machado.

Alguns dos Fados do seu repertório mais conhecidos foram, Fado Maria do Carmo, Beijos Venenosos, sendo uma das suas criações o bonito poema de João Linhares Barbosa, “É Tão Bom Ser Pequenino”

 

É TÃO BOM SER PEQUENINO

 

Letra de: João Linhares Barbosa

Música: Fado Corrido

 

É tão bom ser pequenino,

Ter pai, ter mãe, ter avós,

Ter esp'rança no Destino

E ter quem goste de nós.

 

Vem cá, José Manuel!

Dás-me a graciosa ideia

De Jesus na Galileia

A traquinar no vergel.

És moreninho de pele

Como foi o Deus Menino.

Tens o mesmo olhar divino;

Ai que saudades eu tenho

 Em não ser do teu tamanho!

É tão bom ser pequenino.

 

Os teus dedos delicados                                                

Nas tuas mãos inquietas

Lembram-me dez borboletas

A voejar nos silvados.

Fui como tu, sem cuidados,

Também corri veloz;

Vem cá, falemos a sós

Do caso sentimental,

Que eu vou dizer-te o que vale

Ter pai, ter mãe, ter avós.

 

Ter avós, afirmo-to eu,

— Perdoa as imagens minhas­

É ter relíquias velhinhas,

E ter mãe é ter o céu;

Ter pai, assim como o teu,

Que te dá o pão e o ensino,

É ter sempre o Sol a pino

E o luar com rouxinóis,

Triunfar como os heróis

Ter esp' rança no Destino.

 

Sabes o que é a esperança.

O sonho, a ilusão, a fé?

Sabes lá o que isso é

Minha inocente criança.

Tu és fonte na pujança

E o rio que chegou à foz;

Eu sou antes, tu após,

Ai que saudades, saudades,

A gente a fazer maldades

E ter quem goste de nós.

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Viva Lisboa: Fadistas de antigamente
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Terça-feira, 22 de Julho de 2014

LEONOR DUARTE

LEONOR DUARTE

Natural de Lisboa, foi esposa do cantador Júlio Duarte e cunhada de Alfredo Duarte “Marceneiro”

Dotada duma excelente voz, dava tal senti­mento nos versos que cantava, aliada a uma excepcional dicção, que em bem pouco tempo impôs o seu nome do can­tadeira de Fado. Estreou-se a cantar o Fado no posto emissor de Abílio Nunes dos Santos, agradou de tal modo, que foi imediatamente contratada para gra­var em disco os seguintes fados: «Os pequeninos., «A Pastora», «Fado Aida», «0 teu olhar», «Desgarrada de Amor» (com o cunhado Alfredo Duarte “Marceneiro” e «A morte da Pastora».

Foi autora da música do Fado Os Pequeninos, que teve um grande sucesso. Cantou várias vezes, por es­pecial deferência no Solar da Alegria com o marido Júlio Duarte, (quando da gerên­cia de Alberto Costa), em festas de beneficência, tendo tomado parte também em diversos espectáculos, quase sempre na companhia do marido ou do cunhado.

Da sua curta mas brilhante carreira como cantadeira de Fados, a noite que mais a emocionou foi a da sua despedida, em 20 de Agosto de 1932, que coincidiu com a na festa artística de seu marido, no Café dos Anjos, em que o pú­blico lhe tributou uma calorosa e prolongada ovação que muito a sensibilizou.

Leonor Duarte abandonou a sua carreira para se dedicar exclusivamente á educação de suas filhas, Júlia e Aida.

 

 

"Os Pequeninos”

Letra de Fernando Teles

Música de Leonor Duarte

 

Descalços, quase nus, por trágicos caminhos,

Soluçantes de dor, ao sol, à chuva, ao vento,

Os pequeninos vão, como as aves sem ninhos,

Seguindo uma odisseia, atroz de sofrimento.

 

                   Em vasos de alabastro, as rosas mais os lírios

                   Trajam de fina gala e pompas bem vistosas,

                   E há criancinhas, céus! Que bárbaros martírios,

                   Na mísera nudez, descalças, andrajosas.

 

Como bênçãos de paz, há músicas de luz,

Noites lindas d'amor, noites calmas e belas,

Caminham tiritando os pobres seminus.

Sob os beijos de luz. das pálidas estrelas

 

 

Disco de Massa 78 rpm

Etiqueta Odeon

refª A 187230 a

Leonor Duarte canta

FADO AIDA

Letra de Carlos Conde

Música de Alfredo Duarte

 

e

 

O TEU OLHAR

Letra de Henrique Rego

Música de António Machado

 

Foi acompanhada por

Guitarra: José Marques

Viola: Georgino

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Domingo, 20 de Julho de 2014

JÚLIO DUARTE - Irmão de Alfredo marceneiro

JÚLIO DUARTE

Como seu irmão Alfredo Duarte «Marceneiro» Júlio Duarte pertenceu a um núcleo de fadistas que sabiam ser fadistas, que cantava o Fado amando-o, merecendo o apreço do público e dos seus colegas.

Nasceu em Lisboa, na Freguesia de Santa Isabel, e é manufactor de calçado. Até casar viveu sempre com a mãe e os seus irmãos, tendo pelo irmão mais velho, o Alfredo, uma admiração muito especial, considerava-o como um pai.

Tinha apenas 14 anos quando começou a cantar o Fado, estreando-se no Centro Republicano Miguel Bombarda, sendo muito solicitado para actuar em academias de recreio, festas de caridade e e actuou em quase todos os retiros da época. Actuou no antigo Teatro Étoile , na calçada da Estrela, fazendo números de variedades com a pequenina actriz Hortense de Castro.

Torna-se profissional em 1928. Cantou-o então, nas cervejarias Boémia, Cervejaria Jansen , Rosa Branca, Chagas, Vitória, Cafés Portugal, Sul-América , Anjos, Julio das Farturas, Solar da Alegria (quando da gerência. de Alberto Costa), Salão Artístico de Fados, teatros Capitólio e Joaquim d'Almeida , nos clubes Tauromáquico, Olímpia, Montanha, Patos, Alhambra, e nos. Cinemas Europa, Jardim-Cinema , Cine Paris e Royal . Percorreu as províncias, cantando nos te­atros de Évora, Barreiro, Seixal, Montijo. Setúbal, Torres Vedras, Malveira, Quinta do Anjo, Torres Novas, Caldas da Rainha, Mafra, Cadaval, Figueira da Foz, Abrigada, Cascais, Estoril, Moita, Parede, Paço d' Arcos, Alenquer, Feliteira, Merceana e Benavente.

Cantou nas casas fidalgas do Conde da Torre e Conde de Sabrosa, nas herdades do opulento lavrador Palha Blanco.

Tal como o seu irmão Alfredo, foi autor de várias músicas para Fados, “Combatentes”, “Crença”, “Fado da Paz”, “Fado da Aldeia” (gravado por Ercília Costa), “Fado Marcha”, “Lágrimas”, (gravado por Maria do Carmo), e ”Fado Luso”.

Da sua carreira de cantador, há uma tarde que Júlio Duarte gravou na memória, por assinalar um dos seus maiores êxitos, foi em Vila Franca de Xira, no Retiro Botão de Rosa, onde cantou ao lado de Júlio Proença, Estanislau Cardoso e João Maria dos Anjos, forma acompanhados pelo guitarrista e cantador Carlos Ramos e á viola por Armando Machado, e também uma cena que se passou nessa altura.Encontravam-se ali dois detractores do Fado, comba­tendo-o grosseiramente. Então, bastante enervado, tanto ele como os seus colegas, começaram a cantar, sendo de tal modo aplaudidos por toda a assistência que enchia a casa, que aqueles tiveram de retirar-se vexados e... ven­cidos. Foi uma tarde de triunfo.

Por último, Júlio Duarte actuava no Retiro da Severa, Solar da Alegria, Cafés Gimnasio, Luso e Mondego, Foi também muito solicitado para actuar na rádio, Emissora Nacional, Rádio Luso, Rádio Graça e Rádio Peninsular.

Cantou muitas vezes com o irmão, que só se profissionalizou mais tarde, embora tendo a fama que se sabe, mas já não assistiu a esse acontecimento, pois faleceu prematuramente.

Júlio Duarte, foi casado com uma fadista de renome na época, Leonor Duarte, de quem teve duas filhas, a Júlia e a Aida.

Júlio Duarte tem no seu repertório as seguintes sextilhas do poeta popular João de Sousa (Bacalhau), que ele cantanva com inexcedível sentimento no “Fado Marcha Pedro Rodrigues”

 

                                         INGENUIDADE

 

Um dia, uma criança
Teve a genial lembrança
Que aqui lhes vou contar:
Muito embora pequenino,
Ele tinha muito tino,
Mas era raro brincar.
                                 Havia no seu quintal
                                 Uma árvore e, por sinal,
                                 Um melro fez lá o ninho...
                                 E lembrou à criancinha,
                                 Com um carrinho de linha,
                                 Trepar lá acima, sozinho.
A mãe bem o procurou,
Porém não o encontrou,
E após tê-lo chamado,
Então, um grito ela ouviu,
O garotinho caiu
Cá em baixo inanimado.
                                  Prestes a deixar o mundo,
                                  O garoto moribundo,
                                  Com a palidez do mármore,
                                  Disse: Não foi pelo ninho,
                                  Foi p'ra salvar o paizinho.
                                  Que subi aquela árvore.
«Ainda me lembro bem
Do doutor ter dito á mãe,
Que com custo a prevenia,
Que, quando as folhas caíssem
E a nossa árvore despissem,
O meu paizinho morria.
 
                                  Por isso levei as linhas,
                                  P´rás prender, bem prendedinhas,
                                  E todas elas atei;
                                  Ele agora já não morre
                                  Anda, vai-lhe dizer, corre,
                                  Que eu morro, mas que o salvei!
 

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Viva Lisboa: Raízes do fado
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Quarta-feira, 16 de Julho de 2014

CARLOS MANUEL PROENÇA

Tem 40 anos, só se conhece com a viola pois cresceu sempre com ela. Desde que lhe ofereceram uma aos cinco anos, começou a tocar por instinto e assim continuou, entre tertúlias de amigos. Filho de Maria Amélia Proença começa por acompanhar a mãe, chama a atenção e surgem os convites para tocar em casas de fado. Tocou em várias, Clube do Fado é onde se encontra actualmente. Vários foram os fadistas que acompanhou; desde a sua mãe Maria Amélia Proença,   Camané (Prémio Amália Rodrigues Melhor Fadista/2005), Carlos do Carmo, Mísia, Aldina Duarte, Pedro Moutinho, Joana Amendoeira ou António Zambujo (Prémio Amália Rodrigues Melhor Fadista/2006), entre muitos outros.

Como acompanhante tem pisado os mais distintos e conceituados palcos, refira-se o Queen Elizabeth Hall ou o Concertgebouw, e festivais internacionais, cite-se o de Macau.

Carlos Manuel Proença, galardoado em 2006 pela Casa da Imprensa com o Troféu Francisco Carvalhinho, cedo se distiflguiu pela capacidade técnica e inovação, paralelamente a uma grande entrega em cada acompanhamento ou numa guitarrada.

Autor de temas como "Outro sentido" integrado no mais recente álbum de António Zambujo, Carlos Manuel Proença tem também assumido também as funções de produtor de álbuns, casos do mais recentes de Pedra Moutinho e de Maria Amélia Proença, "Fados do meu fado", ou de Joana Amendoeira "À flor da pele", arranjador, e director musical no mais novo álbum de Aldina Duarte, "Mulheres ao espelho".

Em 2008 é galardoado como “Melhor Instrumentista” na III Gala dos Prémios Amália Rodrigues.

 

In: Programa III Gala dos Prémios Amália Rodrigues

 

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Viva Lisboa: Grande músico
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Segunda-feira, 14 de Julho de 2014

José Manuel Neto - Guitarrista

José Manuel Neto nasceu em Lisboa a 29 de Outubro de 1972. Começou a tocar guitarra portuguesa com apenas 15 anos e destaca-se, entre os jovens intérpretes, como um dos instrumentistas mais requisitados no acompanhamento de fadistas, em espectáculos e gravações de discos.

Filho da fadista Deolinda Maria, José Manuel Neto cresceu em ambiente propício ao desenvolvimento do seu talento, tendo como referências os maiores nomes do universo fadista, caso de Carvalhinho, José Nunes, Jaime Santos e Fontes Rocha. Aprendeu ao lado de outros guitarristas e desenvolveu o seu estilo próprio “marcado pela fluidez, versatilidade e simplicidade frásica que caracteriza a melhor música popular” (cf. Programa “Antena Portuguesa”, Cinema São Jorge, 2009).

José Manuel Neto aprendeu a tocar guitarra portuguesa como autodidacta e, na década de 1990, deu início ao seu percurso profissional acompanhando diversos artistas nas casas de fado. Foi neste ambiente que a sua interpretação ganhou amadurecimento, o que o fez manter-se vários anos nos elencos de espaços tão conceituados como a Viela, o Sr. Vinho, a Taverna do Embuçado ou o Faia.

O guitarrista integra-se nesta “nova geração de instrumentistas de Fado com uma formação musical muito ampla, capaz de lhes permitir uma visão alargada do potencial dos seus instrumentos tanto no plano do repertório solístico como no das práticas de acompanhamento.” (cf. Rui Vieira Nery, “Para uma História do Fado”: 272).

O domínio musical que caracteriza o seu trabalho é reconhecido. José Manuel Neto demonstra-o em palco e em edições discográficas com os mais diversos artistas, mas é, evidentemente, no Fado que as suas prestações são mais numerosas.

Em 1993, José Manuel Neto gravou o seu primeiro disco com Mísia. O registo “Fado”, editado pela BMG, abriu-lhe caminho para gravar com um elevado número de fadistas, dos quais destacamos: Argentina Santos (“Argentina Santos”, 2003), António Zambujo (“O Mesmo Fado”, 2002; “Outro Sentido”, 2007), Camané (“Esta coisa da Alma”, 2000; “Pelo Dia Dentro”, 2001; “Como sempre… Como Dantes”, 2003, com edição em CD e DVD; “Sempre de Mim”, 2008); Carlos do Carmo (“Ao vivo no Coliseu dos Recreios: 40 anos de Carreira”, 2004; “Fado Maestro”, 2008), Ana Moura (“Aconteceu”, 2004) e Pedro Moutinho (“Encontro”, 2006 e “Um Copo de Sol”, 2009).

Apesar de se ter iniciado no acompanhamento de fadistas, nas casas de fado, a sua colaboração com estes e outros artistas estendeu-se à apresentação em palco, realizando numerosas digressões em território nacional e estrangeiro, em espectáculos de grandes nomes do universo fadista como Carlos do Carmo, Camané, Ana Moura, Aldina Duarte, Cristina Branco ou Mísia.

José Manuel Neto não tem ainda nenhum disco editado em nome próprio, mas no decorrer deste ano (2009) irá apresentar no Cinema São Jorge um espectáculo de título “O Som da Saudade”, onde interpretará melodias que tem vindo a compor ao longo dos anos, um conjunto de temas “assente na música de raiz portuguesa onde se mistura o fado e a música tradicional, enriquecida de uma complexidade harmónica que abre as portas ao improviso e às liberdades poéticas” (cf. Programa “Antena Portuguesa”, Cinema São Jorge, 2009).

Em 2004 a Casa da Imprensa entregou-lhe o “Prémio Francisco Carvalhinho”, atribuído ao melhor instrumentista, durante o espectáculo da Grande Noite do Fado desse ano.

A Fundação Amália Rodrigues distinguiu-o em 2008 com o “Prémio Melhor Instrumentista”, reconhecendo-o como um dos grandes expoentes da interpretação da Guitarra Portuguesa.

Selecção de fontes de informação:

AAVV, 2009, “Antena Portuguesa”, programa do espectáculo, Cinema São Jorge;

Nery, Rui Vieira, 2004, “Para uma História do Fado”, Corda Seca/Público.

In: www.museudofado.pt

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Sábado, 12 de Julho de 2014

TRÊS GRANDES COMPOSITORES DE FADO TRADICIONAL - MARCENEIRO - ARMANDINHO JOAQUIM CAMPOS

                                                  

Armandinho

          

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Marceneiro                                                                                                           Joaquim Campos

Título da MúsicaAutor
Fado AidaAlfredo Duarte Marceneiro
Fado Alexandrino Eu lembro-me de tiAlfredo Duarte Marceneiro
Fado Alexandrino Bêbado PintorAlfredo Duarte Marceneiro
Fado Bailado (dos Olhos Fatais)Alfredo Duarte Marceneiro
Fado dos Olhos FataisAlfredo Duarte Marceneiro
Fado BailaricoAlfredo Duarte Marceneiro
Fado BaladaAlfredo Duarte Marceneiro
Fado CabaréAlfredo Duarte Marceneiro
Fado Cravo ( dos Cravos)Alfredo Duarte Marceneiro
Fado CufAlfredo Duarte Marceneiro
Fado LarangeiraAlfredo Duarte Marceneiro
Fado LoucoAlfredo Duarte Marceneiro
Fado Marcha do MarceneiroAlfredo Duarte Marceneiro
Fado Maria MarquesAlfredo Duarte Marceneiro
Fado Mocita dos CaracóisAlfredo Duarte Marceneiro
Fado OdéonAlfredo Duarte Marceneiro
Fado PagemAlfredo Duarte Marceneiro
Fado PierrotAlfredo Duarte Marceneiro
Fado Alexandrino AntigoArmando Augusto Freire
Fado Alexandrino do ArmandinhoArmando Augusto Freire
Fado Alexandrino do EstorilArmando Augusto Freire
Fado da AdiçaArmando Augusto Freire
Fado CiganitaArmando Augusto Freire
Fado das VarinasArmando Augusto Freire
Fado ManganitoArmando Augusto Freire
Fado MayerArmando Augusto Freire
Fado S. MiguelArmando Augusto Freire
Fado S. RomãoArmando Augusto Freire
Fado AmoraJoaquim Campos
Fado AuroraJoaquim Campos
Fado EstelaJoaquim Campos
Fado PuxavanteJoaquim Campos
Fado RositaJoaquim Campos
Fado VictóriaJoaquim Campos

Fado Tango         

              Joaquim Campos

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Quinta-feira, 10 de Julho de 2014

JORGE SILVA - Fadista Guitarrista


Nasceu num dos bairros mais castiços de Lisboa,  o Bairro Alto.

Desde muito jovem se afirmou fadista por vocação e devoção.

Estreou-se em 1949 no célebre Café Luso, tendo sido apadrinhado pelo consagrado fadista da velha guarda,  Filipe Pinto.

Entrou num concurso de Fados, cantou lado a lado e  em despique com Tristão da Silva, Fernando Farinha, Alberto Costa e outros grandes fadistas da época, tendo finalizado com unanimidade vencedor.

Cantou na Emissora Nacional e nas rádios existentes, também actuou na RTP.

Jorge Silva teve um repertório muito próprio,  com versos de Américo Marques dos Santos, Linhares Barbosa, Pedro Homem de Melo e muitos outros.

Tal como Carlos Ramos, foi na sua época dos poucos fadistas que também se acompanhavam musicalmente tocando guitarra.

Infelizmente não consegui nenhuma gravação sua em disco, mas descobri este video que passou na RTP-Memória,  e que vos apresento.

Ainda  me recordo de o ter ouvido cantar,  era eu muito miúdo, era uma  pessoa afável e muito considerado pelos colegas,  foi  companheiro e amigo  quer de meu pai,  quer de meu avô.

 

 

 

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música: Maria na Quinta Feira
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