Filha de lavradores, deixou Moura com 3 anos e mudou-se para Lisboa com a família, onde foi aprendiza de camiseira na casa Ramiro Leão e mais tarde costureira com atelier próprio. Teófilo Braga, que habitava na residência frente à sua, estimulou-a a cantar canções populares.
Com apenas 11 anos, foi uma das primeiras fadistas a cantar em retiros fora de portas.
A partir de 1918 dedicou-se mais ao Fado, nunca abandonando a sua profissão. O prestígio como cantadeira ligado à sua personalidade organizada e empreendedora, levou-a a fundar o restaurante Ferro de Engomar que geriu em conjunto com Alberto Costa. Foi talvez o primeiro restaurante com elenco privativo, onde se cantava o Fado (às segundas, quintas e sábados) e onde acorriam figuras importantes de Lisboa.
Por vezes acompanhava-se à guitarra, instrumento que aprendera a tocar com um tio. Apresentou-se praticamente em todos os recintos de Fado de Lisboa (Águia Roxa, Caliça, Pedralvas, Nova Cintra, Magrinho, Manuel dos Passarinhos, Bacalhau, Perna de Pau, Quebra-Bilhas, Tia Elena, Montanha, Charquinho, José dos Pacatos), efectuando algumas digressões ao Brasil, nomeadamente em 1920, onde permaneceu dois anos e meio. De regresso a Lisboa, preocupou-se em reorganizar o seu atelier, não descurando o Fado. Voltou ao Brasil em 1926 e apresentou-se no Cinema Central do Rio de Janeiro.
Em 1931 integrou o elenco da opereta História do Fado, apresentada pela companhia Maria das Neves, no Teatro Maria Vitória, juntamente com Ercília Costa, Maria Alice, Maria Albertina e Alberto Costa. Ainda com esta companhia, desempenhou o papel de Cesária na opereta Mouraria, no Coliseu dos Recreios.
Fez várias parcerias com Alfredo Marceneiro (ver foto anexa)
Maria do Carmo fez parte de uma “troupe” cómica tauromáquica de nome Charlot, Max e D. José, com a qual cantou durante três anos em muitas das praças de toiros do país.
Embarcou novamente para o Brasil em 1934, como figura principal da Embaixada do Fado, que integrava nomes como o guitarrista Armando Freire (Armandinho) o violista Santos Moreira, Maria do Carmo Torres, Filipe Pinto e Joaquim Pimentel.
Formou o Grupo Artístico de Fados Maria do Carmo, que integrava Manuel Cascais, Cecília d´Almeida, José Marques e Armando Machado.
Alguns dos Fados do seu repertório mais conhecidos foram, Fado Maria do Carmo, Beijos Venenosos, sendo uma das suas criações o bonito poema de João Linhares Barbosa, “É Tão Bom Ser Pequenino”
É TÃO BOM SER PEQUENINO
Letra de: João Linhares Barbosa
Música: Fado Corrido
É tão bom ser pequenino,
Ter pai, ter mãe, ter avós,
Ter esp'rança no Destino
E ter quem goste de nós.
Vem cá, José Manuel!
Dás-me a graciosa ideia
De Jesus na Galileia
A traquinar no vergel.
És moreninho de pele
Como foi o Deus Menino.
Tens o mesmo olhar divino;
Ai que saudades eu tenho
Em não ser do teu tamanho!
É tão bom ser pequenino.
Os teus dedos delicados
Nas tuas mãos inquietas
Lembram-me dez borboletas
A voejar nos silvados.
Fui como tu, sem cuidados,
Também corri veloz;
Vem cá, falemos a sós
Do caso sentimental,
Que eu vou dizer-te o que vale
Ter pai, ter mãe, ter avós.
Ter avós, afirmo-to eu,
— Perdoa as imagens minhas
É ter relíquias velhinhas,
E ter mãe é ter o céu;
Ter pai, assim como o teu,
Que te dá o pão e o ensino,
É ter sempre o Sol a pino
E o luar com rouxinóis,
Triunfar como os heróis
Ter esp' rança no Destino.
Sabes o que é a esperança.
O sonho, a ilusão, a fé?
Sabes lá o que isso é
Minha inocente criança.
Tu és fonte na pujança
E o rio que chegou à foz;
Eu sou antes, tu após,
Ai que saudades, saudades,
A gente a fazer maldades
E ter quem goste de nós.
Natural de Lisboa, foi esposa do cantador Júlio Duarte e cunhada de Alfredo Duarte “Marceneiro”
Dotada duma excelente voz, dava tal sentimento nos versos que cantava, aliada a uma excepcional dicção, que em bem pouco tempo impôs o seu nome do cantadeira de Fado. Estreou-se a cantar o Fado no posto emissor de Abílio Nunes dos Santos, agradou de tal modo, que foi imediatamente contratada para gravar em disco os seguintes fados: «Os pequeninos., «A Pastora», «Fado Aida», «0 teu olhar», «Desgarrada de Amor» (com o cunhado Alfredo Duarte “Marceneiro” e «A morte da Pastora».
Foi autora da música do Fado Os Pequeninos, que teve um grande sucesso. Cantou várias vezes, por especial deferência no Solar da Alegria com o marido Júlio Duarte, (quando da gerência de Alberto Costa), em festas de beneficência, tendo tomado parte também em diversos espectáculos, quase sempre na companhia do marido ou do cunhado.
Da sua curta mas brilhante carreira como cantadeira de Fados, a noite que mais a emocionou foi a da sua despedida, em 20 de Agosto de 1932, que coincidiu com a na festa artística de seu marido, no Café dos Anjos, em que o público lhe tributou uma calorosa e prolongada ovação que muito a sensibilizou.
Leonor Duarte abandonou a sua carreira para se dedicar exclusivamente á educação de suas filhas, Júlia e Aida.
"Os Pequeninos”
Letra de Fernando Teles
Música de Leonor Duarte
Descalços, quase nus, por trágicos caminhos,
Soluçantes de dor, ao sol, à chuva, ao vento,
Os pequeninos vão, como as aves sem ninhos,
Seguindo uma odisseia, atroz de sofrimento.
Em vasos de alabastro, as rosas mais os lírios
Trajam de fina gala e pompas bem vistosas,
E há criancinhas, céus! Que bárbaros martírios,
Na mísera nudez, descalças, andrajosas.
Como bênçãos de paz, há músicas de luz,
Noites lindas d'amor, noites calmas e belas,
Caminham tiritando os pobres seminus.
Sob os beijos de luz. das pálidas estrelas
Disco de Massa 78 rpm
Etiqueta Odeon
refª A 187230 a
Leonor Duarte canta
FADO AIDA
Letra de Carlos Conde
Música de Alfredo Duarte
e
O TEU OLHAR
Letra de Henrique Rego
Música de António Machado
Foi acompanhada por
Guitarra: José Marques
Viola: Georgino
Como seu irmão Alfredo Duarte «Marceneiro» Júlio Duarte pertenceu a um núcleo de fadistas que sabiam ser fadistas, que cantava o Fado amando-o, merecendo o apreço do público e dos seus colegas.
Nasceu em Lisboa, na Freguesia de Santa Isabel, e é manufactor de calçado. Até casar viveu sempre com a mãe e os seus irmãos, tendo pelo irmão mais velho, o Alfredo, uma admiração muito especial, considerava-o como um pai.
Tinha apenas 14 anos quando começou a cantar o Fado, estreando-se no Centro Republicano Miguel Bombarda, sendo muito solicitado para actuar em academias de recreio, festas de caridade e e actuou em quase todos os retiros da época. Actuou no antigo Teatro Étoile , na calçada da Estrela, fazendo números de variedades com a pequenina actriz Hortense de Castro.
Torna-se profissional em 1928. Cantou-o então, nas cervejarias Boémia, Cervejaria Jansen , Rosa Branca, Chagas, Vitória, Cafés Portugal, Sul-América , Anjos, Julio das Farturas, Solar da Alegria (quando da gerência. de Alberto Costa), Salão Artístico de Fados, teatros Capitólio e Joaquim d'Almeida , nos clubes Tauromáquico, Olímpia, Montanha, Patos, Alhambra, e nos. Cinemas Europa, Jardim-Cinema , Cine Paris e Royal . Percorreu as províncias, cantando nos teatros de Évora, Barreiro, Seixal, Montijo. Setúbal, Torres Vedras, Malveira, Quinta do Anjo, Torres Novas, Caldas da Rainha, Mafra, Cadaval, Figueira da Foz, Abrigada, Cascais, Estoril, Moita, Parede, Paço d' Arcos, Alenquer, Feliteira, Merceana e Benavente.
Cantou nas casas fidalgas do Conde da Torre e Conde de Sabrosa, nas herdades do opulento lavrador Palha Blanco.
Tal como o seu irmão Alfredo, foi autor de várias músicas para Fados, “Combatentes”, “Crença”, “Fado da Paz”, “Fado da Aldeia” (gravado por Ercília Costa), “Fado Marcha”, “Lágrimas”, (gravado por Maria do Carmo), e ”Fado Luso”.
Da sua carreira de cantador, há uma tarde que Júlio Duarte gravou na memória, por assinalar um dos seus maiores êxitos, foi em Vila Franca de Xira, no Retiro Botão de Rosa, onde cantou ao lado de Júlio Proença, Estanislau Cardoso e João Maria dos Anjos, forma acompanhados pelo guitarrista e cantador Carlos Ramos e á viola por Armando Machado, e também uma cena que se passou nessa altura.Encontravam-se ali dois detractores do Fado, combatendo-o grosseiramente. Então, bastante enervado, tanto ele como os seus colegas, começaram a cantar, sendo de tal modo aplaudidos por toda a assistência que enchia a casa, que aqueles tiveram de retirar-se vexados e... vencidos. Foi uma tarde de triunfo.
Por último, Júlio Duarte actuava no Retiro da Severa, Solar da Alegria, Cafés Gimnasio, Luso e Mondego, Foi também muito solicitado para actuar na rádio, Emissora Nacional, Rádio Luso, Rádio Graça e Rádio Peninsular.
Cantou muitas vezes com o irmão, que só se profissionalizou mais tarde, embora tendo a fama que se sabe, mas já não assistiu a esse acontecimento, pois faleceu prematuramente.
Júlio Duarte, foi casado com uma fadista de renome na época, Leonor Duarte, de quem teve duas filhas, a Júlia e a Aida.
Júlio Duarte tem no seu repertório as seguintes sextilhas do poeta popular João de Sousa (Bacalhau), que ele cantanva com inexcedível sentimento no “Fado Marcha Pedro Rodrigues”
INGENUIDADE
Tem 40 anos, só se conhece com a viola pois cresceu sempre com ela. Desde que lhe ofereceram uma aos cinco anos, começou a tocar por instinto e assim continuou, entre tertúlias de amigos. Filho de Maria Amélia Proença começa por acompanhar a mãe, chama a atenção e surgem os convites para tocar em casas de fado. Tocou em várias, Clube do Fado é onde se encontra actualmente. Vários foram os fadistas que acompanhou; desde a sua mãe Maria Amélia Proença, Camané (Prémio Amália Rodrigues Melhor Fadista/2005), Carlos do Carmo, Mísia, Aldina Duarte, Pedro Moutinho, Joana Amendoeira ou António Zambujo (Prémio Amália Rodrigues Melhor Fadista/2006), entre muitos outros.
Como acompanhante tem pisado os mais distintos e conceituados palcos, refira-se o Queen Elizabeth Hall ou o Concertgebouw, e festivais internacionais, cite-se o de Macau.
Carlos Manuel Proença, galardoado em 2006 pela Casa da Imprensa com o Troféu Francisco Carvalhinho, cedo se distiflguiu pela capacidade técnica e inovação, paralelamente a uma grande entrega em cada acompanhamento ou numa guitarrada.
Autor de temas como "Outro sentido" integrado no mais recente álbum de António Zambujo, Carlos Manuel Proença tem também assumido também as funções de produtor de álbuns, casos do mais recentes de Pedra Moutinho e de Maria Amélia Proença, "Fados do meu fado", ou de Joana Amendoeira "À flor da pele", arranjador, e director musical no mais novo álbum de Aldina Duarte, "Mulheres ao espelho".
Em 2008 é galardoado como “Melhor Instrumentista” na III Gala dos Prémios Amália Rodrigues.
In: Programa III Gala dos Prémios Amália Rodrigues
José Manuel Neto nasceu em Lisboa a 29 de Outubro de 1972. Começou a tocar guitarra portuguesa com apenas 15 anos e destaca-se, entre os jovens intérpretes, como um dos instrumentistas mais requisitados no acompanhamento de fadistas, em espectáculos e gravações de discos.
Filho da fadista Deolinda Maria, José Manuel Neto cresceu em ambiente propício ao desenvolvimento do seu talento, tendo como referências os maiores nomes do universo fadista, caso de Carvalhinho, José Nunes, Jaime Santos e Fontes Rocha. Aprendeu ao lado de outros guitarristas e desenvolveu o seu estilo próprio “marcado pela fluidez, versatilidade e simplicidade frásica que caracteriza a melhor música popular” (cf. Programa “Antena Portuguesa”, Cinema São Jorge, 2009).
José Manuel Neto aprendeu a tocar guitarra portuguesa como autodidacta e, na década de 1990, deu início ao seu percurso profissional acompanhando diversos artistas nas casas de fado. Foi neste ambiente que a sua interpretação ganhou amadurecimento, o que o fez manter-se vários anos nos elencos de espaços tão conceituados como a Viela, o Sr. Vinho, a Taverna do Embuçado ou o Faia.
O guitarrista integra-se nesta “nova geração de instrumentistas de Fado com uma formação musical muito ampla, capaz de lhes permitir uma visão alargada do potencial dos seus instrumentos tanto no plano do repertório solístico como no das práticas de acompanhamento.” (cf. Rui Vieira Nery, “Para uma História do Fado”: 272).
O domínio musical que caracteriza o seu trabalho é reconhecido. José Manuel Neto demonstra-o em palco e em edições discográficas com os mais diversos artistas, mas é, evidentemente, no Fado que as suas prestações são mais numerosas.
Em 1993, José Manuel Neto gravou o seu primeiro disco com Mísia. O registo “Fado”, editado pela BMG, abriu-lhe caminho para gravar com um elevado número de fadistas, dos quais destacamos: Argentina Santos (“Argentina Santos”, 2003), António Zambujo (“O Mesmo Fado”, 2002; “Outro Sentido”, 2007), Camané (“Esta coisa da Alma”, 2000; “Pelo Dia Dentro”, 2001; “Como sempre… Como Dantes”, 2003, com edição em CD e DVD; “Sempre de Mim”, 2008); Carlos do Carmo (“Ao vivo no Coliseu dos Recreios: 40 anos de Carreira”, 2004; “Fado Maestro”, 2008), Ana Moura (“Aconteceu”, 2004) e Pedro Moutinho (“Encontro”, 2006 e “Um Copo de Sol”, 2009).
Apesar de se ter iniciado no acompanhamento de fadistas, nas casas de fado, a sua colaboração com estes e outros artistas estendeu-se à apresentação em palco, realizando numerosas digressões em território nacional e estrangeiro, em espectáculos de grandes nomes do universo fadista como Carlos do Carmo, Camané, Ana Moura, Aldina Duarte, Cristina Branco ou Mísia.
José Manuel Neto não tem ainda nenhum disco editado em nome próprio, mas no decorrer deste ano (2009) irá apresentar no Cinema São Jorge um espectáculo de título “O Som da Saudade”, onde interpretará melodias que tem vindo a compor ao longo dos anos, um conjunto de temas “assente na música de raiz portuguesa onde se mistura o fado e a música tradicional, enriquecida de uma complexidade harmónica que abre as portas ao improviso e às liberdades poéticas” (cf. Programa “Antena Portuguesa”, Cinema São Jorge, 2009).
Em 2004 a Casa da Imprensa entregou-lhe o “Prémio Francisco Carvalhinho”, atribuído ao melhor instrumentista, durante o espectáculo da Grande Noite do Fado desse ano.
A Fundação Amália Rodrigues distinguiu-o em 2008 com o “Prémio Melhor Instrumentista”, reconhecendo-o como um dos grandes expoentes da interpretação da Guitarra Portuguesa.
Selecção de fontes de informação:
AAVV, 2009, “Antena Portuguesa”, programa do espectáculo, Cinema São Jorge;
Nery, Rui Vieira, 2004, “Para uma História do Fado”, Corda Seca/Público.
In: www.museudofado.pt
Armandinho
Marceneiro Joaquim Campos
Título da Música | Autor |
Fado Aida | Alfredo Duarte Marceneiro |
Fado Alexandrino Eu lembro-me de ti | Alfredo Duarte Marceneiro |
Fado Alexandrino Bêbado Pintor | Alfredo Duarte Marceneiro |
Fado Bailado (dos Olhos Fatais) | Alfredo Duarte Marceneiro |
Fado dos Olhos Fatais | Alfredo Duarte Marceneiro |
Fado Bailarico | Alfredo Duarte Marceneiro |
Fado Balada | Alfredo Duarte Marceneiro |
Fado Cabaré | Alfredo Duarte Marceneiro |
Fado Cravo ( dos Cravos) | Alfredo Duarte Marceneiro |
Fado Cuf | Alfredo Duarte Marceneiro |
Fado Larangeira | Alfredo Duarte Marceneiro |
Fado Louco | Alfredo Duarte Marceneiro |
Fado Marcha do Marceneiro | Alfredo Duarte Marceneiro |
Fado Maria Marques | Alfredo Duarte Marceneiro |
Fado Mocita dos Caracóis | Alfredo Duarte Marceneiro |
Fado Odéon | Alfredo Duarte Marceneiro |
Fado Pagem | Alfredo Duarte Marceneiro |
Fado Pierrot | Alfredo Duarte Marceneiro |
Fado Alexandrino Antigo | Armando Augusto Freire |
Fado Alexandrino do Armandinho | Armando Augusto Freire |
Fado Alexandrino do Estoril | Armando Augusto Freire |
Fado da Adiça | Armando Augusto Freire |
Fado Ciganita | Armando Augusto Freire |
Fado das Varinas | Armando Augusto Freire |
Fado Manganito | Armando Augusto Freire |
Fado Mayer | Armando Augusto Freire |
Fado S. Miguel | Armando Augusto Freire |
Fado S. Romão | Armando Augusto Freire |
Fado Amora | Joaquim Campos |
Fado Aurora | Joaquim Campos |
Fado Estela | Joaquim Campos |
Fado Puxavante | Joaquim Campos |
Fado Rosita | Joaquim Campos |
Fado Victória | Joaquim Campos |
Fado Tango | Joaquim Campos |
Nasceu num dos bairros mais castiços de Lisboa, o Bairro Alto.
Desde muito jovem se afirmou fadista por vocação e devoção.
Estreou-se em 1949 no célebre Café Luso, tendo sido apadrinhado pelo consagrado fadista da velha guarda, Filipe Pinto.
Entrou num concurso de Fados, cantou lado a lado e em despique com Tristão da Silva, Fernando Farinha, Alberto Costa e outros grandes fadistas da época, tendo finalizado com unanimidade vencedor.
Cantou na Emissora Nacional e nas rádios existentes, também actuou na RTP.
Jorge Silva teve um repertório muito próprio, com versos de Américo Marques dos Santos, Linhares Barbosa, Pedro Homem de Melo e muitos outros.
Tal como Carlos Ramos, foi na sua época dos poucos fadistas que também se acompanhavam musicalmente tocando guitarra.
Infelizmente não consegui nenhuma gravação sua em disco, mas descobri este video que passou na RTP-Memória, e que vos apresento.
Ainda me recordo de o ter ouvido cantar, era eu muito miúdo, era uma pessoa afável e muito considerado pelos colegas, foi companheiro e amigo quer de meu pai, quer de meu avô.