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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Domingo, 30 de Novembro de 2014

Dia da Independência em 1640 - 1º de Dezembro

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 Os Conjurados foram um grupo nacionalista e patriótico português, nascido clandestinamente na parte final do domínio espanhol sobre Portugal, responsável pelo golpe de Estado do 1.º de Dezembro de 1640 que eliminou a possibilidade do Reino de Castela se apropriar do Reino de Portugal, para si, como estado independente e soberano sobre Espanha e o Mundo.

Era constituído por cerca de cinquenta homens, 40 da nobreza, e os restantes do clero e militares, daí também serem conhecidos por Os Quarenta Conjurados ou os Os Quarenta Aclamadores, por estarem envolvidos quarenta brasões. O objectivo - logrado com sucesso - era a destituição dos Habsburgos, proclamar e aclamar um rei português tal como aconteceu.

Aquele que ficou reconhecido como tendo sido o grande impulsionador da conspiração foi João Pinto Ribeiro, bacharel em direito canónico cuja jurisprudência anulou o juramento de Tomar por incumprimento de obrigações por parte dos Habsburgos espanhóis. No entanto podemos reconhecer também, como preponderante, que pode ter havido um papel e alguma influência dos jesuítas da província portuguesa, duma forma mais velada, nomeadamente pelo comportamento do Padre António Vieira e pela convivência familiar do Doutor D. André de Almada, especialmente sobre determinados fidalgos e que se encontram entre os quarenta. Aqueles nobres portugueses que tinham ficados presos e destituídos de quase tudo no desastre de Alcácer Quibir, mais precisamente seus filhos ou netos órfãos", que nada puderam fazer e lutar contra um diferente destino de Portugal, anos antes, durante a crise dinástica cuja sorte tinha imposto o domínio de um rei castelhano sobre os destinos do Reino de Portugal.

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Depois de se ter dado uma nova e a última reunião no palácio de D. Antão de Almada, hoje conhecido como Palácio da Independência por essa razão. A 1 de Dezembro de 1640, Os Conjurados invadiram o paço da ribeira onde se encontrava a vice-rainha de Portugal, a Duquesa de Mântua e o seu secretário-geral Miguel de Vasconcelos. Perante a invasão, a Duquesa de Mântua escondeu-se num armário e Miguel de Vasconcelos foi "defenestrado" (atirado pela janela) o que lhe causou a morte, e proclamaram rei D. João IV, Duque de Bragança descendente de D. João I, aos gritos de "Liberdade".

O povo e toda a nação portuguesa acorreu logo a apoiar a revolução, Restauração da Independência, e assim, D.Filipe III de Portugal e IV de Espanha, que se encontrava já a braços com uma revolução na Catalunha, não teve como retomar de imediato o poder em Portugal.

in: Wikipédia

 

Nota:

Para que fique bem esclarecido, e não sou monárquico, nasci no regime de república, supostamente democrática, mas o desentendimento, as quezílias e os tachos fizeram com que um senhor chamado António de Oliveira Salazar, distorcesse todos estes valores, criando um sistema anti-democrático de partido único, com polícia política, proibição de liberdade de expressão,  bufos etc.

Quem bem me conhece sabe de que lado estive a partir dos meus 14 para 15 anos, não mudei com a alvorada dos conjurados de 25 de Abril, acordei nessa manhã com a alegria e expectativa  da almejada liberdade.

Que fique bem esclarecido que tenho um imenso orgulho na nossa gloriosa história, tenho muitos amigos monárquicos, tenho muitos amigos de origem "nobre", mas sou republicano.

Que fique bem claro a todos os monárquicos, que o dia 5 de Outubro também é meu, quando os conjurados avançaram tal como no 25 de Abril muitos traidores e vendidos aos "usurpadores espanhóis", vieram para a rua gritar liberdade.... (os oportunistas, aliás como hoje ainda acontece, andam ao sabor das marés...políticas evidentemente)  enfim já sabem como é. Eu decerto estaria  desde o inicio com eles se vivesse nessa altura.

Aqui fica a minha homenagem aos bravos portugueses que em 1640 honraram o sangue lusitano.

Portanto é um dia para todos os portugueses independentemente das suas convicções políticas estarem em uníssono, no dia 6 voltamos a discutir... vale?

O actual governo de direita (PSD/CDS), tudo aceitaram para agradar á "TROIKA", e acabaram  com o feriado do 1º de Dezembro, aliás, se  pudessem também já tinham acabado com o feriado do 25 de Abril. Mas o que mais me conforta,  é voltaremos a erguer a "cabeça" e haverá lugar a um novo feriado, na data em que forem corridos estes actuais invasores da nossa soberania. Viva Portugal

 Vítor Duarte (Marceneiro)

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Segunda-feira, 24 de Novembro de 2014

A FLORESTA D´ÁGUA

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A CM de Sintra e os Serviços Muncipalizados de Sintra, patrocinaram a edição de um livro com cd co o título "A Floresta d´água", do qual me ofereceram um exemplar.

È  um trabalho criativo e essencialmente didáctico, ajudei o meu filho Alfredo a fazer um "teatrinho" com base no livro que apresentou na escola para a sua classe, depois foi convidado a ir a todas as salas repetir, ficou muito contente porque foi muito aplaudido, a mensagem está tão bem feita que em conjunto com a minha mulher pensámos passar o livro e o cd a filme para os nossos filhos, filme este que eles muito gostam e vêm com frequência.

Claro que o mérito é todo dos autores, a quem presto a minha homenagem e agradeço como pai e cidadão o trabalho.

CRÉDITOS:

História: Jorge Salgueiro

Ilustrações: Tiago Figueiredo e Francisco de Castro (adaptados para o filme)

Design Gráfico: Tiago Figueiredo

Edição do CD: Foco Musical

Narrador: Guilherme Mendonça

Música: Jorge Salgueiro

Letras canções: João Aguiar

Coro Infantil da Coro Musical

Orquesta Didáctica da Foro Musical

 Video de Vítor Marceneiro

Adaptação dos desenhos para filme por: Piedade Duarte

 

CANÇÃO GENTE ESTRANHA

 

Letra de João Aguiar

Música de Jorge Salgueiro

 

Os adultos são gente muito estranha:

Sujam e matam tudo em redor

E até acreditam na patranha

Que assim vamos viver muito melhor

 

Não sabem, quando matam a floresta,

Que acabarão também por se matar.

Desculpem mas não vamos nessa festa:

A Terra não é nossa para estragar!

 

Porque os crescidos estão muito divertidos

Estão divertidos, distraídos com o dinheiro

E nem sequer reparam no que fizeram,

Neste deserto, b'lhác!!!, neste mau cheiro!

 

E nem sequer reparam no que fizeram,

Neste deserto, b'lhác!!!, neste mau cheiro!

 

O que fizeram,

O que fizeram,

O que fizeram.

 

 

 

HINO DAS CRIANÇAS À TERRA

 

Letra de João Aguiar

Música de Jorge Salgueiro

 

A Terra é Verde, é Flores, é Crianças

Só podemos viver sem a sujar.

Vamos ter de mudar estas mudanças,

Somos nós que temos de a salvar.

 

Somos nós que temos de a salvar.

 

A Terra é Verde, é Flores, é Crianças

Só podemos viver sem a sujar.

Vamos ter de mudar estas mudanças,

Somos nós que temos de a salvar.

 

Somos nós que temos de a salvar.

Somos nós que temos de a salvar.

 

 

 

 

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Quinta-feira, 20 de Novembro de 2014

ILHA TERCEIRA - AÇORES

 

 CIDADE DE ANGRA DO HEROÍSMO

 

PATRIMÓNIO MUNDIAL DA HUMANIDADE 

 

O local escolhido pelos primeiros povoadores foi uma crista de colinas, que se abria, em anfiteatro, sobre duas baías, separadas pelo vulcão extinto do Monte Brasil. Uma delas, a denominada "angra", tinha profundidade para a ancoragem de embarcações de maior tonelagem, as naus. Tinha como vantagem a protecção de todos os ventos, excepto os de Sudeste.

As primeiras habitações foram erguidas na encosta sobre essa angra, em ruas íngremes de traçado tortuoso dominadas por um outeiro. Neste, pelo lado de terra, distante do mar, foi iniciado um castelo com a função de defesa, à semelhança do urbanismo medieval europeu: o chamado Castelo dos Moinhos.

Por carta passada pela Infanta Dona. Beatriz em 2 de Abril de 1474, a capitania de Angra foi doada a Álvaro Martins Homem, que ao tomar posse dela deu início aos trabalhos da chamada Ribeira dos Moinhos, aproveitando a forças de suas águas e lançando as bases para o futuro desenvolvimento económico da povoação. A partir da protecção propiciada pelo Castelo dos Moinhos (actual Alto da Memória), o casario acompanhou a Ribeira dos Moinhos até à baía, primitivamente por ruas e vielas sinuosas - ruas do Pisão, da Garoupinha, de Santo Espírito, das Alcaçarias - cuja toponímia conservou a memória de suas actividades económicas. Martins Homem deu início à chamada Casa do Capitão, posteriormente acrescentada por João Vaz Corte Real, que também procedeu à canalização da Ribeira, à construção do primitivo Cais da Alfândega, da muralha defensiva da baía de Angra e do Hospital de Santo Espírito.

 

Ao mesmo tempo, liberava a área do vale para que, de acordo com os princípios do urbanismo do Renascimento, pudessem ser abertas ruas obedecendo a um plano ortogonal, organizadas por funções, de acordo com as necessidades do porto que crescia com rapidez. Nesse plano ortogonal serão abertas as ruas da Sé e Direita, ligando os principais elementos da cidade: o porto e a casa do capitão nos extremos do braço menor, os celeiros do Alto das Covas e a Câmara Municipal nos do braço maior. Ao longo do século XVI a cidade crescerá até ao Alto das Covas e a São Gonçalo, embora com ruas de traçado mais irregular.

 

 

Desse modo, em poucos anos, desde 1478, a povoação fora elevada à categoria de vila e, em 1534, ainda no contexto dos Descobrimentos, foi a primeira do arquipélago a ser elevada à condição de cidade[3]. No mesmo ano, foi escolhida pelo Papa Paulo III para sede da Diocese de Angra com jurisdição sobre todas as ilhas dos Açores.

As razões para esse vigoroso progresso deveram-se à importância do seu porto como escala da chamada Carreira da Índia, centrado na prestação de serviços de reabastecimento e reaparelhamento das embarcações carregadas de mercadorias e de valores. Por essa razão desde as primeiras décadas do século XVI aqui foi instalada a Provedoria das Armadas, com essa função e a de apoiar a chamada Armada das ilhas. Posteriormente, no contexto da Dinastia Filipina, a estes vieram juntar-se os galeões espanhóis carregados de ouro e prata, oriundos das Índias Ocidentais, numa rota que se estendia de Cartagena das Índias, passava por Porto Rico e por Angra, e alcançava Sevilha. Para apoiar essas fainas, foram implantados os primeiros estaleiros navais, na Prainha e no Porto das Pipas, e as fortificações que fecham a baía: o chamado Castelo de São Sebastião e o de São João Baptista.

A cidade, mais de uma vez, teve parte activa na história de Portugal: à época da Crise de sucessão de 1580 resistiu ao domínio Castelhano, apoiando António I de Portugal que aqui estabeleceu o seu governo, de 5 de Agosto de 1580 a 6 de Agosto de 1582. O modo como expulsou os espanhóis entrincheirados na fortaleza do Monte Brasil em 1641 valeu-lhe o título de "Sempre leal cidade", outorgado por João IV de Portugal.

Posteriormente, aqui esteve Afonso VI de Portugal, detido nas dependências da fortaleza do Monte Brasil, de 21 de Junho de 1669 a 30 de Agosto de 1684.

Posteriormente Angra constitui-se na capital da Província dos Açores, sede do Governo-geral e em residência dos Capitães-generais, por Decreto de 30 de Agosto de 1766, funções que desempenhou até 1832. Foi sede da Academia Militar, de 1810 a 1832.

No século XIX, Angra constitui-se em centro e alma do movimento liberal em Portugal. Tendo abraçado a causa constitucional, aqui se estabeleceu em 1828 a Junta Provisória, em nome de Maria II de Portugal. Foi nomeada capital do reino por Decreto de 15 de Março de 1830. Aqui, no contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), Pedro IV de Portugal organizou a expedição que levou ao desembarque do Mindelo e aqui promulgou alguns dos mais importantes decretos do novo regime, como o que criou novas atribuições às Câmaras Municipais, o que reorganizou o Exército Português, o que aboliu as Sisas e outros impostos, o que extinguiu os morgados e capelas, e o que promulgou a liberdade de ensino no país.

Em reconhecimento de tantos e tão destacados serviços, o Decreto de 12 de Janeiro de 1837 conferiu à cidade o título de "mui nobre, leal e sempre constante cidade de Angra do Heroísmo", e condecorou-a com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada.

A cidade sempre teve forte tradição municipalista, e a sua Câmara Municipal foi a primeira do país a ser eleita, já em 1831, após a reforma administrativa do Constitucionalismo (Decreto de 27 de Novembro de 1830).

Em Angra encontraram refúgio Almeida Garrett, durante a Guerra Peninsular, e a rainha Maria II de Portugal entre 1830 e 1833, durante a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834). Por aqui passou Charles Darwin, a bordo do "HMS Beagle", tendo aportado a 20 de Setembro de 1836. Darwin partiu daqui para a ilha de São Miguel em 23 de Setembro, após fazer um passeio a cavalo pela ilha, onde entre vários locais visitou as Furnas do Enxofre, tendo na altura afirmado que a nível biológico "nada de interessa encontrar". Mais tarde, e reconhecendo o seu erro, pediu a vários cientistas, nomeadamente a Joseph Dalton Hooker, a Hewett Cottrell Watson e a Thomas Carew Hunt que lhe enviassem espécimes da flora endémica da Macaronésia e também amostras geológicas.

 

 

 

 CIDADE DA PRAIA DA VITÓRIA

 

Praia da Vitória é uma cidade e Concelho localizada na parte leste da ilha Terceira, no grupo central do arquipélago dos Açores.

É sede de um município com 162,29 km² de área e 21 035 habitantes (2011), subdividido em 11 freguesias.

Instalados definitivamente os primeiros povoadores na ilha Terceira, passou Jácome de Bruges, primeiro capitão do donatário da ilha, ao lugar da Praia, onde fixou a sua residência, juntamente com seu lugar-tenente Diogo de Teive. A Praia constituiu-se assim na sede da capitania da Terceira entre1456 e 1474, ano em que a ilha foi dividida em duas capitanias, pelo desaparecimento do donatário, ficando a capitania da Praia a cargo de Álvaro Martins Homem.

A região desenvolveu-se com rapidez, graças à cultura do pastel e do trigo.

A Praia, foi elevada a Vila, sede de Concelho, em 1480, ainda ao tempo de Álvaro Martins Homem.

No contexto da Dinastia Filipina, aqui se travou a batalha da Salga (1581).

Foi na Praia que o pretendente ao trono de Portugal, D. António Prior do Crato, foi aclamado rei aquando do seu desembarque nesta localidade em 1582. Posteriormente, no contexto da Restauração da Independência Portuguesa, foi na Praia que se deu a aclamação de João VI de Portugal, quando da chegada de Francisco Ornelas da Câmara à Terceira.

A vila foi elevado à categoria de cidade a 20 de Junho de 1981, tendo se designado Vila da Praia da Vitória até 1983.

Na segunda metade do século XX foi construído no lugar das Lajes um aeródromo de grandes dimensões, o Aeroporto das Lajes. A essa importante obra juntou-se, mais recentemente, o Porto Oceânico da Praia da Vitória, com um molhe com 1400 metros de extensão, também de grande importância para a economia regional. Junto ao porto oceânico localiza-se o principal centro industrial da ilha

 

 

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Terça-feira, 18 de Novembro de 2014

AÇORES

O SAUDOSO FERNANDO FARINHA COMPÔS E GRAVOU ESTE FADO

HOMENAGEANDO O POVO IRMÃO AÇORIANO

 

 

 

Os Açores, oficialmente designados por Região Autónoma dos Açores, são um arquipélago transcontinental e um território autónomo da República Portuguesa, situado no Atlântico nordeste, dotado de autonomia política e administrativa consubstanciada no Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores.

Com quase seis séculos de presença humana continuada, os Açores granjearam um lugar importante na História de Portugal e na história do Atlântico: constituíram-se em escala para as expedições dos Descobrimentos e para naus da chamada Carreira da Índia, das frotas da prata, e do Brasil; contribuíram para a conquista e manutenção das praças portuguesas do Norte de África; quando da crise de sucessão de 1580 e das Guerras Liberais (1828-1834) constituíram-se em baluartes da resistência; durante as duas Guerras Mundiais, em apoio estratégico vital para as forças Aliadas, mantendo-se, até aos nossos dias, em um centro de comunicações e apoio à aviação militar e comercial.

O descobrimento do arquipélago dos Açores, tal como o da Madeira, é uma das questões mais controversas da história dos Descobrimentos. Entre as várias teorias sobre este facto, algumas assentam na apreciação de vários mapas genoveses produzidos desde 1351, os quais levam os historiadores a afirmar que já se conheceriam aquelas ilhas aquando do regresso das expedições às ilhas Canárias realizadas cerca de 1340-1345, no reinado de Afonso IV de Portugal. Outras referem que o descobrimento das primeiras ilhas (São Miguel, Santa Maria, Terceira) foi efectuado por marinheiros ao serviço do Infante D. Henrique, embora não haja qualquer documento escrito que por si só confirme e comprove tal facto. A apoiar esta versão existe apenas um conjunto de escritos posteriores, baseados na tradição oral, que se criou na primeira metade do século XV. Algumas teses mais arrojadas consideram, no entanto, que a descoberta das primeiras ilhas ocorreu já ao tempo de Afonso IV de Portugal e que as viagens feitas no tempo do Infante D. Henrique não passaram de meros reconhecimentos. Adicionalmente, foram recentemente descobertos templos escavados nas rochas datados do século IV a.C., de provável autoria cartaginesa.

 

 

 

O que se sabe concretamente é que Gonçalo Velho chegou à ilha de Santa Maria em 1431, decorrendo nos anos seguintes o (re)descobrimento - ou reconhecimento - das restantes ilhas do arquipélago dos Açores, no sentido de progressão de leste para oeste. Uma carta do Infante D. Henrique, datada de 2 de Julho de 1439 e dirigida ao seu irmão D. Pedro, é a primeira referência segura sobre a exploração do arquipélago. Nesta altura, as ilhas das Flores e do Corvo ainda não tinham sido descobertas, o que aconteceria apenas cerca de 1450, por obra de Diogo de Teive. Entretanto, o Infante D. Henrique, com o apoio da sua irmã D. Isabel de Portugal, Duquesa da Borgonha, mandou povoar a ilha de Santa Maria.

Grupo de Golfinhos junto ao Monte Brasil, com o Vulcão da Serra de Santa Bárbara como pano de fundo, ilha Terceira.

Os portugueses começaram a povoar as ilhas por volta 1432, oriundos principalmente do Algarve, do Alentejo e do Minho, tendo-se registado, em seguida, o ingresso de flamengos, bretões e outros europeus e norte-africanos.

Desde logo e dada a necessidade de defesa das pessoas, da manutenção de uma posição estratégica portuguesa no meio do Atlântico e da imensa riqueza que por esta terra passava vinda do Império Português e mais tarde também doImpério Espanhol, as ilhas Açorianas foram fortemente fortificadas praticamente desde o início do povoamento. Assim encontra-se nas ilhas 161 infra-estruturas militares entre castelos, fortalezas, fortes, redutos e trincheiras, distribuídas da seguinte forma: 78 na Terceira, 26 na ilha de São Miguel, 15 na ilha de São Jorge, 12 na ilha das Flores, 12 na ilha de Santa Maria, 7 na ilha Graciosa, 7 na ilha do Faial e 4 na ilha do Pico.

Sabe-se, porém, que muitos desses imigrantes que povoaram Açores teriam sido cristãos-novos, isto é, judeus sefarditas que foram obrigados a se converter forçadamente pelas perseguições do catolicismo. Através das Ordenações Afonsinas, Portugal buscou cooptar tanto judeus quanto flamengos para o arquipélago, mediante a distribuição de terras. Assim, longe da Europa continental, esses grupos ficariam livres das perseguições religiosas.

No processo do povoamento das restantes ilhas, principalmente do Faial, Pico, Flores e São Jorge, faz-se notar a presença de um número alargado de flamengos, cuja presença se veio a reflectir na produção artística e nos costumes e modos de exploração das terras. De recordar o nome de Joss van Hurtere, capitão flamengo, a quem foi confiado o povoamento de parte da ilha do Faial: a cidade da Horta recebeu do seu patronímico a sua designação toponímica. Existe ainda uma freguesia do concelho da Horta chamada Flamengos, para além dos moinhos e dos modelos da exploração agrária.

Tal como no arquipélago da Madeira, a administração das ilhas açorianas foi feita através do sistema de capitanias, à frente das quais estava um capitão do donatário. As primeiras capitanias constituíram-se nas ilhas de São Miguel e de Santa Maria. Em 1450, na sequência da progressão ocidental do descobrimento das ilhas, foi criada uma outra capitania na ilha Terceira: a administração desta ilha foi atribuída também a um flamengo, de seu nome Jácome de Bruges. As restantes ilhas também se encontravam sob administração de capitanias. A administração e assistência espiritual das ilhas ficou subordinada à Ordem de Cristo, que detinha também o senhorio temporal das ilhas, mas a presença de outras ordens religiosas não deixou de se fazer notar no processo de povoamento desde o início, como no caso dos Franciscanos em Santa Maria e Terceira desde a década de 1490 do século XV.

O clima do arquipélago açoriano é menos quente quando comparado com o do arquipélago da Madeira. Para que os colonos pudessem cultivar as terras foi necessário desbastar densos arvoredos que proporcionavam matéria-prima para exportação, para produção escultórica (cedro) e para a construção naval. O cultivo de cereais e a criação de gado foram as actividades predominantes, com o trigo a registar uma produção considerável. A produção de pastel e a sua industrialização para exportação destinada a tinturaria também desempenhou um papel relevante na economia do arquipélago. A exploração do pastel e da urzela, esta também para tinturaria, atingiu o seu auge precisamente quando a produção de cana-de-açúcar (tentada mas sem grandes resultados económicos) e de trigo entraram em decadência.

No século XVII, também as matérias-primas tintureiras sofreriam uma recessão, sendo substituídas pelo linho e laranjas, que, por seu lado, registaram um impulso extraordinário. Nesta altura, foi introduzida a produção de milho, sendo esta significativa para as melhorias alimentares da população e também como apoio à pecuária. A primeira exportação de laranjas surgiu no século XVIII, numa altura em que foi também introduzida a cultura da batata. Em finais de Setecentos, regista-se o início de uma das mais expressivas e emblemáticas actividades económicas açorianas: a caça ao cachalote e a outros cetáceos. Na ilha de São Miguel, tanto a produção de chá como a produção do tabaco, revelar-se-iam muito importantes para a economia da ilha.

No século XVIII, os Açores já tinham um população suficientemente grande para que a Coroa portuguesa incentivasse a emigração de famílias açorianas para terras brasileiras, sobretudo para a parte meridional de então sua colónia na América do Sul.

É de se notar que os açorianos sempre almejaram conquistar uma maior autonomia política e administrativa, o que, durante séculos, foi negado, dando ensejo a alguns movimentos em favor da emancipação do arquipélago.

As regiões autónomas foram consagradas na Constituição Portuguesa de 1976. Trata-se de um estatuto político-administrativo especial reservado aos arquipélagos dos Açores e da Madeira, devido às suas condições geográficas - e, em consequência, socioeconómicos - especiais. Nos termos da Constituição, a autonomia regional não afecta a integridade da soberania do Estado. Compete às regiões autónomas legislar em todas as matérias que não sejam da reserva dos órgãos de soberania e que constem do elenco de competências contido nos seus Estatutos Político-Administrativos; pronunciar-se nas mais diversas matérias que lhes digam respeito; e exercer poder executivo próprio, em áreas como a promoção do desenvolvimento económico e da qualidade de vida, a defesa do ambiente e do património, e a organização da administração regional.

 

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música: Adeus Açores- Fernando Farinha
Viva Lisboa: Bem Português
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Domingo, 16 de Novembro de 2014

A Cesária - Fadista do Século XIX

 MARIA CESÁRIA, figura mítica do Fado oitocentista, ignora-se a data de nascimento e morte da cantadeira, e mesmo o seu nome de baptismo completo, apenas se sabendo que seria efectivamente Maria.

Residente no bairro de Alcântara ali trabalha­va numa fábrica como engomadeira. Inicialmente companheira de um fadista local, terá acabado por" o trocar por José Cesário Sales, canteiro, ho­mem de algumas posses e talento na sua profissão, filho de Francisco Sales, proprietário de uma im­portante oficina de cantaria em Lisboa. Desta li­gação terá resultado o Maria do Cesário e daí Ma­ria Cesária. Ficando igualmente conhecida como Mulher de Alcântara.

Tão famosa quanto Maria Severa, proferia as palavras com receio e trajava de modo simples,  re­cusando ousadias e vestes originais. Era normal­mente acompanhada pelo guitarrista Carreira.

Se­gundo as crónicas, a qualidade da sua voz era equiparável à qualidade da sua memória, dando Tinop notícia de inúmeros desafios em que terá participado, nomeadamente com uma rival sua, Luzia a Cigana, alguns dos quais durariam dois e três dias de Fados e comezainas.

Terá sido bastante famosa nas décadas de 60 e 70 do século XIX, tendo o guitarrista Ambró­sio Fernandes Maia composto um Fado que lhe dedicou, o Fado da Cesária ou Fado de Alcântara.

Cesária foi a figura central da opereta com o mesmo nome, escrita por Lino Ferreira, Silva Ta­vares e Lapa Lauer e musicada por Filipe Duarte, que subiu à cena no Teatro Apolo em 1926.

Nota:Desconhece-se a existência de alguma foto da Cesária, a imagem em cima, representa uma mulher fadista do século XIX

 

Na opereta "Mouraria", a Cesária  foi recordada:

 

Fado da Cesária

 

 

Tanto a desgraça me alcança

que já me sinto cansada,

da vida que não se cansa

de me tornar desgraçada.

 

 

                                              E como o Fado alivia

                                              as mágoas que a gente sente,

                                              eu minto à minha agonia,

                                              noite e dia,

                                              cantando constantemente.

 

 

Refrão

 

 

Foi um beijo venenoso,

demorado,

langoroso,

que perversa me tornou.

E eu faço o que me fizeram,

pois ninguém foge ao seu fado;

— Foi a mentir que mo deram,

 é a mentir que eu os dou...

 

 

                                             Aquele a quem dei a vida

                                             e o que eu tinha de mais meu,

                                             hoje chama-me perdida

                                             mas não diz quem me perdeu.

 

 

É por isso que no Fado

a minha alma se desgarra,

pois esqueço o meu passado,

torturado, 

quando chora uma guitarra.

 

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Viva Lisboa: Fadistas...eu amo o Fado
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Terça-feira, 4 de Novembro de 2014

ANABELA

ANABELA

Anabela Braz Pires nasceu em 22 de Setembro de 1976 em Almada.

Desde muito pequena que sempre mostrou aptidão para o canto.

Aos 12 anos, venceu na modalidade infantil, a Grande Noite do Fado de 1989.

Ainda em 1989 foi escolhida para a representar Portugal no Festival da UNICEF – Prémio Danny Kaye, que se realizou na Holanda, tendo obtido  2º. lugar,  e ganhou ainda o prémio para a  melhor intérprete.

Gravou vários discos para a OVAÇÃO e DISDOSETE. Venceu o FESTIVAL DA CANÇÃO / RTP em 1993, com a canção "A cidade Até Ser Dia".

Gravou temas de vários compositores, como, Clara Pinto Correia, Rui Veloso, Mafalda Veiga, Fernando Girão, Francisco Nicholson, Carlos Nunez, Florbela Espanca, Fernando Pessoa, Manuel Alegre, Ary dos Santos, para além de temas tradicionais de Fado

Anabela, integrou várias peças musicais dirigidas por Filipe La Féria, o musical infantil "Jasmim ou o Sonho do Cinema", o musical "Amália", "Minha Linda Senhora – My Fair Lady"., "Canção de Lisboa", "Música no Coração" estreado em 2006, em que com Lúcia Moniz interpretam, alternadamente, o papel da personagem principal, Maria.

Em 2006 foi convidada por Carlos Guilherme para lançar o álbum "Encontro" com a recriação de grandes sucessos como “Noites da Madeira”, “Flor Sem Tempo”, “Ser Poeta”, “Eu Sei”, “Nostalgia”, “Estrela da Tarde”, “A Rosa Que Te Dei”, “A Minha 5ª Sinfonia”, “Aquela Janela Virada Para o Mar”, “Vocês Sabem Lá”, “Se Os Meus Olhos Falassem”, e “Canção de Madrugar”.

 

 

 

                                           ANABELA canta

                   Ti Alfredo (Homenagem a Alfredo Marceneiro

                             Letra de Francisco Nicholson

                                   Música de Braga Santos 

 

                         

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música: Ti Alfredo
Viva Lisboa: AH! Fadista
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