Conheci pessoalmentel Xavier de Oliveira, foi talvez o único imitador que teve contratos em casas de fados, muitas das vezes em parceria com vozes que ele imitava.
Foi amigo de meu avô e de meu pai, era uma pessoa muito bem disposta, que irradiava simpatia.
Tive a sorte de seu filho Luís Oliveira, ter contactado comigo, e como é daqueles filhos que fez e guardou religiosamente o espólio sobre o pai, solicitei-lhe que me desse informação mais detalhada sobre o pai. e assim hoje, com texto e iconografia de sua autoria, publico com muito carinho, em homenagem à memória de seu pai, o Fadista/Cançonetista/Imitador Xavier de Oliveira, mais esta página neste blog.
Luís Oliveira, também é um apaixonado do Fado e canta-o como amador.
Foto de Alfredo Marceneiro, Candida Ramos e Xavier de Oliveira
Xavier Pinto de Oliveira, nasceu a 18 de maio de 1939 na localidade de Quinta do Anjo perto de Palmela.
Oriundo de uma família de agricultores, logo de muito cedo se viu que tinha muito jeito para cantar, começou a fazer a sua primeira imitação por volta dos catorze anos, o artista que primeiro imitou e o que mais gostava era Luís Piçarra, que nessa altura estava no seu apogeu.
Em 1962, morava na Moita, e trabalhava numa oficina de automóveis, como electricista, é aí que numa festa têm a sua estreia em público, como amador, onde obtêm grande êxito e é incentivado a continuar, e acaba por ser descoberto pelo então conhecido locutor de radio Armando Marques Ferreira, que lhe dá mais motivos para se tornar profissional.
Já como profissional, é convidado em 1963 para actuar no Coliseu dos Recreios na Grande Noite do Fado, tendo obtido grande êxito.
Cantou em vários programas de radio, no programa “Serão para Trabalhadores” , na Emissora Nacional, no programa “Comboio das Seis e Meia, etc.
Teve várias actuações na televisão, no programa “Zíp Zip” e “Natal dos hospitais” .
Fez parte do elenco da revista “Na Brasa” com Humberto Madeira, Eugenio Salvador Elvira Velez, entre outros. Também actuou no estrangeiro, Estados Unidos da America, Alemanha, Franca, Espanha, e ainda nas ex.colónias, Angola e Moçambique.
Xavier de Oliveira, gravou 12 discos, sendo o primeiro em 1966.
Imitou grandes artistas de nomeada, destacando, Alfredo Marceneiro, Alberto Ribeiro, António Mourão, Fernando Farinha, Luís Piçarra, Nelson Ned, Roberto Carlos, Carlos do Carmo, Egidio, Eduardo Nascimento, Tony de Matos, Trintão da Silva, Frei Hermano da Câmara, Rui de Mascarenhas, Manuel Fernandes, Manuel de Almeida, Francisco José, etc.
Para alem da faceta de imitador também interpretou duas canções suas, o Fado Canção Rosa Moleira, gravado em 1966, e a canção Garotas de Agora, um dos seus grandes êxitos, em 1971.
Faleceu prematuramente, no dia 25 de abril de 1972 com 33 anos, entre Samora Correia e Benavente onde se ia encontrar com a saudosa Herminia Silva.
Luís Oliveira (Filho)
Xavier de Oliveira
Canta: Ser Benfiquista
Imitando Luis Piçarra
2015-01-29
Poeta e actor, nasceu no Porto em 1923 e morreu em Lisboa em 1980.
A 27 de Março de 1947 estreou-se no palco pela mão de Alves da Cunha, e apresentou-se, em quase todos os teatros do país.
Em 1951 foi convidado para integrar a companhia de Amélia Rey Colaço- Robles Monteiro, no elenco de La Nina Boba, de Lope de Vega.
Em 1952 regressa ao Porto para ingressar no Teatro Experimental do Porto, onde se manteve durante oito anos.
Representou mais de quarenta peças de grandes autores, entre elas: Morte de Um Caixeiro-viajante, de Arthur Miller, As Guerras de Alecrim e Manjerona, de António José da Silva, Ratos e Homens, de John Steinbeck e O Rinoceronte, de Ionesco, Todos eram Meus Filhos, de Arthur Miller, etc.
Em 1967, no Teatro Estúdio de Lisboa, fez Bocage, Alma Sem Mundo, de Luzia Maria Martins, A Nossa Cidade, de Thornton Wilde, A Louca de Chaillot, de Giraudoux, A Noite de Verão e Anatomia de Uma História de Amor, de Luzia Maria Martins.
Foi para José Manuel Osório que escreveu uma das suas primeiras letras para Fado: Meu Amor Sem Direcção.
Em 1960 em Lisboa desempenha a figura de D. Afonso IV na peça Castro, de António Ferreira. Fez algumas digressões à África do Sul, Angola e Moçambique.
Escreveu poemas para serem cantados por, Amália, Carlos do Carmo, Max, Lenita Gentil, Vasco Rafael e outros.
Alguns dos seus poemas: Andorinha; Meu Nome Sabe-me a Areia (músicas de Alfredo Marceneiro); Disse-te Adeus e Morri (música de José António Sabrosa); Que Povo é Este, que Povo? (música do Fado das Horas); Fado da Madrugada (música do Fado Tamanquinhas); Preciso de Espaço (música de Verónica)
Após o 25 de Abril trabalhou na Cornucópia, que abandonou pouco tempo depois para fixar residência em Paris, onde esteve alguns meses. Volta a Lisboa para actuar no Encoberto, de Natália Correia e mais tarde no Maria Matos.
Foi autor dos seguintes livros: Arrebol (1943), Romance (1947), Recado Invisível (1950), Os Olhos e o Silêncio (1952), O Silêncio Quebrado (1959), Bom Dia Meu Amor... (1975).
NOTA:
Dados fornecidos por um nosso leitor Vasco Martins, que considero fidedignos, o que agradeco:
Vasco Luís de Lima Ferreira Couto nasceu no número 121 da Rua de Sá da Bandeira, freguesia de Santo Ildefonso, na cidade do Porto, a 26 de novembro de 1924, e faleceu na sua casa da Rua General Leman, número 81 - 1º, em Lisboa, a 10 de março de 1980, aos 55 anos, na sequência de um ataque cardíaco. Era meu tio materno (irmão mais novo da minha mãe, essa sim nascida em 23 de outubro de 1923) e foi meu padrinho de batismo. Todos os sítios online que referem o seu nascimento em 1923 estão completamente errados, já que a progenitora nunca poderia ter duas gestações diferentes com um mês de intervalo. O erro com a data surgiu com a publicação do livro "Um Canto de Vida e Morte", que compila alguns poemas inéditos de Vasco de Lima Couto, da autoria do escritor Rui de Brito e do jornalista João Aguiar, para assinalar a inauguração, em março de 1981, da Casa-Museu com o nome do poeta na vila ribatejana de Constância, e que dá como certo o ano de nascimento 1923. |
PRECISO DE ESPAÇO
Letra: Vasco Lima Couto
Música: Verónica
Preciso de espaço
Para ser feliz
Preciso de espaço
Para ser raiz
Ter a rede pronta
Para o mar de sempre
Ter aves e sonho
Quando a terra escuta
E falar de amor
Aos tambores da luta
Refrão
Ter palavras certas
No Sol do caminho
E beber a rir
O doirado vinho
Misturar a vida
Misturar o vento
E nas madrugadas
Quando o povo abraço
Para estar contigo
Preciso de espaço
Preciso de espaço
Para ser feliz
Preciso de espaço
Para ser raiz
Caminhar sem ódio
Falar sem mentiras
Ter meus olhos longe
Na luz de uma estrela
E ser como um rio
Que se agita ao vê-la
Refrão
Faleceu hoje dia 23 de Janeiro
Saudade dos Santos faleceu vitima de doença prolongada, o corpo irá estar na Basílica da Estrela no Domingo dia 25 a partir das 15 horas e o funeral será no dia 26 e seguirá para o crematório do Cemitério do Alto de São João.
Ao seu marido Emílio Mateus, seus filhos e demais família os meus sentidos pêsames.
Nasceu em S. Pedro de Alva, a 15 de Fevereiro de 1939, mas veio viver para o Distrito de Lisboa ainda muito jovem.
Foi minha preocupação, ao " trazer " a este blog, grandes artistas, que são uma referência da linda cidade do Porto, homenagear também, através deles, todos os amantes do fado, uma vez, que, sei o quanto o Fado é apreciado na Cidade Invicta, que nos deu vozes como a de Florencia, Toni de Matos, Beatriz da Conceição e Maria da Fé, entre tantos outros e outras artistas, que embora não sendo profissionais, em muito contribuem, para que o Fado continue bem "vivo", mantendo-se assim a tradição, que vem já de 1949, ano em que se realizou pela primeira vez o Concurso das Cantadeiras do Norte de Portugal.
Florência Martins da Cunha Vieira, nasceu no Porto em 1943.
Aos 12 anos representando a freguesia do Bonfim, triunfa no “Concurso Rainha das Cantadeiras do Norte de Portugal”, tendo logo de seguida ganho em Lisboa, no Coliseu dos Recreios o “Concurso Rainha das Cantadeiras de Portugal”.
A sua carreira é marcada por uma precocidade extraordinária, a ponto de ser considerada a menina prodígio do fado, tendo multidões a aplaudi-la nos maiores palcos nacionais, sendo noticia na comunicação social, conquistando assim o direito a ter carteira profissional.
Na voz de Florência há uma alegria contagiante, uma exuberância natural que arrebatou gerações de admiradores, mas não foi apenas a sua bonita voz que atraiu as atenções de um público atento e admirador, é que, Florência ao cantar, transmitiu sempre uma mistura de sinceridade e pureza interpretativa, cativando as audiências com grande facilidade.
A velha rivalidade Lisboa/Porto rotula Florência como a fadista do Porto, o que decerto modo é injusto, para quem adquiriu verdadeira fama nacional, o que se deveu também a nunca se ter fixado em Lisboa, como tantas outras fadistas oriundas do norte do País.
No auge de uma brilhante carreira, seus pais decidem partir para o Brasil, o que ao contrário do que se podia imaginar, lhe cria uma nova série de oportunidades, pois o seu talento não passa despercebido.
No Brasil, Florência conquista primeiramente a comunidade portuguesa aí residente e, depois, os próprios meios de comunicação de âmbito nacional.
Estreia-se a cantar fado na Casa do Porto do Rio de Janeiro, actua em diversas casas típicas, faz rádio, e na televisão, ganha o troféu “Melhores da Semana” na TV Tupi.
Foi proprietária de um restaurante típico no Rio de Janeiro, a que deu o nome de Balada de Coimbra, que teve uma série de noites de Fado memoráveis.
A cantora não se cinge apenas ao fado, fazendo seu um repertório de influência popular, sempre marcado por uma contagiante alegria em palco que é a sua imagem de marca.
Gravou umas dezenas de discos EP e LP, quer em Portugal, quer no Brasil.
Florência foi uma artista que deu sempre o seu melhor ao público, por isso tem uma carreira artística tão longa e apreciada.
Em 1968 regressa a Portugal para actuar no Casino de Espinho, ficando definitivamente a residir no Porto.
Em 1971 reforça a sua discografia assinando contrato com a Editora Orfeu.
Em 1979 participa no Festival RTP da Canção com um tema que marca toda uma fase da sua carreira, “Comboio do Tua”, de Mário Contumélias e Manuel José Soares.
A sua carreira prossegue muito ligada a digressões por todo o país e no estrangeiro, em especial junto das comunidades portuguesas.
MADRAGOA
Uma saudade o mar tem
Seu Monumento em Lisboa
Velho bairro popular
Sombrio e vulgar
Que é a Madragoa
Reza a história que foi lá
Numa noite de natal
Que veio á luz o primeiro
Herói marinheiro
Que honrou Portugal
Ò triste Madragoa
Tens a esperança e nada mais
Há tanta coisa boa
Noutros bairros teus rivais
Ò pobre Madragoa
Não tens um só painel
Um arco ou um brazão
Só tens ò Madragoa
Nos lábios doce mel
No peito um coração
A noite cai e o luar vem
Dar-lhe cor de opala
E as estrelas a brilhar
Parecem baixar
Do Céu para beijá-la
E a Madragoa a dormir tem
Como prémio ao seu labor
Lidos sonhos de princesa
Da eterna beleza
Dos sonhos de amorLetra de: F. Valério
MARGARIDA LOURENÇO SOEIRO, nasceu em Lisboa, apesar da sua infância ter sido em Santarém, onde estudou e cantou pela primeira vez fado.
Diz ter tido a sorte de ser acompanhada pelos melhores músicos deste país, desde muito cedo e privar com muitos dos nomes marcantes na história do fado.
Começou por cantar fados da Amália e só mais tarde, descobriu a beleza dos fados e da voz de Maria Teresa de Noronha. Gostava de as ter conhecido pessoalmente.
Foi nesse percurso desde muito nova que aprendeu a ouvir, a sentir e a cantar . Não concorda totalmente com a máxima de que fado não se aprende. Não é totalmente verdade, nasce-se fadista, é certo, mas não só esta alma cresce com a vida, como escutando se aprende a melhor dizer.
Gosta de fado tradicional, admira Amália, Maria Teresa de Noronha, Alfredo Marceneiro, João Ferreira Rosa e Carlos Zel.
A sua carreira tem sido na área das ciências sociais e humanas, no fado, foi sempre amadora, em 2011 lança o cd MOMENTOS. Este disco junta alguns dos fados que canta regularmente e ainda quatro letras inéditas em músicas de fado tradicional.
Canta regularmente na Casa da Mariquinhas em Alcântara, no entanto passou por algumas das casas emblemáticas de Lisboa. Desde o Senhor Vinho, Embuçado, Os Gordos, Pátio das Cantigas, Tia Ló, Pindéricos, S. Caetano , Nove e Tal e actualmente na Maria da Mouraria.
Texto da própria
Com 7 anos apenas, já Armínda cantava e encantava. Nasceu em Lisboa, num dos seus bairros mais característicos, a Mouraria. Cantou profissionalmente pela primeira vez em 1935 no Coliseu dos Recreios na fantasia «Ultima Maravilha» cantando um Fado que ficou célebre «O Mineiro». Durante vários anos, actuou brilhantemente no teatro ligeiro, fazendo revista e opereta, entre outras a «Casta Susana», o «Pão de Ló», «Banhos de Sol», «Agora é que são elas», etc. Trabalhou já no cinema, nos filmes «Serra Brava», «Homem do .Ribatejo», etc. Folclorista brilhante, interpreta curiosamente canções das nossas províncias. Correctíssima artista e ilustre profissional, Arminda Vidal grava no Valentim de Carvalho, canta na E. 'N., tendo actuado com assinalável êxito na Televisão Portuguesa. A sua Madrinha fadista, foi Ermelinda Vitória. Cantou já nos ambientes mais típicos da capital: Charquinho, Pedralvas, Caliça, Solar da Alegria, etc, tendo sido componente brilhante duma marcha popular, a da Mouraria. Esta simpática artista, criou alguns dos números mais conhecidos que o teatro de revista trouxe para a rua.
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Graças à informação de um visitante do blogue, consegui este excelente Video-Clip de Arminha Vidal.
Os créditos são de: www.ERADOGRAMOPHONE.com, a quem agradeço, assim como a quem me informou que se intitula "Sempre Fado".
Fadista que aparece nos anos 60, com uma forma e um estilo muito próprio de cantar o Fado.
Aparecia e cantava nos locais onde acontecia Fado, boémio e bem disposto, pela sua simpatia e cortesia tinha facilidade em fazer amigos.
Penso que a sua estreia como profissional, foi pela mão de João Ferreira Rosa, que o contratou para actuar no Embuçado. Mais tarde foi um dos sócios fundadores do Sr. Vinho, conjuntamente com José Luís Gordo e Maria da Fé.
Gravou alguns EP, mas a sua carreira acabou por ser curta, pois um trágico acontecimento, levou a que viesse a falecer prematuramente.
Esta é uma pequena e singela homenagem, pois conheci-o e convivi com ele, era uma pessoa muito educada e com grande "fair-play", era dos jovens que apareceram nos anos 60 que o meu avô muito simpatizava, pois este também o sabia acarinhar.
António Melo Correia
Canta Quentes e Boas
Poema de José Luís Gordo
Nasceu no Porto, em Massarelos há 29 anos até que aos 16 anos de idade, vem com sua mãe para o sul e passam a viver em S.Martinho do Porto.
A música sempre fez parte da sua vida, mas não era o fado a música das suas preferência, no entanto conhecia a existência de Amália Rodrigues e era essa a sua noção de fado.
A mãe, uma apaixonada por fado, passava os dias a cantarolar e a ouvir os velhinhos discos de vinil do Fernando Maurício, Fernanda Maria, Carlos Zel e outros tantos, fados que eu também ouvia, o que a leva sem mesmo se aperceber que começa a memorizar o que ouve.
Ana Magalhães não hesita ao afirmar que foram Amália Rodrigues e Fernanda Maria as suas fadistas de eleição.
Em 2007, numa noite de fados organizada pelo fadista João Roque em S.Martinho do Porto, entre desafios e brincadeiras, perde o medo e lá a convecm a cantar um fado! Foi uma experiência inesquecível ser acompanhada por guitarristas, de tal maneira que não mais conseguiu deixar de ter vontade de cantar.
Conheçe então a Adega do João, onde via com frequência, acompanhada pela mãe às Quintas- Feiras de Fado, e assim que começa a conhecer e a conviver os diversos fadistas e guitarristas.
Em 2008, foi a vencedora do primeiro concurso de fado realizado pela Junta de Freguesia de S.Domingos de Benfica, o que levou a que a convidassem para representar esta freguesia, na Grande noite do fado de 2008.
Ana Magalães afirma com convicção que o fado já faz parte do seu ser, de tal maneira que não consigue manter-me muito tempo afastada, mas como é uma jovem com os pés bem assentes na "terra", e como as coisas estão actualmente, hoje em dia, mais vale saber fazer um pouco de tudo e apostar em ser polivalente!
Ana Magalhães
canta: Contínua Saudade
Vasco Lima Couto/Fado Vitória
Nasceu a 20 de Setembro de 1943 na Atalaia, concelho da Lourinhã.
Casou e foi viver para a Amadora, lá nasceu a sua filha, e lá viveu largos anos, recentemente voltou á terra que a viu nascer, onde passou residir.
A primeira vez que cantou em público tinha 28 anos, lembra com alegria que foi muito aplaudida. Depois desta experiência, tomou-lhe o gosto, foi muito incentivada pela família e amigos para continuar a cantar, não se fez rogada, continuou a cantar como amadora, até que lhe surgiu um contrato, que a levou a profissionalizar-se.
Esteve contratada no Restaurante Típico "O Forcado", no bairro alto, durante vários anos e mais tarde no recinto "Visconde d´Ásseca" em Cadafais.
Foi á Holanda e Espanha, no entanto recusou muitos espectáculos para o estrangeiro para não descurar o apoio á família.
Actualmente é artista privativa na “Adega do João” na Loubagueira – Torres Vedras, nas noites de Fado que ali acontecem ás sextas-feiras, onde é muito estimada.
Em Setembro de 2009 foi minha convidada num espectáculo na Amadora, integrado nas festas da cidade, onde mereceu estrondosos aplausos.
Adelaide Maria dá-me o prazer da sua amizade.
Canta: Estranha Forma de Vida
Letra: Amália Rodrigues
Música: Fado Bailado de Alfredo Marceneiro
VideoClip de João Gomes
Adelaide Maria a cantar na "Adega do João", acompanhada na guitarra portuguesa por Fernando Silva, viola Jaime Santos (encoberto pela fadista) e na viola-baixo o músico, poeta e compositor Tó Moliças.
JOSÉ PRACANA, nasceu a 18 de Março de 1946 em Ponta Delgada, S. Miguel, Açores. Em 1956 veio residir para Lisboa com os pais e os irmãos
Iniciou a sua carreira artística em 1964 como fadista-amador, estatuto que sempre manteve, cantando e imitando em festas de estudantes. Frequentou várias casas de Fado-Amador que existiram no Estoril e em Cascais, onde aos fins de semana se juntava a José Carlos da Maia, Carlos Rocha, que em 1965 lhe proporciona as primeiras lições de guitarra portuguesa, João Ferreira-Rosa, António Mello Corrêa, Francisco Stoffel, João Braga, Teresa Tarouca, Carlos Guedes de Amorim, Francisco Pessoa e outros.
Em 1968 actuou pela primeira vez na RTP, num programa das Forças Armadas. Em 1969 foi ao Zip-Zip.
Em Dezembro de 1969, com Luís Vasconcellos Franco, seu conterrâneo, inaugurou o Bar de Fados Arredo, em Cascais, que dirigiu até 1972, ano em que abandonou a actividade empresarial para trabalhar na TAP onde exerceu as funções de Comissário de Bordo e de funcionário da Direcção de Relações Públicas/Relações Externas e Protocolo da TAP/Air Portugal.
Na RTP participou no Curto-Circuito em 1970, programa de Artur Agostinho e João Soares Louro. A convite da RTP produziu o programa Vamos aos Fados, em 1976, uma série de cinco programas da sua autoria. Em 1985 entrou no programa televisivo de Carlos Cruz, "Um, Dois, Três". João Maria Tudela convidou-o para a RTP em 1987, actuando em Noites de Gala. No ano seguinte Simone de Oliveira teve a mesma iniciativa no Piano Bar. Em 1991 Júlio Isidro levou-o a Regresso ao Passado. A convite da RTP-Açores fez uma série de cinco programas com o título Silêncio Que Se Vai Cantar O Fado, em 1993. No ano seguinte Herman José convidou-o para Parabéns. Em 1995, Carlos Cruz fê-lo entrar em Zona Mais. etc.
Grande admirador de José Nunes e seu seguidor no estilo em que toca guitarra, e também de Alfredo Marceneiro.
Nos últimos anos regressou aos Açores onde vive actualmente.
José Pracana nos últimos tempos tem lutado contra uma doença que tem debilitado, mas estou crente que não o irá derrotar.... E Graças a Deus não derrotou.
Felicidades “Kana”
Esta página já tinha sido publicada neste blogue em 14 de Julho de 2008.
Nasceu em Lisboa no ano 1880 e residia nos Bairro de Campolide, faleceu em 1946.
Começou a trabalhar numa livraria, foi posteriormente tipógrafo e bibliotecário da Torre do Tombo.
Aos 15 anos já cantava as suas obras. Era presença obrigatória em qualquer festa de trabalhadores.
cantando apenas obras suas, normalmente acompanhado pelo guitarrista Domingos Pavão, seu amigo de infância, o mote das suas letras, versava o amor, saudade e também usava o Fado, para através dele veicular as suas ideias politicas e sociais.
Cantou em tabernas, retiros, colectividades de recreio, em salas de gente elegante.
Travou grandes “despiques” com João Patusquinho, Manuel Serrano, João Black, Júlio Janota, Carlos Harrington e o Calcinhas Narigudo.
Estreou-se em 1911, como autor teatral com a revista “Perdeu a Fala”, vindo a conquistar assinalável êxito com a opereta “Bairro Alto”, com música de Venceslau Pinto, Alves Coelho e Raul Portela, apresentada em 1927 no Teatro São Luiz, em que a cantadeira Aldina de Sousa, desempenha o papel de Adelaide Pinóia cantando o Fado do Bairro Alto, “Cacho Doirado” (de colaboração com Venceslau de Oliveira), a fantasia “País do Sol” (de colaboração com Carlos Leal), o drama “A Guerra” (de colaboração com Luís Galhardo), e o «vaudeville» “Guerra do Fado”.
Publicou ainda, entre outros, os livros Canções do Fado, O Fado das Mulheres, A Canção Nacional (com prefácio de Angelina Vidal), Cinquenta Sonetos e Cantem Todos...
Há uma quadra que compôs, que ainda hoje, quase toda a gente, principalmente do Fado conhece, pela sua originalidade, sendo muito cantada em desgarradas:
Ao Fado tudo se canta,
Ao Fado tudo se diz:
— No cristal de uma garganta
Vive a alma de um país.
Colaborador regular da imprensa operária e da imprensa do Fado, coligiu em 1912 os artigos escritos em A Voz do Operário sob o título O Fado e os Seus Censores, com prefácio de Júlio Dantas, obra de referência na bibliografia fadista.
© Vítor Duarte Marceneiro
NOTA:
Meu avô era companheiro de Avelino de Sousa, (ainda não era conhecido como “Alfredo Marceneiro”), e foi por sua influência que entrou para sócio de “A Voz do Operário” em 1914, o que decerto muito contribuiu para o seu futuro como fadista, mais tarde e já conhecido como Alfredo Marceneiro, veio a integrar o elenco da opereta de Avelino de Sousa “História do Fado”, no Coliseu dos Recreios, como interprete de Fado.
FADO DO BAIRRO ALTO
Letra de: Avelino de Sousa
Música de: Alves Coelho
Cantado por: Aldina de Sousa n´Opereta Bairro Alto
Coro
É o fado nacional
A canção mais portuguesa,
Que nos fala ao coração
E que tem em Portugal
A graça, o encanto, a beleza,
Da mais sagrada oração!
I
Do Alto Longo ao Camões,
Atravessa-se num salto!
Mas tão curtas dimensões
Guardam sempre as tradições
Do meu velho Bairro Alto!
refrão
Quando chega a procissão
Dos Passos, no seu andor,
Todo o bairro vai então
Confirmar a devoção,
Beijar o pé ao Senhor!
O Bairro Alto
Vale mais que a Mouraria,
Onde a Severa vivia
E só por isso tem fama!...
O Bairro Alto,
Mais fidalgo e mais artista,
É mil vezes mais fadista
Até do que a própria Alfama.
II
Da madrugada ao alvor
Passa a rascoa e o faia...
E entre a navalha e o amor
Chora o fado a sua dor
Pela Rua da Atalaia!
Toda a gente dos jornais,
Poetas e actor's lá vão
Ouvir os sons divinais
Dos fadinhos nacionais
À taberna do Tacão!