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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Segunda-feira, 30 de Março de 2015

TERESA SILVA CARVALHO

Aos 18 anos já tocava acordeão e cantava o Fado Hilário e o Fado do Ciúme, nas festas da aldeia, por vezes também acompanhada à guitarra e à viola pelo pedreiro e o sapateiro da aldeia.

Participa, por duas vezes, no programa Nova Onda, de Maria Leonor, onde entre outros canta “ O Velho Fado do Castanheiro”.

Em 1965 desloca-se ao Brasil, onde é convidada pela primeira vez para actuar na televisão.

Actua com frequência em restaurantes típicos portugueses, é ainda no Brasil, que recebe o primeiro convite para gravar.

De regresso a Portugal, é convidada por João Fereira da Rosa a actuar na Taverna do Embuçado, onde se manteve uma série de anos como primeira figura.

Em 1970 recebe o Prémio de Imprensa, destinado à Revelação de 1969.

O seu repertório tem como base os poemas de alguns dos maiores nomes da literatura portuguesa.

Teresa Silva Carvalho canta e grava o tema “Ó Rama, Que Linda Rama” da autoria de Vitorino, que foi decerto o maior êxito da sua carreira, teve ainda entre muitos os êxitos “Canção Grata”, “Barca Bela” e “Amar”, etc.

O entusiasmo que Teresa Silva Carvalho entregou, durante a sua vida, ao canto, com uma voz invulgarmente talentosa e uma escolha de raro critério de autores e compositores, deixou uma obra do maior nível no panorama da música popular portuguesa.

A par da actividade artística, Teresa Silva Carvalho abraçou vocações paralelas, que preenchiam as suas ambições. É assim que se inscreve no “Curso da Escola de Hotelaria” que acaba com distinção, dando-lhe oportunidade de ter desempenhado funções em várias empresas do ramo de hotelaria e turismo.

Escolheu, voluntariamente, a sua retirada da vida artística.

Actualmente, vive entre a sua casa de Lisboa e Cernache de Bonjardim, onde tem casa que fora de seu bisavô, dedica-se à leitura, à contemplação e ao cultivo de flores, passeia e fotografa constantemente.

Guardo uma bela recordação de Teresa Silva Carvalho, pela sua simpatia pessoal, educação esmerada e uma sensibilidade fora do comum.

 

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Viva Lisboa: Grande Artista
música: Oh. Meu Amor
publicado por Vítor Marceneiro às 00:00
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Terça-feira, 24 de Março de 2015

TONI DE MATOS

António Maria de Matos ( Toni ou Tony de Matos), nasceu no Porto a 28 de Outubro de 1924.

Estreou-se em 1945 na Emissora Nacional no programa “ Hora de Variedades “ como cançonetista.

Fez teatro, cinema e esteve radicado algum tempo no Brasil, onde chegou a abrir em Copacabana  o Restaurante “O Fados” Toni de Matos foi sem dúvida um cançonetista de rara sensibilidade e voz bonita, a suas interpretações fizeram vibrar corações, era um homem apaixonado e tinha indiscutivelmente uma alma bem fadista.

Em 1953 actua em Moçamedes.

Em 1955 fez parte de uma “embaixada” de artistas portugueses que foram actuar à Índia.

Grava o seu primeiro LP no Brasil em 1963

Na revista no Teatro ABC em 1968 na revista “Arroz de Miúdas” com Aida Baptista,, Carlos Coelho, Oscar Acúrcio, Delfina Cruz e Beatriz da Conceição, Toni de Matos canta um fado, que obteve um grande êxito - «O que sobrou da Mouraria».

Estreia-se no cinema em A Canção da Saudade (1964) de Henrique Campos, sendo ainda protagonista em Rapazes de Táxis (1965) de Constantino Esteves, O Destino Marca a Hora de Henrique Campos e Derrapagem (1972).
Toni de Matos era um homem que tinha muitos amigos e admiradores, pois tinha o dom natural de cativar quem com ele convivia.

Cantou canções, mas os fados que cantou, eram de alma fadista, e direi mais as canções que cantava, todas elas sabiam a Fado.

Alguns dos seus êxitos que nos ficarão na memória: Quando Cai uma Mulher; Só nós Dois; Romance Cigano; Quarto Alugado; Coitado do Zé Maria; Vendaval; Lugar vazio; De Homem para Homem; Fiz Leilão de Mim; Fado para dois: O Destino Marca a Hora; Trova do Vento que passa; Tu Sabes Lá; Maria do Céu; Vou Trocar de Coração; A Tal.  Etc...

Faleceu em 1989, tendo a seu lado uma grande Senhora, Lídia Ribeiro, sua companheira de então. 

 

Nota: Artur Ribeiro quando faz o poema A Rosinha dos Limões, oferece em primeira mão a Tony de Matos, que não gostou muito do tema,  e não aceitou. Como se sabe, acabou por ser um êxito de sempre dos poemas de Artur Ribeiro, cantado por Max, e mais tarde Tony então grava o tema.

 

Toni de Matsos canta:

SÓ NÓS DOIS

 

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música: Só nós dois
Viva Lisboa: Saudoso
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Domingo, 22 de Março de 2015

TRISTÃO DA SILVA

Alfacinha de gema, nasceu na freguesia da Penha de França a 17 de Julho de 1927.

Em 1937 usava o nome artístico Manuel da Silva passando a ser apelidado de “Miúdo do Alto Pina” é aos 10 anos de idade que é contratado pelo empresário José Miguel para actuar no Café Mondego, de que este é proprietário, mas devido a ser menor, a Inspecção de Espectáculos só lhe permite actuar aos Domingos às “matinée”.

Adopta finalmente o nome artístico de Tristão da Silva, durante a sua carreira tem imensos êxitos é raro o poeta que não deseja que ele interprete os seus poemas.

È frequentemente convidado para actuar fora do país, principalmente no Brasil, onde chega a ter um Restaurante com Fados, mas nunca esqueceu o colorido e o tipicismo da sua Lisboa, e acaba por regressar.

O seu vasto repertório em dividia-se entre o fado e a canção, mas Tristão da Silva quer em poemas de fado ou de canção, interpretava-os com tal “garra” que nos deliciava, não há dúvidas que tinha alma fadista.

Somos Dois Loucos

A Calçada da Glória

Aquela Janela Vira p´ro Mar

Etc.

O seu passatempo preferido era jogar de bilhar, foi considerado a um bom executante, tinha uma variada colecção d tacos, que frequentemente exibia no Café Lisboa.

Em 1978 num infeliz acidente de automóvel deixou-nos  prematuramente.

Tristão da Silva deixa descendentes, o seu filho Tristão da Silva Jr. tem seguido as pisadas do pai, cantando os seus maiores êxitos.

 

Cronologia:

1937   É contratado com apenas nove anos, para actuar no Café Mondego, de Lisboa.

1954  Após anos de actuações

regulares em casas de fado, grava o seu primeiro grande sucesso: Nem às Paredes Confesso.

1955   Digressão à Madeira.

1956   Deslocação a Espanha, para gravação de uma série de discos. Digressão em África.

1957   Foi o segundo artista português a actuar na RTP, num programa ainda transmitido a partir da Feira Popular de Lisboa.

1960   Digressão ao Brasil, que durará quatro anos, e que inclui, igualmente, actuações na Bolívia, Chile, Paraguai, Argentina, Uruguai, Peru. Receberá o galardão de melhor atracção de music-hall internacional em São Paulo.

1964   Por insistência de Vasco Morgado, regressa triunfalmente a Portugal e integra o elenco da revista Férias em Lisboa. Volta ao Brasil para resolver alguns negócios.

Ainda neste ano R

regressa a Portugal e retoma o circuito das casas típicas e das boites.

 1970 È contratado para o elenco do Café Luso na sua reabertura, elenco do qual eu fiz parte, o que permitiu conhecer mais profundamente, quer o homem, quer o artista.

1978 faleceu vítima dum trágico acidente de automovel.

 

 

 Tristão da Silva

Canta: Calçada da Glória

Autor da música e letra: Álvaro Duarte Simões

  

 

 

Tristão da Silva, por Carlos Conde

 

Justamente consagrado

Todos sabem que o Tristão,

Tem sido grande no Fado

P´ra ser maior na canção!

 

Não pediu vez a ninguém

P´ra chegar onde chegou,

O prestigio que hoje tem

A seu tempo o conquistou!

 

O Tristão não é dos tais

Que julgam muito saber,

Por isso é que vale mais

Do que o julga valer!

 

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Viva Lisboa: Grande cantor e Fadista
música: Calçada da Glória
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Quinta-feira, 19 de Março de 2015

DIA DO PAI - FADO DA MINHA VIDA

FADO é sorte, desde o berço até à morte

ninguém foge por mais sorte

ao destino que Deus quis.....

(Silva Tavares)

Alfredo Rodrigo e Eu.jpg

Eu com o meu falecido filho Alfredo Rodrigo Duarte

Que Deus me o levou em Setembro de 1995

 Saúdo todos os pais do mundo, hoje é um dia de alegria, mas  para muitos  pais, o  coração chora e sorri, chora quem tem a dor de ter perdido um filho, e sorri, qquem têm a bênção de ter outros,  que neste dia lhe darão uma  lembrança, que por mais simples que seja,  nos enche de felicidade  e orgulho. 

Tive um filho

Deus levou-mo

Fez-me guerra

Pôs uma estrela no céu

E uma saudade na terra

(Carlos Conde)

Este é um dia em que recordo com saudade, e lágrimas nos olhos, o meu pai, o pai do meu pai, e o meu filho, que Deus me levou... Três Alfredos da minha vida... do meu Fado...

Mas Deus que tudo destina... tirou-me com uma mão... mas deu-me com a outra.... deu-me outro Alfredo e uma Beatriz... mas no meu coração está sempre  um lugar guardado, com a recordação daquele, que em vez de me ver partir...partiu.

Mas mais logo,  terei a alegria dos meus dois filhinhos, o Alfredo e a Beatriz,  me trazerem a sua prendinha, será decerto aquele cartãozinho com pinturas que as suas infantis fantasias idealizam, mas que têm sempre escrita,  a frase sentida e sincera, como só as crianças  sentem... És o melhor pai do mundo!!, tal como no passado tive, e que guardo com muito amor.

 

Cartão do dia do pai 19 de Março de 1976 composto por

Alfredo Rodrigo Duarte II ( 1971- 1995 )

 

Os meus saudosos e chorados Alfredo´s

Alfredo Figueiredo Duarte  (1924 - 1999)

Alfredo Rodrigo Duare I (1891 - 1982

Alfredo Rodigo Duarte II (1971- 1995)

 

Sou filho e neto de cantadores, com muita honra

P´ra seguir os seus exemplos, ando a cantar

Porque o Fado, tem valor não me desonra

Filho e neto de peixe, sabe nadar.

 


 

As prendas que os meus filhotes Alfredo e Beatriz me ofereceram no dia do pai, 19 de Março de 2009 e que hoje relembro, pois mais crescidos fui acordado com muitas "malandrices" de carinho.

 

 Vitó e Bia.jpg

 A Beatriz que faz 12 anos no dia 25 deste mês, fez o desenho que me dedica, escreveu o seguinte:

 

Sou eu, o meu irmão e o meu pai na praia

“Papá gosto muito de ti”

    

Alfredo e Pai.jpg

 O Alfredo que faz 16 anos no dia 27 deste mês, escreveu 

 

Querido pai

Ès o Maior!

És meu amigo e

Gosto muito de estar contigo.

 

És o melhor pai do mundo

gosto muito de ti

gosto quando brincas comigo

e quando passeias comigo

 

És o maior

sem ti não sei quem seria

eu gosto de ti

e sem ti não viveria!

 

Beijinhos

Alfredo

Feliz dia do pai

        

 

                                                                               

MANUEL DIAS

canta uma criação de Maria Emília Ferreia

AMOR DE PAI

Letra de: Armando Neves

Música de: Franklim Godinho

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Viva Lisboa: Pai
música: Amor de Pai por Manuel Dias
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Terça-feira, 17 de Março de 2015

PEDRA FILOSOFAL

ELES AINDA NÃO SABEM,

ELES AINDA NÃO SONHAM,

ELES NUNCA VIRÃO A SABER

ELES NÃO CONSEGUEM ENTENDER

 

 

pedra-filosofal-1.jpg

Manuel Freire

Canta

 

PEDRA FILOSOFAL

 

Eles não sabem que o sonho

É uma constante da vida

Tão concreta e definida

Como outra coisa qualquer

Como esta pedra cinzenta

Em que me sento e descanso

Como este ribeiro manso

Em serenos sobressaltos

Como estes pinheiros altos

Em que verde e oiro se agitam

Como estas aves que gritam

Em bebedeiras de azul

 

                                                                 Eles não sabem que o sonho

                                                                 É vinho, é espuma, é fermento

                                                                 Bichinho alacre e sedento

                                                                 De focinho pontiagudo

                                                                 Num perpétuo movimento

 

 Eles não sabem que o sonho

É tela, é cor, é pincel

Base, fuste ou capitel

Arco em ogiva, vitral

Pináculo de catedral

Contraponto, sinfonia

Máscara grega, magia

Que é retorta de alquimista

Mapa do mundo distante

Rosa-dos-ventos, Infante

Caravela quinhentista

Que é Cabo da Boa Esperança

Ouro, canela, marfim

Florete de espadachim

Bastidor, passo de dança

Columbina e Arlequim

Passarola voadora

Pára-raios, locomotiva

Barco de proa festiva

Alto-forno, geradora

Cisão do átomo, radar

Ultra-som, televisão

Desembarque em foguetão

Na superfície lunar

 

                                                         Eles não sabem nem sonham

                                                         Que o sonho comanda a vida

                                                         Que sempre que um homem sonha

                                                         O mundo pula e avança

                                                         Como bola colorida

                                                         Entre as mãos de uma criança

 

 

 

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Domingo, 15 de Março de 2015

PALÁCIO MARQUÊS DE ALEGRETE- ARCO MARQUÊS DO ALEGRETE

MOURARIA

PALÁCIO MARQUÊS DE ALEGRETE
ARCO MARQUÊS DO ALEGRETE
Pinturas de: Mestre Real Bordalo
 
Por volta de 1580, começou a construir-se edifícios encostados à muralha da cidade
Mais tarde em 1694, junto da porta da Mouraria, (ou de S. Vicente ), ergueu-se o Palácio do Marquês do Alegrete, que acabou ele mesmo por dar um novo nome ao arco.
Foi Manuel Teles da Silva, 2.° Conde de Vilar Maior e 1.° Marquês de Alegrete quem mandou construir, o sumptuoso palácio conhecido pelo seu título, demolindo até aos alicerces a muralha Fernandina nesse local, as torres a ela pegadas e as casas dos seus avoengos.
Manuel Teles da Silva nasceu a 13-II-1641 e morreu a 12-IX-1709, sendo filho do 1.° Conde de Vilar Maior, por morte de quem passou a ser o 2° Conde de Vilar Maior. Coronel aos 27 anos, tomou parte com valentia na tomada de Évora, depois da batalha do Ameixial.
Nos dramáticos conflitos palacianos no tempo de D. Afonso VI, tomou partido pelo Infante D. Pedro, que depois o distinguiu com muitas honrarias. Foi regedor da Casa da Suplicação Conselheiro de Estado e Vedor da Fazenda, Em 1686 foi encarregado de ir a Heidelberga buscar a Princesa D. Maria Sofia de Neuburgo, que vinha casar com D. Pedro II. Por este motivo foi distinguido com o título de Marquês de Alegrete em 19 de Agosto de 1687.
Casou com D. Luísa Coutinho, filha do Conde de Sabugal, de quem houve nove filhos.
Entre os sucessivos proprietários do palácio contam-se figuras ilustres da história de Portugal, sejam embaixadores, estadistas, como militares, escritores e historiadores.
O palácio ocupava uma área sensivelmente rectangular e tinha duas fachadas idênticas, sul e norte, respectivamente sobre o Largo Silva e Albuquerque e sobre a rua que separava o palácio das hortas do vale que se alargou por essa época e que foi a desaparecida Rua Martim
Moniz. Uma terceira frente, onde estava a entrada principal, era voltada para o nascente, sobre a Rua da Mouraria; a quarta frente, a ocidental, parece que não tinha vãos abertos e ficava encostada a outro prédio que foi demolido em 1936.
Todos os portais eram sobrepujados por frontões, ao centro dos quais ficavam as pedras de armas da Casa Teles da Silva, mas só a do portal da entrada principal durou até à demolição do palácio.
O palácio ficou bastante arruinado pelo terramoto de 1755, e foi reconstruído parcialmente depois deste cataclismo, não com a sumptuosidade que havia tido, mas adaptado a prédio de rendimento, a fim de ser alugado para estabelecimentos comerciais e industriais (refinação de açúcar, depósito de cereais, animatógrafo) e inquilinos de modesto estatuto social.
A Câmara Municipal de Lisboa, carecendo do terreno do palácio para melhorar a circulação pública naquele sítio, encetou em 1932 as negociações para a sua aquisição e posterior demolição, o que veio a acontecer em Agosto de 1946, o terreno foi terraplenado, acabando-se este trabalho em 2 de
Outubro do mesmo ano.
No largo assim formado ficaram incorporadas a Rua Martim Moniz, o Largo Silva e Albuquerque, e um pequeno troço da Rua da Mouraria. O público, antes da oficialização do nome, começou a chamar-lhe Largo Martim Moniz.

 

 

 

Fado  Ai. Mouraria

Letra de Amadeu do Vale

Música de Frederico Valério

 

Ai, Mouraria
da velha Rua da Palma,
onde eu um dia
deixei presa a minha alma,
por ter passado
mesmo ao meu lado
certo fadista
de cor morena,
boca pequena
e olhar troçista.

                                 Ai, Mouraria
                                 do homem do meu encanto
                                que me mentia,
                                mas que eu adorava tanto.
                                Amor que o vento,
                                como um lamento,
                                levou consigo,
                                mais que ainda agora
                                a toda a hora
                                trago comigo.

Ai, Mouraria
dos rouxinóis nos beirais,
dos vestidos cor-de rosa,
dos pregões tradicionais.
Ai, Mouraria
das procissões a passar,
da Severa em voz saudosa,
da guitarra a soluçar.

Quadro de Roque Gameiro "Arco do Alegrete"

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música: Ai Mouraria canta Amália Rodrigues
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Sexta-feira, 13 de Março de 2015

NATÁLIA DOS ANJOS - Criadora do Fado Embuçado

Natália dos Anjos Figueiredo, fadista e poetisa, nasceu em Lisboa em 1913.

Obteve o primeiro sucesso com apenas 7 anos quando cantou o Fado em casa da família Palha Blanco, em Vila Franca de Xira, tendo sido acompanhada por Armandinho à guitarra e Luís Abrantes à viola.

Apre­sentou-se em várias sociedades de recreio e festas de caridade, que frequentava sendo sempre acompanhada pelos pais.

Ainda como amadora cantou no Retiro da Se­vera a convite de Armandinho, tendo feito digressão por todo o país, sempre acompanhada por músicos de nomeada, como Armandinho, Artur Paredes e Santos Moreira.

O percurso artístico de Natália dos Anjos cruzou-se com o do poeta João da Mata.

Conhece também o poeta Gabriel de Oliveira, que mais tarde vem a ser seu companheiro.

João da Mata e Gabriel de Oliveira, foram dois grandes nomes na composição de letras para Fados, que ao  escreverem para ela,  lhe proporcionou um notável repertório.

Profissionalizou-se em Outubro de 1936, sen­do imediatamente contratada em exclusivo pelo Retiro da Severa. Mais tarde cantou no Solar da Alegria, cafés Luso e Mondego.

È no Retiro da Severa que estreia o Fado do Embuçado

Em 1937 cantou na revista “Chuva de Mulheres” e ainda neste ano vai aos Açores e à Madeira.

No estrangeiro, canta em França, Alemanha e Espanha.

Escreveu letras para os Fados “Eu Tenho Tanta Saudade”, “Outros Tempos e Outro Fado”.

Natália dos Anjos faleceu em Lisboa em 1991

 

Natália dos Anjos canta a versão original do

FADO DO EMBUÇADO Letra de Gabriel de Oliveira Música de José Marques "Piscalarete"

 

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Viva Lisboa: Fadistas...eu amo o Fado
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Quinta-feira, 12 de Março de 2015

Mestre Real Bordalo - CANTAR LISBOA PINTANDO


É uma honra e um dever, falar do autor da imagem do genérico deste blogue e das lindas aguarelas de Lisboa, que serão e/ou estão aqui publicadas, o Mestre Real Bordalo.

Quando tive o prazer de o conhecer pessoalmente, pois já conhecia a sua obra , fiquei extasiado com a sua serenidade, simpatia e força anímica que irradia, e acima de tudo o seu amor a Lisboa, que  no seu trabalho,  é por demais evidente.

Mestre Real Bordalo tem neste momento a bonita idade de 82 anos e ainda trabalha apaixonadamente na sua arte.

Ao falar-lhe sobre o meu projecto de “Lisboa no Guiness” logo teceu um grande elogio à ideia, debatemos a questão, trocámos ideias, senti que a nossa simpatia era recíproca, então num rebate,  tive a ousadia de lhe perguntar se poderia utilizar uma das suas gravuras de Lisboa no Blog .

 — Uma?  O Vítor tem à sua disposição todo o meu espólio que lhe convenha publicar,  afirmando  modestamente que a honra era dele em receber e aceitar o meu pedido. Fiquei obviamente comovido e  agradecido.

È pois com muito orgulho que vos apresento o artista, e para além do já publicado insiro  desta vez algumas reproduções dos seus quadros a óleo — que tão bem cantam Lisboa.

 

Bem haja Mestre Real Bordalo

 

Viva Lisboa

 

 

Real Bordalo - Nome completo: Artur Real Chaves Bordalo da Silva. Nasceu em Lisboa em 1925. Cedo mostrou vocação para o desenho e para a pintura mas, obrigado a interromper o curso que lhe daria acesso à Academia de Belas Artes, exerceu diversas profissões e, admitido aos 16 anos de idade na Fábrica da Cerâmica Constância Faiança Bastitini, como pintor, teve aqui oportunidade de contactar com João Rosa Rodrigues e Francisco Branco, dois excelentes artistas, não só como ceramistas, mas também, como pintores de óleo e aguarela.

Mais tarde trabalhou com Leitão de Barros na modalidade de cenografia, na Tobis e na Lisboa Filme para diver­sos filmes Portugueses. Desenhador técnico, retocador de rotogravura e desenhador maquetista no Diário de Notícias, profissões que também exerceu. 

Destes contactos resultou um maior interesse pelas artes plásticas e em consequência das tentativas que levou a efeito, inscreveu-se como sócio da Sociedade Nacional de Belas Artes, onde frequentou as aulas nocturnas de desenho, tendo como mestre, Álvaro Duarte de Almeida, no pastel o mestre Domingos Rebelo e em aguarela os mestres Alberto de Sousa e Alfredo Morais.

Tendo concorrido com trabalhos seus, não só nos Salões Anuais de Outono e Primavera daquela Sociedade, onde passou a sócio efectivo, por lhe ter sido atribuída uma 3.a medalha em aguarela, mas também em outros Salões noutros locais. O êxito obtido, de que são testemunhos os prémios concedidos (diversas medalhas e menções honrosas e alguns prémios de mérito) levou-o a dedicar-­se inteiramente a esta actividade artística. Surgiu então a oportunidade de realizar a sua primeira exposição indi­vidual dos seus trabalhos a aguarela e pastel, no Casino da Figueira da Foz (Salão Nobre) em 1952, à qual se seguiu outra em 1953, na Sociedade de Belas Artes. Incentivado tanto pelo público como pela crítica, o êxito assim alcançado justificou a sua integração no Grupo Português de Aguarelistas e mais tarde no Grupo dos Artistas Portugueses, permitiu-lhe assim continuar a reali­zar exposições em diversas cidades do País, concorrendo sempre aos diversos Salões Nacionais -Imagem da Flor, Câmara Municipal de Lisboa, Salão de Artes do Casino do

Estoril, entre outros. No estrangeiro Salões Internacionais de Madrid, Sevilha, Lugano, Paris, Estocolmo, Rio de Janeiro e Nápoles.

Afastado das Artes Plásticas de 1959 a 1973, voltou a partir desse ano a expor com regularidade os seus trabalhos, com assinalado êxito.

 

Nota: Todas as imagens publicadas neste blogue do Mestre Real Bordalo estão protegidas por "copyright" pelo que a sua utilização sem autorização do autor, mesmo que retiradas deste blogue estão proíbidas, sem a devida autorização do mesmo.

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Segunda-feira, 9 de Março de 2015

MARIEMA - Grande Vedeta da Revista à Portuguesa

 

 

Mariema Mendes de Campos, nasceu em Lisboa no Bairro de Campo d´Ourique. 

Foi sempre desde muito jovem, alegre e brincalhona, com um sentido de humor fora do comum.

Sonhava vir a ser hospedeira de bordo, o que acabou por não se concretizar.

Já em jovem estudante gostava de cantar o Fado para os colegas, foi crescendo e começou a frequentar casas de fado, e perdeu o receio de cantar em público e começou a fazê-lo e tal modo agradou que foi contratada.

Em 1964 a empresa que explora o Teatro ABC, convida-a para a revista “ A regar e por ao Luar”, como atracção. Segue-se a revista “ “Ái venham vê-las” onde tem a sua primeira rábula as «Gémeas» em que contracena com Fernanda Borsati, que acabou por ser um dos pontos altos da revista. 

Transita para o teatro “Maria Vitória” para a revista “Sopa no Mel”, onde a sua actuação é mais como actriz que como fadista, tendo conseguido um extraordinário êxito. Também actuou no Variedades na revista “A Ponte a Pé” 

Grava vários EP e LP, mas como ela afirma passou a ser essencialmente uma artista do teatro de revista, que também canta.

Teve êxitos como «Amor de Verão», «Zé da Esperança», «Sozinha», «Seja o que Deus quiser», «Quer queiras quer não», mas acima de todas « O Fado Mora em Lisboa », que abaixo se reproduz e que ela canta.

MARIEMA

Canta: O FADO MORA EM LISBOA

 

 

A Junta de freguesia de Carnide no âmbito das comemorações DO DIA MUNDIAL DO TEATRO, levou a efeito no dia 27 de Março de 2010  uma exposição organizada por Miguel Villa

 GRANDE VEDETA DA REVISTA, MARIEMA

Foi inaugurada uma escultura da autoria de Nuno Coutinho, foram apresentados uma serie de momentos da vida da artista, com  excertos do espectáculo “AMÀLIA” de Filipe La Féria (com o apoio do Teatro Politeama) e com exposição sobre a vida e a obra da actriz (com o apoio de expólio cedido por Miguel Villa, Museu do Teatro e Teatro Politeama), que teve lugar no ESPAÇO BENTO MARTINS DA JUNTA DE FREGUESIA.

Mariema, começou nas fadistices por brincadeira,  e certo dia num dos restaurantes onde cantava para amigos foi escutada pela fadista Deolinda Rodrigues que logo nela falou para a levarem para o teatro de revista.

Estreou-se no Parque Mayer ainda no antigo pavilhão português na revista “É REGAR E POR AO LUAR”

Seria no teatro Maria vitória na revista “SOPA NO MEL” que cria o seu maior sucesso de sempre “ O FADO MORA EM LISBOA” a partir daqui nunca mais parou criando no teatro rábulas de grande êxito e sucessos que ainda hoje andam de boca em boca “LISBOA, PRINCESA DO TEJO”, “MARUJINHO”, “ALFACINHA DA GEMA” entre muitos outros.

Foi cabeça de cartaz de centenas de revistas no Parque Mayer, trabalhou com Filipe La Feria nos espectáculos “Amália”, “ My Fair Lady”

No cinema participou no filme “Bonanza & Companhia”, na televisão participou em programas de “Melodias de Sempre”, “Grande Noite” e actualmente em “ Conta-me Como Foi”

Ao longo da sua carreira fez imensos espectáculos com fadista e actriz de norte a sul do país e no estrangeiro integrada no elenco de várias revistas.

Mariema é actualmente a ultima grande vedeta da revista do seu tempo viva e ainda no activo

Participou recentemente na companhia “artistas unidos” na peça “Seis personagens á procura de um autor” que esteve em cena no teatro São Luíz.

 

 

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Viva Lisboa: Ah! Fadista
música: O FADO MORA EM LISBOA
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Sexta-feira, 6 de Março de 2015

MARIA TERESA DE NORONHA - 1918 - 1993

 

Maria Teresa do Carmo de Noronha Guimarães Serôdio (Paraty), tratada carinhosamente por (Baté) pelos íntimos, (1918 – 1993). Nasceu em Lisboa, onde passa a sua infância, vindo a tornar-se Condessa de Sabrosa pelo seu casamento com o Conde José António Barbosa de Guimarães Serôdio, grande admirador do Fado, e guitarrista com uma sensibilidade fora do comum. Com voz bem timbrada, e decidida aptidão para interpretar o Fado, desde muito cedo cantava nas festas de família e de amigos. Com a sua visita aos retiros de Fado passa a tornar-se conhecida a sua expressão artística, e a ganhar muitos admiradores autênticos, entre os conhecedores do Fado. Grava o seu o seu primeiro “single” com o título de "O Fado dos Cinco Estilos" em 1939. A Emissora Nacional, em 1938, convida Maria Teresa de Noronha, que acompanhada pelo guitarrista Fernando Freitas e pelo violista Abel Negrão, foi apresentada aos radiouvintes pelo locutor D. João da Câmara, sendo tal o êxito que foi convidada para um programa semanal de Fados e Guitarradas, que esteve no ar vinte e três anos. Fados como “Fado da Verdade”, “Fado Hilário” e “Fado Anadia” e outros mais foram êxitos que muito agradaram ao grande público, assim como outros fados do seu repertório: Nosso Fado, Os Teus Olhos, Fado Menor e Maior, Minhas Penas, Choro Cantando, Fado Rita, Gosto de TI Quando Mentes, Minha Cruz, Fado Antigo, Mentira, Mouraria Antiga, O Vento, Fado Pinóia, Pintadinho, Pombalinho, Fado Hilário, Quatro Versos, Fado Alexandrino, Desengano, Sou Feliz, Canção Duma Tricana, Rosa Enjeitada, Minha Dor, Mouraria, Sina, Cantigas de Amor-Saudade e Mataram a Mouraria, Loucura em Loucura, etc. Abandona a Emissora Nacional mas não deixa de cantar, continuando a fazê-lo em privado. De entre as suas actuações no estrangeiro, destaca-se em 1946 a sua deslocação a Espanha, por ocasião do Festival da Feira do Livro de Barcelona, e ainda Madrid, a convite do Governo espanhol, para actuar no Hotel Ritz, onde teve um êxito estrondoso. Ainda em 1946 vai ao Brasil e é igualmente muito apreciada. Actuou no Principado de Mónaco para Grace e Rainier. Em 1964 desloca-se a Londres para actuar na BBC. A sua dicção perfeita, a sua maneira de se expressar, tornou-a criadora de um estilo muito próprio, que fez escola. Um dos seus poetas preferidos foi D. António de Bragança, autor do Fado da Verdade, Saudade das Saudades, Folhas Caídas e o Fado das Horas, cuja letra é a seguinte:

 

 

                                       Chorava por te não ver...

                                       Por te ver eu choro agora,

                                       Mas choro só por querer,

                                       Querer ver-te a toda a hora!

 

                                       Deixa-te estar a meu lado

                                       E não mais te vás embora

                                       P´ra o meu coração, coitado,

                                       Viver na vida uma hora!

 

                                       Passa o tempo de corrida;

                                       Quando falas eu te escuto.

                                       Nas horas da nossa vida

                                       Cada hora é um minuto!

 

                                      Quando estás ao pé de mim

                                      Sinto-me dona do Mundo,

                                      Mas o tempo é tão ruim...

                                      Tem cada hora um segundo!

 

                        

 

 

        Com Alfredo Marceneiro, o marido D. António Saborosa, Lucilia do Carmo e Alfredo de Almeida, na "Adega da Lucília" - "O FAIA".

 

Maria Teresa de Noronha

Canta Quadras Soltas de Silva Tavares na música do Fado Corrido

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música: Fados Corrido
Viva Lisboa: Grande Senhora, Grande Fadista
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Terça-feira, 3 de Março de 2015

MARIA JOSÉ DA GUIA 1929 – 1992

Nasceu em Angola, tendo vindo com os pais muito jovem para a Metrópole.

Estreia-se a cantar fado em público aos 15 anos, numa verbena de Lisboa, teve enorme sucesso, pelo que não deixou de ser notada,  quer pelo público, quer pelos empresários, e passa a ser solicitada para actuar em espectáculos.

Faz a sua carreira essencialmente nas casas de fado, tendo estado uns bons par de anos seguidos, como cabeça de cartaz, no Restaurante Típico A Severa.

Grava vários discos essencialmente para a Etiqueta Estúdio, temas como Assim que eu Gosto, Fui ao Baile, Sonho Fadista, Fado e Toiros, para Etiqueta Movieplay , Máscara, Não é Preciso, Fado é Um Só, Um Golpe de Vento, A Saudade Que me Deste, Ciúme de uma Verdade,  e muitos mais temas, cantou praticamente temas de todo os poetas. 

Em 1953 é convidada por Eugénio Salvador à altura a explorar o Teatro Maria Vitória, para ser atracção na revista “Saias Curtas” em que canta o fado «Fui ao Baile». Como se sente muito presa aos horários da revista, sai antes do final das exibições e é substituída por Fernanda Batista, que obtém um grande êxito com o tema.

Tinha um público muito fiel pelo seu estilo muito próprio e bem castiço.

 © Vítor Duarte Marceneiro

 

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Segunda-feira, 2 de Março de 2015

MARIA ALICE - 1904 - 1997

 

De seu nome verdadeiro  Glória Mendes Leal Carvalho, nasceu na Figueira da Foz, viveu em Vila Nova de Ourém, mudando-se aos 14 anos para Lisboa de­pois da morte do pai.

O empresário Otelo de Carvalho ofereceu –lhe um lugar de corista na revista Mágica do Bolo-Rei e assim se estreou no Eden Teatro, com Adelina Fernandes e Maria Alves.

Adopta o nome artístico de Maria Alice, porque era como a tratavam quando era pequena.

Cantou pela primeira vez no Ferro de Engomar (de que mais tarde foi sócia), a convite de Maria do Carmo, nu­ma festa do Fado da Velha Guarda, em 1927, tendo tido uma grande ovação, mais tarde confessou que esteve sempre muito assustada e nervosa.

Actuou  no Clube Olímpia a convite da fadista Maria Emília Ferreira.

Notabilizou-se noutras casas como o Charqui­nho, Caliça e Pedralvas, bem como em festas de beneficência, teatros e esperas de toiros. Em 1931 participou com Maria do Carmo, Ercília Costa, Maria Albertina e Alberto Costa no quadro Solar da Alegria da opereta História do Fado, de Avelino de Sousa, apresentada pela companhia Maria das Neves no Teatro Maria Vitória. Colaborou na festa de homenagem ao poeta popular João da Mata, realizada no mesmo ano no Salão Jansen. Fez várias digressões ao Brasil.

Casou em segundas núpcias com Valentim de Carvalho, dono da editora discográfica do mesmo nome.

Maria Alice foi uma das cantadeiras que mais discos gravou, destacando-se:  Amei-te Tanto; A Minha Sina; Fado Alexandrino; o. Louco; A Azenha; O Condenado; Quando o Meu Filho Adormece; Lem­brança Triste; Esse Olhar Dá-me Tristeza; A Tristeza da Mouraria; Carta para a Prisão; Fui Dizer Adeus à Barra; Carta para o Degredo; Vida Triste; Voz de Portugal; A Minha Aldeia; Fado da Perdida; A Enjeitada; Fado da Traição; Fado Triste; Fado Me­nor; Fado Tango; Fado-Desafio e Os Teus Cabelos, O Ódio do Amor , etc.

 

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Viva Lisboa: Fadistas de antigamente
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