Nasceu em Lisboa, a 12 de Setembro de 1943, desde muito jovem que tinha aptidão para a música e para o Fado.
Tinha o "hobbie " de construir instrumentos musicais, em especial guitarras.
Construiu uma guitarra portguesa para o seu grande amigo Fernando Farinha, que fazia questão de ser fotografado sempre com essa guitarra ao lado. ( A guitarra está em exposição na Associação Alfredo Marceneiro)
Tocou para muitos fadistas e esteve em vária casas deFados ,foi no Faia que mais convivi com ele, aliás Manuel Mendes acompanhou vários fadistas, entre os quais Maria Amélia Proença, Fernando Farinha, as Três Gerações de Marceneiro, Alfredo Marceneiro, Alfredo Duarte Júnior e Vítor Duarte Marceneiro, António Rocha, Ricardo Ribeiro, Fernanda Maria, Lenita Gentil, Anita Guerreiro, Alexandra, Dulce Pontes e a brasileira Roberta Miranda.
Gravou como acompanhante e a solo, era autor de várias músicas para Fados e variações.
Era um homem muito afável e sempre bem disposto, porque quem nutri grande amizade, tinhamos combinado fazer uma página dele neste blogue, com um pequeno filme dele, na construcção d´uma guitarra, infelizmente não se concretizou. Manuel Mendes, faleceu vítima de doença prolongada, no dia 21 de Outubro de 2009, no Hospital de Santa Maria.
Manuel Mendes num concert de Guitarra Portuguesa em
Mérida -Esapnha em 2003
postado por: Acetre Sitio Fan
Guitarrada nas Arcadas do Faia
Adolfo Correia Rocha, São Martinho de Anta ( adoptou o pseudónimo de Miguel Torga), nasceu a 12 de Agosto de 1907, no concelho de Sabrosa (Alto Douro), foi um dos mais importantes escritores portugueses do século XX.
Filho de gente humilde, trabalhadores do campo, frequentou brevemente o seminário.
Em 1920, com doze anos, emigrou para o Brasil, para trabalhar na fazenda do tio, na cultura do café. O tio apercebe-se da sua inteligência e patrocina-lhe os estudos liceais, em Leopoldina. Distingue-se como um aluno dotado.
Em 1925 regressa a Portugal.
Em 1927 é fundada a revista Presença de que é um dos colaboradores desde o início.
Em 1928 entra para a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e publica o seu primeiro livro, "Ansiedade", de poesia.
É bastante crítico dapraxe e tradições académicas, e chama depreciativamente "farda" à capa e batina, mas ama a cidade de Coimbra.
Em 1933 concluiu a formatura em Medicina, com apoio financeiro do tio do Brasil e exerceu no início, nas terras agrestes transmontanas, de onde era originário e que são pano de fundo da maior parte da sua obra.
Em 1939 fixa-se em Coimbra e exerce medicina, e é a partir desta cidade que escreve a rande maioria dos seus livros
A obra de Torga tem um carácter humanista, criado nas serras transmontanas, entre os trabalhadores rurais, assistindo aos ciclos de perpetuação da natureza, Torga aprendeu o valor de cada homem, como criador e propagador da vida e da natureza, sem o homem, não haveria searas, não haveria vinhas, não haveria toda a paisagem duriense, feita de socalcos nas rochas, obra magnífica de muitas gerações de trabalho humano. Ora, estes homens e as suas obras levam Torga a revoltar-se contra a Divindade Transcendente a favor da imanência, para ele, só a humanidade seria digna de louvores, de cânticos, de admiração, (hinos aos deuses, não...os homens é que merecem, que se lhes cante: a virtude/bichos que cavam no chão/actuam como parecem/sem um disfarce que os mude).
Para Miguel Torga o homem, limitado, finito, condicionado, exposto à doença, à miséria, à desgraça e à morte é também capaz de criar, e é sobretudo capaz de se impor à natureza, como os trabalhadores rurais transmontanos impuseram a sua vontade de semear a terra aos penedos bravios das serras, e é com essa capacidade de moldar o meio, de verdadeiramente fazer a natureza mau grado todas as limitações de bicho, de ser humano mortal que, no ver de Torga fazem do homem, único ser digno de adoração.
Considerado por muitos como um avarento de trato difícil e carácter duro, foge dos meios das elites pedantes, mas dá consultas médicas gratuitas a gente pobre e é referido pelo povo como um homem de bom coração e de boa conversa. Foi o primeiro vencedor do Prémio Camões.
Miguel Toga faleceu em Coimbra a 17 de Janeiro de 1995
Anjos - Almirante Reis dia de nevoeiro
Auguarela de Meste Real Bordalo
LISBOA
Poema de: Miguel Torga
A luz vinha devagar
Através do firmamento...
Vinha e ficava no ar,
Parada por um momento,
A ver a terra passar
No seu térreo movimento.
Depois caía em toalha
Sobre as dobras da cidade;
Caía sobre a mortalha
De ambições e de poalha,
Quase com brutalidade.
O rio, ao lado, corria
A querer fugir do abraço:
Numa vela que se abria,
E onde um sorriso batia,
O mar já era um regaço.
Mas a luz podia mais,
Voava mais do que a vela;
E o Tejo e os areais
Tingiam-se dos sinais
De uma doença amarela.
Ardia em brasa o Castelo,
Tinha febre o casario;
Cada vez mais nosso e belo,
O profeta do Restelo
Punha as sombras num navio...
Nas casas da Mouraria,
Doirada, a prostituição
Era só melancolia;
Só longínqua nostalgia
De amor e navegação.
Os heróis verdes da História
Tinham tons de humanidade;
No bronze da sua glória
Avivava-se a memória
Do preço da eternidade.
Nas ruas e avenidas,
Enluaradas de espanto,
Penavam, passavam vidas,
Mas espectrais, diluídas
Na cor maciça do encanto.
E a carne das cantarias,
Branca já de seu condão,
Desmaiava em anemias
De marítimas orgias
De um fado de perdição.
FADO
Poema de Miguel Torga
Já talhado
No livro da natureza.
Um destino reservado,
De riqueza
Ou de pobreza,
Consoante o chão lavrado.
E nada pode mudar
A fatal condenação.
No solo que lhe calhar,
A humana vegetação
Tem de viver, vegetar,
A cantar
Ou a chorar
Às grades desta prisão.
No livro da natureza.
Um destino reservado,
De riqueza
Ou de pobreza,
Consoante o chão lavrado.
E nada pode mudar
A fatal condenação.
No solo que lhe calhar,
A humana vegetação
Tem de viver, vegetar,
A cantar
Ou a chorar
Às grades desta prisão.
Quadro do Mestre Real Bordalo da Igreja de Nossa Senhora da Saúde
(1) Vista da Procissão da Senhora da Saúde em desfile na Rua da Madalena
(2) O andor com a imagem de Nossa Senhora da Saúde
Alfredo Marceneiro
Canta: Senhora da Saúde - Há Festa na Mouraria
Senhora da Saúde - HÁ FESTA NA MOURARIA
Vai fazer 8 anos que Luciano Pavaroti partiu, faleceu a 6 de Setembro de 2007.
Um lenda do canto lírico, Luciano Pavaroti, desapareceu aos 71 anos, vítima de doença prolongada. Uma notícia que, apesar de não ser totalmente inesperada, chocou muitos admiradores e amigos em todo mundo.
A sua cidade natal será a última morada do cantor.
Presto-lhe aqui a minha homenagem.
Luciano Pavaroti presente...
Breve biografia de Luciano Pavarotti (in Wikipédia)
Luciano Pavarotti nasceu em 1935, em Modena, no Norte da Itália. Filho de Fernando Pavarotti, um padeiro e tenor amador, e Adele Venturi, uma funcionária de uma fábrica de cigarros .
De acordo com Pavarotti, seu pai tinha uma ótima voz de tenor, mas rejeitou a possibilidade de seguir a carreira musical por causa do nervosismo.
Pavarotti passou sete anos em treinamento vocal. As primeiras influências musicais de Pavarotti vieram das gravações de seu pai, muitas dessas sendo de Beniamino Gigli, Giovanni Martinelli, Tito Schipa e Enrico Caruso. O tenor favorito de Pavarotti e ídolo foi Giuseppe Di Stefano. Ele também foi muito influenciado por Mario Lanza . Aos nove anos de idade, ele começou a cantar com seu pai no pequeno coral local.
Graduou-se na Escola Magistrale e ficou face-a-face com um dilema de que carreira escolher, mas a mãe convenceu-o a ser professor, porque finalmente decidiu seguir a carreira musical, mas seu pai, sabendo dos riscos desta carreira, apenas o aconselhou com relutância.
Começou os estudos de música em 1954, aos 19 anos de idade com Arrigo Pola, um respeitado professor e tenor profissional em Modena, oferecendo-lhe aulas sem remuneração. Em 1955, ele cantou pela primeira vez com sucesso, quando ele era membro do Corale Rossini, um coral masculino de Modena, que seu pai também fazia parte, com quem ele ganhou o Prêmio Internacional Eisteddofd em Llandollen, Gales. Posteriormente, ele disse que esse foi a experiência mais importante da sua vida e que o inspirou a ser um cantor profissional . Nesse período, Pavarotti conheceu Adua Veroni, com quem casou em 1961.
Quando seu professor, Arrigo Pola, se mudou para o Japão, Pavarotti começou a estudar com Ettore Campogalliani.
Durante os anos de estudo musical, Pavarotti teve dois empregos para se sustentar, o primeiro como professor de uma escola primária e o segundo como vendedor de seguros. Quando um nódulo em suas cordas vocais fez ele ter um concerto "desastroso" em Ferrara, resolveu desistir da carreira de cantor, mas felizmente não foi uma decisão definitiva.
Pavarotti actuou duas vezes em Portugal, a primeira em 13 de janeiro de 1991 no Coliseu de Lisboa num concerto denominado "Uma Noite com Luciano Pavarotti". Pavarotti cantou árias de Donizetti, Verdi, Massenet, Puccini, Leoncavallo e canções napolitanas, e em 21 de Junho de 2000 actuou no Estádio São Luís, em Faro com cenário do arquitecto Tomás Taveira.
A sua estadia em Portugal acabou por ser palco de um acidente, que num mal maior, acabou com algumas mazelas:
Na viagem entre Lisboa e Faro, partiu-se um vidro do jacto privado do cantor, a cabine despressurizou e o avião caiu mais de três mil metros. O tenor não ganhou para o susto, comentando "Desta vez safei-me".
O incidente resultou numa otite e alguns problemas nas cordas vocais, pelo que teve de receber tratamento numa clínica próxima de Faro.
Cantou árias de Cilea, Puccini, Mascagni e Verdi, acompanhado pela Orquestra Nacional do Norte.
Ilídia Dias Ribas, embora gerada em Lisboa onde seus pais habitam, estes que são algarvios fazem questão que a sus filha venha a nascer no Algarve mais propriamente em Faro.
Após a instrução primária entra para o Conservatório Nacional para o curso de piano.
Aos 17 anos, pela mão do Maestro Nóbrega e Sousa, que a apoia na preparação para se apresentar ao júri da Emissora Nacional, ficando classificada logo à primeira audição.
Faz a sua primeira actuação na rádio actuando ao lado de Luís Piçarra e Margarida Amaral no programa “Ouvindo as Estrelas”, sendo considerada por muitos admiradores como a revelação desse ano.
Entretanto casa, e decide abandonar por uns tempos a vida artística (cerca de 3 anos).
Mas o “bichinho” das palmas chamava por ela e regressa, sem que tenha perdido a popularidade que já tinha alcançado.
Actua no Luxemburgo, França, Espanha, Holanda, Bélgica, Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia, numa digressão que durou 10 meses.
Faz uma digressão de 4 meses em Israel, onde obtém um assinalável êxito.
Por proposta sua ao Ministério do Ultramar, é incumbida de organizar uma digressão com outros artistas a Angola e Moçambique que durou cerca de 4 meses.
Faz digressões aos Açores e à Madeira.
Tem actuações na América Latina e nos Estados Unidos.
Algumas das suas criações foram, Amor e Chá Chá, Ao Longe da Vida Ri, Nasci para cantar, Bambino, Lisboa é minha e Tua, Isto é Lisboa, Não Quero, Portuguesinha, Quem és Tu, Poema do Fim, Dame Felecidad, etc.
Espero que esta querida amiga esteja bem de saúse na companhia do seu marido que muito a ama.
Luís N´Gambi
a actuarem em Angola
ISTO É LISBOA
Letra de: E. Damas
Música: M. Paião
Há um sol a brilhar
No céu azul
uma voz a cantar
Que se fez ouvir
De norte a sul
Há pregões para o ar
Há luz e cor
Uma voz a cantar
Assim como o par
palavras d'amor
Um manjerico ao luar
Isto é Lisboa
O tejo a murmurar
Isto é Lisboa
Um fado a soluçar
Isto é Lisboa
Uma rua estreitinha
Uma casa velhinha
Isto é Lisboa
Lisboa é assim
Uma canção
Que para mim e para ti
É toda a mor e emoção
Lisboa nasceu
Juntinho ao mar
Foi gaiata cresceu
E não mais quis
Deixar de o olhar
Plínio Sérgio da Silva Soares, nasceu no Barreiro a 4 de Maio de 1932 faleceu a 11 de Novembro de 2003.
Desde muito jovem se apaixonou pelo canto, com especial preferência pelo Fado de Coimbra.
Estreou-se como profissional, teve grande êxito pelo que foi convidado para actuar quer na rádio quer na televisão.
Embora com carteira profissional do Sindicato dos Artistas de variedades, Plínio Sérgio teve como ocupação principal a de publicitário, tendo passado por várias agências do ramo,
Foi casado e teve dois filhos, o Sérgio e a Sara.
Gravou vários discos e actuou em espectáculos de empresas.
Conhecemo-nos pessoalmente em 1970 nos preparativos para a abertura do Restaurante Típico Luso, onde eu acabei por ficar também contratado.
Fizemos ambos parte do Disco LP da Estúdio, de promoção ao “Luso”
Plínio Sérgio era uma homem muito bem formado quer pessoal, quer intelectual, era um sedutor com quem se fazia amizade com muita facilidade, tínhamos a particularidade de para além do nosso “hobbie” artístico sermos ambos profissionais de comunicação e publicidade.
Passado pouco tempo do nosso convívio que já era uma grande amizade de respeito mútuo muito forte, frequentava assiduamente a minha casa, passávamos as férias juntos com a minha família, etc.
Plínio Sérgio era na altura Director Geral da Cinegra – Produções Cinematográficas, E independentemente da nossa amizade, conhecedor das minhas capacidades, contrata-me para Director de Vendas do Magazine Cinematográfico VIP87 e simultaneamente do VIP RACING TEAM.
Mais tarde ele sai, e eu mantenho-me até a firma fechar após o 25 de Abril.
Acabámos por nos desencontrar, pois a azáfama profissional após a revolução era muito intensa.
Raul Filipe Nery nasceu em Lisboa na freguesia de Santa Engrácia, em1921.
Descendente de uma família de músicos, RICARDO ROCHA destacou-se na forma de abordagem à "guitarra portuguesa como acompanhante, mas essencialmente como solista.
In: Programa da II Gala dos Troféus Amália Rodrigues 2006
BOA PÁSCOA
E ACIMA DE TUDO SEJAMOS FELIZES
O "SABOR" QUE O FADO TEM
VEM DE ROMA A LISBOA
PARA CANTAR O FADO TAMBÉM