Conhecida no meio do Fado por (Bia) nasceu no Porto em 21 de Agosto de 1939.
Numa vinda a Lisboa vai ouvir fados ao Solar da Márcia Condessa, é desafiada a cantar, interpreta de tal maneira que logo é contratada pela dona da casa.
Fica a viver em Lisboa e rapidamente o seu estilo de cantar lhe granjeia muitos admiradores, acabando por fazer várias épocas em quase todas as casas de fado.
Na revista, onde obteve grandes êxito, em, Fado Para Esta Noite e John Português.
Grava todo o repertório que estreia, que é êxito assegurado.
Faz várias digressões ao estrangeiro, actuando para as comunidades emigrantes, actua em diversos festivais internacionais de música, festas de beneficência.
Beatriz da Conceição, canta com um estilo muito pessoal verdadeiro, diz muito bem e divide o verso como deve ser, é irreverente mas tem uma alma fadista incontestável. Tem um vasto repertório, porque raros foram os poetas que não lhe escrevessem poemas, como Artur Ribeiro, Vasco de Lima Couto, ou José Carlos Ary dos Santos que em parceria com Fernando Tordo, escreveram o Fado da Bia,
Continua a actuar em programas de televisão, espectáculos ao vivo, na gravação de discos e, é presença assídua nas casas de fado.
Beatriz da Conceição
O fado já não lhe chega,
Mas como nada lhe falta
Tanto canta numa adega
Como à luz de uma ribalta!
E embora sentindo a chama
Que leva à celebridade,
Não se deslumbra na fama
Nem se perde na vaidade!
A Beatriz da Conceição
Não é somente fadista,
Muito mais do que atracção
Ela impõe-se como artista!
Palavras de Carlos Conde
O fadista José Freire, faleceu no dia 25 de Fevereiro de 2011, por coincidêncai no dia em que se comemorava os 120 anos do nascimento oficial de meu avô, Alfredo Marceneiro.
Conhecia o Zé desde os nossos 20 anos, pois éramos da mesma idade, estivemos em muitas “fadistices”, era para além de um bom fadista, um bom comunicador e tinha um sentido de humor que nos deliciava.
A última vez que estivemos juntos, foi no Barreiro numa festa de homenagem à Hermínia Silva, em que combinámos que nos iríamos encontrar para ele “desfolhar o seu álbum de saudades” para eu inserir neste blogue, infelizmente não se concretizou.
O Zé, começou a cantar no meio dos anos sessenta, e o primeiro contacto que tive com ele foi quando trabalhava na “Casa Valentim de Carvalho” ao Chiado.
No inicio dos anos setenta, começa a fazer rádio, tendo passado pelo Rádio Graça, Rádio Clube Português , etc.
Gravou vários cd´s, e foi criador de alguns Fados muito apreciados não só pelos temas, como pela sua forma característica de os cantar. O mais “badalado” foi decerto o Fado das Isca, mas gravou muitos outros temas, eu pessoalmente gostava imenso do o ouvir no tema “Saudades do Futuro”.
Fez programas para a RTP, nos últimos anos organizou vários espectáculos de Fado na zona do Ribatejo, muitos deles de solidariedade e beneficência, o que lhe mereceu a justa homenagem do Concelho de Alcochete, que o agraciou com a medalha de ouro da autarquia.~
Até um dia Zé… acredito que partiste para “um além” e que te irás juntar aos grandes fadistas que também já lá estão… lá nos encontraremos um dia…. Até lá.
Vítor Marceneiro ( 28 de Fev.º 2011)
José Freire canta: Vou Enfeitar a Saudade
Recordo aqui também este lindo Fado que ele cantou, como ninguém.
SAUDADES DO FUTURO
Repertório de: José Freire
Letra de: José Correia Tavares
Música de: Amadeu Ramin
Daqui desta Lisboa que é tão minha
Como de ti que a amas como eu
Mando-te um beijo naquela andorinha
Que em Março me entregou um beijo teu
Aqui neste jardim à tua espera
Como se não tivesses embarcado
Digo ao Outono que ainda é Primavera
E encho de buganvílias este fado
Num tempo que de amor é tão vazio
Há coisas que não sei mas adivinho
Um rio ali à beira de outro rio
Só um depois da curva do caminho
Tenho tantas saudades do futuro
De um tempo que contigo hei-de viver
Não há mar não há fronteira não há muro
Que possam meu amor o amor deter
Mais conhecido por Paquito, nasceu em 10-2-1935 em Vigo. Faleceu em Lisboa a 27 de Novembro de 2004.
Veio para Lisboa com 12 anos de idade. Seu tio Paço explorara o retiro do Charquinho e o seu avô Jesus abrira a Adega Perez na Rua Conde de Valbom, de que o pai, Manolo, foi o continuador e onde havia fado vadio. Aí Paquito conheceu poetas populares como Henrique Rego e Radamanto, cantadores e cantadeiras como João Maria dos Anjos, Júlio Proença, Júlio Vieitas, Fernando Maurício, Manuel de Almeida. Maria Marques e Fernanda Maria, que foram dos primeiros com quem contactou. E foi lá também que começou a interessar-se pela viola.
A Adega Perez transformou-se depois no restaurante típico Retiro Andaluz, e surgiu ali uma espécie de tertúlia onde cantadores e instrumentistas se juntavam para cultivarem o fado a preceito. Foi nesse ambiente que Paquito, então ainda a estudar, pôde desenvolver a sua aptidão, e com 19 anos de idade fazia a sua estreia como violista contratado pela Parreirinha de Alfama.
Numa primeira tournée, acompanhou Alberto Ribeiro em vários espectáculos através do País, participou em programas da rádio, gravou discos e tocou em casas de fados. Após a sua passagem pela Parreirinha de Alfama, esteve na Viela, na Tipóia, na Toca e em tempos mais recentes no Senhor Vinho.
Considerado, com inteira razão, um dos nossos melhores violistas, Paquito actuou no estrangeiro em espectáculos com Amália Rodrigues e outros artistas, designadamente na França, Inglaterra, Alemanha, Itália, Suíça, Polónia, Roménia, Suécia, Dinamarca, Israel, Japão, Estados Unidos, Canadá, Brasil, África do Sul e Venezuela, assim como também actuou em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.
Nos últimos anos esteve contratado no "Embuçado"
Paquito que muito acompanhou o meu avô , quer como músico, quer como companheiro, gabava-se com muito orgulho de ter tocado para o "Ti Alfredo" ainda andava de calções.
in: Lisboa O Fado e os Fadistas de Eduardo Sucena
"Uma morte sempre se lamenta". Isto é bem verdade. ´"Não há pessoas insubstituíveis".
Isto é uma irritante mentira.
No que diz respeito ao fado, a morte do Paquito, após prolongado calvário — que o signatário acompanhou —, constitui uma perda irreparável. Se podemos dizer que o fado teve, até hoje, 5 ou 6 violistas que deixaram escola, este galego de Vigo, Francisco Perez Andión, o Paquito, está seguramente à cabeça dessa restrita lista, ombreando com Martinho d' Assunção e Jaime Santos Jr., tendo como guarda de honra Pedro Leal, Alfredo Mendes e Júlio Gomes.
Acompanhou a maior fadista de todos os tempos, Amália Rodrigues, durante alguns anos e gravou com ela, entre outros, um dos seus melhores álbuns, "Amália no Canecão" (ao vivo).
Foi amigo e também acompanhou um dos maiores fadistas de sempre, Carlos Ramos, e chegou a tocar para o grande mestre Alfredo Marceneiro, de quem se tornou igualmente amigo - era muito difícil conhecer o Paquito e não se ficar amigo dele -, captando-lhe o seu pitoresco modo de falar e os gestos característicos que acompanhavam a fala, não havendo, infelizmente, registo desses inesquecíveis momentos. Fez parte dos elencos das melhores casas de fado de Lisboa, com realce para a "Taverna do Embuçado" dos anos 60 e para o "Sr. Vinho", duas décadas mais tarde.
Mas é nos registos de instrumentais da música fadista, vulgo "guitarradas" ou "variações", que a sua arte e a sua técnica magistral vão perdurar para todo o sempre. As melhores gravações de Jaime Santos, José Nunes, José Fontes Rocha, Pedro Caldeira Cabral ou Ricardo Rocha têm o seu contributo -- com realce para esta última.
O signatário, seu amigo e colega de palco de longa data, nos vários recitais que lhe pediram para organizar a lembrar Amália, chamou-o naturalmente para todos eles, e os fadistas que também convidou tiveram a honra e o prazer de serem por ele acompanhados, como foi o caso de Mariza (na sua estreia perante o público português), Camané, Mafalda Arnauth, Maria Ana Bobone, Maria da Fé, Paulo Bragança, Carlos do Carmo, António Pinto Basto, Ana Sofia Varela, Katia Guerreiro (igualmente na sua estreia nacional), Ana Moura (idem), Gonçalo Salgueiro (ibidem), Maria Armanda, Teresa Tapadas, Carlos Zel, Cristina Branco, Margarida Bessa ou Nuno Guerreiro, entre muitos outros. Até mesmo Teresa Salgueiro teve essa honra no Garcia de Resende, em Évora, em 1990, quando a convidei para interpretar dois fados num concerto meu.
Paquito foi, além de tudo isto (como se fosse pouco), um homem cheio de humor, um amigo irrepreensível, e um contador de histórias — é lamentável que nunca tenham sido registados os inúmeros episódios que ele relatava, com uma mímica insuperável, na sua roda de amigos e colegas, apesar de ter o signatário pedido insistentemente aos responsáveis pelas estações de rádio e de televisão para que o fizessem. Seria uma contribuição oral inestimável para quando um dia se escrever, finalmente, alguma coisa parecida com a história do fado. Paciência.
Era bonito que os poderes instituídos homenageassem, agora a título póstumo, o galego que mais dignificou o fado.
Que o nosso querido Paco (o "Paquirri", como sempre o tratei) descanse finalmente em paz.
Bem hajam.
João Braga
Com apenas 9 anos de idade começou a trabalhar no Coliseu dos Recreios numa “troupe” de palhaços, aprendendo a tocar violino, bandolim, banjo e cavaquinho. Aos 12 anos seu pai ensinou-o a tocar guitarra e aos 14 anos já entrava em cegadas.
Aos 16 anos já era bem conhecido o seu dedilhar de guitarra, e é por iniciativa do seu amigo, companheiro de bairro e parceiro nas cegadas, Alfredo Marceneiro, que o tratava carinhosamente por "Freitinhas" que o apresenta no Solar da Alegria, onde fica contratado.
Em 1935 acompanhou Maria Teresa de Noronha, nas primeiras emissões de Fado na Emissora Nacional.
Ainda em 1935 desloca-se a França acompanhando Maria Albertina e Tomás Alcaide.
Em 1944 e 1946 actua no Brasil com Amália, país onde permanece para casar com uma brasileira, filha de portugueses, que também cantava Fado, de nome Maria Girão.
Fernando Freitas percorre o Brasil actuando em espectáculos, onde se mantém até 1964.
De regresso a Portugal, acompanha Fernando Farinha durante um longo período, nomeadamente em digressões aos Estados Unidos e Canadá.
Toca todas as noites no “O Faia” de Lucília do Carmo, e mais tarde na Adega Machado.
Nos anos 70, perde a visão na sequência de uma deslocação na retina, sem contudo deixar de tocar. Ainda recordo o carinho que me dedicava e que eu retribuia desde muito miúdo, de tal forma que mal ouvia a minha voz, logo me chamava : Oh. Vitinho vem cá meu querido para te dar um abraço.
Fernando Freiras, acompanhou o meu avô nas gravações do programa de TV de 1969 no Faia.
Fernando Freitas deixou algumas das mais bonitas composições para fado tradicional, como o Fado Noquinhas e Trem Desmantelado, compôs ainda o Fado das Sardinheiras, em exclusivo para Amália Rodrigues a pedido desta, para quem aliás já tinha composto Ronda dos Bairros, que foi o primeiro tema escrito expressamente para a fadista nos seus primeiros tempos do Solar da Alegria.
Deixa um filho, cuja mãe foi Maria Girão, o cantor e compositor Fernando Girão, que não enjeitando o Fado, tem outros horizontes musicais.
Alfredo Marceneiro canta:
O Leilão da Mariquinhas
O Magusto é uma festa popular, cujas formas de celebração divergem um pouco consoante as tradições regionais.
Grupos de amigos e famílias juntam-se à volta de uma fogueira onde se assam castanhas ou bolotas para comer e beber, jeropiga, água-pé ou vinho novo, fazem-se brincadeiras, as pessoas enfarruscam-se com as cinzas, cantam-se cantigas.
O magusto realiza-se em datas festivas: no dia de São Simão, no dia de Todos-os-Santos ou no dia São Martinho, este último é o mais celebrado em Portugal. Na Aldeia Viçosa o "Magusto da Velha" é uma tradição local.
Estas celebrações ocorrem não só em Portugal, mas também na Galiza (onde se chama magosto,) e nas Astúrias.
Alguns provérbios relacionados com o São Martinho
- No dia de S. Martinho vai à adega e prova o teu vinho.
- Mais vale um castanheiro do que um saco com dinheiro.
- Dia de S. Martinho fura o teu pipinho.
- Do dia de S. Martinho ao Natal, o médico e o boticário enchem o teu bornal.
- Pelo S. Martinho mata o teu porquinho e semeia o teu cebolinho.
- Se o Inverno não erra caminho, tê-lo-ei pelo S. Martinho.
- Se queres pasmar teu vizinho lavra, sacha e esterca pelo S. Martinho.
- Dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho.
- Pelo S. Martinho, prova o teu vinho, ao cabo de um ano já não te faz dano.
- Pelo S. Martinho mata o teu porco e bebe o teu vinho.
- Pelo S. Martinho semeia favas e vinho.
- Pelo S. Martinho, nem nado nem cabacinho.
- Água-pé, castanhas e vinho faz-se uma boa festa pelo S. Martinho.
No calendário litúrgico, o dia de S. Martinho celebra-se a 11 de Novembro, data em que este Santo, falecido dois ou três dias antes em Candes, no ano de 397, foi a enterrar em Tours, França.
Hoje em dia, não sendo o uso do missal tão frequente, nem todos os crentes católicos se lembrarão de ver, nos dias festivos do ano, o que se diz relativamente ao dia 11 de Novembro e ao seu Santo: «São Martinho é o primeiro dos Santos não Mártires, o primeiro Confessor, que subiu aos altares do Ocidente (...) A sua festa era de guarda e favorecida frequentemente pelos dias de “verão de S. Martinho”, rivalizando, na exuberância da alegria popular, com a festa de S. João.» (in Missal de Dom Gaspar Lefebvre )
Com efeito, S. Martinho foi, durante toda a Idade Média e até uma época recente, o santo mais popular de França. O seu túmulo, abrigado desde o séc. V por uma Basílica (sucessivamente destruída e reconstruída) em Tours, era o maior centro de peregrinação de toda a Europa Ocidental. A sua generosidade e humildade, aliadas a uma enorme fama de milagreiro fizeram dele um dos santos mais queridos da população. E ainda hoje o seu espírito de partilha é fonte de inspiração.
São Martinho é santo patrono dos alfaiates, dos cavaleiros, dos pedintes, dos restauradores (hoteis, pensões, restaurantes), dos produtores de vinho e dos alcoólicos reformados, dos soldados... dos cavalos, dos gansos, e orago de uma série infindável de localidades de Beli Benastir, na Croácia, a Buenos Aires, na Argentina (fonte Catholic Community Forum) passando, evidentemente, por numerosíssimas sítios de Norte a Sul de Portugal. (ver Toponímia )
O facto de o seu dia coincidir com a época do ano em que se celebra o culto dos antepassados e com a altura do calendário rural em que terminam os trabalhos agrícolas e se começa a usufruir das colheitas (do vinho, dos frutos, dos animais) leva a que a festa deste Santo tenha toda uma componente de exuberância que actualmente tende a prevalecer.
Assim, em Portugal, o dia de S. Martinho é invocado nas cerimónias religiosas dos locais de culto, e o seu espírito de solidariedade lembrado, quanto mais não seja, através do relato do episódio em que partilhou a sua capa com um pobre; mas de resto, e por todo o lado, as pessoas andam ocupadas nas actividades mencionadas nos provérbios sobre este dia: assam-se castanhas, prova-se o vinho...
In: http://smartinho.blogspot.com/
Há muitos episódios lendários ligados a S. Martinho pois este teria feito muitos milagres.
Parece que em seu redor as coisas aconteciam sempre melhor, eram mais belas e mais cheias de inspiração: o mal transformava-se em bem, as pessoas tinham visões maravilhosas, a própria natureza tornava-se espelho da bondade e da vontade do Santo.
A Vida de S. Martinho (ver em latin em francês e inglês), de Sulpício Severo (c.360-c.420), está repleta destas histórias, tendo sido a principal fonte dos livros dos Milagres de S. Martinho, por Grégoire de Tours (538-594).
O mais conhecido dos episódios, a passagem da vida generosa do Santo, em que ele partilha a sua capa com um pobre, deu origem à Lenda do Verão de S. Martinho (ler versão abreviada para crianças) representada vezes sem conta por artistas anónimos e também pelos mais célebres, como por exemplo o pintor El Greco (imagem da esquerda: "San Martín y el mendigo" > 1597/99, National Gallery of Art, Washington ).
E todos os anos, continuando a tradição, crianças e jovens das escolas elaboram desenhos e pinturas sobre este episódio, alguns demonstrando uma sensibilidade verdadeiramente notável.
António Melo Correia
canta: Quentes e Boas José Luís Gordo
O Magusto é uma festa popular, cujas formas de celebração divergem um pouco consoante as tradições regionais.
Grupos de amigos e famílias juntam-se à volta de uma fogueira onde se assam castanhas ou bolotas para comer e beber, jeropiga, água-pé ou vinho novo, fazem-se brincadeiras, as pessoas enfarruscam-se com as cinzas, cantam-se cantigas.
O magusto realiza-se em datas festivas: no dia de São Simão, no dia de Todos-os-Santos ou no dia São Martinho, este último é o mais celebrado em Portugal. Na Aldeia Viçosa o "Magusto da Velha" é uma tradição local.
Estas celebrações ocorrem não só em Portugal, mas também na Galiza (onde se chama magosto,) e nas Astúrias.
Alguns provérbios relacionados com o São Martinho
- No dia de S. Martinho vai à adega e prova o teu vinho.
- Mais vale um castanheiro do que um saco com dinheiro.
- Dia de S. Martinho fura o teu pipinho.
- Do dia de S. Martinho ao Natal, o médico e o boticário enchem o teu bornal.
- Pelo S. Martinho mata o teu porquinho e semeia o teu cebolinho.
- Se o Inverno não erra caminho, tê-lo-ei pelo S. Martinho.
- Se queres pasmar teu vizinho lavra, sacha e esterca pelo S. Martinho.
- Dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho.
- Pelo S. Martinho, prova o teu vinho, ao cabo de um ano já não te faz dano.
- Pelo S. Martinho mata o teu porco e bebe o teu vinho.
- Pelo S. Martinho semeia favas e vinho.
- Pelo S. Martinho, nem nado nem cabacinho.
- Água-pé, castanhas e vinho faz-se uma boa festa pelo S. Martinho.
No calendário litúrgico, o dia de S. Martinho celebra-se a 11 de Novembro, data em que este Santo, falecido dois ou três dias antes em Candes, no ano de 397, foi a enterrar em Tours, França.
Hoje em dia, não sendo o uso do missal tão frequente, nem todos os crentes católicos se lembrarão de ver, nos dias festivos do ano, o que se diz relativamente ao dia 11 de Novembro e ao seu Santo: «São Martinho é o primeiro dos Santos não Mártires, o primeiro Confessor, que subiu aos altares do Ocidente (...) A sua festa era de guarda e favorecida frequentemente pelos dias de “verão de S. Martinho”, rivalizando, na exuberância da alegria popular, com a festa de S. João.» (in Missal de Dom Gaspar Lefebvre )
Com efeito, S. Martinho foi, durante toda a Idade Média e até uma época recente, o santo mais popular de França. O seu túmulo, abrigado desde o séc. V por uma Basílica (sucessivamente destruída e reconstruída) em Tours, era o maior centro de peregrinação de toda a Europa Ocidental. A sua generosidade e humildade, aliadas a uma enorme fama de milagreiro fizeram dele um dos santos mais queridos da população. E ainda hoje o seu espírito de partilha é fonte de inspiração.
São Martinho é santo patrono dos alfaiates, dos cavaleiros, dos pedintes, dos restauradores (hoteis, pensões, restaurantes), dos produtores de vinho e dos alcoólicos reformados, dos soldados... dos cavalos, dos gansos, e orago de uma série infindável de localidades de Beli Benastir, na Croácia, a Buenos Aires, na Argentina (fonte Catholic Community Forum) passando, evidentemente, por numerosíssimas sítios de Norte a Sul de Portugal. (ver Toponímia )
O facto de o seu dia coincidir com a época do ano em que se celebra o culto dos antepassados e com a altura do calendário rural em que terminam os trabalhos agrícolas e se começa a usufruir das colheitas (do vinho, dos frutos, dos animais) leva a que a festa deste Santo tenha toda uma componente de exuberância que actualmente tende a prevalecer.
Assim, em Portugal, o dia de S. Martinho é invocado nas cerimónias religiosas dos locais de culto, e o seu espírito de solidariedade lembrado, quanto mais não seja, através do relato do episódio em que partilhou a sua capa com um pobre; mas de resto, e por todo o lado, as pessoas andam ocupadas nas actividades mencionadas nos provérbios sobre este dia: assam-se castanhas, prova-se o vinho...
In: http://smartinho.blogspot.com/
Há muitos episódios lendários ligados a S. Martinho pois este teria feito muitos milagres.
Parece que em seu redor as coisas aconteciam sempre melhor, eram mais belas e mais cheias de inspiração: o mal transformava-se em bem, as pessoas tinham visões maravilhosas, a própria natureza tornava-se espelho da bondade e da vontade do Santo.
A Vida de S. Martinho (ver em latin em francês e inglês), de Sulpício Severo (c.360-c.420), está repleta destas histórias, tendo sido a principal fonte dos livros dos Milagres de S. Martinho, por Grégoire de Tours (538-594).
O mais conhecido dos episódios, a passagem da vida generosa do Santo, em que ele partilha a sua capa com um pobre, deu origem à Lenda do Verão de S. Martinho (ler versão abreviada para crianças) representada vezes sem conta por artistas anónimos e também pelos mais célebres, como por exemplo o pintor El Greco (imagem da esquerda: "San Martín y el mendigo" > 1597/99, National Gallery of Art, Washington ).
E todos os anos, continuando a tradição, crianças e jovens das escolas elaboram desenhos e pinturas sobre este episódio, alguns demonstrando uma sensibilidade verdadeiramente notável.
António Melo Correia
canta: Quentes e Boas José Luís Gordo
DOMINGOS AUGUSTO CAMARINHA, nasceu em Lisboa, na freguesia da Graça, em 1915, um bairro onde o fado era cultivado com fervor.
Influenciado pelo pai, que "arranhava" a guitarra, aos oito anos Domingos Camarinha já tocava correcta¬mente o Fado Corrido e, aos 23, tornou-se guitarrista profissional pela mão de Salvador Gomes, sem prejuízo da sua actividade básica de empregado de balcão, que exerceu desde os 11 aos 47 anos de idade.
Apresentando-se pela primeira vez num espectáculo público em 1938, teve ocasião de actuar depois no Retiro da Severa, onde substituiu durante alguns dias Armandinho. A partir de então e até final da sua carreira, actuou em diversos locais, no Café Mondego, Solar da Alegria, Café Latino, Café Vera Cruz, Café Monumental, Café Luso (da Travessa da Queimada), na Adega da Lucília (onde substituiu Carlos Ramos, que então ainda não cantava), n' A Severa, Viela, e, por último, na Lisboa à Noite.
Esteve em Paris onde actuou nas casas típicas Fado (de Clara de Ovar), Au Portugal e Cour du Miracle (de Hélder António).
Entre 1944 e 1948, no Rádio Clube Português teve um programa de guitarradas com Salvador Gomes e Amadeu Ramin. Gravou com Santos Moreira um programa de variações na BBC de Londres. Com Américo Silva gravou uma música, de sua autoria, para um programa de propaganda do Vinho do Porto Offley, que foi transmitido pelas emissoras Rádio Andorra, Rádio Monte Carlo e Rádio Luxemburgo. Participou ainda nos filmes, Amantes do Tejo com Jaime Santos e Santos Moreira, Sangue Toureiro e Fado Corrido com Santos Moreira.
Foi durante quatro anos guitarrista privativo de Fernando Farinha, com quem fez várias deslocações ao estrangeiro.
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Com Amália Rodrigues
Entre 1954 e 1966 acompanhou Amália Rodrigues percorrendo com ela praticamente toda a Europa, bem como a África, Ásia Menor, América do Norte e Brasil. .
Executante com um estilo próprio, Domingos Camarinha foi também autor de considerável número de músicas de fados, dos quais se mencionam os seguintes: Fado dos Bailaricos (quadras soltas) e Cuidado Coração (letra do Dr. Leonel Neves), gravados por Amália Rodrigues; Espaço no Coração, Fado Carvalheira, Olhos Felizes (Fado Alcochete) e Prédio em Ruínas (letras de Femanda Maria) gravados por esta; Embalando o Menino, Mundo de Sonhos e Verde Mar (letras de Odete Mendes) interpretados por esta; Eu Tenho Tanta Saudade, Outros Tempos e Outro Fado (letras de Natália dos Anjos) interpretados por esta; Fado Ana (quadras soltas) gravado por Natalina Bizarro; Não Voltes, Porque Eu Não Quero e Triste Morada (letras de Jorge Rosa) interpretados por Beatriz Ferreira; Eu Faço o Que Quero (letra de António Domingos Abreu Rocha, interpretado por Paula Monteiro; Sol de Agosto (letra de Jorge Rosa) gravado por Maria da Fé; Maria Dolores (letra de João Dias) interpretado por Augusto Ermida; A Camélia dos Jornais, Este Mundo Não Presta, Sua Alteza a Canção, Falar - Falar Só Falar, Será Que Não Vale a Pena? (letras de Fernando Farinha) gravados por este; Aquela Velhinha Triste (letra de Luís Simão) e Quem Errou? (letra de António Domingos Abreu Rocha) interpretados por este; Hoje Apetece-me Farra, Não Mintas e Maria de Alfama (letras de Jorge Rosa) gravados por António Mourão; Velas Brancas (letra de Lopes Victor) interpretado por Sérgio; Tu És Mãe (letra de João Alberto) interpretado por Francisco Martinho.
São ainda composições de Domingos Camarinha o Fado Edite, Fado Jorge, Fado Lírio, Fado Meu Irmão, Fado Morgadinho, Fado Neta, Fado Plebeu, Fado Record, Fado Turquesa, Noites do Meu Bairro (marcha), Marcha do Camarinha (interpretação de Artur Batalha), Corridinho Farense ou Flor de Amendoeira, Cantares Portugueses, Variações em Lá Menor, Variações em Ré Menor, Variações em Sol, Variações em Si, Variações Sobre o Fado Corrido, Murmúrios do Mondego, Motivos sobre o Fado, Guitarra ao Luar e Guitarra Triste, composições gravadas em disco que documentam bem o seu talento musical que tanto contribuiu para o prestigio do Fado.
Este notável guitarrista, afastou-se da vida artística por motivos de saúde, em 1982, vindo a falecer em 1993, aos 78 anos.
Débora Marilena da Silva Rodrigues, nasceu na ilha de Porto Santo a 5 de Dezembro 1982.
Vem para o continente, Lisboa no bairro da Mouraria aos 6 anos de idade, e inicia os seus estudos.
Dá os seus primeiros passos no mundo do espectáculo com apenas 9 anos de idade, começa a pisar os palcos de teatro e revista no movimento associativo. Jovem muito expressiva, é admirada pelos seus companheiros, e logo se destaca. Muito apoiada pelos pais, porque se mantinha boa aluna, ao fazer 10 anos, a sua irreverência leva-a a pensar que representar já não lhe basta, tem um sonho que quer concretizar, é cantar… cantar.
Apresenta-se num casting para o grupo juvenil “Os Onda Choc”, tendo sido apurada entre várias centenas de concorrentes. Passado pouco tempo grava com o grupo o seu primeiro trabalho discográfico, para a editora Sony Music, e ainda nesse ano começou a ter aulas de expressão corporal e canto com a grande cantora Ana Faria ( queijinhos frescos). Volta a gravar com “Os Onda Choc” mais 4 CD´s.
Entretanto a família muda-se para Torres Vedras – Ameal, o bichinho pelo o teatro logo lhe deu entrada na Associação Cultural e Recreativa da Vila, que tem um grupo de teatro amador muito activo e reconhecido na região, e é aqui que se lhe apresenta o maior desafio de sempre, considerando a sua idade, é indigitada para representar Amália Rodrigues, cantando o fado, com algum receio mas optimista. Débora tanto agradou na estreia, que ela própria acaba por descobrir no Fado, o que afinal era a concretização dos seus sonhos, cantar… cantar.
Aos 11 anos participa no programa da RTP 1, OS Principais, onde se manteve vencedora até á grande final que se realizou no Coliseu do Porto
Cass e é mãe muito jovem, o que lhe dá uma maturidade, que todos nós que amamos o Fado sabemos como essa maturidade é essencial, para melhor o sentir.
Como já se disse Débora quer cantar e fazer da arte a sua profissão, pelo que decide apresentar-se em “Casas de Fado- Restaurantes Típicos” , não tendo dificuldade em vir a pertencer a vários elencos como na Grand´Tasca, Sr. Vinho), Parreirinha de Alfama, Luso e por fim no O Faia, onde esteve 6 anos consecutivos.
Percorreu já vários países da Europa, Bélgica, Alemanha, França, Luxemburgo, Suíça Roménia, Estados Unidos e Canadá. Em 2000, é convidada a participar num grande espectáculo em Sevilha a convite do realizador Salvador Tavora, que se efectuou no Palácio dos Congressos de Sevilha, o tema era o Fado, Tauromaquia e Flamenco, nesta “arena” Débora Rodrigues contracenou com grandes toureiros a cavalo, os irmãos Peralta e cantou com grandes vozes da musica espanhola.
Débora, sente afinidades entre o Fado e o Jazz, não hesita quando é convidada pelo grande pianista Carlos Azevedo, á altura professor e director do Hotclub, a participar em vários espectáculos neste área.
DISCOGRAFIA:
Fado Portugal 200 anos de fado
Fernando pessoa- Os mensageiros
Pode ser saudade- Farol
Fernando Pessoa- O fado e a alma Portuguesa
No ano que passou entrouno livro 4 cds Fado.
E recentemente saiu o seu smile emoticon
Vítor Duarte Marceneiro
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