Na realidade verifico que esta imagem de ano para ano, está mais desfocada!?
O cravo o símbolo da Liberdade, da Democracia e do Estado solidário está em decadência!... O País perdeu a independência politica... Onde vai isto parar.
Com esta europa anti-democrática, com esta direita liberal,
com estes capitalistas a gamarem e o povo a pagar,
como vai ser?
Vamos lá ver se a esquerda aguenta a reacção. Viva Portugal
Foto de: Sérgio Guimarães
Foi um talentoso fotógrafo,ligado ao meio teatral, às artes plásticas.
O seu génio criativo e sentido de oportunidade é bem exemplificado nesta foto.
Sérgio Guimarães com esta foto ficará para sempre ligado à nossa História, ao 25 de Abril, ao Movimento dos Capitães.
Milhares de pessoas admiram esta foto, mas Infelizmente poucos conhecem o nome do seu autor.
Já se têm feito homenagens por muito menos.
Ao Novo Dia
Rebenta dos abismos às montanhas
o sangue que incendeia a madrugada
e um novo dia irrompe das entranhas
da terra finalmente fecundada
Foices malhos enxadas e gadanhas
e punhos - semeando-se em rajada
contra lobos ocultos entre as brenhas -
alevantam pendões de tudo-ou-nada
Acorda o novo dia. E desta vez
o sol nasce nas mãos do camponês
e põe-se na tigela do operário
Multiplicado o pão por quem o fez
não mais há-de ser hóstia que burguês
consagre dando a fome por salário
ASSIM VAI PORTUGAL..
«O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte: o país está perdido!»
ATENÇÃO Este artigo foi escrito em 1871, por Eça de Queirós, no primeiro número de "As Farpas", pelo que qualquer semelhança com a realidade... NÃO É FICÇÃO
Oiço com mágoa da boca de alguns amigos, que muito fizeram pela concretização dos generosos objectivos que o movimento do "25 de Abril" se propunha:
— Até me parece às vezes que tenho saudades do "antigamente"!
— Nunca mais darei um cravo... nos dias da minha vida!
Também lá andei, e também NUNCA MAIS DAREI UM CRAVO... NAS MESMAS CIRCUNSTANCIAS
Como é possível? O que aconteceu?
Bem, só me resta acreditar que: ENQUANTO HÁ VIDA, HÁ ESPERANÇA
ALFREDO DOS SANTOS conhecido por (ALFREDO CORREEIRO).
Era natural de Lisboa, exerceu no Arsenal do Exército a profissão de correeiro, foi por tal facto que lhe adveio a alcunha com que se tomou conhecido no meio do fado.
Com 16 anos de idade já cantava nos retiros (Ferro de Engomar, Pedralvas, Charquinho, José dos Pacatos, Montanha, Caliça, António da Rosa e Quebra Bilhas) e em cervejarias e cafés: Rosa Branca, Boémia, Estrela d'Alva, Jansen, Avenida Bar e Café dos Anjos. Exibiu-se também no Salão Artístico de Fados e em vários teatros: Apolo, Avenida, Coliseu dos Recreios, Coliseu da Rua da Palma, Eden- Teatro, Fantástico, Ginásio, Joaquim de Almeida, Maria Vitória, Politeama, Trindade, Variedades e Teatro da Rua dos Condes, mas Alfredo Correeiro só se profissionalizou em 1928.
Cantava, habitualmente, apenas acompanhado à viola, por Georgino de Sousa.
Era assíduo frequentador das esperas de touros em que o fado marcava presença obrigatória, participou em festas nos salões dos condes de Sousa Rosa, de Burnay, de Fontalva, da Torre, da Anadia e do marquês de Castelo Melhor, bem como na casa do lavrador de Vila Franca de Xira, José Pereira Palha Blanco.
Elemento activo do Grupo dos Propagadores do Fado, são da sua autoria diversas composições, tais como o “Fado Três Tons”, “Fado Marcha Alfredo Correeiro” (gravado por Maria Alice) e “Marcha Boémia”, tendo obtido grande êxito na interpretação do fado Louca Paixão.
Alfredo Correeiro está "pelo destino" lifgado á desiganção de Alfredo Marceneiro e á sua ascensão no Fado, como na próxima publicação irei explicitar.
Vítor Duarte Marceneiro
Canta: As Minhas Penas
Letra de Gabriel de Oliveira com múisica de Alfredo Correeiro
Nasceu a 18 de Março de 1946 em Ponta Delgada, S. Miguel, Açores. Em 1956 veio residir para Lisboa com os pais e os irmãos
Iniciou a sua carreira artística em 1964 como fadista-amador, estatuto que sempre manteve, cantando e imitando em festas de estudantes. Frequentou várias casas de Fado-Amador que existiram no Estoril e em Cascais, onde aos fins de semana se juntava a José Carlos da Maia, Carlos Rocha, que em 1965 lhe proporciona as primeiras lições de guitarra portuguesa, João Ferreira-Rosa, António Mello Corrêa, Francisco Stoffel, João Braga, Teresa Tarouca, Carlos Guedes de Amorim, Francisco Pessoa e outros.
Em 1968 actuou pela primeira vez na RTP, num programa das Forças Armadas. Em 1969 foi ao Zip-Zip.
Em Dezembro de 1969, com Luís Vasconcellos Franco, seu conterrâneo, inaugurou o Bar de Fados Arredo, em Cascais, que dirigiu até 1972, ano em que abandonou a actividade empresarial para trabalhar na TAP onde exerceu as funções de Comissário de Bordo e de funcionário da Direcção de Relações Públicas/Relações Externas e Protocolo da TAP/Air Portugal.
Na RTP participou no Curto-Circuito em 1970, programa de Artur Agostinho e João Soares Louro. A convite da RTP produziu o programa Vamos aos Fados, em 1976, uma série de cinco programas da sua autoria. Em 1985 entrou no programa televisivo de Carlos Cruz, "Um, Dois, Três". João Maria Tudela convidou-o para a RTP em 1987, actuando em Noites de Gala. No ano seguinte Simone de Oliveira teve a mesma iniciativa no Piano Bar. Em 1991 Júlio Isidro levou-o a Regresso ao Passado. A convite da RTP-Açores fez uma série de cinco programas com o título Silêncio Que Se Vai Cantar O Fado, em 1993. No ano seguinte Herman José convidou-o para Parabéns. Em 1995, Carlos Cruz fê-lo entrar em Zona Mais. etc.
Grande admirador de José Nunes e seu seguidor no estilo em que toca guitarra, e também de Alfredo Marceneiro.
Nos últimos anos regressou aos Açores onde vive actualmente.
José Pracana nos últimos tempos tem lutado contra uma doença que tem debilitado, mas estou crente que não o irá derrotar.... E Graças a Deus não derrotou.
Felicidades “Kana”
José Pracana canta:
Um Fadista Já Cansado
Letra de Cralos Conde na música do Fado das Horas
Um Fadista Já Cansado
Letra de Carlos Conde
Música Fado das Horas
Um fadista já cansado
Quando o passado lembrou
Abraçou uma guitarra
Não pode cantar, chorou
Entrou, sentou-se e bebeu
Um copo de vinho tinto
Enquanto que no recinto
Uma guitarra gemeu
Muitas cantigas sei eu
Tudo se ouviu menos fado
E o cantador desolado
Começou por me dizer
Só tenho pena de ser
Um fadista já cansado!
Criei nome, dei nas vistas
Conquistei fama, ovações
Mas não a cantar cações
De envergonhar os fadistas
Cantei fado nas conquistas
Da boémia que passou
Sei quem fui, sei que não sou
Um cantador presumido
Disse-me ele entristecido
Quando o passado lembrou!
Espectáculo de Fado: Vítor Marceneiro mais uma voz masculina e 2 vozes femeninas, acompanhento musical por guitarristas e violista de nomeada.
Pedido de orçamento: fado.em.movimento@sapo.pt - Tel. 965240817
Moinhos Desmantelados....
Pelos tempos derroídos....
O futuro não pára e as novas tecnologias avançam. Hoje em dia os moinhos de vento que serviam para o moleiro transformar as semente do trigo ou do centeio, em farinha, para fazer o pão, que era, e ainda é o alimento da grande maioria das populações, apenas há alguns em funcionamento para demonstração turística e/ou didáctica.
Quando na zona Oeste andei a tirar as fotos para este video-clip, verifiquei que alguns ainda se mantém intactos por iniciativa de cidadãos particulares, há casos em que são mesmo habitação permanente, outros como 2ª habitação. Também algumas entidades públicas, em especial as autarquias fazem o possível para manter um ou outro de pé, mas com o tempo, virá o costumado desabafo " de falta de dinheiro para os manter " e assim irão desaparecendo.
Com o aparecimento das fábricas de moagem, estes lindos monumentos campestres que tanta inspiração deram aos poetas, começaram a deixar de ser usados. Os velhos moleiros foram morrendo e não houve seguidores.
Mas este panorama não é recente, já assim era nos anos trinta do século passado, o que se confirma no poema que Henrique Rego escreveu para meu avô, a seu pedido, pela tristeza que lhe dava quando ía à terra de seus pais , no Cadaval, ao ver os moinhos abandonados e em ruínas.
Hoje vêem-se os montes já com largas dezenas de moinhos "Eólicos", que como sabem não moem farinha, geram somente energia eléctrica. Veremos se serão inspiração no futuro para algum poeta! Quem sabe?
" MOINHO DESMANTELADO"
Letra de: Henrique Rêgo
Moinho desmantelado
Pelo tempo derruído
Tu representas a dor
Deste meu peito dorido
Ao dizê-lo sinto pejo
Porque em ti apenas vejo
A miseranda carcaça
Perdeste de todo a graça
Heróica do teu passado
Hoje ao ver-te assim mudado
Minha alma cora e descrê
E quem te viu, e quem te vê
Moinho desmantelado
Moinho pombo da serra
Que triste fim tu tiveste
Alvas farinhas moeste
Para o povo da tua terra
Hoje a dor em ti se encerra
Foste votado ao olvido
Foi-se o constante gemido
Dessas mãos trabalhadoras
Doce amante das lavouras
Pelo tempo derruído
Em fundas melancolias
Ás tristes aves sombrias
Hoje serves de dormida
No teu seio dás guarida
Ao horrendo malfeitor
Tudo em ti causa pavor
É bem triste a tua sorte
Sombria estátua da morte
Tu representas a dor
Oh! meu saudoso moinho
E do meu terno avozinho
Quantas histórias ouvi
Agora tudo perdi
Sou pela dor evadido
Vivo no mundo esquecido
Moinho que crueldade
És o espelho da saudade
Deste meu peito dorido
Letra de : Henrique Rego
Música de Alfredo Marceneiro
" O NATAL DO MOLEIRO "
Que noite de Natal, tristonha agreste
De neve amortalhava-se o caminho
E o vento sibilada do nordeste
Por entre as frinchas da porta do moinho
Sentado na velha mó, já carcomida
Onde incidia a luz d´uma candeia
O moleiro de barba encanecida
Com a mulher comia a parca ceia
Próximo do moinho, ouviu-se em breve
Uma voz e o moleiro abrindo a porta
Viu um velhinho todo envolto em neve
Vergado ao peso d´uma esperança morta
Entrai meu peregrino da desgraça
Disse o moleiro ao pálido ancião
Aqui não há dinheiro, existe a graça
De haver carinho, piedade e pão
Vinde comer agasalhar-se ao lume
Festejar o nascer do Deus Menino
Porque a vida somente se resume
Na escravidão imposta p´lo destino
Então o velhinho com uma voz sonora
Pronunciou levando as mãos ao peito
Abençoado seja a toda a hora
Este moinho que é por Deus eleito
Mas também não posso deixar aqui de lembrar mais uma vez o excelente poema "em versos alexandrino" de João Linhares Barbosa, " Eu Lembro-me de Ti", para o qual Marceneiro fez um estilo/música que é hoje um clássico memorável, que nos fala do moinho o moleiro e a linda moleirinha, que provavelmente acaba por se perder na cidade pois já não era preciso ajuadar os pais no moinho
" LEMBRO-ME DE TI "
Letra de João Linhares Barbosa
Música: Alexandrino “ Lembro-me de Ti” de Alfredo Marceneiro
Eu lembro-me de ti,
Chamavas-te Saudade
Vivias num moinho
Ao cimo do outeiro
Tamanquinha no pé,
Lenço posto á vontade
Nesse tempo eras tu,
A filha do Moleiro
Eu lembro-me de ti,
Passavas para a fonte
Pousando no quadril
O cântaro de barro
Imitavas em graça
A cotovia esonte
E mungias o gado
Até encher o tarro
Eu lembro-me de ti,
E ás vezes a farinha
Vestia-te de branco,
E parecias-me então
Uma Virgem gentil
Que fosse á capelinha
Num dia de manhã
Fazer a Comunhão
Eu lembro-me de ti,
E fico-me aturdido
Ao ver-te pela rua
Em gargalhadas francas
Pretendo confundir
A pele do teu vestido
Com a sedosa lã
Das ovelhinhas brancas
Eu lembro-me de ti,
Ao ver-te no casino
Descarada a fumar
Luxuoso cigarro
Fecho os olhos e vejo
O teu busto franzino
Com o avental da cor
Do cântaro de barro
Eu lembro-me de ti,
Quando no torvelinho
Da dança sensual
Passas louca rolando
Eu sonho, eu fantasio
E vejo o teu moinho
Que bailava também
Ao vento assobiando
Eu Lembro-me de ti,
E fico-me a cismar
Que o nome de Luci,
Que tens não é verdade
Que saudade que eu tenho,
E leio no teu olhar
A saudade que tens
De quando eras Saudade