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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Domingo, 20 de Agosto de 2017

Cabo da Boa Esperança - Portugal país de marinheiros

 

 

 O GIGANTE ADAMASTOR

Cinco dias depois da paragem na Baía de Santa Helena, chega Vasco da Gama ao Cabo das Tormentas e é surpreendido por uma nuvem negra “tão temerosa e carregada” que pôs nos corações dos portugueses um grande “medo” e leva Vasco da Gama a evocar o próprio Deus todo poderoso.
Foi o aparecimento do Gigante Adamastor, uma figura mitológica criada por Camões para significar todos os perigos, as tempestades, os naufrágios e “perdições de toda sorte” que os portugueses tiveram de enfrentar e transpor nas suas viagens.
Esta aparição do Gigante é caracterizada directa e fisicamente com uma adjectivação abundante e é conotada a imponência da figura e o terror e estupefacção de Vasco da Gama, e seus companheiros, que o leva a interrogar o Gigante quanto à sua figura, perguntando-lhe simplesmente “Quem és tu?”.
Mas mesmo os gigantes têm os seus pontos fracos. Este que o Gama enfrenta é também uma vítima do amor não correspondido, e a questão de Gama leva o gigante a contar a sua história sobre o amor não correspondido.
Apaixona-se pela bela Tétis que o rejeita pela “grandeza feia do seu gesto”. Decide então, “tomá-la por armas” e revela o seu segredo a Dóris, mãe de Tétis, que serve de intermediária. A resposta de Tétis é ambígua, mas ele acredita na sua boa fé.
Acaba por ser enganado. Quando na noite prometida julgava apertar o seu lindo corpo e beijar os seus “olhos belos, as faces e os cabelos”, acha-se abraçado “cum duro monte de áspero mato e de espessura brava, junto de um penedo, outro penedo”.
Foi rodeado pela sua amada Tétis, o mar, sem lhe poder tocar.
O discurso do Gigante, que se divide em duas partes de acordo com a intervenção de Vasco da Gama, compreende, na primeira, um carácter profético e ameaçador num tom de voz “horrendo e grosso” anunciando os castigos e os danos por si reservados para aquela “gente ousada” que invadira os seus “vedados términos nunca arados de estranho ou próprio lenho”.
A segunda parte do discurso do Adamastor representa já um carácter autobiográfico, pois assistimos à evocação do passado amoroso e infeliz do próprio Camões.
O Gigante Adamastor diz ainda que as naus portuguesas terão sempre “inimigo a esta paragem” através de “naufrágios, perdições de toda a sorte, que o menor mal de todos seja a morte”, a fazer lembrar as palavras proféticas do Velho do Restelo.
Após o seu desabafo junto dos lusitanos, a nuvem negra “tão temerosa e carregada” desaparece e Vasco da Gama pede a Deus que remova “os duros casos que Adamastor contou futuros”.
 Luís Vaz de Camões

 

Rodigo canta:

Velho Marinheiro

Letra de Mário Raínho

Música: Fontes Rocha

 

 

  VELHO MARINHEIRIO

Letra de: Mário Rainho

Música de Fontes Rocha

 

Nasceu à beira do mar

E assim se fez marinheiro

Fez-se ao mar a navegar

E correu o mundo inteiro

 

                       Chegou primeiro às Índias, ao Oriente

                       Uniu por mares, continentes

                       Que nos deixou por herança

                       Nas caravelas, num mar de águas turbulentas

                       Dobrou o Cabo das Tormentas

                       Que é hoje da Boa Esperança

 

Qual é o país, vaidoso e feliz

No mar pioneiro

E que é marinheiro

E que é marinheiro

 

Que levou a cruz, de Cristo Jesus

P´lo Mundo inteiro

E que é marinheiro

E que é marinheiro

 

Nasceu à beira do mar

E assim se fez marinheiro

Fez-se ao mar a navegar

E correu o Mundo inteiro

 

                      Chegou primeiro a outras praias distantes

                      Por esses mares nunca dantes

                      Navegados por alguém

                      Tem um padrão à coragem e aos tormentos

                      Pelos seus descobrimentos

                      Junto à Torre de Belém

 

 

  

 

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Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017

Esquimó Fresquinhos - Olá Fresquinho, Há Fruta Oh Chocolate

Começou  por ser a pé, depois num carro a pedais, seguindo-se um carro de motorizada e também um carrinha-automóvel

É O ESQUIMÓ FRESQUINHO - HÁ FRUTA Ó CHOCOLATE

OLÁ FRESQUINHO

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6972479_8EMja.jpegVendedor de Gelados Esquimaux.2_thumb[1].jpg

 

 

 

 

 

 

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Quinta-feira, 10 de Agosto de 2017

Sapateiro de vão escada - Oficial de corte Rodrigo Duarte pai de Alfredo Marceneiro

Imagem de sapateiro de vão de escada

Desde o  século XIX e até meio do século XX, o artífice de sapateiro,  desde que não trabalhasse para grandes lojas ou para casas senhoriais, para  sobreviver,  tinham que se estabelecer por conta própria,  e para tal, tentar arranjar  um vão de escada para alugar, era economicamente  o mais viável.

Nesta época havia muitos sapateiros de escada por toda a Lisboa.

Era uma vida dura e pouco gratificante em termos económicos, pois os seus clientes era o povo mais humilde, que muitas vezes mandava reparar o calçado, e ou não o chegava a ir levantar por dificuldades financeiras, ou às vezes passado muito tempo.

A sua postura corporal para trabalhar, era sentado num pequeno banco de madeira muito  baixo,  e no seu próprio colo sobre um avental de couro era a sua   mesa de trabalho, é de ver que sentado nesta posição tantas horas seguidas, com luz deficiente  mesmo durante o dia principalmente no inverno, tinham que ter praticamente o candeeiro a petróleo sempre aceso.

Trabalhavam dias e dias a fio, só se parava ao domingo de manhã para ir à missa, a saúde tinha que ser precária e muitas deformações, problemas de coluna, da  bacia, na vista, etc..

Meu Bisavô Rodrigo Duarte, já tinha esta profissão no Cadaval , quando com a minha bisavó Gertrudes da Conceição lavava roupa para fora., aliás este oficio era intitulod como "Mestre de Corte"

Passaram no inicio grande dificuldades, até que arranjaram um local à Praça das Flores, que além do vão de escada para  poder montar a pequena bancada de sapateiro, tinha uma arrecadação   que mais não era que um corredor comprido e com uma largura razoável, atamancada para poderem lá viver. O corredor  dava para um saguão , onde minha avó podia lavar roupa para fora, e foi neste ambiente que  Alfredo nasceu e lá tiveram mais três filhos. (esse prédio já hoje não existe)

Rodrigo Duarte morre prematuramente em 1905 com uma "tísica galopante".

Meu avô viu-se assim aos 14 anos como o cabeça de casal, e esteve sempre com sua mãe até à hora da sua morte.

Meu avô Alfredo começa a trabalhar e arranja uma pequena casa na Rua da Páscoa, num pátio lá nasceram os seus filhos, e  foi onde viveu os restos dos seus dias.

Foi um filho  e irmão exemplar, que o adoravam, foi pai e um avô exremoso.

 

Lavadeiras de roupa

 

 

 

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Funileiro á Porta - Pregões de Lisboa

Era uma figura típica que percorria as ruas nos bairos, para reparar tachos penelas, etc.

funileiro_1941.jpg

Funileiro a trabalhar senrado num passeio de Rua

Exemplos de algumas ferramentea

Maçarico.jpgMartelo.jpgTesoura.jpg

 

 

 

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Quarta-feira, 9 de Agosto de 2017

Propagandista (Banha da Cobra) Pregões de Lisboa

Banha da Cobra.jpg

Eram conhecido pelos "Vendedores da banha da Cobra". Traziam uma cobra numa mala e como era um animal que muita gente era a primeira vez que via ao vivo, nem davam pelas horas passarem a ouvir a prelecção.

Era pó para o estômago , era pó para a solitária etc...Era uma figura com um poder de palavra fora do comum aliado a uma capacidade de persuasão fantástica, que as pessoas acabavam por comprar os tais pós ou elixires.

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música: " A banha da cobra"
Viva Lisboa: Velhos Tempos
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Terça-feira, 8 de Agosto de 2017

Petrolino á Porta - Vendedores de Rua

"Petrolino"

"Pitrolino.... à porta (soprava uma pequena corneta característica)

Vendia porta a porta, petróleo, alcool de queimar, lixivia, azeite, sabão, etc..

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AMOLADORES - Pregões de Lisboa

images.jpg

 

São os pregões de Lisboa

Voz da vida, voz do povo,

Seu Fado, sua alegria!

E cada voz que apregoa

Tem um pregão sempre novo

P´ra cada hora do dia!

 

Francisco Radamanto

 

                              Segredos de Lisboa

 

Autor: Rogério Simões
 
Lisboa é linda mas tem segredos!
Perto do rio, correm para o mar
Por uma intemporal porta secreta
Eu vi as pernas, as mãos e os dedos,
De um velho amolador a amolar,
Numa simples roda de bicicleta.
 
                               Tinha uma pedra para afiar!
                               Tinha um pedal para pedalar!
                               Um corno pendurado para untar,
                               (E ao mesmo tempo para dar sorte)
                               Chaves de fendas para fixar,
                               Panelas e ferramentas de corte.
 
Escutei sete silvos de flauta no ar!
Dos contos que só contava ao serão.
- Já não tenho tesouras para aguçar!
Nem uso facas de tipo ameaçador.
- Olha o amolador! Olha o amolador!
Chove! Neste dia quente de verão.

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