Pintura "Naif" de Lisboa - de Carlos Cardosos Luis
Nota: Esta página foi carregada na data em que Carlos Cardoso Luis completa 73 anos de idade 28 de Março de 2019
FADO é sorte, desde o berço até à morte
ninguém foge por mais sorte
ao destino que Deus quis.....
(Silva Tavares)
Eu com o meu falecido Filho Alfredo Rodrigo Duarte II (1971-1995)
Este é um dia em que recordo com saudade, e lágrimas nos olhos, o meu pai, o pai do meu pai, e o meu filho, que Deus me levou... Três Alfredos da minha vida... do meu Fado...
Mas Deus que tudo destina... tirou-me com uma mão... mas deu-me com a outra.... deu-me outro Alfredo e uma Beatriz... mas no meu coração está sempre um lugar guardado, com a recordação daquele, que em vez de me ver partir...partiu.Mas mais logo, terei a alegria dos meus dois filhinhos, o Alfredo e a Beatriz, me trazerem a sua prendinha, será decerto aquele cartãozinho com pinturas que as suas infantis fantasias idealizam, mas que têm sempre escrita, a frase sentida e sincera, como só as crianças sentem... És o melhor pai do mundo!!, tal como no passado tive, e que guardo com muito amor.
Os meus filhos Alfredo e Beatriz
Os meus saudosos e chorados Alfredo´s
Alfredo Figueiredo Duarte (1924 - 1999)
Alfredo Rodrigo Duare I (1891 - 1982
Alfredo Rodigo Duarte II (1971- 1995)
MANUEL DIAS canta uma criação de Maria Emília Ferreira
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JOSÉ PRACANA, ( O KANA para os amigos) nasceu a 18 de Março de 1946 em Ponta Delgada, S. Miguel, Açores. Em 1956 veio residir para Lisboa com os pais e os irmãos
Iniciou a sua carreira artística em 1964 como fadista-amador, estatuto que sempre manteve, cantando e imitando em festas de estudantes. Frequentou várias casas de Fado-Amador que existiram no Estoril e em Cascais, onde aos fins de semana se juntava a José Carlos da Maia, Carlos Rocha, que em 1965 lhe proporciona as primeiras lições de guitarra portuguesa, João Ferreira-Rosa, António Mello Corrêa, Francisco Stoffel, João Braga, Teresa Tarouca, Carlos Guedes de Amorim, Francisco Pessoa e outros.
Em 1968 actuou pela primeira vez na RTP, num programa das Forças Armadas. Em 1969 foi ao Zip-Zip.
Em Dezembro de 1969, com Luís Vasconcellos Franco, seu conterrâneo, inaugurou o Bar de Fados Arredo, em Cascais, que dirigiu até 1972, ano em que abandonou a actividade empresarial para trabalhar na TAP onde exerceu as funções de Comissário de Bordo e de funcionário da Direcção de Relações Públicas/Relações Externas e Protocolo da TAP/Air Portugal.
Na RTP participou no Curto-Circuito em 1970, programa de Artur Agostinho e João Soares Louro. A convite da RTP produziu o programa Vamos aos Fados, em 1976, uma série de cinco programas da sua autoria. Em 1985 entrou no programa televisivo de Carlos Cruz, "Um, Dois, Três". João Maria Tudela convidou-o para a RTP em 1987, actuando em Noites de Gala. No ano seguinte Simone de Oliveira teve a mesma iniciativa no Piano Bar. Em 1991 Júlio Isidro levou-o a Regresso ao Passado. A convite da RTP-Açores fez uma série de cinco programas com o título Silêncio Que Se Vai Cantar O Fado, em 1993. No ano seguinte Herman José convidou-o para Parabéns. Em 1995, Carlos Cruz fê-lo entrar em Zona Mais. etc.
Grande admirador de José Nunes e seu seguidor no estilo em que toca guitarra, e também de Alfredo Marceneiro.
Nos últimos anos regressou aos Açores onde vive actualmente.
José Pracana nos últimos tempos tem lutado contra uma doença que tem debilitado, mas estou crente que não o irá derrotar.... E Graças a Deus não derrotou.
Felicidades “Kana”
Infelizmente no dia 26 de Dezembro de 2016, tive a triste de notícia que o KANA, já não está entre nós.
©Vitor Duarte Marceneiro
FERNANDO TAVARES FARINHA, nasceu no Barreiro no dia 20 de Dezembro de 1928, mas só foi registado a 5 de Maio de 1929.
Em 1933 seus pais vêm par Lisboa e fixam-se no Bairro da Bica, tinha então 4 anos.
Sendo o Bairro da Bica essencialmente bairrista e fadista decerto o fado logo o marcou e fez vir ao cimo todos os seu dotes de artista.
Aos 7 anos já cantava e entrou em vários concursos infantis, teve tanto êxito que passou a ser chamado de “Miúdo da Bica”, por esta altura foi convidado para mascote da Marcha da Bica (1935).
Aos catorze anos actua no Café Luso, Café Latino, Retiro da Severa, Café Mondego, e Solar da Alegria.
1940 Grava o seu primeiro disco EP com quatro temas: Descrença, Meu Destino, Tem Juízo Rapaz e Sempre Linda,. Acabaria por gravar durante a sua vida quase 50 discos, ainda neste ano foi presença assídua nos serões para trabalhadores organizados pela FNAT.
1942 estreia como atracção no Teatro na revista “Boa Vai Ela”, em que também entrava Hermínia Silva, mais tarde nos anos sessenta ainda é atracção na revista “Sal e Pimenta”
1951 tem a sua primeira deslocação ao estrangeiro indo ao Brasil onde teve grande aceitação.
Ainda em 1951 é contratado pela Adega Mesquita onde se mantém durante dez anos.
É por esta altura que sente a vocação para escrever, e começa a cantar letras feitas por si:
— Belos Tempos, Mãe há só Uma, Ciumenta, Menina do Rés-do-Chão, Quero-te mais do que à vida, Eu ontem e hoje, Um Fado a Marceneiro, Um Fado à Juventude e Um Copo mais um Copo, Estações de Amor, Rosa Peixeira, Dias Contados, Grande Verdade, Ti´Ana da Fava Rica, Deus queira, Cinco Bairros, Sou do Povo, Beijo Emprestado.
Dos seus poemas decerto o que mais êxito teve foi “ Belos Tempos” na música do fado “Loucura” de Júlio de Sousa, mas Fernando Farinha tem muitos êxitos de outros autores dos quais destaco:
— Fado das Trincheiras letra de João Bastos e Félix Bermudes e Música de António Melo
— Guitarra Triste letra e música de Álvaro Duarte Simões
— Eterna Amizade letra de João Linhares Barbosa e música de Joaquim Campos
Mais tarde sempre inspirado começa também a compor, e a sua arte não fica por aqui começa, também a caricaturar as figuras com quem convive.
1955 comemora as suas “Bodas de Prata” de carreira artística no Coliseu dos Recreios em Lisboa e é premiado com a Guitarra de Prata.
1957 a Rádio Peninsular atribui-lhe o galardão de a “Voz mais portuguesa de Portugal”
1962 é coroado Rei da Rádio Portuguesa numa gala organizada no Eden-Teatro, e ainda neste ano recebe o “Microfone de Ouro do RCP. Ainda neste ano no festival do Casino do Estoril recebe o “Disco de Ouro”.
1963 foi-lhe atribuído o “Oscar da Imprensa” no Festival no Pavilhão dos Desportos
Protagoniza dois filmes “ O Miúdo da Bica” e “ A Última Pega”
Ente finais dos anos 60 em diante faz digressões artísticas por todo o mundos, Bélgica, França, Inglaterra, Alemanha, África do Sul, Argentina e E.U.A..
Depois de 1974 faz parte do projecto “Cantar Abril”
Fernando Farinha deixou-nos em 12 de Fevereiro de 1988.
Além da Rua que edilidade lhe atribuiu há pouco tempo, e de uma placa que o povo da Bica tem afixada numa parede do bairro, desconheço que lhe tenham prestado mais homenagens (politiquices!?)
Em 2015 escrevi a biografia de Fernando Farinha- O Miúdo da Bica, que foi editado pela TRDISOM - em livro com cd
© Vítor Duarte Marceneiro
Registado na SPA 125820
Fernando Farinha & Alfredo Marceneiro
Cantam a dueto - Antes e Depois
Há 67 anos estava eu em vésperas ir para a escola, as aulas começavam nessa época a 7 de Outubro, nesse ano 1951, como dia 7 foi a um Domingo, as aulas começaram no dia 8.
A escola que fui frequentar foram as Oficinas de S. José, dos Padres Salesianos, situada nos Prazeres, no bairro de Campo d´Ourique, escola que ainda hoje existe.
Recordo o livro, o caderno de duas linhas, um lápis, uma borracha de apagar, uma ardósia, uma pena para poder escrever na ardósia, uma caixa de lata pequena, com um pedaço de pano molhado, que servia para limpar a ardósia, e a mala que a tia Aida me deu, uma cesta de verga para levar o almoço, 2 carcaças com ovo mexido e uma laranja, preparado pela avó Judite.
Estava entusiasmado, porque também era o dia que eu iria estrear umas calças compridas, um "pull-over" grená sem mangas, que me deu a avó Maria, e mais que tudo as botas de cano alto (á cow-boy) que o meu pai me comprou na feira da ladra, recordo também que nessa altura ainda usava um fumo preto no braço direito, por luto de minha mãe.
Fotos de recordação: Os livro da Instruçaõ Primária e a foto da minha primeira comunhão junto á estátua de S. Domingos Sávio no dia 31 de Janeiro de 1952, no Colégio dos Salesianos em Campo d´Ourique.