EU AINDA QUERO SONHAR COM UM PAÍS DEMOCRÁTICO E PLURALISTA
Martin Luther King, foi assassinado vai há mais de 50 anos, por ter tido a ousadia de SONHAR e LUTAR
contra uma sociedade racista e intolerante, tiraram-lhe a vida, mas a sua mensagem perdura.
MESMO QUE ISSO LHE CUSTE A VIDA , SEMPRE QUE UM HOMEM SONHA, O MUNDO PULA E AVANÇA2019-10-30
Manuel Freire canta:
Pedra Filosofal
Poema de António Gedeão
Música de Manuel Freire
PEDRA FILOSOFAL
Eles não sabem que o sonho
É uma constante da vida
Tão concreta e definida
Como outra coisa qualquer
Como esta pedra cinzenta
Em que me sento e descanso
Como este ribeiro manso
Em serenos sobressaltos
Como estes pinheiros altos
Em que verde e oiro se agitam
Como estas aves que gritam
Em bebedeiras de azul
Eles não sabem que o sonho
É vinho, é espuma, é fermento
Bichinho alacre e sedento
De focinho pontiagudo
Num perpétuo movimento
Eles não sabem que o sonho
É tela, é cor, é pincel
Base, fuste ou capitel
Arco em ogiva, vitral
Pináculo de catedral
Contraponto, sinfonia
Máscara grega, magia
Que é retorta de alquimista
Mapa do mundo distante
Rosa-dos-ventos, Infante
Caravela quinhentista
Que é Cabo da Boa Esperança
Ouro, canela, marfim
Florete de espadachim
Bastidor, passo de dança
Columbina e Arlequim
Passarola voadora
Pára-raios, locomotiva
Barco de proa festiva
Alto-forno, geradora
Cisão do átomo, radar
Ultra-som, televisão
Desembarque em foguetão
Na superfície lunar
Eles não sabem nem sonham
Que o sonho comanda a vida
Que sempre que um homem sonha
O mundo pula e avança
Como bola colorida
Entre as mãos de uma criança
ARTUR RIBEIRO
Artur Ribeiro, Max e Alfredo Marceneiro
Artur Ribeiro nasceu no Porto em 1923, mas cedo vem para Lisboa e aqui fica radicado, sendo para mim o poeta que fez um dos poemas mais lindos sobre Lisboa, Lisboa , A Grande Marcha de Lisboa 1965 – Só Lisboa, Lisboa à meia-noite, Cachopa do Minho, A Rosinha dos Limões, A Fonte das Sete Bicas, Sete Saias, Nem às Paredes Confesso, Pauliteiros do Douro, Eu nasci Amanhã, O Meu Coração Parou, Adeus Mouraria, Lisboa à meia-noite, Fiz Leilão de Mim, Anda o fado Noutras Bocas, è Urgente que Venhas, Vielas de Alfama, etc. A sua parceria com Fernando Farinha e mais tarde com Max teve o condão de nos deliciar, e foi raro o artista que não tenha cantado Fados da sua autoria.
Connheci o Artur Ribeiro, convivi com ele desde muito jovem, meu pai e meu avô eram seus grandes amigos, era uma pessoa bastante afável e uma clarividência intelectual notável, aprendi muita coisa em escutá-lo, ficou-me a honra de ter gravado um poema seu que escreveu de propósito para mim, a que deu o título “Ser Mais Um Entre Tantos” ao receber o poema logo me apercebi que tinha a ver comigo, constatei que aquele grande Senhor durante aqueles anos em que falava com este rapazinho de então, me levava a sério, e já homem escreve-me num Fado tudo aquilo que sentia por mim e pela minha maneira de ser.
Artur Ribeiro deixou de escrever poemas para nós em 1988.
O meu projecto “Lisboa A Cidade mais cantada do mundo” tem como poema eleito, a Canção de Lisboa de sua autoria.
Fiz a apresentação de projecto à CML e espero vir a ter colaboração de toda a comunidade fadista para que seja feita a devida homenagem a este grande poeta que tanto amou Lisboa, para que lhe seja atribuída a titulo póstumo a Medalha da Cidade e uma rua da edilidade. (Sonhos...!?)
Anda o Fado Noutras Bocas
Beatriz da Conceição canta Canção de Lisboa de Artur Ribeiro