Paola Luiza Maria Oliva (Luisa Satanela 1894-1974)
Em 1916 chega a Lisboa, vinda do Brasil trazida pelo empresário Luís Galhardo, uma Italiana (nascida em Turim) que viria a incendiar Lisboa.
A revista Portuguesa na altura, um bocado casca grossa, sentiu-se lisonjeada com essa vedeta, estrangeira, que já tinha estado em Portugal no teatro S Carlos. Em 1918 escrevem um papel que lhe assenta que nem uma luva: “GiGi”, na opereta “Conde Barão”. Tornou-se esse ano esposa de Estêvão Amarante; sendo o casal bonito do público Português. Esse casamento iria durar até 1930.
Uma mulher atenta sempre à modernidade a companhia Satanela-Amarante fixa-se no teatro Avenida. Revistas como “Miss Diabo”, ”Água-pé” são grandes êxitos de cartaz… É nessa altura que surge o bailarino Francis que coreografa grandes fantasias para ele e Satanela. Mas não só a elegância de Satanela atrai o publico era também a sua graça refinada como é o caso da rábula “Alegria das hortas”. Em 1931 dá-se o rompimento com Amarante e deixa a sua casa, da quinta do lagarto em Caneças, por causa dos credores.
Ela não era mulher de ficar parada e o público acolhe-a e mostra que mesmo sem Amarante ela tinha o seu lugar… e a revista “O canto da cigarra” é um tremendo sucesso;
ela própria supervisiona a feitura dos seus figurinos e fatos de fantasia executados por Madame Martin. Volta aos grandes êxitos com as revistas “Areias de Portugal” (1932) “Pernas ao leu (1933)" , “Loja do Povo”e “Sardinha Assada”!
Lança a futura actriz Maria José, como sua afilhada e menina-prodígio, que com 5 anos apenas aparece nos finais com a réplica do fato da sua madrinha. Em 1935 ela volta para o Brasil regressando apenas a Portugal em 1945 onde na revista “Vitória” faz um tremendo êxito; logo seguida de outro: “Travessa da espera “. A sua ultima revista foi “Banhos de sol”; reaparece, tempos depois, na opereta “O Conde Barão”, (reposição) e “Passarinho da Ribeira”, sua última aparição em cena. O SNI dá a Satanela a concessão da Pousada de Óbidos que ela gere afastada do teatro e no mais profundo silêncio!
A cortina da vida fechou-se de vez para Satanela em 1974!
Texto de: Paulo VasKo in: http://www.fotolog.com/luzesdaribalta/64580372
Estevão Amarante ver em: http://lisboanoguiness.blogs.sapo.pt/64801.html
A Cantiga Nova
I
Diz um antigo
Que “quem canta seu mal espanta”
Porque alegra o coração
Quem a alma põe na garganta.
Vai daí em Portugal
— Perfumada flor de jardim! —
O povo sentimental
Parece, quando canta,
Que diz assim:
Estribilho
Não há nada como a trova
P´ra a gente cantar
Porque é sempre nova
Quando é popular
Cantai raparigas;
Rapazes cantai,
A ver se com cantigas
Se a dor se distrai
II
Este nosso Portugal
Onde o próprio sol luz sorrindo,
Sem a graça do arraial
Não seria tão fresco e lindo
E ante as cantigas d´amor
Certas noites há luar
Em que a lua perde a cor
E pelos céus subindo
Põe-se a escutar…