Tudo evolui na vida, mas há mitos e tradições milenares que ainda hoje se mantêm com as suas raízes originais, na realidade não se mexe, (ou não devia), no que está bem, pode tentar-se, o que acontece em muitos casos, mas há modificações e adaptações que mais não são, que oportunismos de cariz comercial, hoje mais que nunca o capital comanda a criatividade.
Iremos colher vários depoimentos, baseado no tema "toda a gente hoje gosta de Fado, canta-se mais Fado, grava-se mais Fado, etc...
Mas estará o Fado em decadência? Esta pergunta é um pouco/bastante maliciosa, de que Fado estou eu a falar?
O meu primeiro trabalho em vídeo é um depoimento livre ( digo livre porque foi espontâneo) do meu amigo, o poeta Carlos Escobar:
De Acacio Monteiro a 9 de Outubro de 2011 às 01:03
Tenho tentado toda a vida educar o ouvido para aprender a ouvir música, mas desanimo porque ainda não sei o mínimo para ultrapassar a mediocridade como trivial adepto dos belos sons que me rodeiam. Felizmente ouço e dou graças por ainda não ser surdo, apesar de haverem grandes músicos que continuaram a ouvir para alem da surdez com que o destino os afrontou. A música, bem como qualquer manifestação artística, não é uma figura estática, limitada por padrões ou estilos, mas uma entidade viva em permanente evolução. Há génios musicais que afirmam que ela chegou ao seu limite, e tem poucas probabilidades de dar mais do que se conseguiu até hoje. Limito-me a ler o que dizem, pois nem sequer tenho a preparação necessária, para tentar comentar a opinião, e como aluno que ainda sou, só por falso protagonismo, tentaria interromper a erudição dos grandes maestros. Tenho uma preparação musical muito abaixo de qualquer músico, que lê e executa uma pauta num instrumento com uma leitura ao correr da vista, como se lê um livro, entrosando o significado das frases como factos imagináveis. O cabotinismo com que algumas pessoas abordam a arte, reduzindo o ecletismo, a uma abusiva intrusão a um purismo exarcebado, revela pouca formação, com tendências fundamentalistas de falsa cultura, que podem castrar a evolução da arte, na procura de novas formas de expressão. Será que António dos Santos, tão apreciado pelo Ti’Alfredo, estilava? O “Fado do ladrão enamorado”, e o “Porto Sentido” de Rui Veloso e Carlos Tê, são obras a desprezar, pois não se enquadram no fado tradicional? Os “Amália Hoje” foi uma incursão a esquecer á obra de Alexandre O’Neil e Alain Oulman? A fama mundial da interpretações de Dulce Pontes não valem nada quando comparadas com Amália? Ana Moura, Aldina Duarte, Marco Rodrigues, Cristina Branco, Cristina Nóbrega, Mafalda Arnaut, Gonçalo Salgueiro, Mariza, Mísia , Camané, Carminho, Pedro Moutinho, Hélder Moutinho, Jorge Fernando, Raquel Tavares e outros, para os quais vão as minhas desculpas por os esquecer de citar, pois a lista é enorme e contribuem para a divulgação do fado, são relegados para 2º plano, como se nunca existissem?
Tomara eu perceber Fernando Lopes Graça, pois já me dava como privilegiado na escuta musical. Não misturemos musica ligeira com o “Belo Canto”, que para saber ouvir requer um conhecimento aprofundado. “Rodriguinhos” de voz, pianinhos, e outras coisas a que se quer chamar de “estilar” o fado, não foram necessários para aumentar a celebridade de quem nasceu com aptidões naturais para ser fadista. Vou, portanto, continuar a aprender a ouvir o fado e outras músicas com a humildade de um ignorante que sou. A polifonia ocorre quando existe um dialogo harmónico entre diversos instrumentos, e quando se canta, um dos instrumentos é a voz. Num dialogo a 4 instrumentos, guitarra, voz , viola e baixo, só enriquece a actuação se estiverem preparados. A voz, que também é um instrumento, não se harmoniza, é que não treinou o suficiente para se enquadrar. Como numa orquestra em exibição não há desculpas quando há fífias.
O meu amigo Acácio Monteiro, com a sua generosidade que lhe é peculiar, quando comenta algo que eu digo ou escrevo sobre FADO, o que na maior parte das vezes acontece em conversas "bem acesas" como aliás estas devem ser quando de amigos se trata, mas também já tem comentado por escrito, mas usando pseudónimos, o que não aconteceu desta vez, e esse facto estou feliz e agradecido, obrigado Acácio. Devo confessar que não sei onde pretendes chegar com este comentário…É critica? É elogio?... parece-me que não é uma coisa nem outra, quanto a mim não entendeste bem o que eu quero aprofundar… e para mim é estranho porque na última semana até falámos de dois cd´s, que me foram enviados pelos seus executantes, que te pedi para ouvires e analisares, e log percebeste bem os factos “logros” que eu próprio sentia, e que concordaste comigo, que eram “degradantes” quer pelos (actos) dos músicos, quer dos poemas, quer inclusive da forma como se andam a enganar os direitos de autor, mas por aqui não adianto mais, porque quero fazer uma investigação mais aprofundada, que me parece que a SPA, não vê, ou não quer ver. Portanto meu caro amigo, estou farto de te dizer que ser “FADISTA”, não é só cantar o Fado… é um estado de alma. Não és “Fadista”, mas isso não inibe que não seja teu amigo e que não respeite as tuas opiniões… as atitudes e afirmações, são da responsabilidade de quem as faz.
Volto a repetir ao que me propus, e se verificares bem, nada afirmo, quero é saber o pensa a “comunidade fadista” e os apreciadores do Fado.
Iremos colher vários depoimentos, baseado no tema "toda a gente hoje gosta de Fado, canta-se mais Fado, grava-se mais Fado, etc... Mas estará o Fado em decadência? Esta pergunta é um pouco/bastante maliciosa, de que Fado estou eu a falar?
Pois é Monteiro, tu não sabes de que “FADO” eu estou a falar… conhecemo-nos há cerca de 40 anos… e se Deus quiser ainda irmos viver e conviver mais alguns, mas de uma coisa estou certa… Tu não sabes, nem nunca saberás de que “FADO” eu me estou a referir!
Nota: Em tantos nomes que falaste acho de uma falta de lisura da tua parte não falares de Carlos do Carmo.
Um abraço Vítor Duarte –Só - Já que agora, também já contestam quando uso “MARCENEI
De José António Saraiva a 9 de Outubro de 2011 às 23:08
Permita que lhe diga o seguinte. Eu conheço algo da história do fado, sou dos tais que não me considero fadista, mas senhor A. Monteiro, falar num assunto destes e invocar António Lopes Graça, é decerto um "contrasenso", eu explico, não está em cauasa o valor do referido maestro, digníssimo militante do PCP, mas sim o que ele pensava e afirmou sobre o fado, e cito : ... è uma expressão mediocre e reaccionária, sem o mínimo valor poético/musical ., uma canção de vencidos... e muito mais, que nem vale a pena dizer. Talvez por isso hoje seja tão esquecidoe muito pouco lembrado pelo povo simples, a ma atento. Explique-se melhor, se quiser, porque creia que não entendi onde queria chegar com toda a sua "prosa"... ou então não percebe mesmo nada de fado, se é amigo do senhor Vítor como ele diz, conhece o trabalho dele, então. tem por onde aprender, ou não!? Cumprimentos. A.J. Saraiva
Não conheço o Sr: Acácio Monteiro, mas pelas divagações vejo que é uma pessoa interessada na música, mas Sr: Monteiro estamos a falar de "fado" e fado tem a ver com sentimento, coração, Lisboa, alma, saudade, etc: cantar fado é entregar a voz a um sentimento e a um estado de alma, fica portanto a léguas dos chavões por exemplo do Fernando Lopes Graça que dizia o fado um estilo menor(possivelmente porque não tinha sentimento suficiente para chegar ao fado). Estamos a falar de fado, não estamos a falar de Cristina Branco, Gonçalo Salgueiro, Mariza, Mísia e mais outros que cantam fado mas não são nem nunca poderão ser fadistas. Se quiser falar de experimentações de fado.....falemos, pois todos os processos evolutivos são bem vindos, se é seu desejo que o fado "ganhe"outras formas, está no seu direito,mas então não diga os nomes de Alfredo Marceneiro, Hermínia Silva, Fernanda Maria, Fernando Maurício, Lucília do Carmo,etc,etc, etc,diga por exemplo que não gosta de fado. Carlos Escobar
De Acácio Monteiro a 11 de Outubro de 2011 às 00:25
"mas então não diga os nomes de Alfredo Marceneiro, Hermínia Silva, Fernanda Maria, Fernando Maurício, Lucília do Carmo,etc,etc, etc,diga por exemplo que não gosta de fado" Será que o Sr Carlos Escobar, leu com atenção o meu texto?`´E que eu não citei nenhum dos nomes referenciados no seu texto. Será que o Sr.Saraiva leu com atenção o meu texto? Eu nem sequer sabia que o maestro Fernando Lopes Graça era militante do PCP e António Lopes Graça não sei quem é. Os meninos estão desatentos, e abordam o que eu escrevi de uma maneira superficial, pouca abonatória em defesa do interesse e respeito que o fado merece. Eu tenho a lição mais bem aprendida. Acho que devem ler com mais atenção o texto , e comentar com os fundamentos de erudição de quem está preparado para atingir com coerencia aquilo que vos parece distorcido á vossa visão. Se não têm capacidade, para interpretar o que escrevi só tenho que vos apresentar as minhas humildes desculpas. "Onit soit qui mal y pense", se não sabem o que isto significa podem consultar a Internet pois ela explica tudo, e ensina aos ignorantes como eu, o que é o fado, o flamengo, o tango, a MPB, a musica sertaneja, a bossa nova, o pagode ,o forró , o vira, a musica Celta, Jazz, Blues, Etc. E fazem o favor de não por ou escrever palavras ou ideias que não foram referidas por mim. Sr. Vitor Duarte não conheço O Sr. Carlos do Carmo mas admiro a voz com que canta o fado, e a obra que nos vai apresentando ao longo da sua existência. Se é boa ou má, não me acho com direito de a comentar, mas de facto é um merito criativo que ao longos dos anos nos comtempla com o seu trabalho. "Onit soit qui mal y pense". Para ele vai o meu cumprimento pois tem o merito de nos ir apresentando alguma coisa que vai perpetuar a sua memória. Também recomendo que releias o texto que escrevi com a atenção que ele merece, e não tentes distorcê-lo, tendo em vista os teus interesses. Ao Sr. Saraiva e ao Sr. Escobar recomendo mais atenção, pois até na escrita se revela o caracter e a preparação das pessoas para enfrentarem como lobos, o cordeiro que bebe calmamente a agua e que o acusam de conspurcar o regato. O meu nome é Acácio Significado Acácio : inocente, sem maldade. http://www.osignificadodonome.com/significado-do-nome-acacio-216.html