Conhecida no meio do Fado por (Bia) nasceu no Porto em 1939.
Numa vinda a Lisboa vai ouvir fados ao Solar da Márcia Condessa, é desafiada a cantar, interpreta de tal maneira que logo é contratada pela dona da casa.
Fica a viver em Lisboa e rapidamente o seu estilo de cantar lhe granjeia muitos admiradores, acabando por fazer várias épocas em quase todas as casas de fado.
Na revista, onde obteve grandes êxito, em, Fado Para Esta Noite e John Português.
Grava todo o repertório que estreia, que é êxito assegurado.
Faz várias digressões ao estrangeiro, actuando para as comunidades emigrantes, actua em diversos festivais internacionais de música, festas de beneficência.
Beatriz da Conceição, canta com um estilo muito pessoal verdadeiro, diz muito bem e divide o verso como deve ser, é irreverente mas tem uma alma fadista incontestável. Tem um vasto repertório, porque raros foram os poetas que não lhe escrevessem poemas, como Artur Ribeiro, Vasco de Lima Couto, ou José Carlos Ary dos Santos que em parceria com Fernando Tordo, escreveram o Fado da Bia,
Continua a actuar em programas de televisão, espectáculos ao vivo, na gravação de discos e, é presença assídua nas casas de fado.
Beatriz da Conceição
O fado já não lhe chega,
Mas como nada lhe falta
Tanto canta numa adega
Como à luz de uma ribalta!
E embora sentindo a chama
Que leva à celebridade,
Não se deslumbra na fama
Nem se perde na vaidade!
A Beatriz da Conceição
Não é somente fadista,
Muito mais do que atracção
Ela impõe-se como artista!
Poema de Carlos Conde
CANÇÃO DE LISBOA
Cantado por Beatriz da Conceição
Letra de: Artur Ribeiro
Vejo do cais, mil janelas
Da minha velha Lisboa
Vejo Alfama das vielas
O Castelo, a Madragoa
E os meus olhos rasos de água
Deixam por toda a cidade
A minha prece de mágoa
Nesta canção de saudade
Estribilho
Quando eu partir
Reza por mim Lisboa
Que eu vou sentir Lisboa
Penas sem fim Lisboa
Saudade atroz
Que o coração magoa
E a minha voz entoa
Feita canção Lisboa
E se ao voltar
Me vires chorar, perdoa
Que eu abra a porta à tristeza
Para depois rir à toa
Tenho a certeza
Que ao ver as ruas
Tal qual hoje as vejo
Nesse teu ar de rainha do Tejo
Hei-de beijar-te Lisboa
Hei-de beijar com ternura
As tuas sete colinas
E vou andar à procura
De mim p’las esquinas
E tu Lisboa
Hás-de vir aqui ao cais
Como agora
P’ra eu te dizer a rir
O que hoje minha alma chora
Estribilho