ALFREDO MARCENEIRO
“PATRIARCA DO FADO”
Raro será o português que não se tenha interrogado acerca do fascínio que o Fado exerce. Deve acontecer o mesmo com muitos estrangeiros de diversas partes do mundo, de diferentes culturas, etnias e credos, ao assistirem à entrega sublime de um cantador, ao transmitir a sonoridade da voz, a expressão facial, o gesticular, a melodia, exaltada pelo som da guitarra portuguesa e acompanhada à viola, provocando nostalgia, amor, ódio, ciúme, alegria, acelerando os corações, enquanto a alma desabrocha em sentimentos, que extravasam as barreiras linguísticas, irmanando as almas.
No universo da expressão musical, o Fado é um mundo dentro de cantigas onde cabem, a dor, a saudade, o entusiasmo, a fé, a esperança... O Fado é uma “tribo” com os seus ritos, os seus segredos.
Alfredo Marceneiro – Patriarca do Fado.
Estes é título: Será uma afirmação sacrílega?
Na “Catedral do Fado”, “a água benta” será uma lágrima que nos aflora , na saudação de respeito, ao cruzar os umbrais de um ambiente de Fado, num ritual, num estado de alma... Que veneramos e respeitamos.
Se alguém entendeu todo este ritual foi Alfredo Duarte, o Marceneiro, por ofício. Se os prosélitos do Fado entenderem dedicar uma longa noite à sua devoção - O Fado genuíno - , que seja relembrando a suas composições geniais, que foram a sua grande dádiva ao Fado. Alfredo Marceneiro nunca se apelidou, nem deixou que o considerassem, Rei do Fado, mas foi, sem sombra de dúvidas, o seu mais louvado mestre.
Amália numa simples frase deu o mote:
Alfredo... tu és o Fado
Nós o veneramos....
Alfredo tu és/foste o “ Patriarca do Fado"