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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Quarta-feira, 13 de Junho de 2007

Origem das Marchas Populares _ Santos Populares

Classificação das Marchas Populares
2007

1º Alfama
2º Marvila
3º Campolide
4º Castelo e Mouraria
5º Alcântara
6º Lumiar
7º Bica
8º São Vicente
9º Madragoa
10º Olivais, Bairro Alto
11º Alto do Pina
12º Graça
13º Carnide
14º Bela Flor
15º Santa Engrácia
16º Beato
17º Ajuda
18º Benfica

OS SANTOS POPULARES

Santo Anónio de Lisboa

MARCHAS POPULARES - ORIGENS
 
As “Maias”, originaram as festas dos três Santos Populares, Santo António, S. João e S. Pedro.
Eram as “Maias” cantos litúrgicos dedicados no mês de Maio, à Virgem Maria, Porém, tendo-se adulterado o seu carácter religioso, com povo a fazer bailados  nas ruas das cidades, forma consideradas pagãs e assim, foram proibidas no século XIV, por ordem de El-Rei Dom João I. O povo que sempre gostou de cantar e bailar, passou todavia, a celebrar outra festa, oriunda da bênção dos primeiros frutos, em Quinta-Feira de Ascensão de Jesus Cristo: o “Dia da Espiga”, o povo vai aos campos para recolher, raminho de oliveira, rosmaninho, malmequer, papoila e trigo. Ainda hoje na «Quinta-Feira da Espiga»,  há esta tradição chegando a haver vendedores de rua a vender o “Raminho da Espiga” e que segundo a tradição é guardado em casa até ao ano seguinte.
Por meados do século XVIII,  os franceses durante o período napoleónico, iniciaram  a moda de dançar as marchas militares,  realizavam em Junho para celebrar a tomada da Bastilha a que chamavam “marche aux falambeaux ” em que o povo desfilava com uns archotes acesos na mão.
Este costume foi adoptado pelos portugueses que lhes passaram a chamar “Marcha ao flambó" (portanto adaptação do termo francês), só que nós os portugueses substituímos os «archotes revolucionários dos franceses» por "balões de papel" e "fogo de artificio", que  tinham sido costumes trazidos da China no século XVII, e que jà eram usados nos arraiais e feiras por todo o País, e assim  as antigas danças e cantares de "Maio à Virgem Maria"  que  entretanto tinham sido proibidas foram transpostas para o mês de Junho, passando a celebrar-se as festas dos «Santos Populares»,  “Santo António, São João e São  Pedro “.
Lisboa veste-se de cravos rubros que são esplendor em Junho festivo, de vasos com manjericos nas janelas, sendo costume colocar na copa do manjerico, um cravo encarnado com uma bandeirinha hasteada com uma quadra popular escrita.
 
Se eu fosse o cravo vermelho
Que trazes sobre o teu peito
Por muito que fosse velho
Não te guardava respeito
 
Cravo manjerico e vaso
E uma quadrinha singela
Tudo lhe dei... Não fez caso!...
Pronto! Não caso com ela
 
Ateia-se uma fogueira  para assra as sardinhas,  mas os rapazes e raparigas saltam e bailam á sua volta até ao raiar do dia.
A alcachofra brava, também tem o seu simbolismo nestas festividades, quem queria saber se era correspondida/o no amor pelo namorado, devia chamuscar na fogueira, a alcachofra em flor, e sea mesma  passados alguns dias voltasse a florir, era sinal que o amor era sincero e daria em casamento.
Sobre o saltar à fogueira, houve também muita inspiração para versos mais “malandrecos”
 
Ou ela não usa calças
Ou as tem na lavadeira
Dei por isso ontem à noite
Quando saltava à fogueira
 
As Marchas têm um ritmo diferente do Fado: mais cadenciado, mais vivo e de métrica poética menos uniforme, sempre enriquecida pelo «estribilho» , o refrão no Fado, mas arcos, balões, cravos manjericos, alcachofras, fogueiras e danças não deixam de ser motivos de inspiração para os letristas de Fado.
Consulta: Fado- Mascarenhas Barreto

Amostra dos trajes dos Padrinhos das Marchas

Nota: Este artigo já tinha sido publicado em 25 de Março, mas achei importante repetir nesta data

Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
publicado por Vítor Marceneiro às 14:15
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5 comentários:
De Flores de Verde Pino a 28 de Março de 2007 às 20:09
As marchas acabaram no seu autêntico e vero espírito, todavia há que fazer uma homenagem à iniciativa de Norberto de Araújo e Leitão de Barros, este último de quem ninguém fala quando se fazem tantas iniciativas, este ano, dos 50 anos da visita de SM a Rainha Isabel II a Portugal.
A marcha de Lisboa, a grande marcha deste ano foi já escolhida, mas tal como todas as anteriores há décadas, será rapidamente esquecida, se alguma vez for trauteada na avenida. Viva a Lisboa da cor do mar, a Lisboa princesinha do Tejo, a Lisboa nasceu pertinho do céu! As marchas que ficaram foram as que a Beatriz Costa gravou, a Maria Clara e a Amália! Há também que prestar homenagem à Alice Amaro!
De António Chaves a 3 de Abril de 2007 às 20:54
Não me pensava pela cabeça que a história das marchas fosse assim.
Obrigado pela lição, devia fazer um livro destas histórias que afinal são de uma riqueza que muitas das vezes nem nos passa pela ideia.
A. Chaves
De Anónimo a 14 de Junho de 2009 às 10:47
o que da raiva nos santos populares de lisboa que o rezultado e sempre o mesmo isso tem que mudar daqui um dia ninguem vai quere competi mais tem que muda a direcao do evento isso sim
De brasucasOut a 12 de Junho de 2011 às 19:10
Quando é que os brasileiros vão aprender português?
De lisboeta a 10 de Outubro de 2011 às 20:54
E quando é que tu vais aprender a pensar?
É por causa de gente como tu que o nosso país está cada vez pior...
Gostava de te ver em França, Inglaterra, Suiça onde nossos emigrantes são tratados da mesma maneira que estás a tratar os brasilieros...

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