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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Segunda-feira, 30 de Janeiro de 2012

Fernando Farinha " Miúdo da Bica"

Fernando Farinha (Vulgo Miúdo da Bica) 
Fernando Tavares Farinha, nasceu no Barreiro no dia 20 de Dezembro de 1928, mas só foi registado a 5 de Maio de 1929.
Em 1933 seus pais vêm par Lisboa e fixam-se no Bairro da Bica, tinha então 4 anos.
Sendo o Bairro da Bica essencialmente bairrista e fadista decerto o fado logo o marcou e fez vir ao cimo todos os seu dotes de artista.
Aos 7 anos já cantava e entrou em vários concursos infantis, teve tanto êxito que passou a ser chamado de “Miúdo da Bica”, por esta altura foi convidado para mascote da Marcha da Bica (1935).
Aos catorze anos actua no Café Luso, Café Latino, Retiro da Severa, Café Mondego, e Solar da Alegria.
1940 Grava o seu primeiro disco EP com quatro temas: Descrença, Meu Destino, Tem Juízo Rapaz e Sempre Linda,. Acabaria por gravar durante a sua vida quase 50 discos, ainda neste ano foi presença assídua nos serões para trabalhadores organizados pela FNAT .
1942 estreia como atracção no Teatro na revista “Boa Vai Ela”, em que também entrava Hermínia Silva, mais tarde nos anos sessenta ainda é atracção na revista “Sal e Pimenta”
1951 tem a sua primeira deslocação ao estrangeiro indo ao Brasil onde teve grande aceitação.
Ainda em 1951 é contratado pela Adega Mesquita onde se mantém durante dez anos.
È por esta altura que sente a vocação para escrever, e começa a cantar letras feitas por si:
    Belos Tempos, Mãe há só Uma, Ciumenta, Menina do Rés-do-Chão, Quero-te mais do que à vida, Eu ontem e hoje, Um Fado a Marceneiro, Um Fado à Juventude e Um Copo mais um Copo, Estações de Amor, Rosa Peixeira, Dias Contados, Grande Verdade, Ti´Ana da Fava Rica, Deus queira, Cinco Bairros, Sou do Povo, Beijo Emprestado.
Dos seus poemas decerto o que mais êxito teve foi “ Belos Tempos” na música do fado “Loucura” de Júlio de Sousa, mas Fernando Farinha tem muitos êxitos de outros autores dos quais destaco:
    Fado das Trincheiras letra de João Bastos e Félix Bermudes e Música de António Melo
    Guitarra Triste letra e música de Álvaro Duarte Simões
    Eterna Amizade letra de João Linhares Barbosa e música de Joaquim Campos
Mais tarde sempre inspirado começa também a compor, e a sua arte não fica por aqui começa, também a caricaturar as figuras com quem convive.
1955 comemora as suas “Bodas de Prata” de carreira artística no Coliseu dos Recreios em Lisboa e é premiado com a Guitarra de Prata.
1957 a Rádio Peninsular atribui-lhe o galardão de a “Voz mais portuguesa de Portugal”
1962        é coroado Rei da Rádio Portuguesa numa gala organizada no Eden-Teatro , e ainda neste ano recebe o “Microfone de Ouro do RCP . Ainda neste ano no festival do Casino do Estoril recebe o “Disco de Ouro”.
1963        foi-lhe atribuído o Òscar da Imprensa” no Festival no Pavilhão dos Desportos
Protagoniza dois filmes “ O Miúdo da Bica” e “ A Última Pega”
 Ente finais dos anos 60 em diante faz digressões artísticas por todo o mundos, Bélgica, França, Inglaterra, Alemanha, África do Sul, Argentina e E.U.A..
Depois de 1974 faz parte do projecto “Cantar Abril”
 
Fernando Farinha deixou-nos em 12 de Fevereiro de 1988.
Além da Rua que edilidade lhe atribuiu há pouco tempo, e de uma placa que o povo da Bica tem afixada numa parede do bairro, desconheço que lhe tenham prestado mais homenagens oficiais (politiquices!?)
Fernando Farinha
canta: Bairro da Bica

 

Versos de Fernando Farinha que demonstram bem o seu amor a Lisboa e ao bairro onde se fez homem
CINCO BAIRROS
 
Letra de: Fernando Farinha
 
Alfama casas velhinhas
Parecem querer dizer
Segredos umas às outras
Sem a gente perceber.
 
A Bica não quer mudar
Da sua gente a maneira
Os homens vão para o mar
As mulheres p’ra Ribeira
 
Mouraria mãe do fado
Que Malhoa quis pintar
Triste canção que nasceu
Para sofrer a cantar.
 
Madragoa marinheira
Sempre formosa e ladina
Anda por Lisboa inteira
No pregão d'uma varina
 
Bairro Alto triste e belo
É vê-lo sempre imponente
A olhar p'ró Castelo
Que mora ali mesmo em frente.
Cinco destinos dispersos
Com cinco quinas por coroa
Cinco bairros, cinco versos
Dum poema que é Lisboa.
 
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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
música: Bairro da Bica
Viva Lisboa: Ah! Fadista
publicado por Vítor Marceneiro às 15:00
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