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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Segunda-feira, 16 de Abril de 2007

LUCÍLIA DO CARMO

 

 

 Lucilia do Carmo Canta " Foi na Travessa da Palha"

Letra de: Gabriel de Oliveira Música de: Frederico de Brito

 

Lucília Nunes de Ascenção Carmo nasceu em Portalegre em 1920. Estreou-se no Retiro da Severa em 1936 e foi nesta casa que a sua voz e talento chamou a atenção dos proprietários e empresários das maiores casas típicas de Lisboa. Em 1947 abriu a sua própria casa de fados com o nome de Adega da Lucília (mais tarde mudou, para "O Faia"), na Rua da Barroca, no Bairro Alto.
Quando regressou do Brasil, onde viveu durante cinco anos. Lucília do Carmo realizou poucas digressões ao estrangeiro e foi pena não ter gravado mais discos.
Entre os seus êxitos encontram-se: “Leio em teus olhos”, “ Foi na Travessa da palha”, “Maria Madalena”, “Não gosto de ti”, “Preciso de te ver”, “Senhora da Saúde” ,”Olhos Garotos”, “Antigamente”, “Tia Dolores” , “Loucura” , “Zé Maria”, “Lá Vai a Rosa Maria”
Lucília do Carmo retirou-se da vida artística na década de 1980, sendo considerada uma das melhores vozes que o fado conheceu.
Faleceu em Lisboa em 1999.
 
Caricatura de Armando Boaventura, em que para além do próprio poder-se-á identificar Lucilia do Carmo, Alfredo Marceneiro, Carlos do Carmo ainda miúdo e Alfredo de Almeida npo canto saperior esquerdo.
 

 Lucilia do Carmo com Alfredo Marceneiro

 


Sempre tive por Lucília do Carmo, desde muito miúdo, uma ternura muito especial, devido não só à sua simpatia para comigo, mas também pela grande amizade que ela e seu companheiro, Alfredo de Almeida, tiveram com o meu avô, o que era recíproco.
No início da abertura da Adega da Lucília, os tempos eram difíceis e Marceneiro nunca deixou de aparecer e colaborar, o que contribuiu para o êxito da casa, mesmo sem  nunca ter ser sido contratado.
Mais tarde, com a passagem para “O Faia”, Marceneiro era presença obrigatória ao final da noite, que passa a ser o seu “poiso” preferido, o que se torna do conhecimento dos seus admiradores que ali afluem na mira de o ouvir cantar, o que sempre acontecia, também sem que nunca tenha contratado. Carlos do Carmo começa a interessar-se pelo Fado e tem ali à mão de semear o Mestre. Inteligentemente sabe ouvir e assimila. Afirmo-o porque sei e o próprio muitas vezes, também o afirmou. Carlos do Carmo grava em disco com a benesse de Marceneiro, alguns dos seus fados mais emblemáticos - Fado Bailado, A Viela, etc. -.
Após a realização do documentário “Marceneiro é só Fado” para RTP, e cujos interiores foram filmados n’O Faia, e em que Carlos do Carmo se assume como produtor, Marceneiro deixa de entrar n’O Faia, porque alguém lhe diz que seria considerado “persona non grata”. [Um dia contarei estes acontecimentos, que eu esperava que fossem contados por outros, que não por mim, mas há uma quantidade de investigadores e conhecedores do Fado que infelizmente só falam quando têm público que não os poderá contestar].
A amizade com a Lucília mantém-se como sempre e talvez mais reforçada! (estranho?...) Lucília que não tem nada a ver com o assunto, mas que muito a magoa, e como deixa de ter como já vinha sendo hábito hà vários anos, o amigo Marceneiro a seu lado no (seu?) restaurante, visita-o na sua casa pelo menos de 15 em 15 dias sempre ao final da tarde, levando sempre um miminho, quer para ele, quer para a minha avó, a “Ti Judite”.
No último ano da sua vida, meu avô fica acamado e Lucília até à hora da sua morte não deixa de o visitar semanalmente.
Continuei a conviver com a Lucília do Carmo quer depois do falecimento do meu avô, quer após a sua retirada artística. 
Guardo uma recordação de grande ternura por esta grande Mulher (com M maiúsculo).
Infelizmente não pude retribuir-lhe, quando ficou acamada, as visitas que fez ao meu avô, por pedido do filho. [Uma história para também contar mais tarde].
Lucília morre e infelizmente estou fora de Portugal.
Acabo se me permitem com um ditado popular que o meu avô incutiu no meu espírito e na minha formação, e acho que tenho dado mostras que não me esqueci: “QUEM MEUS FILHOS BEIJA MINHA BOCA ADOÇA”.
Vítor Duarte (Marceneiro)
 
Lucília do Carmo
 
Por direito e por justiça,
Lucília do Carmo é bem
A figura mais castiça
Das poucas que o Fado tem!
 
Se ela canta a dor incalma
Logo vive a mágoa atroz,
E então abre-nos a alma
Na expressão da sua voz!
 
Dá-nos o gosto, o prazer,
De uma certeza formal,
A de poderemos dizer
Que inda há Fado em Portugal!
 
Versos de: Carlos Conde
Desenho de: Pedro Leitão
Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
música: Foi na Travessa da Palha
Viva Lisboa: Que grande mulher
publicado por Vítor Marceneiro às 15:17
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11 comentários:
De tété a 19 de Abril de 2007 às 23:41
Tem piada Vitó que também nunca fui muito com a cara do Carlos...já que começou a história podia ao menos contar-nos o resto....um grande abraço e continuação de um excelente trabalho!
De Vítor Marceneiro a 20 de Abril de 2007 às 02:11
Amiga Tété
Ainda é cedo, e como o Povo diz, e eu acredito
a verdade vem sempre ao cimo, e sta e outra virão.
Um abraço
Vítor
De ROADRUNNER a 21 de Abril de 2007 às 18:26
Caro amigo, encontrei o seu blog através de uma pesquisa no Google, pois precisava do refrão da "Velha Tendinha" para colocar no meu blog e assim acabei por encontrar um espaço excelente sobre a nossa maravilhosa cidade. Se não se importar irei criar um link do "Lisboa no Guiness" lá no meu cantinho.
Saudações e FORÇA!
De Vítor Marceneiro a 22 de Abril de 2007 às 22:54
Caro Amigo
Com muito gosto, e disponha sempre.
O seu blog está muito interessante também.
Um Abraço
Vítor Duarte Mareceneiro
De José Assunção a 23 de Abril de 2007 às 18:24
Que saudades da nossa querida Lucília , o amigo continua a deslumbrar-me com a sua
perspicácia, faz um blog de Lisboa e para Lisboa e aproveita os elementos de Lisboa que são tudo e mais o povo, para nos relembrar grandes figuras do fado.
Olhe o filho da Lucília que tanto lhe deve (sou daquela geração em que mãe é o principio de tudo) nunca vi da parte dele qualquer homenagem à mãe.
Mas permita-me divagar: ele está certo por decoro não fala da mãe , mas você que tem na alma e no sangue os seus e os outros, não têm decoro? é para se evidenciarem ? (claro que estou a divagar).
Não desista continue, pode crer que não terá fama mas ficará na história daqueles que falaram de fado sem preconceitos.
José Assunção

De Eduardo Ramos a 24 de Abril de 2007 às 18:14
Persona non grata, estou chocado. completamente chocado e não me atrvo a dizer oque me vai na alma.
Mas quem votou a memória do próprio pai ao ostracismo é capaz de tudo.
De ADRIANO a 24 de Abril de 2007 às 23:21
Meu Caro Victor, é com imenso respeito que falo dessa tão grande figura do Fado, Lucília do Carmo . Com uma voz forte e grave pertencente à geração do Fado onde se transpunha a Alma na Voz, a voz de Lucília imperou nas noites de Lisboa. Sempre tive a noção de que o seu avô O singular ALFREDO MARCENEIRO, tinha sido um dos mestres de Lucília. Conheço bem, a reportagem de que falou e, sou até possuidor de tal gravação. Estimo muitíssimo tal diamante das gravações que há de Fado pois para se conhecer um estilo de Fado de um determinado artista é necessário que se o oiça ao vivo e não em gravação. Como não tive esse privilégio oiço e vejo uma gravação que foi feita ao vivo que é quase a mesma coisa ( não me referindo claro ao ambiente único que se vive dentro de uma casa de Fados). No entanto não entendo porque é que a partir dessa altura alguém disse que o grande ALFREDO não seria bem recebido. Se o pudesse fazer , diga quem foi que disse e j á agora dia que razões fundamentou essa declaração. Para ser sincero, o estilo de Carlos do Carmo não é dos meus preferidos ( apesar de gostar mais do que ouvir outras pessoas que têm a mania que são fadistas [é também uma conversa para quando houver opurtunidade]). No entanto não acho bem fundamentada a opinião de que Carlos do Carmo nunca homenageou a sua mão. Posso dizer diante mão que isso não é verdade. Algum tempo antes da sua morte, Carlos do Carmo, Argentina Santos e outro amigo intimo de Lucília ( do qual não recordo do nome) participaram numa homenagem a Lucília na Grande Noite do Fado. Pelo menos nos espect à culos, quando Carlos canta um fado de sua mãe, quase sempre a homenageia dizendo que foi uma das melhores fadistas do séc. XX. Se isso não chega, se calhar é verdade mas isso também nos ultrapassa. Estou sempre atento aos seus posts caro Victor , espero que continue e sempre homenageie fadistas tal como tem feito, sempre que o tempo me permitir deixarei a minha opinião. Se achar adequado esclareça-nos. Agradecido
De Vítor Marceneiro a 25 de Abril de 2007 às 13:13
Amigo Adriano, sler com atenção verificará que eu afirmo que continuei a conviver com a Lucília, quer após o desaparecimento do meu avô, quer após a sua retirada, em virtude da venda do Faia. O Resto o meu amigo pode deduzir com facilidade. Eu até gosto de ouvir o Carlos do Carmo, acho a sua postura em palco bastante boa (ligeiramente pedante). Lucília começa a ter os primeiros sintomas dessa terrível doença que se chama Alzheimer, e há gente que se aproveita de momentos de perca de lucidez para lhe por na "boca" afirmações injuriosas para o filho, chegam a afirmar que o filho, lhe tirou tudo, que passa fome, que estava a pedir esmola junto à estátua do Camôes , ora sempre me insurgi contra o boato e a calúnia, e não tendo nada a ver em termos afectivos com o filho, sempre o defendi dessas acusações, cheguei mesmo a deixar de me dar com pessoas que insistiam ofensivamente com tais ditos.
Lucilia era uma pessoa económicamente independente. Agora fala-me de uma homenagem já no final da vida, internada num lar!! Bem permita-me que fique por aqui pois o blog é sobre Lisboa os artistas e as pessoas que amo. Lucília foi uma delas.
Um abraço
Vítor Duarte Marceneiro
De ADRIANO a 25 de Abril de 2007 às 13:40
Meu caro amigo, estou-lhe inteiramente grato pela sua resposta note que não entrei em desacordo com nada que o senhor disse. Apenas interroguei sobre assuntos dos quais ainda não tinha tomado conhecimento. Na verdade, eu só falei do que sabia e não sabia que Lucilia do Carmo tinha estado num lar porque nunca convivi com ela intimamente. Pois é, do falar ao actuar ...vai uma grande distancia, mas eu tenho a gravação da Grande Noite do Fado em que essas figuras fizeram uma homenagem a Lucilia . Mas sinceramente, homenagear uma pessoa e depois mete-la num lar...Sobre os boatos que me falou, as pessoas até deviam ter vergonha para dizerem essas coisas. Retiro-me deixando votos de uma continuação de trabalho e sempre que puder comentarei.
De José Carlos Sobral a 30 de Maio de 2009 às 01:55
Porquê comentar hoje (fim de Maio de 2009)?
Estava a fazer "zapping" e na RTP Memória, passava um programa com Carlos do Carmo, Mafalda Arnauth e Rui Vieira Nery ! Como seria óbvio, Lucília do Carmo, foi assunto, tendo inclusivamente passado uma gravação daquele célebre "despique", gravado no "Faia" (acho) - " Marceneiro/Lucília, que já esteve na Net e foi retirado (lamentavelmente!).
Tudo isto para dizer, que em nenhum momento, Carlos do Carmo, mostrou o mais pequeno sinal de emoção pela mãe!...
Impressão minha ou talvez não!
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Porquê comentar hoje (fim de Maio de 2009)? <BR>Estava a fazer "zapping" e na RTP Memória, passava um programa com Carlos do Carmo, Mafalda Arnauth e Rui Vieira Nery ! Como seria óbvio, Lucília do Carmo, foi assunto, tendo inclusivamente passado uma gravação daquele célebre "despique", gravado no "Faia" (acho) - " Marceneiro/Lucília, que já esteve na Net e foi retirado (lamentavelmente!). <BR>Tudo isto para dizer, que em nenhum momento, Carlos do Carmo, mostrou o mais pequeno sinal de emoção pela mãe!... <BR>Impressão minha ou talvez não! <BR class=incorrect name="incorrect" <a>Vitor</A> , peço-lhe, continue com toda a força a divulgar aos mais novos, a história do fado, os seus grandes protagonistas (como o seu avô, Lucília do Carmo e tantos outros! <BR>Bem haja!
De jocoli a 6 de Novembro de 2010 às 21:41
realmente gosto muito de ouvir a sra lucilia do carmo, acho que tinha uma voz formidavel, quanto ao filho carlos que embora reconheça que tem uma boa voz , mas que nunca seria fadista caso nao fosse filho de quem foi, provavelmente seria um cançonetista .cá em minha opinião o homem não é fadista...
assumiu-se como fadista por gostar de o ser e por ser filho de quem foi, caso nâo fosse filho da sra lucilia hoje seria um cançonetista.

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