O Fado estará doente? Há quem ache que sim, estas polémicas são quanto mim, se assim for, terapias e um alinhavar de ideias,
mesmo que divergentes
Carlos Escobar escreveu na sua página, acerca desta página que eu lhe dediquei, e também coloquei no FacebooK, o seguinte:
«Ontem o Victor Marceneiro,voltou a publicar na sua maravilhosa página "Lisboa no Guiness" a minha biografia, o que eu muito agradeço (sabe sempre bem lembrarem-se de nós),mas........reparei no titulo: Carlos Escobar e no sub titulo "Poeta Popular", eu poderia pregar uma rasteira ao meu amigo Vctor e perguntar-lhe o que é um poeta popular, mas não o vou fazer. Este é um tema que eu já abordei varadissimas vezes em programas de Rádio e sempre normalmente a propósito do grande Poeta António Aleixo. Poeta popular ...não existe, ou é poeta ou não é poeta e ainda pode ser um mau poeta e nesse caso chama-se Poetaço ou Poetastro. Acho que o termo "Poeta popular" foi inventado por um Poetaço ou Poetastro que não tendo nenhuma vocação para a função, começou a escrever com palavras "dificeis" que ninguém entendia e auto denominou-se poeta intelectual. Meus amigos , se eu quizer escrever dfícil, vou ao dicionário,procuro sinónimos e depois procuro palavras e rimas que fiquem a colar bem. Meu caro Victor seria o mesmo que eu te chamar "historiador popular" por escreveres as histórias de fadistas.........um abraço.»
Eu respondo: Caro Carlos meu amigo e Poeta Popular, eu vou tentar explicar...
Vitó o teu amigo
Vítor Duarte Marceneiro o (Escritor Popular)
Carlos Fernando de Jesus Escobar nasceu em vendas novas, em 1947.Com um ano de idade veio com seus pai viver para Lisboa na freguesia da Ajuda.A sua vocação para escrever revelou-se quando tinha sete anos de idade ao redigir uma redacção para o exame da primeira classe, que foi premiada como a melhor do grupo de escolas “ A Voz do Operário “.Por influência de familiares, entrou no mundo do teatro, escrevendo peças de teatro, rábulas para a revista à portuguesa, e teatro infantil. Em 1984 em sociedade com o malogrado fadista Carlos Zel, abriu uma casa de fados na Madragoa, “ O Ardinita” (onde se iniciou o Senhor Vinho), com este contacto diário com guitarristas e fadistas, aliou a paixão que tinha pelo Fado e começou a escrever letras para fado.Cantam e gravam poemas seus Dulce Guimarães, Lúcio Bamond, Vera Mónica, Beatriz da Conceição, Chico Madureira, Carlos Zel, Rodrigo, entre outros.Os seus poemas mereceram a composição de música própria fazendo parcerias com músicos como o maestro Resende Dias que musicou o poema “ Lisboa Azul” para o repertório de Dulce Guimarães, seguiram-se outros compositores, Carlos Barra, Alcino Frazão e Mário Pacheco, António Sala, Carlos Alberto Vidal, José Luís Nobre Costa, maestro Armindo Velez, António Parreira, Nuno Nazareth Fernandes, Rui Garrido, Rogério Trindade, Vital d´Assunção e outros.
Vê o seu trabalho compensado com alguns poemas que tiveram enorme êxito “O Loirito” “ Cabeça Oca”, “ Silêncios” e “ Verde e Oiro”.
Sem ser para fado escreve, “ A Roda”, Falsas Promessas e “Quem torto Nasce”.
Nos anos oitenta na Grande Noite do Fado do Porto e alcançou o primeiro lugar na categoria juvenil, com um fado de sua autoria “O Fado Mindo” com música de Alexandre Santos.
Leva a efeito em Elvas uma exposição de poesia ilustrada, de parceria com o pintor João Tenreiro, na Casa da Cultura da Câmara Municipal de Elvas, dessa exposição é editado um livro “Poesia Ilustrada”
Recentemente o fadista Chico Madureira, gravou um trabalho “ Regresso” que inclui dois poemas seus, com músicas do grande Alfredo Marceneiro “ Mulher Vida” e “ Se Eu Morresse de Saudade”.
A viver presentemente no Algarve, tem na Rádio Clube de Alcoutim o seu programa de “ a poesia no fado”, onde continua a lutar pela poesia e pelo fado genuíno, contra o que considera aberrações ao fado.
A sua crónica em verso “ a remar com a rima” é editada semanalmente no jornal “ Postal do Algarve”.
Prepara o lançamento de um livro com o título “ D’além ao Fado” em que está a concentrar todos os seus poemas.
Carlos Roda, professor universitário, fez sobre a poesia de Carlos Escobar a seguinte análise: Carlos Escobar é um poeta fácil de definir, fala-nos com palavras concretas dos amores da sua vida: o Alentejo, Lisboa, o mar, a gentes da sua terra e os seus amores. É um poeta apaixonado e duro nos temas que mais o tocam, entra dentro de nós e torna-nos cúmplices das suas palavras. Sempre alerta para as injustiças e para os problemas sociais do nosso país, não hesita em escrever, às vezes de maneira sarcástica, outras, chocando para nos despertar.
(Biografia resumida pelo próprio)
BAIRROS SEM NOME
Letra Carlos Escobar
Musica: Carlos Barra
Vem cá minha cidade cantiga
Não estejas triste, pois eu estou aqui
Olá minha Lisboa velha amiga
Ainda há gente com amor por ti
Tens mar que chega a ti e fica manso
Tens rio que chega aqui p’ra namorar
E eu d’olhar p’ra ti nunca me canso
És minha, és namorada p’ra casar
Cor do sangue que a gente te dá
São os vasos que cheiram tão bem
És vadia, és senhora, eu sei lá
És fadista com xaile de mãe
Sete seios com leite brotar
Vai p’ró Tejo o teu sal quando choras
Não te deixes Lisboa enfeitar
De amoreiras que não dão amoras
refrão
Tens tasquinhas em bairros fadistas
Tens no alto um bairro sem ruas
Tens a fama de altar para artistas
E com graça dizes graças das tuas
Tens as docas p’ró menino e p’rá menina
E ajuda como a tua ninguém tem
Madre boa mãe de goa pequenina
Torre azul barco sem remos, velha mãe
A Ver o Tejo - Óleo do Mestre Real Bordalo