Tristão da Silva, canta "Aquela Janela Virada p´ró Mar"
Manuel Martins Tristão da Silva era um alfacinha de gema, que nasceu na Penha de França, em 17 de Julho de 1927.
Em 1937 usava o nome artístico Manuel da Silva passando a ser apelidado de “Miúdo do Alto Pina” e aos 10 anos de idade é contratado pelo empresário José Miguel para actuar no Café Mondego, de que este é proprietário, mas devido a ser menor, a Inspecção de Espectáculos só lhe permite actuar aos Domingos às “matinée”.
Adopta finalmente o nome artístico de Tristão da Silva, tendo durante a sua carreira tido imensos êxitos. È raro o poeta que não deseja que ele interprete os seus poemas.
È frequentemente convidado para actuar fora do país, principalmente no Brasil, onde chega a ter um restaurante típico com cozinha portuguesa e com Fados, nunca esquecendo o colorido e o tipicismo da sua Lisboa, onde acabou por regressar.
O seu vasto repertório dividia-se entre o fado e a canção, mas Tristão da Silva, com o seu grande talento deliciava-nos com as suas interpretações, dando-lhe tal “garra” fazendo sobressair a sua alma fadista, tais como:
Somos Dois Loucos
A Calçada da Glória
Aquela Janela Virada p´ro Mar
Ai se os meus olhos falassem
Mulher Deixada. etc.
O seu passatempo preferido era jogar bilhar, sendo considerado um bom executante
Um infeliz acidente levou-o prematuramente.
Tristão da Silva deixa descendentes, até este momento julgo que só o seu filho Tristão da Silva Jr., que a par com outra profissão, tem seguido as pisadas do pai, cantando os seus maiores êxitos.
Tristão da Silva
Justamente consagrado
Todos sabem que o Tristão,
Tem sido grande no Fado
P´ra ser maior na canção!
Não pediu vez a ninguém
P´ra chegar onde chegou,
O prestigio que hoje tem
A seu tempo o conquistou!
O Tristão não é dos tais
Que julgam muito saber,
Por isso é que vale mais
Do que o julga valer!
Versos de: Carlos Conde
À PROCURA DO FADO
Letra de: Frederico de Brito
Lisboa de lado a lado
Corri de noite e de dia
Fui à procura do Fado
Que fugiu da Mouraria.
Bati às portas d'Alfama
Disseram-me com desgosto
Que se limpara da lama
E saiu todo bem posto.
Fui depois ao Bairro Alto
Onde o Fado era bemquisto
Pus o bairro em sobressalto
Mas ninguém o tinha visto.
Andei pela Madragoa
Sem lá o ter encontrado
Em suma: corri Lisboa
E não encontrei o Fado.
Confesso que não o vi
Nem pelas tascas vizinhas.
Se alguém o vir por ai
Dê-lhe lá saudades minhas.