Maria Amélia Consciência do Espírito Santo, nasceu em Lisboa no bairro de Xabregas em 1938.
O seu começo foi como o de tantos outros artistas, começando a cantar em festas de amigos, até que através de um concurso na Emissora Nacional, deu inicio à sua carreira artística, tendo passado a actuar nos espectáculos daquela Emissora, granjeando a simpatia e admiração do público, que a levou a passar rapidamente do anonimato para a ribalta.
Dedicou-se ao fado, tendo cantado nas mais conhecidas casas de fado, nomeadamente na " TOCA" propriedade do grande fadista Carlos Ramos, e mais tarde passou pelo cinema, não tendo o teatro de revista ficado insensível à sua figura insinuante, elegância e beleza, tendo integrado o elenco de revistas que tiveram êxito, como "Põe-te a Pau " e " Bate o Pé ".
Integrou também o elenco das "Caravanas da Saudade", fez várias digressões ao estrangeiro, e teve uma boa prestação no festival de "Aranda del Duero".
Do seu vasto repertório constam letras de Fados que lhe granjearam admiração, “Não te digo, Devagar Coração, Rainha do Tejo, O meu último pecado, Noutro Tempo, Olha o Toiro, A Minha Sina, Assim é que é, Sou Fadista, Se eu pudesse, Olhos Tontos, Lisboa do Fado”, etc.
No pleno uso de todas as suas capacidades, que a tornaram conhecida do grande público, sem qualquer explicação, retirou-se, abandonando a vida artística, privando-nos a todos os que muito a admirávamos, da sua simpática figura, da sua elegância e do seu talento.
LISBOA DO FADO
Repertório de Maria do Espírito Santo
Letra: Moita Girão
Música: Adelino dos Santos
És de todas as cidades
A cidade mais vistosa
Tensa. cor maravilhosa
Com que se pintam saudades.
Tens craveiros nas janelas
Beijados pelo luar;
És rica desde as chinelas
Ao sol que te vem beijar.
Estribilho
Lisboa airosa
Menina mimada
Que sabe cantar;
Tens graça de rosa
Linda, perfumada,
Aberta ao luar;
Lisboa formosa.
Menina risonha.
De belo passado;
Lisboa saudosa,
Lisboa que sonha,
Lisboa do fado!
São teus bairros diamantes,
Com que vaidosa te enfeitas;
Sempre que à noite te deitas
Vestes de estrelas brilhantes.
Em carícia apaixonada,
O Tejo beija-te os pés;
Lisboa cidade amada,
Lisboa tão linda és!
Imagem de Lisboa - FotoM. Esteves