"Amar"
Florbela Espanca e Teresa Silva Carvalho
TERESA SILVA CARVALHO
Aos 18 anos já tocava acordeão e cantava o Fado Hilário e o Fado do Ciúme, nas festas da aldeia, por vezes também acompanhada à guitarra e à viola pelo pedreiro e o sapateiro da aldeia.
Participa, por duas vezes, no programa Nova Onda, de Maria Leonor, onde entre outros canta “ O Velho Fado do Castanheiro”.
Em 1965 desloca-se ao Brasil, onde é convidada pela primeira vez para actuar na televisão.
Actua com frequência em restaurantes típicos portugueses, é ainda no Brasil, que recebe o primeiro convite para gravar.
De regresso a Portugal, é convidada por João Fereira da Rosa a actuar na Taverna do Embuçado, onde se manteve uma série de anos como primeira figura.
Em 1970 recebe o Prémio de Imprensa, destinado à Revelação de 1969.
O seu repertório tem como base os poemas de alguns dos maiores nomes da literatura portuguesa.
Teresa Silva Carvalho canta e grava o tema “Ó Rama, Que Linda Rama” da autoria de Vitorino, que foi decerto o maior êxito da sua carreira, teve ainda entre muitos os êxitos “Canção Grata”, “Barca Bela” e “Amar”, etc.
O entusiasmo que Teresa Silva Carvalho entregou, durante a sua vida, ao canto, com uma voz invulgarmente talentosa e uma escolha de raro critério de autores e compositores, deixou uma obra do maior nível no panorama da música popular portuguesa.
A par da actividade artística, Teresa Silva Carvalho abraçou vocações paralelas, que preenchiam as suas ambições. É assim que se inscreve no “Curso da Escola de Hotelaria” que acaba com distinção, dando-lhe oportunidade de ter desempenhado funções em várias empresas do ramo de hotelaria e turismo.
Escolheu, voluntariamente, a sua retirada da vida artística.
Actualmente, vive entre a sua casa de Lisboa e Cernache de Bonjardim, onde tem casa que fora de seu bisavô, dedica-se à leitura, à contemplação e ao cultivo de flores, passeia e fotografa constantemente.
Guardo uma bela recordação de Teresa Silva Carvalho, pela sua simpatia pessoal, educação esmerada e uma sensibilidade fora do comum.
Fui produtor e realizador de dois Tele –Discos para a sua editora “Orfeu” e que passaram na televisão no programa “Festa da Música”