Maria Albertina canta: Quem Canta
Letra de Jerónimo Guimarães e Música: Domingos Costa
MARIA ALBERTINA
Maria Albertina Soares de Paiva, nasceu em Ovar no ano de 1909.
Maria Albertina quando jovem ainda na terra natal cantava Fado de Coimbra.
É em Lisboa que inicia a sua carreira artística, descoberta pelo Maestro Macedo de Brito, que apadrinhou a sua entrada no Teatro Maria Vitória, onde se estreou em 1931 na opereta “História do Fado”, ao lado de Berta Cardoso e Maria das Neves.
È convidada para fazer parte do cartaz na “Grandiosa Festa do Fado” em homenagem ao popular poeta João da Mata, que se efectuou no Salão Jansen em 7 de Fevereiro de 1931.
Em 1933 tem uma intervenção no filme “Canção de Lisboa”, cantado o “Fado dos Beijos Quentes”.
Em 1934 na revista “Vista Alegre” faz o quadro do Malhoa com Carlos Ramos
Ainda em 1935, o seu maior sucesso é o “Fado da Sardinha Assada”, da revista de com o mesmo nome, seguiram-se revistas como: Viva a Folia, Feira de Agosto, Olaré quem Brinca o Liró.
Fez ainda as operetas “ O Miúdo do Terço, “Coração de Alfama” e “Nazaré”.
Em 1941 entra na Grande Marcha de Lisboa.
Em 1943 é cabeça de cartaz na revista “O Dia da Espiga”,
Abandona a revista e passa a cantar nas casas típicas, intercalando com algumas saídas ás Ilhas e ao estrangeiro, Espanha, Brasil, Argentina, E.U.A., Canadá.
Representou o folclore português na Grande Exposição Internacional de Paris.
Ainda em Paris no Restaurante Típico da Clara d´Ovar, tem um êxito estrondoso.
Actua na”Festa de Despedida de Alfredo Marceneiro” levada a efeito no S. Luís em 25 de Maio de 1963.
Sendo uma apreciada fadista, fez durante 20 anos parte do elenco da casa de fados de Lucília do Carmo, “O Faia”
O seu repertório para além do folclore incluía Fados como: Chico da Mouraria, Sou Fadista, Duas Gémeas, Fado Albertina, Fado Luso, Belos Tempos Outrora
Mãe do popular locutor de rádio e televisivo Cândido Mota, que é decerto um dos nossos mais brilhantes locutores, o Cândido não canta o Fado, mas tem uma “Alma Fadista”
Maria Albertina, faleceu em Lisboa a 27 de Março de 1985
O FADO DA SARDINHA ASSADA
I
A bela sardinha assada
Um dia, fora de portas,
Foi pelo povo coroada
Como a rainha das hortas.
Nas feiras e ramboiadas
Faz boca à pinguinha; e os pilhas,
Pelas sardinhas assadas,
Até vão p' ra Cacilhas!
Basta só uma sardinha
Uma guitarra, uma trova,
P'ra apanhar uma tosguinha
Daquelas de caixão à cova.
II
Com pimentos à mistura
A murraça até desanda
Que a gente vai de banda!
E apanha uma grossura!
Sardinha assada tem fama
De ser petisqueira chalada,
Mas assim que ela se escama,
Muita vez há chapada!
As vezes se está com a telha,
Ao ver a gente com fome
Dá quatro pulos na grelha,
Deixa-se arder... ninguém a come!