Mariema Campos, nasceu em Lisboa no Bairro de Campo d´Ourique.
Foi sempre desde muito jovem, alegre e brincalhona, com um sentido de humor fora do comum.
Sonhava vir a ser hospedeira de bordo, o que acabou por não se concretizar.
Já em jovem estudante gostava de cantar o Fado para os colegas, foi crescendo e começou a frequentar casas de fado, e perdeu o receio de cantar em público e começou a fazê-lo e tal modo agradou que foi contratada.
Em 1964 a empresa que explora o Teatro ABC, convida-a para a revista “ A regar e por ao Luar”, como atracção. Segue-se a revista “ “Ái venham vê-las” onde tem a sua primeira rábula as «Gémeas» em que contracena com Fernanda Borsati, que acabou por ser um dos pontos altos da revista.
Transita para o teatro “Maria Vitória” para a revista “Sopa no Mel”, onde a sua actuação é mais como actriz que como fadista, tendo conseguido um extraordinário êxito. Também actuou no Variedades na revista “A Ponte a Pé”
Grava vários EP e LP, mas como ela afirma passou a ser essencialmente uma artista do teatro de revista, que também canta.
Teve êxitos como «Amor de Verão», «Zé da Esperança», «Sozinha», «Seja o que Deus quiser», «Quer queiras quer não», mas acima de todas « O Fado Mora em Lisboa », que abaixo se reproduz e que ela canta.
Mariema canta
O FADO MORA EM LISBOA
Passeia p'lo mundo inteiro
Por gostar da vida boa
Mas não mora no estrangeiro
O fado mora em Lisboa
Já morou na Mouraria,
Mas depois num sobressalto
Tratou da mudança e um dia
Foi p'ro Bairro Alto.
estribilho
O fadinho
Mora sempre por castigo
Num bairro antigo
Num bairro antigo
E a seu lado
P'ra falarem à vontade
Mora a saudade
Mora a saudade
Quase: em frente
Numa casa de pobreza
Vive a tristeza
Vive a tristeza
Tem corrido
Os velhos bairros sempre à toa
Mas mora em Lisboa
Mas mora em Lisboa
Quando vai cantar lá fora
Tem uma ideia bizarra
Leva um estribilho que chora
Na voz triste da guitarra
Canta lá dias a fio
Mas depois numa ansiedade
Volta sempre num navio
Chamado saudade