MARIA ALICE ( 1904-1997)
De seu nome verdadeiro Glória Mendes Leal Carvalho, nasceu na Figueira da Foz, viveu em Vila Nova de Ourém, mudando-se aos 14 anos para Lisboa depois da morte do pai.
O empresário Otelo de Carvalho ofereceu –lhe um lugar de corista na revista Mágica do Bolo-Rei e assim se estreou no Eden Teatro, com Adelina Fernandes e Maria Alves.
Adopta o nome artístico de Maria Alice, porque era como a tratavam quando era pequena.
Cantou pela primeira vez no Ferro de Engomar (de que mais tarde foi sócia), a convite de Maria do Carmo, numa festa do Fado da Velha Guarda, em 1927, tendo tido uma grande ovação, mais tarde confessou que esteve sempre muito assustada e nervosa.
Actuou no Clube Olímpia a convite da fadista Maria Emília Ferreira.
Notabilizou-se noutras casas como o Charquinho, Caliça e Pedralvas, bem como em festas de beneficência, teatros e esperas de toiros. Em 1931 participou com Maria do Carmo, Ercília Costa, Maria Albertina e Alberto Costa no quadro Solar da Alegria da opereta História do Fado, de Avelino de Sousa, apresentada pela companhia Maria das Neves no Teatro Maria Vitória. Colaborou na festa de homenagem ao poeta popular João da Mata, realizada no mesmo ano no Salão Jansen. Fez várias digressões ao Brasil.
Casou em segundas núpcias com Valentim de Carvalho, dono da editora discográfica do mesmo nome.
Maria Alice foi uma das cantadeiras que mais discos gravou, destacando-se: Amei-te Tanto; A Minha Sina; Fado Alexandrino; o. Louco; A Azenha; O Condenado; Quando o Meu Filho Adormece; Lembrança Triste; Esse Olhar Dá-me Tristeza; A Tristeza da Mouraria; Carta para a Prisão; Fui Dizer Adeus à Barra; Carta para o Degredo; Vida Triste; Voz de Portugal; A Minha Aldeia; Fado da Perdida; A Enjeitada; Fado da Traição; Fado Triste; Fado Menor; Fado Tango; Fado-Desafio e Os Teus Cabelos, O Ódio do Amor , etc.