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Associação Cultural de Fado

"O Patriarca do Fado"
Quarta-feira, 22 de Agosto de 2007

FADO CALADO

-----Mensagem original-----
De: Sou do Fado [mailto:SouDoFado@gmail.com]
Enviada: quarta-feira, 22 de Agosto de 2007 16:38
Para: fado.em.movimento@sapo.pt
Assunto: FADO CALADO!

 

Para lêr e rir, ou chorar!

Se concorda por favor reenvie para os seus amigos Fadistas.

Obrigado,
Sou do Fado


Recebi pelo mail acima transcrito, o poema que abaixo publico, depois de muito pensar qual seria a imagem que iria colocar, como costumo fazer, escolhi uma marionete! espero que ache bem?

 

FADO CALADO!
Autor: O Poeta

Novo fado, importado
Com cheiro de podridão
Que tenta matar o Fado
Que nasceu nesta Nação!
Escutem bem essas vozes
As vozes sem coração
E não percam um momento
Em denunciar os atrozes
Que enaltecem a traição
Do fado sem sentimento!

Almas negras                                 
Adulteradas
Impugnadas
Desgraçadas!
Almas sem regras
Almas doentes
Almas dementes
Inconscientes!

Almas mortas
Sem amor
Fora de portas
Sem valor!
Vivem do ódio espalhado
Por falta de competência
Abraçando o Novo fado
Por falta de consciência!

Uma história bem bizarra...
Um bandónio... Uma guitarra...
Um carpinteiro de toscos
Rouba o fundo da guitarra!
Bandónio fica encantado...
Julgando que agora é farra
E que os fados ficam foscos
Quando o Tango for dançado!

Este fado inconsciente
Que não se ouve, nem se sente
É subornado e adulterado
Por instrumentos que no Fado
Não fazem chorar a gente!
Já dizem que o Samba é Fado
E que o Fado não se escapa
Nem ao Tango, nem ao Jaz,
Será que não é bastardo
Do Flamengo e zurrapa
Que a martelo se faz?

E este triste conjunto
De alguns monarcas de tanga
Com a guitarra sem fundo
Mais parece uma charanga

Almas negras
Adulteradas
Impugnadas
Desgraçadas!

Tristes percalços
Com gestos amaricados
Cantam de olhos pintados
O fado, de pés descalços!
Fadistas sem Fado
E a guitarra sem fundo
Fazem da noite um pecado
E fazem do Fado um defunto!

Mas como diz o rifão
Que o nosso povo ilumina
Não há vela sem senão!
E talvez alguma vacina
Cure um dia a maldição
Da droga que alucina
Os traidores desta Nação!


Triste Fado das vielas
Navegaste em caravelas
Mas desdenhas e maldizes
As verdadeiras raízes
Das tuas lindas chinelas!
Fado Português, Lisboeta
Escrito por tanto poeta
Que só a vida ensinou
As palavras que enquadrou
Com a ponta de uma caneta

E já lá diz o espanhol
Na península há evolução!
Cantar Fado em portunhol
Só pode fazer bem à Nação!


No Novo fado
De engenhocas astutas
Alugam-se prostitutas
E um cineasta tarado...
E de rabo abaixado
Vende-se o Património
A alma ao demónio
E tudo a bem do fado...

Visão infernal
De um destino real
Que o Fado consome
Mas poucos se importam
Que o Fado afinal
É só de Portugal
E por isso o deportam...

Soam gritos aflitos
E os abutres malditos
Aguçam as garras
Ao som das guitarras
Para desfazerem o Fado
E sempre a enfardar
Vão vivendo a grasnar...

Uma voz dolorida
Que canta sentida...
E um tipo burguês
Que afirma que o Fado
Já não é português!

Nas tristes vielas
Através das janelas
Um choro tresmalha...
E agora sem fundo
A pobre guitarra
Não serve de amarra
À dor que retalha!

Choro que não mente
A tristeza que sente
Pelo Fado perdido
E em consonância
Recorda com saudade
Os Fados sem idade
Dos tempos de infância

Num gesto fugaz
Já não é capaz
De relembrar o passado
Nesse fado amargurado
E por mais que procure
Ou seu nome murmure
Já ninguém conhece o Fado

Numa noite de luar
Ouviu-se o triste cantar
De um marinheiro gingão
Que morrendo de saudade
Fez do Fado sua canção

Abriram-se as janelas
E lá pelas vielas
Alguém gritou furibundo
Que o Fado, por sinal
Já fora Canção Nacional
Mas que foi vendido ao mundo!
A guitarra levou fundo...
O bandónio deportado...
E o Fado, tão mal tratado
Voltou a ser português!

E digam lá
Se o Novo fado
Devia ou não estar CALADO!

 


Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, assim como registo na Sociedade Portuguesa de Autores, sócio nº 125820, e Alfredo Marceneiro é registado como marca nacional no INIP, n.º 495150.
publicado por Vítor Marceneiro às 19:24
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2 comentários:
De Jaira a 23 de Agosto de 2007 às 18:09
Ao ler Fado Calado doeu meu coração, pois todos sabemos que o fado é portugues, claro um filho adotivo e que ama o seu pai a tão ponto que o faz ser reconhecido no mundo inteiro, se eu fosse portuguesa teria orgulho em ver a minha cultura musical ser espalhada aos quatros pontos do planeta. Porque o verdadeiro fadista não canta mais sim sente o que canta isso sim é ser fadista é amar o fado. Lamento por este revoltado e dolorido Fado Calado
De hugo a 4 de Novembro de 2007 às 20:27
A AIDGLOBAL apresenta o espectáculo de solidariedade O FADO ACONTECE que decorrerá no dia 10 de Novembro, pelas 22h00, no Forum Lisboa. Celeste Rodrigues, Raquel Tavares, Ana Sofia Varela, Sofia Amendoeira, Hélder Moutinho, Ricardo Ribeiro, Artur Batalha, Luís Pinheiro, Luís David. Mais informações em www.aidglobal.org

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