Isabel de Aragão era filha do rei de Aragão, D. Pedro III, e nasceu no ano de 1271.
Contava apenas 12 anos quando recebeu o pedido de casamento da parte de três príncipes, entre eles, o nosso D. Dinis.
Os reis de Aragão decidiram consagrar a mão de sua filha, ao rei português, dada a proximidade e as boas relações entre os reinos.
Casaram por procuração a 11 de Fevereiro de 1282, apenas 4 meses depois ela atravessaria a fronteira, por Trancoso, afim de celebrar o acontecimento. Trancoso seria então incluído no dote oferecido por D. Dinis à rainha, assinalando o seu local de entrada no reino.
Dona Isabel gostou tanto de Portugal e do povo que se tornou uma das rainhas mais importantes e mais conhecida. Por onde passava, fazia transparecer o seu amor e bondade. Gostava muito de ajudar os pobres, embora o seu marido não gostasse muito.
D. Dinis cedo se revela um homem violento, infiel e de má vontade no seu casamento. É conhecida a numerosa prole do rei, que, mantendo diversas relações extra-conjugais , acabava produzindo uma descendência ilícita que trazia para a Corte. Aqui se destaca o comportamento da rainha, que, apesar de humilhada, terá mantido o respeito e a bondade para com D. Dinis, acolhendo, amando e educando os filhos ilegítimos do marido, como se seus fossem.
Confeccionando roupas para pobres, visitando enfermos e idosos, patrocinando a construção de albergues ou um hospital para os mais necessitados, escolas, um lar para meretrizes convertidas, outro para órfãos, para além de conventos e de todo um trabalho junto das ordens religiosas.
Consta que uma das suas obras de caridade consistia na distribuição assídua de pão pelos mais pobres. Sendo o ano de 1333 um ano de carência e maior fome, ter-se-á o rei oposto a este tipo de prática, que constituiria grande despesa para a sua Casa. Isabel terá então vendido algumas das suas jóias para poder comprar trigo, que lhe permitisse manter o hábito. Ora, num desses momentos de distribuição o rei terá aparecido, indignado, reagindo a rainha com a ocultação dos pães que trazia consigo no regaço, procurando evitar a censura do marido. Percebendo o seu gesto apressado, D. Dinis terá perguntado – Que tendes em vosso regaço senhora? – Ao que Isabel teria respondido – São rosas senhor…! – Rosas em Janeiro?! Deixai que as veja então! – E soltando as vestes, eram de facto rosas que caíram ao chão, pelo que diz a lenda que teria sido este o seu primeiro milagre.
Fez tantos milagres e evitou tantas brigas e lutas que era conhecida pela "Rainha Santa" e "Rainha Medianeira".
De Crente/Descrente a 23 de Setembro de 2007 às 23:08
Reparei que na história que nos apresenta, até na Beatificaçao de Santa Isabel, tiveram que ser os Espanhois a mexer-se. Agora é o Saura que diz como é que é o Fado, (a Maria Callas, também cantava como a Mariza... ou desculpem não percebi bem será a Marisa que canta como a Maria Callas. O seu avô também entra, você autorizou? E digam lá se o Fado é ou não.....
Amigo Vítor Marceneiro, Destes ambos correlacionados «posts» permita-me o comentário sincero da minha admiração pelas dimensões humana e Divina que o amigo empresta aos conteúdos que selecciona. É verdadeira a afeição de alguns homens pelos Santos, pelos respectivos modos de vida, pelo exemplo de caridade que foram. É também verdadeira a afeição de alguns homens pela Vida, pelo lugar onde nasceram e onde querem morrer, onde foram semeando testemunhos de acção e de geração havida e a haver. Só que as quantidades de «alguns homens» são exíguas desde tempos imemoriais. Viva a Vida, onde alguns conseguem ser Santos. Viva a Vida, onde alguns conseguem viver e morrer onde pretendem. É o fado... Domingos Mesias.
Meu Caro amigo Mesias Mais uma vez obrigado pela sua generosidade, quando fala deste meu modesto contributo. Um abraço Fadista Viva a Vida Viva a amizade Vítor
Amigo Marceneiro, Afim de sabermos um pouco dos dotes poéticos do nosso Rei, O Lavrador, D. Denis (1261-1325), fundador do Estudo Geral e marido da Raínha Santa Isabel, aqui fica:
Quer´eu en maneira de proençal fazer agora un cantar d´amor e querrei muit´i loar mha senhor, a que prez nen fremusura non fal, nen bondade, e mais vos direi en: tanto a fez Deus comprida de ben que mais que todas las do mundo val.
Ca mha senhor quiso Deus fazer tal quando a fez, que a fez sabedor de todo ben e de mui gran valor e con tod est´é mui comunal, ali u deve; er deu-lhi bon sen e des i non lhi fez pouco de ben, quando non quis que lh´outra foss´igual.
Ca en mha senhor nunca Deus pôs mal, mais pôs i prez e beldad´e loor e falar mui ben e riir melhor que outra molher; des i é leal muit´, e por esto non sei oj´eu quen possa compridamente no seu ben falar, ca non á, tra-lo seu ben, al.
Muito obrigadoi, foi sensacional, pois eu não tinha arranjado nada escrito por ele, e é uma figura que em termos de comparação com a "candura" da mulher, era um "homem rude", e afinal escrevia poemas. Bem haja pela sua colaboração. Tem este espaço sempre à sua disposição. Um abraço Fadista Vítor Marceneiro
Amigo Marceneiro, Acerca da pessoa física e histórica de D. Dinis escreveu Fernando Pessoa em livro que logrou publicar:
D. Dinis
Na noite escreve um seu Cantar de Amigo O plantador de naus a haver, E ouve um silêncio múrmuro consigo: É o rumor dos pinhais que, como um trigo De Império, ondulam sem se poder ver.
Arroio, esse cantar, jovem e puro, Busca o oceano por achar; E a fala dos pinhais, marulho obscuro, É o som presente desse mar futuro, É a voz da terra ansiando pelo mar.
Este é o Fado que eu milito, colaboração, amizade e conhecimentos. Muito obigado mais uma vez por nos dar esta nota sobre Pessoa e D. Dinis. Um Abraço Fadista Vítor Marceneiro
Olá Boa tarde! Fiquei muito surpreendida por este blog e pelo seu carinho pela cultura Portuguesa. Gostaria de saber como poderia eu ter esta música, da raínha Santa em formato digital. Eu cono histórias a crianças, e estou a fazer o powerpoint sobre a história da ´Raínha Santa. Acredito que esta música iria sensibilizar para a educação musical e a admiração pelo fado. Gostaria, por favor, de estabelecer o contacto consigo, no sentido de podermos ver se é possível disponibilizar-me, digitalmente, esta música. Atenciosamente