Faz hoje 8 anos que
AMÁLIA RODRIGUES
se ausentou, em corpo, porque a sua imagem e o seu espirito, está nos nossos pensamentos
É SEMPRE TRISTONHA E INGRATA
QUE SE TORNA A DESPEDIDA
DE QUEM TEMOS AMIZADE
MAS SE A SAUDADE NOS MATA
EU QUERO TER MUITA VIDA
PARA MORRER DE SAUDADES
Flores que Amália tanto adorava
E Cerejas
Obrigado Amália por tudo o que nos deste
Geração de Marceneiro
A NOSSA AMALIA E O POVO
A nossa Amália morreu
Nosso Povo estremeceu
Com tanto calor e frio
No céu entrou uma Fada
E uma canção magoada
Povo que Lavas no rio.
As avenidas e estradas
E as pedras das calçadas
Ficaram todas unidas
Os rapazinhos choraram
As andorinhas voltaram
Sempre de luto vestidas.
Os carpinteiros a correr
Foram todos para fazer
As tábuas do seu caixão
Os Anjinhos se juntaram
Os Santinhos se prostraram
Até Deus pediu perdão.
Desde a Rua de São Bento
Povo Unido, num lamento
Choravam lágrimas e prantos
Peregrinos de sandálias
Consagraram nossa Amália
E os Poetas eram tantos.
A Cidade de Lisboa
Desde Alfama à Madragoa
Desde a Estrela ao Rossio
Varinas de sete saias
Vê lá meu Povo não caias
Povo que Lavas no rio.
Poema de: Manuel Luis Caeiro de Pavia
A Tua Voz Amália
A tua voz, Amália, é quente como um raio de sol em dia de inverno e fresca como talhada de melancia em tarde de canícula... É doce como um beijo de amor antes da posse e amarga como travo de ciúme após o amor... É macia como pétalas de rosa-chá ao bater Trindades e áspera como espinhos a fazer sangrar...
Nos teus olhos, Amália, negros e profundos como poços sem fundo, brilhantes e deslumbrantes como gemas preciosas, retracta-se a tua alma onde cabe a vida com todos os seus desesperos e crenças, com todas as suas revoltas e amores. Tudo quanto a vida tem de mau e de bom, as teus olhas o exprimem como nenhuns outros... Eles são a fonte onde vais beber a tua voz impar — essa voz que nos prende e nos domina, essa voz bruxa que nas encanta e faz sonhar...
Amália — encarnação da Severa e da Maria Vitória numa alma só — Amália sonhadora e boémia, Amália fadista e perdulária. Amália Mulher, pela magia da lua voz, para tudo quanto ela nos dá de vida palpitante e viva, — bendita sejas tu, Amália ! Bendita seja a tua voz !
Francisco Radamanto
Foto montagem Amália no Panteão
© Vítor Duarte Marceneiro
AMÁLIA
canta-nos
Poema: José Galhardo
Música: Frederico Valério
Amália está sepultada no Panteão Nacional.
A grande senhora do fado, a mulher do povo, a voz de Portugal está desde o dia 8 de Julho de 2001, na sua última morada.
Os seus restos mortais foram depositados na Sala de Língua Portuguesa, junto a figuras célebres da nossa cultura como Guerra Junqueiro, Camilo Castelo Branco e João de Deus.
As opiniões sobre a trasladação dos restos mortais de Amália do cemitério dos Prazeres foram contraditórias, há quem advogue, que como "Amália é do povo, devia estar junto do povo", outros que "Amália deve ir para o Panteão por ser um símbolo de Portugal".
O que é certo é que mais uma vez não foi o povo que decidiu!
Amália partiu em 6 de Outubro de 1999
De
Domingos a 6 de Outubro de 2007 às 19:17
Amigo Marceneiro,
Faço minha a sua sentida e oportuna homenagem a tão intemporal senhora da sua própria voz.
Não posso deixar de notar a excelência das fontes que compila e identifica, o que constitui crédito seguro de excelência da pesquisa e da rectidão dos propósitos.
Obrigado pelo texto, pelo som e pelas imagens.
Domingos Mesias .
De Rui Verrín a 12 de Outubro de 2007 às 13:26
Obrigado Amália por tudo!
Parabéns ao blog por esta singela e bonita homenagem, notoriamente sentida.
De Ana Marques a 7 de Julho de 2008 às 22:35
veja e pasme-se: http://br.youtube.com/watch?v=I9DwTklNpc0
De Luís Carlos Diegues Nunes a 21 de Abril de 2009 às 20:15
Caro amigo! Sou um rapaz de 15 anos mas não pude deixar de ficar tocado vendo vídeos ou fotos da rainha do fado! Chorei quando vi numa foto o povo de lisboa junto nessa trágica madrugada quando a voz se calou. . . Continue o bom trablho! gostei imenso
De Manuel Monteiro a 23 de Julho de 2010 às 00:24
Amália: Deves ter levado a tua vóz para tão longe, que as vozes que cá ficaram, longe ficarão da tua. Há muita gente, a viver à custa das tuas homenagens. Há quem depois de ti, ande pelo mundo cantando o fado, mas que de fadista, pouco ou nada tem. Os fadistas de agora, pensam que o fado, tem de ser como a tecnologia. Que está sempre a evoluir. Mas o fado não é como a tecnologia. O fado, para ser fado, tem de ser toda a vida cantado da mesma forma e sentimento, tal como Amália, Marceneiro, Farinha, Fernando Maurício, cantavam. Amália! Tu foste o máximo no fado e sendo assim, acima do máximo, nada mais há. Fica com Deus, minha professora raínha do fado.
Teu grande admirador:
Nel Monteiro
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